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Após longa caminhada pelo gelo, o grupo alcançou finalmente s cidade de Mystoke.

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Naquela cidade aparentemente somente povoada por mulheres, fomos bem recebidos pela primeira que nos viu que nos saudou dizendo que após séculos de espera, finalmente alguém da linhagem de Laya finalmente havia aparecido para adentrar o Castelo de Silêncio cujo nome era o mesmo da cidade: Mystoke. Uma outra senhora nos alertou que passaríamos por testes dentro do castelo e que, se sobrevivêssemos a ele, o Pendante de Laya seria nosso. Na hora que ouvi isso me fez pensar que talvez Laya fosse mesquinha e sua irmã não fosse o tal “tesouro de Laya” e sim uma jóia qualquer. De qualquer modo, essa mesma fala me intrigou por outra razão. Foi-nos dito que as portas para os seus palácios se abririam para nós. Não pude deixar de pensar nos templos de Laya que existiam em todos os domos e em quantidade razoável.

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Uma outra mulher que ouviu o que nos fora dito sobre o pendante disse que se o utilizássemos poderíamos ouvir as últimas palavras de Laya. Talvez por isso que aguardassem alguém de sua família; seria coerente que desejasse que estas palavras fossem ouvidas somente por parentes. Em seguida, deveríamos ir para a cidade de Aerone, ao sul de Divisia. O que, pensei na hora, demandaria mais uma longa viagem e esforço.

Não foi simples encontrar o pendante. Ao entrarmos no castelo, percebemos que ele não era tão silencioso quanto diziam. Inimigos nos enfrentavam a todo instante em todo lugar. O que mais ouvíamos eram os mesmos sons de batalha que emolduravam nossas ações desde que Azura fora destruída. Somente o nosso silêncio era persistente, mas ele não era restrito às paredes daquele castelo e sim desde há muito tempo. Não sabia bem o que dizer e creio que nenhum de nós sabia. Naquele labiríntico lugar, chegamos finalmente à sala do trono e, ao lado dele, estava uma caixa e, dentro dela, um pequeno colar. Ele era simples, com uma corrente de metal fino em pequenos elos unidos e em sua ponta uma pedra branca quase que completamente opaca no formato de um pequeno cone invertido.

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Assim que Laya o pegou e apertou-o firme com a mão junto a seu peito, percebi que ela pensava em sua irmã e nas últimas imagens que tinha dela. Chegou a derramar uma lágrima. Eu sequer cogitei lembrá-la que precisávamos descobrir como usar aquela jóia antes de ir para Aerone. Ela então pendurou o colar em seu pescoço e então compreendi o sentido do nome daquele lugar. Aquele era a morada das palavras silenciadas por mil anos. Somente agora que o castelo deveria mudar de nome já que, o que estava escondido, agora havia sido revelado.

Como que afastando os inimigos ao nosso redor, ouvíamos uma voz de mulher forte e ligeiramente grave que ressoava. Essa voz não parecia vir de fora de nossos ouvidos, mas sugeria que falasse da pedra para dentro de cada um de nós, fôssemos humanos ou andróides. A voz dizia algo mais ou menos assim: “Irmã, é tempo de você conhecer a verdade, aquela que acredito ansiar por saber. Ainda que Orakio e eu tenhamos lutado tanto por tantos anos, finalmente percebemos que havíamos sido enganados. Uma força maligna de tempos ainda mais distantes que as lendas que conhecemos está usando a nós e a nosso conflito para satisfazer seu desejo por dor e sofrimento. Estamos unindo forças para lutar contra este antigo mal. Caso jamais retornemos, deixo para você este pendante. Você ouvirá isso tudo quando estiver pronta e quando for necessário, eu sei disso. Adeus.”

Eu não pude deixar de me comover com aquilo. Por alguns poucos instantes, a minha mente deixou de pensar em minha família e amigos mortos e passeou pela antiga lenda e rivalidade entre Orakio e Laya. Sempre soube que este conflito não era somente um mito qualquer, mas que havia ocorrido de verdade. Deve ter sido muito difícil para sua irmã mais nova receber tal incumbência e até mesmo ouvir novamente aquela voz falar-lhe tão direta e profundamente. Senti-me até mesmo mal por ter escutado uma mensagem tão pessoal. E então entendi o outro sentido do nome daquele castelo. Laya ficou em silêncio durante alguns minutos. Wren, Mieu e eu respeitamos isso e fizemos o mesmo evitando até mesmo de dar um passo qualquer para frente.

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Subitamente, Laya colocou a mão sobre o pendante, agarrou-o com força com seu punho direito e disse para nós com convicção: “Vamos. Precisamos ir para Aerone”. Eu assenti e concordei com ela. E saímos do castelo o mais rápido que pudemos. Mas decidimos descansar um pouco e restabelecer as forças antes de partir.

Ali, deitado na cama da hospedaria de Mystoke, fiquei cogitando a possibilidade dessa “força maligna” estar por trás de tudo que aconteceu com minha terra natal… Se ela estava se alimentando de tal conflito grandioso como o entre Laya e Orakio, seria um ser muito poderoso. E me assustava pensar que talvez nem Orakio e Laya tivessem tido capacidade de derrotá-la. Afinal, ele poderia ainda estar atuando contra nós. Cheguei até mesmo a pensar que talvez tivesse tido influência até mesmo sobre as desventuras de meus antepassados… Com o coração batendo forte e rápido com tamanhas ponderações, decidi mudar de lado e tentar, em vão, dormir. Ao me levantar pela manhã, estava com um pouco de sono, mas estranhamente descansado. Não sei se Laya passou pela mesma noite não dormida que eu, mas não me surpreenderia se o tivesse.

E começamos nosso caminho a Aerone. E enquanto andávamos, Laya me disse: “Antes de seguirmos por Aridia, gostaria de tentar uma coisa”. Disse-lhe que tudo bem e a certa altura do caminho, rumamos em direção às montanhas a Noroeste do lago congelado. Sem nenhuma nevasca, podia ver uma caverna ao longe. Não fazia idéia do que Laya pretendia fazer; seria um atalho?

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (05)
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6 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (05)

  • 19/11/2009 em 8:52 am
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    >Castelo de Silêncio cujo nome era o mesmo da cidade: Mystoke.
    R: Muito que extremamente intrigante, fascinante e… legal! Eu adoro esses nomes, tem um continente cujo o nome chega a dar até calafrios! “Términus”
    >Não pude deixar de pensar nos templos de Laya que existiam em todos os domos e em quantidade razoável.
    R: O que me faz pensar na quantidade que poderia existir desses templos em Palma Inteira. Ou será que esses templos foram construídos em Alisa III ao invés de em Palma. Acho que respondendo essa pergunta, isso lançaria uma luz em como era a divisão territorial dos reinos Orakianos e Layanos, dentre outras perguntas também.
    >O que mais ouvíamos eram os mesmos sons de batalha que emoldurava nossas ações desde que Azura fora destruída
    R: Cara! Isso soou muito legal! Adorei esse trecho!
    > Somente o nosso silêncio era persistente, mas ele não era restrito às paredes daquele castelo e sim desde há muito tempo.
    R: CARACA! Isso ta parecendo trecho de literaturas bestsellers!

    > “Antes de seguirmos por Aridia, gostaria de tentar uma coisa”
    R> Putz! Nem eu me lembro dessa parte…

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  • 19/11/2009 em 9:18 am
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    @J.F. Souza
    Antes de mais anda, valeu pelos elogios! hehe

    A existência dos templos de Laya em Palma é algo a se pensar. E isso depende se você acredita que os eventos de PSIII ocorrem ao mesmo tempo do PSIV (tendo a guerra Laya-Orakio começado em Palma e terminado depois do lançamento da Alisa III) ou mil anos depois (com a guerra lendária ocorrendo durante os eventos de PSIV). Os templos foram criados para movimentação entre os domos com uma espécie de “reconhecimento biológico” e uma alternativa aos túneis entre eles. Provavelmente, essa foi uma das coisas que fizeram pensar que Laya era muito mais um mito (como o de Orakio) e que ela era uma bruxa ou uma deusa quem sabe.

    Pessoalmente, eu acredito que determinados territórios Em Palma “se transformaram” em naves como a Alisa III (e só depois devem ter lançado os satélites artificiais – como Dahlia e Azura). Então, o que se precisa saber é se a construção de tais naves era algo sigiloso ou tinha algum conhecimento (e ajuda) por parte do Cérebro-Mãe. Seja como for, o território dos orakianos e layanos provavelmente só teve alguma concretização na própria nave. É provável que em Palma eles vivessem em cidades diferentes (afinal, nem todo orakiano é descendente de orakio e nem todo layano é descendente de Laya) com nomes próximos das famílias que representavam e suas características. A questão é: quando se estabaleceram nesses lugares, a nave já tinha aprtido ou não? A carência de dados sobre Palma no Phantasy Star II (não sabemos sequer os nomes das cidades ou como se organizava o território) impede que saibamos disso tudo com certeza.

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  • 19/11/2009 em 10:50 pm
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    @Lord Heizel Diwänji
    Valeu pelo elogio cara! A história do jogo em si já é muito boa, permeada de mistérios e aquele emocionante “e se…”. Poucos jogos tem disso acerca da própria narrativa (em geral é sobre itens que se pega ou personagens que se recruta). Eu só tentei fazer com que ela se tornasse “palatável” para alguns que não tenham jogado muito o PSIII. Afinal, só um review elogiando não seria lá muito convincente. hehehe

    Eu mesmo demorei um pouco para me deliciar com ele. Porém, é um jogo que vale realmente a pena. Seja para inseri-lo no rolo todo da série clássica de Phantasy Star ou para aproveitá-lo como uma peça desnecessária à saga. Eu vou pelo caminho da primeira opção, mas o aproveito pelos seus próprios méritos também. hehe

    E está quase acabando. hehe Mais alguns posts e saberão como termina essa geração. Desta vez, sem hiatos muito longos de um relato para outro.

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  • 28/11/2009 em 1:08 pm
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    @Orakio Rob, “O Gagá”
    Sim, sim. Eu já pensei nisso! O que mata é a pouca quantidade de boas artes de PSIII. As melhores mesmo são as da Toyo Ozaki. Talvez se fizesse aquilo que sugeriu lá atrás de fazer uma página com uma imagem e o restante em texto, como alguns livros. Se alguém se dispusesse a fazer isso novas imagens, eu agradeceria inclusive.

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