Difícil, mas não impossível: Ninja Gaiden (NES)

Olá pessoal da velharia!

Sou novo por aqui, meu nome é Jack T (mas podem me chamar de JT) e sou mais um velhote amante dessa arte que se chama JOGAR VIDEOGAMES VELHOS. Infelizmente, não possuo quase nenhum console antigo (somente um Mega Drive) e, geralmente, emulo tudo.

Como um velho não vive sem suas velharias, gosto de escrever sobre as coisas que jogo e que tenho prazer de fazer. Diante disso, conversei com meu compadre Gagá e ele me aceitou no cast do Gagá Games e aqui estou. Resolvi trazer uma matéria que eu havia publicado no meu falecido (que os deuses dos jogos o tenha) blog, uma série que começaria em um dos jogos mais difíceis de todos os tempos. Aposto que a maioria aqui perdeu os cabelos com ele: Ninja Gaiden 1, de Nintendinho.

Como o próprio Gagá disse ter gostado, achei que seria uma boa idéia começar dessa forma 😀 !

Portanto, chega de enrolar e vamo tocar o barco, pois tem muita coisa nova pra postar depois desse post-debut aqui. Abraços à todos e espero que gostem!

😀

Ninja Gaiden, NES

Este post não é pra falar sobre as características técnicas do jogo em questão, nem levantar as qualidades nem defeitos e sim, destacar a dificuldade que os programadores enfiaram no cartucho com o intuito de nos fazerem perder cabelos desde pequenos.

Eis aqui um jogo que arrancou (e ainda arranca) muitos cabelos por quem aceita seu desafio.
Ninja Gaiden, de NES, é, até hoje, um dos maiores desafios em termos gamísticos.
Muitas pessoas se descabelaram e até despirocaram de vez tentando passar as fases desta obra.
Vamos tentar descobrir o por que de tanto nervosismo e de tantas horas “perdidas” na frente, ou do NES original, ou em emuladores para PCs.

De início, todo jogo de plataforma básica se faz de santinho, conquista o jogador com pulos precisos, inimigos interessantes, fases bem arranjadas, uma música legal, etc. Com Ninja Gaiden não é diferente: ele começa brando, poucos inimigos, poucos buracos fatais, uma fase curta e prazerosa, cheia de itens fáceis de se pegar.
O problema já começa a aparecer na fase seguinte: alguns buracos fatais, o lance de escalar as plataformas, alguns inimigos posicionados em locais chaves para matar o jogador, etc.
Um dos primeiros desafios que aparece é das escaladas: um ninja é preparado pra tudo, mas os programadores de tal obra se esqueceram de deixar Ryu SUBIR na plataforma APÓS escalá-la, resultando em uns 40 saltos até conseguir altura pra PULAR na plataforma lateral e aí sim, saltar pro local desejado.
É quase como um PINBALL onde as paredes e a bola são de VELCRO.

Segundo desafio: saltos.

Muitas plataformas do jogo são repletas de inimigos, ou no CHÃO ou VOANDO sobre o ninja.
Quem diga a maldita fase das montanhas, onde as queridas águias resolvem sacanear o pobre Ryu toda vez que ele resolve mudar de plataforma.

Terceiro desafio: inimigos apelões.

Experimente cair entre 2 BOXEADORES logo na segunda fase: lhe farão de saco de pancadas até o jogador arremessar o controle no chão por estar impossibilidade de sair da rodinha punk que acabaram de fazer com seu CORPO. É tanta porrada que mal dá pra acompanhar a barrinha de LIFE se esvaziando.

Quarta razão pra enlouquecer: itens malditos em lugares malditos e sob olhares de MALDITOS.

SEMPRE, em TODO Ninja Gaiden, existem diversos tipos de itens. Todos eles vêm em cápsulas, ou seja, seu conteúdo é um segredo só descoberto depois de DESTRUIR a tal cápsula. O problema é que, quando o jogador já tá nas últimas e surge um desses, NO ALTO, em cima de uma plataforma 1×1 (onde nem um pixel poderia se equilibrar direito), o jogador fica sedento para pegá-lo, já que, pela matemática ÓBVIA dos games: “itens de difícil acesso dão ótimas recompensas”. O interessante é o que acontece a seguir: ou o jogador pega o item e ele é uma DROGA, ou ele morre tentando e NUNCA vai saber o que é.

Quinta e (talvez) última razão pra tacar o cartucho na parede e chorar as pitangas depois: a troca de itens sem o CONSENTIMENTO do jogador.

É absolutamente NORMAL nos 3 jogos da série Ninja Gaiden de NES o jogador conseguir uma arma secundária de ótima utilização e desejar ficar com ela até o fim (pelo menos) da fase. Acontece que os programadores sabem disso, ahh, esses programadores… e enfiam um MONTE de itens em lugares altos e de difícil acesso. Assim a matemática óbvia dos games entra em ação e o jogador logo pensa: “o item ali deve ser muito bom pra estar tão difícil de ser pego” – e vai correndo lá tentar pegar.

3 possibilidades: ou ele cai e morre tentando, ou ele destrói a cápsula e o item cai num buraco, ou ele pega o item e vê que a arma é pior do que a que ele já tinha…

Sim amigos, Ninja Gaiden tem tudo isso de desafio, mas isso não faz dele um jogo DIFICÍLIMO. É um game prazeroso e que requer MUITA atenção e, principalmente, PACIÊNCIA. O jogo é meio longo, são fases grandes SEM checkpoints e geralmente emputecem o jogador já na terceira vida usada.

Portanto, se for começar uma jogatina de qualquer um dos 3 games, mas, principalmente o primeiro, relaxe, se possível tome um suco de maracujá, peça pra alguém medir sua pressão (sabe como é, né), sente-se confortavelmente e aprecie com MODERAÇÃO.

Com BASTANTE MODERAÇÃO!