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A Cruzada NES é que nem bilau de velho: às vezes funciona, outras não… semana passada não teve, mas hoje temos uma nova edição, com os títulos que faltaram no final do ano de 1986. E acreditem: nossa cruzada é 100% VIAGRA-FREE!

Tirando dois ou três joguinhos que lançou em 1985 e no início de 1986, parece que a famosa Capcom só se empolgou mesmo com o Famicom nesse fim de ano: lançou o clássico Ghost n’ Goblins em novembro, e em dezembro mandou Trojan. É tipo um beat ‘em up simples, só que anos antes da própria Capcom quebra a banca com Final Fight nos arcades. Embora os cenários sejam bem urbanos, com direito a pancadaria até dentro de bueiro, nosso herói carrega uma espada! Já pensou, você vai comprar pão na esquina e vê um cara decapitando a bandidagem? Vale como curiosidade, é um dos primeiros jogos do gênero para o console.

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À esquerda, o beat ‘em up Trojan da Capcom. À direita, Square chutando o balde com Suishou no Ryuu

Você já deve ter ouvido aquela história clássica de que Final Fantasy tem esse nome porque era a última esperança da Square Soft, que ia quebrar se o jogo não vendesse bem. Eu acho essa história muito esquisita, até porque a empresa lançava títulos interessantíssimos para o NES. Hoje em dia o estilo adventure point-and-click tá meio fora de moda, mas na época era uma febre, e a Square lançou seu Suishou no Ryuu para o Famicom Disk System cheio de gráficos bonitos e acima da média para a época. Algumas cenas são até levemente animadas, como a moça que mexe os lábios quando “fala” (não tem voz digitalizada, obviamente é uma legendinha).

O Famicom também ganhava nessa época sua conversão do clássico Knight Lore, do ZX Spectrum. Mas o clima do jogo estava totalmente mudado, eu confesso que não curti muito, prefiro o jeitão sombrio do original. As fotos abaixo, comparando a mesma cena nas duas plataformas, ilustram bem a situação. Eu acho que o console se sairia melhor no gênero com Solstice, sobre o qual vamos falar numa edição futura.

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Spectrum à esquerda: bem mais sinistro e bacanudo que a versão do NES

O famoso Kid Icarus também pintou no final de 1986, para o Famicom Disk System. Tem gente que ama e gente que odeia, eu acho o jogo interessante. Ao contrário do que era moda na época, aqui o objetivo não é conduzir o herói alado por fases horizontais, mas sim por fases verticais. Como há vários momentos em que você precisa pular em plataformas estreitas enquanto atira nos inimigos, o esquema é aquele de “pulou, errou, dançou”. Bem difícil o jogo. A música é bem acima da média para o que os jogos da época apresentavam.

Outro título curiosíssimo: Deep Dungeon, um RPG em primeira pessoa. Os gráficos são simples, a movimentação da tela é exatamente o que você esperaria de um jogo para o console (“fotos” da tela vão sendo trocadas conforme você anda), e além de abrir portas e subir escadas você vai enfrentar… ursos pardos? Foi o único inimigo que eu encontrei, e ele acabou comigo em dois turnos.

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Kid Icarus, despertando amor e ódio nos retrogamers desde 1986. E o labirinto verde de Deep Dungeon. Vou poupá-los da foto do urso pardo que me matou

E você pensando que conhecia todos os jogos do Mario, hein? Já viu All Night Nippon Super Mario Bros.? É o Super Mario Bros. original com algumas modificações feitas por um programa de rádio japonês: são as mesmas fases, mas os gráficos bebem da fonte do Super Mario Bros. 2: The Lost Levels. Ah, sim, vários personagens foram substituídos por celebridades musicais japonesas, e o resultado disso é a cabeça de um careca saindo dos canos no lugar das plantas carnívoras, dentre outras bizarrices. Weird, mas raro e o cartucho deve valer uma baba.

E Toki? Esse é style, não é? Eu curto pra caramba o jogo do macaco cuspidor. A versão de Famicom até que é bem jambrada, com bons gráficos e controles. Dá para se divertir um bocado.

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All Night Nippon (à esquerda) mostra como seriam as aventuras de Mario depois de umas cinco ou seis rodadas de cerveja. E embora a cabeça do Toki esteja piscando na foto à direita, dá para ver que os gráficos estão caprichados nesta versão

Isso encerra o ano de 1986. Semana que vem começamos a falar sobre o ano de 1987, que traria clássicos inesquecíveis para o console, que a essa altura já estava pegando fogo no Japão!

Cruzada NES: ela mexe a boca quando fala! Oh, a tecnologia!
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