“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Nota do Orakio: não deixem de ler os posts do Piga e do Eric Fraga com outros pontos de vista sobre o ato de colecionar jogos, aqui no Gagá Games!

Olá crianças!

A ideia hoje é pensarmos um pouco sobre “coleção de games”. Tenho a leve impressão de já ter escrito algumas linhas a respeito disso por aqui, mas não consigo recordar se foi em algum comentário ou durante algum post. De qualquer modo, não creio que tenha sido o tema principal de qualquer uma das edições dessa nossa coluna. Sendo assim, deixemos de enrolar e partamos para o assunto de uma vez.

Na realidade, tenho refletido um pouco a respeito disso desde que comecei a pesquisar estas coisas a respeito de jogo e jogar. Não cheguei em nenhuma conclusão, mas talvez seja interessante compartilhar um pouco disso tudo com vocês. Ainda assim, o que suscitou tal tema para esta semana foi eu ter lido alguma coisa em algum comentário (no YouTube, acho) sobre alguém ter “somente” uns sessenta jogos de algum destes consoles mais recentes.

Entre nós, fãs de jogos mais antigos, é muito comum que conheçamos (ou sejamos) pessoas que colecionam jogos. Às vezes até compramos consoles obscuros que nem possuem jogos propriamente ditos somente pela raridade ou vontade de mostrá-lo a outras pessoas ou admirá-lo de vez em quando. Até mesmo existem notícias de museus de videogames pelo mundo afora em que hardwares são colocados à disposição para quem quiser vê-los. Mas quero que não pensem muito em hardware, mas em games propriamente ditos.

Façamos, contudo, um pequeno desvio de rota antes de prosseguir por este caminho. Certamente conhecem uma expressão como “jogo de panelas”, correto? Como tenho frisado vez por outra aqui, o uso das palavras que escolhemos para descrever as coisas do mundo não é arbitrário. Daí, se chamamos um monte de utensílios de cozinha reunidos de “jogo de panelas” é porque tem algo de jogo ali. O elemento lúdico deste fenômeno específico me parece ser a sua ideia de totalidade fechada em que, tudo que faz parte dela, só se relaciona uma com a outra e só faz sentido nestas mesmas relações. Ou seja, cada panela “joga” com as outras panelas em um lugar delimitado e, cada uma delas, remete-nos ao todo do qual faz parte. Contudo, vale repetir, não é porque chamamos algo de jogo que ele seja um jogo. Ao falarmos que observamos uma “paisagem triste”, não quer dizer que ela esteja triste, mas que algo que vemos nela nos remete diretamente ao entristecer. A mesma coisa quando falamos que folhas dançam ao vento; elas não dançam, mas algo naquele movimento nos remete à dança. Com a palavra “jogo” é a mesma coisa.

Portanto, talvez fosse possível dizer que uma coleção de jogos nada mais é do que um “jogo de games”. Assim como aquelas panelas não precisam ser utilizadas para que façam sentido enquanto pertencentes a um jogo que chamamos “jogo de panelas”, assim também um game não precisa ser jogado (muitas vezes nem mesmo aberto) para que faça parte desse “jogo de games”. Foquemos em um primeiro momento aquele tipo de coleção formal, em que a pessoa realmente quer colecionar, reunir e proteger uma série de games por quaisquer delimitações que tenha dado (todos os jogos de RPG lançados para Mega Drive, para ficarmos com um exemplo qualquer).

Não é importante para o colecionador que ele jogue aqueles games. O colecionador até pode ser chamado de jogador em sentido semelhante ao espectador que assiste a um filme, ou aprecia uma pintura qualquer. O “jogo de games” possibilita um tipo específico de jogo chamado “jogo de representação” do qual pretendo falar com mais detalhes em um alguma edição posterior da coluna. Claro que ele pode até jogar de vez em quando, mas aí não está mais em relação ao “jogo de games” que possui e sim com aquele game em específico. Museus de videogames parecem seguir a mesma ideia: não jogamos aqueles jogos.

Outra questão que se interpõe aqui é o próprio acúmulo de jogos que temos discutido há bastante tempo. As pessoas tendem muito mais a jogar outros games do que repetir aqueles que mais as empolgaram. Uma imagem que gosto muito seria pensar em alguém que joga xadrez e, depois, joga outro tipo de xadrez, daí outro, e outro e assim sucessivamente sem jamais jogar o mesmo tipo de xadrez duas vezes. Alguns livros do final do século XIX listam centenas de jogos que as crianças costumavam jogar naquele período, mas eu tenho minhas dúvidas sobre se todas elas jogavam todos aqueles jogos ou se, nas horas livres, repetiam sempre aqueles mais divertidos e, para variar um pouco de vez em quando, experimentavam algum outro. Hoje, nós temos milhares (e estou sendo bonzinho nesse número) de jogos e jogamos centenas (idem) no decorrer de todas as nossas vidas.

O colecionador de games formal, ou o que empilha os jogos que possui (seja material ou digitalmente) não parece se interessar pelos jogos que adquiriu ou que tem acesso. Admira-se diante deles como nos admiramos diante de uma foto bonita de um castelo escocês o qual não temos desejo algum de conhecer pessoalmente e de entrar nele.

Talvez seja importante frisar que não estou aqui dizendo que “colecionar games é ruim” ou qualquer outra coisa que possam dizer. Toda coleção é sim um tipo de jogo, mas quando este jogo de coleção se refere a jogos, não quer dizer que tenhamos que jogar todos eles. Assim como um colecionador de selos não utiliza todos os selos que adquiriu. Um “jogo de games” é diferente de “um game”.

Fico imaginando se antigamente as pessoas colecionavam dezenas de objetos de jogo sem tocar neles uma vez sequer. Se um escritor escreve para ser lido, de que valia tem um livro jamais aberto? Se um pintor faz um quadro para que seja visto, que serventia tem ele mantido em um cofre fechado e climatizado para evitar deterioração? Se um game foi feito para ser jogado, por que mantê-lo empilhado junto com outros em uma estante de vidro?

Vou frisar novamente: um colecionador também joga, mas não no mundo-jogo que cada peça de seu jogo proporciona. Seu jogo é de outra ordem.

É isso que queria compartilhar hoje. Até o próximo post!

Academia Gamer: Coleção e jogo

15 ideias sobre “Academia Gamer: Coleção e jogo

  • 04/10/2011 em 7:41 am
    Permalink

    Verdade! Eu sou o feliz detentor de cerca de 18 consolas, incluindo uma Atari Pong Clone de 1977! Também já apareci numa revista aqui em Portugal, e todos me perguntam: “mas tu jogas isso tudo?”
    Na verdade, em certa altura ja joguei no passado, no entanto ando sempre em cima do acontecimento e a jogar jogos novos até para analisar para o meu site. Mas quando não há novidades, lá vai o Ivo ligar a MegaDrive ou a SNES e pegar naqueles grandes jogos que proporcionaram horas e horas de diversão.

    Abraço a todos!

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 04/10/2011 em 8:13 am
    Permalink

    de consoles, só tenho um N64,GAMECUBE,PS1 e PS2. mas já tão encostados faz tempo e nem sei se ainda funcionam, mas eu limpo eles toda semana. eu queria ter um SEGA SATURN para jogar os meus poucos(porém valiosos)Cds da minha coleção.

    e eu também acho uma neura, ficar guardando jogo como se fosse feito de vidro. pego um jogo do N64 por exemplo(que eu tenho certeza que ainda pega) jogo bastante e guardo com carinho. se o cara deixar o jogo sem jogar, mesmo cuidando do Cd ou cartucho religiosamente, o game pifa porque não se jogo mais ele.

    mas como não tenho tanta grana para caçar minhas velharias do SATURN, me conformo em ir pelo emulador. alias, mesmo sendo “apenas” ROMS do SEGA SATURN, vocês pode achar besteira, mas tenho ciúmes das minhas roms…

    ridiculo, não é? 🙂

    não é nem ciúme, mas os arquivos da Rom do SATURN são dificeis de configurar. e tenho medo do pessoal aqui em casa mexa em algum arquivo e apague os jogos, que alguns ao meu ver,dão uma surra em muito jogo de PS1,a parte ruim é que os jogos que valem a pena nesse console são japoneses na sua maioria :(. e sem falar que para instalar ele é um inferno…acho que para vocês, “colecionar” Roms não deve ter esse zelo, mas eu sinto isso quando jogo o emu da SEGA.

    e vou me esforçar em achar cds para o SATURN aqui no meu estado.

    HEE-HOO! Mestre-Senil.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 04/10/2011 em 8:15 am
    Permalink

    O colecionador que joga todos os seus jogos e os “consume” jogando,são mais interessantes,porque cada cartucho,cada CD-rom o colecionador construiu uma experiência de gameplay com ele.Tem uma história pessoal.
    O outro tipo de colecionador que foca mais em adquirir peças, raridades ou fechar um propósito(ex: ter todos os games de luta do SNES)também é interessante,mas gosto mais do primeiro exemplo.
    A comparação do Xadrez com os games,embora ambos sejam jogos,não ficou muita clara para mim.Digo isso porque o jogo de videogame,muitas vezes adquire características que o aproxima mais a um filme ou uma música do que a um jogo de tabuleiro.Você pode jogar o mesmo Xadrez com as mesmas regras durante anos mas seria válido assistir o mesmo filme ou ouvir a mesma música sem abrir o leque de opções?
    Com games você pode repetir o gameplay e deve fazê-lo se for o caso,mas games são como filmes,sempre dá vontade de assisitr o próximo e o próximo…o importante é aproveitar o maior número possível de jogos possível,com qualidade de jogatina,se divertindo,aprendendo relacionando com jogos do passado,construindo uma cultura gamer e se possível montar uma coleçãozinha.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 04/10/2011 em 12:20 pm
    Permalink

    Olá… bem, como colecionador eu tb sou mais ou menos assim.. limpo e organizo com frequencia, mas a grande questão é ter saco para jogar tudo! tenho minha coleção como uma espécie de santuário. Um relicário onde guardo meus melhores momentos enquanto gamer, várias recordações de tardes e noites e manhãs com amigos….
    as vezes, olhar é o suficiente para que eu me divirta com minha coleção, tendo em vista que ligar um console as vezes da muito trabalho!!!

    Discutimos isso no nosso podcast, o NP-Cast, deêm uma olhada lá: http://nportatil.com/?cat=40 .

    Valeu gagá, vcs estão fodas como sempre.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 04/10/2011 em 12:50 pm
    Permalink

    O que tenho geralmente é um conflito de impulsos e sentimentos ao lidar com coleções. Por um lado eu quero possuir alguns jogos que considero importantes, mas logo penso na falta de praticidade de manter estes games fisicamente e desisto. Muitas vezes fico em conflito tentando equilibrar o desejo de possuir um game e o desejo de jogá-lo de fato. No fundo coleções em geral lembram aquários, pois perdemos mais tempo dando manutenção do que aproveitando. Aliás, não consigo nem conceber a idéia de “aproveitar” um aquário. Peixes não são sociáveis.

    Um dos motivos de eu ter decidido colecionar games do Nintendo 64 e não do Snes, por exemplo, é a dificuldade de emular o 64 com qualidade, pois a organização e praticidade de emular um console antigo é maior que ficar limpando, consertando e conectando o aparelho físico para jogá-los.

    Este mesmo problema de praticidade é o que está me fazendo desistir um pouco de jogar títulos multi-plataforma nos PCs. Já perdi muito tempo na vida configurando joysticks e regulando os gráficos dos games, sem falar em ficar procurando patches.

    Não consigo conceber ter uma coleção de alguma coisa sem que haja uma utilidade para ela. Confesso que colecionar coisas é divertido por si só, mas tenho que ter um retorno da coleção. Sempre que compro um game, levo em consideração se realmente pretendo jogá-lo, mesmo que isso demore muito para ocorrer. Não há um único jogo que comprei só para preencher uma lacuna. Comprei porque desejei ou ainda desejo jogar.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 04/10/2011 em 3:21 pm
    Permalink

    “Uma imagem que gosto muito seria pensar em alguém que joga xadrez e, depois, joga outro tipo de xadrez, daí outro, e outro e assim sucessivamente sem jamais jogar o mesmo tipo de xadrez duas vezes”

    isso seria um dos meus jogos favoritos, a série Advance Wars, cada jogo tem um mapa diferente, cada comandante tem suas características pessoais e as escolhas sempre fazem com que o jogo nunca seja o mesmo.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 04/10/2011 em 6:40 pm
    Permalink

    eu tenho os meus consoles snes, mega drive e um vg 9000, tenho alguns cartuchos, mas na verdade eu não coleciono, gosto mesmo de jogar os poucos cartuchos que eu tenho. Na verdade, antigamente quando eu tinha 3 cartuchos, era mais divertido jogar…porque quem tem 100 cartuchos não joga quase nada e acaba sempre jogando os jogos de sempre. A verdade é que poucos jogos, vc terá mais tempo para jogar e muitos jogos seria uma eternidade jogá-los. Quem tem muito não tem tempo ou consegue jogar e sim apreciar a coleção….
    Esses video games que eu tenho sempre jogo…estou jogando muito batletoads, shinobi III e un. squadron,,,,e assim vai, hoje mesmo estava detonando o contra do nes…e depois fui para o ducktales,,,e assim engatei no supermonaco gp do mega drive….são jogos que eu jogo muito, sempre e sempre…não canso de jogá-los, e são alguns dos cartuchos que eu tenho….de vez em quando apelo para os emuladores e vou jogar algo de diferente. Não tenho vontade de colecionar e sim aproveitar a vida, porque a vida anda e é dificil ficar só no video game…tem o computador, redes sociais, mulherada, pagar as contas e acima de tudo viver intensamente,,,então temos que mesclar tudo isso e fazer de tudo para sobreviver nesse mundo que tanto sofremos.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 04/10/2011 em 9:33 pm
    Permalink

    Eu sou colecionador, coleciono para sempre ter lembranças boas dos games que já joguei durante minha vida ou ter aqueles que sempre sonhei. Como teve um comentário acima, o duro é nem ter saco, mas tempo, eu agora estou escrevendo com minha filha de 8 meses no colo em frente a mais de 150 carts que possuo louco pra jogar mas tenho que tomar conta dela, logo minha esposa chega e tenho também que estar com ela, aí acaba mais um dia e não jogo nada… amo video-games mas tempo pra eles assim como qualquer outro hobby quanto mais o tempo passa menos se tem para cultivar…

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 05/10/2011 em 1:31 am
    Permalink

    Gostei dessa separação entre o “jogo em si” e o “jogo de colecionar”. Vendo desse ponto são duas coisas bem distintas mesmo, apesar de você poder combinar os dois jogos. Eu, particularmente, coleciono. Mas jogo também. Não sou lá tão zeloso pelos – poucos, é verdade – exemplares que eu possuo, que são de Mega e Snes. Apenas cuido, na medida do possível. Também coleciono revistas de games, tenho muito orgulho de ter a Supergame n° 1, até dois exemplares dela! Mas não sou do tipo que vai botar num plástico ou coisa assim. Está lá, vez ou outra folheio como outra revista qualquer.

    Mas voltando ao “jogo de colecionar”, é algo bem único mesmo. Remete meio que uma “busca ao tesouro”, sabe? Procurar na internet aquele jogo raro, em ótimo estado e poder agregar à sua coleção. Esse é o objetivo e a razão da satisfação de colecionar. Lembro quando eu consegui, de uma só vez, adquirir os três “Romance of the Three Kingdons” para Snes. Completinhos, perfeitos. Dá alegria só de ver as caixas. Mas eu jogo também! Joguei muito o II e estou jogando bastante o III, mas o IV, sinceramente, acho que nem jogarei (é o último na minha preferência), mas está lá, ainda posso ver o belo desenho em sua caixinha – aliás, as caixinhas dos jogos de Snes eram bonitas, não?

    Mas, colecionador pobre… sabe como é? Tenho poucos jogos neste estado, porém são como relíquias. Então é uma dupla alegria, ao de achar esses “tesouros” e de poder desfrutá-lo em, digamos, seu estado mais natural, hehe.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 06/10/2011 em 2:37 am
    Permalink

    Realmente bem sacado pelo autor do texto a idéia de “jogo de games”. Passei por todas as geraçōes de consoles e tive a maioria deles. Hoje criei a mania de manter um repertório digital de isos e roms. Sou vip no underground gamer e possuo todas as coleçōes completas de isos e roms lá disponíveis. É um tesão ter 5 terabytes com todas as isos de saturn, pcecd, 3do, dreamcast, segacd, pcfx, cd-i, amigacd32, jaguar cd, etc., além de romsets completos de todos os sistemas, passando por n64, neogeo, arcades, snes, mega, nes, pce, gb, gba, nds, master, msx, x68000, coleco, atari, spectrum, dos etc., tudo configurado num frontend (emucontrolcenter) em que basta clicar no sistema e no jogo desejado e curtir o game. Isso sem contar nos emus mais recentes e as milhares de isos para ps2, gamecube, wii, tudo rodando liso num i7 com uma gtx 580. É uma sensação absurda imaginar que possuo praticamente todos os jogos da história dos games, sem contar as centenas de jogos atuais para pc, para meu ps3 e para meu psp. Apesar de estar numa situação razoável de grana, abomino a idéia de colecionar fisicamente só de imaginar o espaço que minha coleção, armanezada em 4 dicos rígicos, ocuparia. Sem contar o gasto absurdo que tal coleção física envolveria… E acho uma grande falácia dos colecionadores físicos a alegação de que a jogabilidade piora nos emuladores. Com um conttole de x360 ou ps3 wireless no pc, uma boa tv de plasma e emuladores bem configurados, com filtros e o diabo a quatro, na verdade tem-se uma experiência ainda melhor e mais prática. Mas mesmo tendo um “arquivo”, e não propriamente uma coleção física, sinto que realmente tenho prazer mais no “jogo de coleção” do que jogando de fato. Abraços!

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 09/10/2011 em 12:55 pm
    Permalink

    De novo, desculpem o atraso nas respostas. Essa semana foi muito cheia no trabalho e tive também que me organizar e viajar para passar essa semana em São Paulo. Mas, sem mais delongas, vamos aos comentários!

    @Ivo Pereira (Hivvu)
    Com o passar dos anos, vamos ficando cada vez mais cheios de outras preocupações que não jogos. E vamos deixando de lado. Colecionar acaba sendo um jogo “mais fácil” neste sentido porque demanda um tempo melhor manejável (tanto na busca de novas peças, como na admiração delas de vez em quando).

    Valeu pela visita d’álem mar!

    @leandro(leon belmont) alves
    Eu re-jogo alguns dos games que tenho por aqui quando arrumo um tempinho, mas nem é pensando que eles vão estragar se ficarem parados, mas porque gosto mesmo.

    Tem um comentário mais abaixo em que um cara fala sobre seu zelo na coleção de roms; é perfeitamente compreensível que isso ocorra. Tem vários pacotões de jogos diferentes por aí e milhares de gamers que optam por colecionar arquivos digitais. Ao invés de ocuparem salas com caixas de jogos que quase nunca joga, ocupam HDs com jogos que quase nunca joga.

    O Saturn tem muitos jogos bons e acho uma pena que tenha sido (e ainda seja) tão desconsiderado. Pessoalmente, eu o acho melhor que o PSX. Afinal, foi o console da Sony que iniciou aquele lema vigente ainda hoje: “mais é melhor” em que grande número de lançamentos de jogos é sempre melhor que jogos bem feitos e bem cuidados.

    @Dactar
    Sim, com certeza. Há colecionadoes que jogam, mas o “jogo de colecionar” é outro jogo que, “por acaso” tem a ver com games (que sao jogos, claro). Mas mesmo nesses casos, acho que dificilmente ele joga tudo de verdade. Exceto, talvez, aqueles colecionadores mais restritos do tipo “reunir todos os jogos que eu gostava quando era criança” porque a própria meta desse jogo dele já implica na repetição de cada um deles que já lhe é agradável.

    Eu diria que acertou ao dizer que alguns games se aproximam muito mais de filmes. São aqueles tais “jogos de representação” de que vou falar mais adiante. Acrescentaria que isso existe há muitos anos, mas teve seu crescimento a partir dos jogos de CD (com foco maior em FMVs em geral). E que perdura até hoje. E isso levou à ideia, péssima, de dizer que um jogo é mais “interativo” que outro… De qualquer modo, todo jogo requer a repetição (nem que seja somente um “desejo não realizado”): um filme que é bom queremos ver de novo, uma boa música queremos ouvir direto etc. A mesma coisa com um game. Não é necessário que insiramos algo diferente lá porque na boa repetição, o diferente se mostra naquilo que repetimos.

    A ideia de que “precisamos de continuação” não é muito saudável porque favorece a “repetição pelo diferente”. O que favorece uma cultura do descartável: terminamos um game, reembalamos o dito cujo, compramos sua continuação e assim sucessivamente. Um jogo se torna em tradição não pelas suas continuações, mas pela repetição que fazemos dele e por instigarmos outras pessoas (e gerações) a experimentá-lo falando dos grandes momentos que passamos nele. A tradição de um jogo não tem a ver com uma “cultura do consumo” (ou do consumível), mas com uma da duração, que perdura através das gerações.

    Claro que isso não quer dizer que não experimentaremos coisas novas. O leque não se fecha somente porque queremos repetir o mesmo jogo. O problema é virarmos “caçadores de novidades” (que podem ser jogos velhos em muitos casos) e não buscar um jogo que nos envolva de tal forma que queiramos jogá-lo de novo em breve.

    @Haroldo Curti
    Com certeza. O jogo do colecionador é diferente e muitas vezes é como olharmos um quadro em que tudo nele faz grande sentido. Nele, não precisamos jogar tudo aquilo que colecionamos.

    @Fernando Lorenzon
    O meu pensamento pessoal com relação a adquirir games e coisas do tipo segue seu mesmo caminho. Hoje, não penso em comprar games que não jogo (ou jogaria). Mas muitas vezes, o retorno de que fala, vem para o colecionador somente pela admiração diante daquele armário cheio de caixas de jogos e consoles (lacrados muitas vezes). Isso às vezes lhe é suficiente.

    @Juliano
    Nenhum jogo genuíno é sempre o mesmo. Ainda que nada tenha sido mudado ou acrescentado nele, sempre é algo diferente. Jogar Mario 3 do NES é sempre diferente, mesmo possuindo as mesmas fases, os mesmos macetes e as mesmas coisas que fazemos sempre. A surpresa não está na inserção de algo novo (regras, gráficos, músicas, sidequests), mas na nossa própria experiência naquele mesmo jogo de novo. Como você com o advance Wars. No caso do xadrez é o mesmo: não precisamos mudar nada em suas regras para que continue sendo divertido e cheio de surpresas (não é necessário que tenhamos um “Xadrez 2.0: a revanche” com regras novas, gráficos superiores e “melhor inteligência artificial”. Pode ser o mesmo jogo, sem tirar e nem pôr.

    @helisonbsb
    Concordo plenamente. Costumo dizer que quando eu tinha um punhado de cartuchos para Mega Drive, eu os jogava muito não porque “não tinha jeito” ou “não tinha nada melhor”, mas porque eram divertidos e eu gostava muito deles. E isso ainda é fato. Ainda não me canso de jogar Sonic, Greendog e Bare Knuckle III. E isso para ficar em somente alguns exemplos. hehehehe

    @DMN_Sonic
    Sim, esse é de fato um grande problema. Mas cuidar da família também é algo bom. 🙂 Dá trabalho (como jogos sempre dão também), mas acaba rendendo boas lembranças e, na maioria dos casos, o desejo de repetição.

    @Andre “Ryunoken” Santos
    hauhauhauah Sério? hehe Que bom então! Fico feliz!

    @Onyas
    Colecionadores jogam também, mas dificilmente jogam tudo o que possuem (pois requer um tempo e esforço que não temos). Aqueles que têm excesso de zelo entao, mal devem tocar nas caixas embaladas. hehehehe

    “Busca ao tesouro” é uma boa definição desse “jogo de colecionar”. Uma imagem bem clara de como ele aparece e como se mostra.

    As caixas de SNES e Mega Drive (especialmente as japonesas) eram muito bonitas mesmo. Hoje muitas capas são tão sem graça… hehehehe

    @Pbi
    Esse tipo de “coleção digital” é realmente bem comum esses dias. Tanto pela praticidade que comentou (espaço e uso – só clicar escolhendo o jogo e pronto) como pelo mais fácil acesso. Um game que só teve 100 cópias feitas e distribuídas pelo mundo pode ocupar alguns bytes na memória do seu HD sem problemas.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 10/10/2011 em 6:02 pm
    Permalink

    @O Senil
    Mestre-Senil, então você prefere mais quantidade que qualidade?

    bem…eu já joguei muito PS1,mas eu já vi quase todos os jogos dele e não me interessa mais como antes. já o Sega Saturn, eu só vi um na minha frente aos 22 anos na casa da minha avó. e essa é para mim a magia do SATURN, como quase nunca o vi em ação antes, isso atiça a minha curiosidade pelos seus jogos. a mesma coisa com o MEGA DRIVE, já joguei muito SNES e quase nada do concorrente…pelo menos na parte gráfica, o MEGA bate no SNES e o SATURN desce lenha bonito no PS1(em alguns jogos, eu admito.)

    essa é a minha opnião,HEE-HOO!!!

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 10/10/2011 em 8:07 pm
    Permalink

    @leandro(leon belmont)alves
    Não, muito pelo contrário!

    Algo de qualidade queremos revisitar. Quando é ruim, queremos sempre algo diferente e não aquela mesma coisa. Seria como dizer que uma música é boa tendo ouvido ela uma única vez e jamais querer intensamente ouvi-la de novo.

    Não digo jogar e rejogar dia após dia a mesma coisa, mas jogar e rejogar quando sentirmos vontade a mesma coisa. Não ficar naquela de “ah, não vou rejogar Sonic porque, mesmo querendo muito, tenho trezentos outros jogos novos que quero experimentar primeiro”. Muita gente pensa assim e, tão logo termina o jogo, deixa ele de lado e nunca mais toca nele.

    Claro que o descanso é necessário, pois todo jogo cansa em certo sentido. Assim como pode ser tedioso jogar Damas cinco vezes seguidas, jogar um game qualquer também. Mas dar um espaço, um tempo para relaxar e curtir outras coisas é muito válido!

    Eu sempre caminhei pelo lado da Sega aqui em casa (a exceção é o PS2 mesmo – que só adquiri depois do PS3 ter sido lançado, aliás hehe). SNES e PSX, só na casa de amigos e parentes. Mas nunca reclamei. hehe Mega Drive, Master System e Sega Saturn têm jogos excelentes.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.