Olá amigos do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder em mais uma edição do Recordar é envelhecer. No ano passado, um dia após o anúncio da morte de Michael Jackson, eu publiquei aqui no Gagá Games uma análise da versão Arcade de Moonwalker. Hoje, exatamente um ano depois, farei mais uma homenagem ao eterno Rei do Pop, só que desta vez relembrando a versão de Moonwalker lançada para o Mega Drive. Tenham todos uma boa leitura.

Sobre o game

O game Moonwalker do Mega Drive, lançado em 1990, é bem diferente da versão lançada para os fliperamas, tendo mais elementos de plataforma. O game retrata os acontecimentos mostrados no filme de mesmo nome lançado por Michael Jackson em 1988, onde o Rei do Pop deve libertar um grupo de crianças que foram sequestradas pelo terrível “Mr. Big”.

Na versão dos fliperamas, a garotinha Katie é um dos três tipos de crianças que podem ser salvas, enquanto que na versão lançada para o Mega Drive ela é a única criança a aparecer durante o game para ser libertada.

O game consiste em 5 estágios divididos em três atos cada um, e um 6º e último estágio, que é reservado apenas para a batalha final entre Michael Jackson e o infame “Mr. Big”. Em cada um dos cincos estágios que antecedem a batalha final, Michael deve percorrer diferentes cenários à procura da pobre garotinha Katie, sendo que em cada fase existe um número determinado de quantas crianças devem ser encontradas, quantidade que é mostrada na tela do game por meio de ícones com a face do urso de pelúcia de Katie.

Após salvar todas as crianças de uma fase, Michael deve lutar com os chefes do estágio, que vão desde grupos de inimigos menores, até outros mais resistentes que atacam sozinhos, em dupla, ou então juntamente com os inimigos comuns.

Ao encontrar a última criança de cada estágio, o macaco de extimação de Michael aparecerá, pulará em seus ombros, e ficará então indicando aonde o seu dono deve ir para travar os combates finais da fase. Após derrotar os chefes Michael encontrará mais uma vez com Katie, e passará então para a próxima etapa do jogo.

Algo curioso no game, é a possibilidade de Michael se transformar em um robô, tal qual ocorre no filme. Em certos estágios do game, existe um criança específica, que se encontrada primeiro faz com que uma estrela cadente surja na tela. Se Michael encostar nesta estrela, ele sofrerá então sua mutação e mostrará sua face robótica. Robotizado, Michael poderá vencer seus inimigos com extrema facilidade, ao mesmo tempo que poderá ver onde estão escondidas as crianças dentro do seu campo de visão, apesar de não ser capaz de salvá-las neste estado. A transformação em robô durante as fases dura apenas alguns segundos, então o jogador deve fazer um bom uso disso enquanto tem tempo.

Vale citar que além da obrigação em resgatar as crianças para poder prosseguir na trama do game, isto também traz um benefício imediato: cada criança salva restaura um pouco da energia de Michael. Em Moonwalker existem vários tipos de inimigos, que farão de tudo para impedir que o Rei do Pop tenha sucesso em sua missão, portanto encontrar as crianças raptadas é algo que ajuda a manter o herói com sua energia em bom estado.

Estando com sua barra de energia em níveis altos, cada ataque desferido por Michael será mais contundente, e trará uma espécie de “pó estelar”. Em níveis baixos de energia, o Rei do Pop terá que se virar apenas com seus socos e chutes, portanto manter a “saúde” do herói em dia é algo vital para se manter mais apto a vencer os inimigos. É bacana notar que a SEGA não teve preguiça no desenvolvimento dos inimigos do jogo, pois a cada novo cenário, novos tipos de adversários surgem, sendo cada vez mais perigosos do que os vistos anteriormente.

Graficamente Moonwalker é um game mediano: os cenários são bem preenchidos e detalhados, e o design dos personagens são bons, mas nada que impressione. Os gráficos estão longe de serem ruins, mas o Mega Drive tem capacidades de fazer algo muito melhor do que é mostrado em Moonwalker. Agora algo que é totalmente digno de todos os elogios, é quanto a animação dos personagens: um dos ataques especiais de Michael é quando ele utiliza de seus passos de dança para encantar e posteriormente derrotar seus inimigos. É notável como os produtores do game tiveram capricho nesta parte, sendo capazes de reproduzir na tela todos os passos e movimentos que Michael Jackson mostrava em seus clipes e shows.

Em termos sonoros, a história já é bem diferente, logicamente, pois o game traz cinco grandes canções de Michael Jackson em sua trilha: “Smooth Criminal”, “Beat It”, “Another Part of Me”, “Billie Jean” e “Bad”. Ou seja, trilha sonora mais do que excelente, a menos que você não seja fã da música de Micheal Jackson. Os efeitos sonoros também estão todos muito bem feitos, com destaque para as vozes digitalizadas do cantor no game, que vão desde seus tradicionais gritos, até a famosa fala “Who’s Bad?”.

A jogabilidade do game é boa, com todos os comandos podendo ser executados de maneira perfeita e precisa. Michael pode desferir golpes tanto em solo quanto no ar, e até fazer o famoso passo “Moonwalk”, algo que é útil em certas partes do jogo. Há ainda alguns movimentos especiais que consomem a energia do herói, como uma espécie de rodopio, útil para abrir tampas de bueiro ou para fazer com que Michael comece a dançar; e o arremesso de chapéu, um golpe que elimina todos os inimigos que estiverem no seu caminho.

Em relação a dificuldade do game, ela varia de acordo com o nível escolhido pelo jogador na tela de opções do jogo: que além do nível Normal, traz ainda os níveis Easy e Hard. Mas seja qual o nível escolhido, a dificuldade em Moonwalker é crescente, sendo que cada novo estágio apresenta suas particularidades, como inimigos e armadilhas que ficam cada vez mais difíceis de serem vencidos. O número de crianças a serem encontradas também aumenta no decorrer do jogo, juntamente com o tamanho das fases, fazendo com que as etapas finais sejam bem complicadas de serem terminadas. Moonwalker não é um jogo impossível, mas também não é moleza.

Conclusão

Apesar de eu preferir a versão que foi lançada para os fliperamas, o Moonwalker do Mega Drive é também um excelente, divertido e difícil game. Considerado como clássico por alguns, cult por outros, Moonwalker mostra uma época onde a SEGA conseguia fazer bons games, pois hoje em dia a coisa tá complicada. Tirando a franquia Yakuza, não vejo nada de realmente bom sendo feito pela SEGA nos dias de hoje, o que é uma pena. Felizmente títulos de qualidade como Moonwalker ainda podem ser jogados (nem que para isso façamos uso de emuladores e roms) enquanto esperamos que a SEGA volte a ter dias melhores.

Recordar é envelhecer: Michael Jackson’s Moonwalker (Mega Drive)

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