Saudações a todos!!

Como vocês já perceberam, já se passaram cerca de três semanas desde o último Relíquias do MAME. Antes que alguém grite a plenos pulmões “tá vendo, mal chegou aqui no Gagá Games e já está regulando posts, maldito!!”, eu explico a ausência: como um bom nerd, além de ser um gamer convicto, sou um cinéfilo de carteirinha. E recentemente (para ser mais preciso, de 27 de setembro a 11 de outubro) aconteceu o “Festival do Rio”, o maior festival de cinema da América Latina. Ou seja, durante duas semanas eu me dediquei a assistir o maior número de filmes possível, além de conciliar isso com os nossos afazeres do dia a dia. Foram duas semanas extremamente corridas, mas valeram (e muito) a pena.

Mas podem ficar tranquilos, pois no meu (pouco) tempo livre dessas duas semanas, já separei algumas relíquias para apresentar por aqui. E neste quarto episódio, apresento a vocês um run’n gun desconhecido, com algumas falhas, mas com um estilo um pouco diferenciado e um enredo bem louco.

Tela inicial do jogo

“Dyna Gear – An Action Adventure on the era of Dinosaur” (bom, pelo menos é isso que aparece na tela principal), como foi dito no parágrafo anterior, é um run ‘n gun feito e distribuído pela Sammy em 1994. Essa empresa japonesa, talvez mais conhecida mais atualmente pelos seus jogos de mahjong e Pachinko, digamos, com conteúdo mais onanista, possui alguns outros jogos bastantes interessantes em sua não tão curta vida, sendo boa parte deles bastante dignos de figurar nesta seção.

No jogo acompanhamos a saga de um caçador de recompensas chamado Roger que, ao iniciar uma perseguição intergalática ao seu maior inimigo, Gustaf,  causa uma quebra na linha espaço-tempo (alguém andou vendo muito a série “De Volta Para o Futuro”! =D), caindo em uma espécie de Planeta dos Dinossauros. O nosso herói recebe a ajuda valorosa de um lobo (com o apropriado nome de Wolf)  para se manter vivo nesse planeta onde os seres humanos estão no ponto mais baixo da cadeia alimentar, além de finalmente pôr um fim adequado ao seu nemesis. Para isso ele dispõe de um pequeno arsenal de armas e muita disposição.

Tela de seleção de personagens. Reparem no cabelão estiloso do Roger” =D

Como todos os títulos derivados de “Contra” (só para ficar no mais famoso), toda a ação se resume em apenas dois botões: um para os ataques e outro para o pulo. Acionando o botão de pulo duas vezes, o seu personagem alcança uma altura maior, e apertando ao mesmo tempo o botão de pulo e o direcional para baixo o seu personagem, tal qual Samus Aran (mas não com a mesma graciosidade), executa um rolamento, que pode te salvar de inúmeras enrascadas.

Uma das coisas mais interessantes desse jogo é o estilo gráfico adotado. São sprites enormes, que não só são bem detalhados, mas também possuem um toque de humor sensacional. Um bom exemplo é o próprio personagem principal, que parece uma mistura de um surfista platinado utilizando a armadura medieval roubada do Arthur da série “Ghouls ‘n Ghosts”. Isso sem falar dos inimigos, que são muito bem animados e também fazem suas bizarrizes. Somado aos cenários bem coloridos, temos um grande exemplar gráfico do estilo japonês de jogos de Arcade dos anos 90. Além disso, o jogo possui três armas diferentes para comandar a carnificina, sendo cada uma delas acessada através de baús espalhados pelas suas oito fases: a espada (Sword), com um alcance ridículo, mas bem potente; o machado (Axe), extremamente forte e com um bom alcance; a flecha (Arrow), com o poder mais fraco, mas com um ótimo alcance e número de tiros por segundo; e finalmente a maça de batalha (Mace), cuja utilização permite ao jogador um bom escudo temporário, se ele for rápido o suficiente no esmagamento do botão de ataque.

Close em uma das armas do jogo, a maça de batalha (Mace)!

Mas assim como alguns jogos já comentados aqui, “Dyna Gear” possui alguns problemas.Não são tão catastróficos, mas acabam diminuindo o seu potencial. O primeiro deles diz respeito à dificuldade, que é , de certa forma, desbalanceada. As três primeiras fases são bem tranquilas, sem muitos perigos. Entretanto, a partir da quarta fase as coisas começam a engrossar: plataformas móveis que, como manda o manual dos jogos de plataforma, levam você a lugares espinhosos, literalmente falando; armadilhas escondidas em baús; autênticas “Rolling Stones” (sim, a piada foi ruim, eu sei), prontas para te esmagar no meio do processo, entre outros dispositivos vilanescos feitos para azucrinar a sua vida. A dificuldade a partir dessa fase é bem pauleira, sendo totalmente diferente da calmaria das anteriores. Isso mostra um certo desbalanceamento da dificuldade na produção do jogo, que poderia ser melhor distribuído nesse quesito.

Vi muitas vezes essa tela antes de escrever sobre esse jogo! =D

Outro ponto negativo a se destacar diz respeito à jogabilidade. Não que os botões e o direcional não sejam bem coordenados e ajustados. Mas há um aspecto que acaba deixando o jogo ainda mais complicado: ao segurar o controle para frente por alguns segundos, o personagem começa a correr. Isso seria uma boa adição a jogabilidade, se não fosse por um detalhe; os milhares de inimigos e obstáculos a serem atravessados, o que faz com que correr desesperadamente até o final da fase não seja a melhor alternativa. Dessa forma, o jogador acaba optando por ser mais cauteloso, evitando ao máximo colocar o direcional para frente, deixando a ação um pouco travada.

Estiloso e bacanudo flyer do jogo!

Apesar dessas falhas, “Dyna Gear” é um jogo que merece ser descoberto. Além de ser um dos bons run ‘n gun da era dos fliperamas (e isso numa época em que eles não estavam em alta), o seu estilo gráfico com uma pitada de senso de humor tornam a jogatina bastante prazerosa. Com suas oito fases (que não são longas), toneladas de inimigos na tela e ação desenfreada, o jogo é um bom antídoto para as tardes entediadas de um retrogamer. E para não perder o costume, fiquem com o gameplay da última fase desse jogo:

Até a próxima e viva aos Arcades (e ao MAME)!!

Relíquias do MAME #04 – Dyna Gear
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