“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Olá crianças!

Não se preocupem porque não vou falar, de novo, de uso de códigos, artifícios e artimanhas para quebrar as barreiras espaciais de um jogo. Tenho em mente aqui uma única regra elementar e que, de modo geral, consiste na essência da regra de todo jogo. Tanto que não é à toa que aparece nas capas de qualquer um deles; sejam de tabuleiro ou games. E mesmo jogos sem caixas, cujos manuais podem ser orais ou escritos, possuem essa delimitação bem precisa.

“Ah Senil, com essa enrolação toda, você já conseguiu nos fazer ler um parágrafo todo! Vai conseguir nos segurar com essa ladainha toda até o fim?” Não se preocupem com isso. Como um grande escritor chamado C. S. Lewis certa vez disse, se você está no caminho errado, não adianta avançar nele porque cada passo adiante é tudo, menos progressão; o caminho mais curto é voltar até o começo. E é isso que quero garantir: que não comecem do lugar errado e que galguem degraus que parecem subir, mas descem ao mais profundo desconhecimento.

Comecemos com exemplos mais simples, um pouco longe dos videogames a princípio. Um jogo de xadrez é jogado, geralmente, com duas pessoas, certo? Digo “geralmente” porque é muito possível que existam outras pessoas observando, torcendo e analisando esse embate. Os espectadores também estão naquela partida de xadrez. É claro que, evidentemente, se os jogadores (ou seja, aqueles que movem as peças) passassem a se preocupar com eles e passassem a “se mostrar”, o jogo deixaria de ser xadrez e passaria a ser um espetáculo como é, por exemplo, uma apresentação musical. Não deixaria de ser jogo, mas deixaria de ser jogo de xadrez. É necessário que isso fique claro: os espectadores fazem parte do jogo (são também jogadores já que também jogam), mas não devem ser levados em consideração pelos jogadores (enxadristas duelando) sob pena de mudarem a forma total do jogo em que estão.

O mesmo ocorre com outros jogos. O Jogo da Vida tem um limite mínimo e um máximo de jogadores. Banco Imobiliário idem. Dependendo do jogo de cartas, também há um limite: Paciência é um jogo para somente uma pessoa. O fato de ser um jogo individual ou coletivo diz muito a respeito de um jogo. Tanto que, de modo geral, jogos coletivos, que permitem várias pessoas, são facilmente adaptados para mais ou menos pessoas. Às vezes isso acaba se tornando oficial. Por exemplo, jogar futebol em cinco pessoas é perfeitamente possível desde que uma seja goleiro e as outras dividam-se em times de duas pessoas. Ou qualquer outra variação que desejarem, em qualquer esporte coletivo. Ah, caso não tenha ficado claro, lembrem-se de que esporte é jogo, mas nem todo jogo é esporte; vou falar melhor disso em uma coluna posterior.

Ao pegarem um jogo que gostam muito como Alex Kidd in Miracle World, está escrito lá na caixa “para 1 jogador”. Afinal de contas, não existe, felizmente, um Alex rosa como vemos em Moonwalker para ser controlado por um segundo jogador; muito menos podemos controlar o irmão do Alex porque, lembrem-se, ele está preso em um castelo. Este foi meu primeiro jogo no reino dos oito bits e servirá bem para ilustrar o que quero dizer.

Antes de meu irmão mais velho pedir a meus pais um Master System, jogávamos muito o nosso Atari 2600. Meu irmão na época era muito interessado em games e por isso jogava muito mesmo. E, devo dizer, durante aquele período, poucas vezes joguei Alex Kidd sozinho. Sempre estava com meu irmão do meu lado. Não importava quem estava segurando o controle; o outro estava ao lado falando o que poderia ser feito, dando dicas de movimentos, alertas de perigos e coisas do tipo. Um legítimo jogo desenvolvido para um jogador jogado por duas pessoas. Às vezes até mais quando meus primos estavam em casa e também davam seus pitacos no que deveria ser feito.

Podem puxar em suas memórias e tenho certeza que terão vários jogos com experiências semelhantes. Eu penso em vários, por exemplo. Já mais velho, joguei Guardian’s Crusade e Breath of Fire IV junto com um primo meu (penando para entender o inglês bizarro de um dos personagens deste último). Ou seja, jogar um jogo single player com mais pessoas não se limita ao básico revezamento de controle (cujas regras variam do “cada fase um” até o “cada vida um”, ou qualquer mistura de ambas). Imagino até que em jogos deste estilo, de exploração como RPGs e Adventures, isso seja ainda mais comum, embora com um revezamento de controle mais restrito. Vou usar um jogo recente para ilustrar porque tem as características mais claras do que quero dizer.

Joguei Fatal Frame em três pessoas. Meu cunhado conduzia a personagem pelo controle, eu traduzia as falas, textos e documentos do inglês para eles e minha noiva sugeria locais para irmos e se preocupava com a resolução dos quebra-cabeças. Os três, claro, davam pitaco na área um do outro, mas deixavam que cada um tivesse alguma “autoridade” naquilo que era melhor. E funcionou muito bem. Por vezes minha noiva ou eu assumíamos o controle, mas nenhum de nós pegou para jogar sozinho até que finalmente o tivéssemos terminado pela primeira vez. Percebam que isso passa longe daquela idéia comum de que em um game para um jogador é sempre “um de cada vez” que joga como se somente jogasse quem tem o controle em mãos. Claro que é perfeitamente possível que alguém somente assista você derrotar Kefka somente usando expressões como aquelas que dizemos quando assistimos a um filme ou uma boa peça de teatro. Mas mesmo assim, quando essa pessoa se coloca como espectador, fica bem claro que não estamos “jogando sozinhos” por assim dizer.

O que estou afirmando? Que um game que coloca em sua contracapa os dizeres “para um jogador” oferece uma regra que pode ser burlada sem que haja prejuízo qualquer do jogo. Atiçando um pouco mais a discussão, não seria uma trapaça (cheat) jogar um game que chamamos de single player com mais de uma pessoa na sala? Afinal, o jogo não foi construído para ser jogado dessa maneira.

É preciso que pensemos em jogos que oferecem possibilidades de mais de um jogador. Não digo aqueles jogos em que é possível jogar com mais um, dois ou três amigos, mas que podem perfeitamente ser jogados sozinhos. Exemplos não faltam; qualquer game de briga de rua serve para ilustrar isso que quero dizer. Podemos jogar Streets of Rage em dupla ou sozinhos; o game oferece essa dupla possibilidade. Mas quero que pensem um pouco além disso: jogos exclusivamente desenvolvidos para serem jogados por muitas pessoas. Poderiam pensar em diversos que exigem a “presença” de múltiplos jogadores para que possa acontecer. Contudo, alguns deles oferecem de bandeja a possibilidade de estes outros “players” serem controlados pelo computador. Um exemplo bem simples poderia ser o Mario Party para Nintendo 64 que demanda certo número de jogadores, mas permite que se jogue “sozinho”.

E se expandirmos ainda mais essa ponderação e chegarmos, finalmente, aos Massively Multiplayer Online Games (MMOGs)? A própria classificação desse tipo de jogo presume a presença simultânea de diversos jogadores em um mesmo mundo de jogo. Embora a ideia seja antiga, Ultima Online foi aquele que mais fomentou esse tipo de jogo. De modo que existe até hoje uma designação ainda mais usada que MMOG: Massively Multiplayer Online Role-Playing Game (MMORPG). Esta sigla, inclusive, é às vezes mal utilizada em jogos que não poderiam ser descritos como RPGs, mas que são “maciços”, multiplayers e onlines também.

Este tipo de jogo, paradoxalmente, é mais comumente jogado sozinho. Às vezes para conseguir uma habilidade única, uma arma especial ou algo do tipo não é necessário se filiar a outros jogadores para cumpri-las. Claro que existem aquelas quests que só podem ser cumpridas com vários personagens. O próprio Phantasy Star Online possui quests que só podem ser concluídas por quatro jogadores (para desespero daquele que, desavisado, começa uma quest assim sozinho até chegar em uma rota que requer quatro botões pressionados simultaneamente). Mas não são “quests obrigatórias” por assim dizer. É perfeitamente possível jogar Phantasy Star Online sozinho; e não me refiro aqui ao modo offline das versões para Dreamcast e PC, ou da opção “single player” do Blue Burst. Da mesma forma, World of Warcraft pode ser jogado sozinho, embora seja praticamente impossível que um jogador solitário supere uma quest que exija quarenta ou cinquenta jogadores.

É isso. Não quero concluir nada hoje. Somente deixar as ideias voarem para que pensem um pouco e façam, como sempre, suas ricas contribuições no campo mais importante da Academia Gamer: os comentários. Aqui vocês jogam junto comigo, com as ideias e com as palavras; não são meros espectadores. Não o são para mim e não devem ser para vocês mesmos.

Até o próximo post!

Academia Gamer: Quebrando regras fundamentais nos games?

32 ideias sobre “Academia Gamer: Quebrando regras fundamentais nos games?

  • 23/11/2010 em 10:45 am
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    Taí um interessante questionamento a ser levantado.

    Nos casos do RPG’s, no entanto, há aqueles que podem ser “jogados” por mais de um ( ao menos, mais de um com o joestick) como Secret of Mana e seus precursores. Neste caso, o próprio game é adaptado pra isso, por se tratar de um RPG ação e as batalhas serem mais… dinâmicas.

    Outro caso a se analisar, por exemplo, é nos RPG’s que permitem que outro joystick acoplado também controle o jogo, não sei dizer todos que permitem isso, mas já joguei assim Earthbound e Final Fantasy VIII. O jogo corre normalmente, qualquer um dos dois controles pode executar qualquer ação, como andar, conversar, chamar o menu… Cabe aos jogadores, então, combinarem quem vai controlar o personagem andando pelos cenários e na batalha quais personagens ficarão a critério de quem. (Eu ficava com o Zell em FFVIII, adorava o Limit dele =p)

    Ótimo texto!

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  • 23/11/2010 em 11:34 am
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    Eu sempre jogo jogos single players com mais de um jogador. Eu e meu namorado já terminamos vários jogos como Metroid Fusion, Super Metroid e Mario RPG juntos. E cada um de nós considera que zerou. As produtoras deveriam pensar nos espectadores. Por isso, sempre me pergunto o porque dos portáteis não terem saída para TV. Não tenho a intenção de jogar na tela grande, mas quero que outras pessoas possam assistir.

    Será que esse é um costume brasileiro?

    Adorei o texto! Parabéns!

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  • 23/11/2010 em 12:03 pm
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    Vou dar meu ponto de vista aqui. Acho que há uma “distorção” sobre os jogos “Single Players”. Lembro até hoje do meu Atari 2600 da Polivox, cuja a caixa na parte de trás tinha a foto de uma família jogando o aparelho. Desde o “Tennis for two” que foi feito por um físico para ser jogado através de um ociloscópio, os jogos eletrônicos (e porque não outros jogos, sejam esportivos, tabuleiros, cartas e etc.) foram feitos desde o princípio para a interação e divertimentos das pessoas, principalmente em grupo.

    Quando vejo a informação “para um jogador”, leio alí uma restrição técnica. Alí pra mim diz que “somente um pode controlar o game”. Não diz impedimento de jogar. E não creio que nenhum desenvolvedor do presente ou do passado chegou a cogitar a idéia de restringir o número de jogadores (indiretos) de um jogo. Isso não existe.

    Podemos afirmar que os jogos são a evolução das rodas de cantigas, como essa evolui do diálogo entre os seres humanos, assim que passamos a andar em pé. E isso é uma constante universal. Todos os mamíferos brincam (jogam). Peixes, insetos, bactérias, virus, todos interagem e através desta interação jogamos o jogo da evolução.

    Se existe Deus, seu plano é pra ser jogado. Não seguido. Falow!

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  • 23/11/2010 em 12:35 pm
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    Na contramão do seu artigo (jogos para 1-player jogados em mais pessoas), lembro de minha experiência com o Super Monaco GP do Master System.

    Jogando sozinho, o adversário mais difícil de ultrapassar é o “Player 2” controlado pelo computador. O que eu fazia?

    Punha para jogar em 2 jogadores, só usava meu controle, deixando o controle 2 sem ninguém. A corrida ficava mais fácil, mas ao final dela eu tinha de completar as voltas com o controle 2. 🙂

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  • 23/11/2010 em 1:05 pm
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    Isso me lembra de quando eu era moleque e jogava o Jogo da Vida diariamente com um amigo. Num determinado momento começamos a inventar regras… fizemos talão de cheque, cartão de crédito, e invertemos o bônus por filhos (em vez de ganhar dinheiro por cabeça, você perdia, porque tinha que sustentar a garotada).

    Depois de muito jogar F-Zero, um dia decidi zerar o jogo de cabeça pra baixo. É, eu lá, em cima da cama, de ponta cabeça, com as costas contra a parede, zerando todos os campeonatos 🙂

    O lance específico de dois jogadores que mais me lembro foi com Phantasy Star III. Aluguei com um amigo, ele dormiu lá em casa. A gente tinha que devolver o jogo no dia seguinte, mas tava quase zerando, então jogamos noite a dentro, nos revezando: um jogava, o outro dormia. De hora em hora a gente trocava.

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  • 23/11/2010 em 2:22 pm
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    Quanto à questão do “jeitinho” que os jogadores dão para tornar multiplayer o que deveria ser singleplayer, é a capacidade do ser humano de se adaptar à algumas condições. Não é porque se estivesse escrito na caixa do Alex Kidd em questão “Para 1 jogador sem revezamentos etc, etc e etc” que seguiríamos a regra à risca ! Seria um horror e aí sim os games seriam de um jogador seriam completamente solitários.

    Podemos ver algo semelhante nos jogos de tênis onde é regra que a torcida se “comporte”, apenas aplaudindo e vemos que de uns anos para cá as torcidas passaram à interagir mais com o jogo (principalmente os brasileiros !), e isso torna o jogo mais emocionante, pois o atleta tanto pode sofrer a influência negativa quanto positiva dessa interação com o público. Isso cria uma dificuldade à mais no jogo, pois um atleta repudiado teria de ganhar a simpatia da torcida ou mesmo um atleta em alta com a torcida podeira isso à seu favor para desestabilizar o oponente psicológicamente falando.

    É bacana você jogar e ter uma torcida te estimulando à não desistir e vencer um chefe final ultra difícil. A mesma partida sozinho vai ter uma emoção completamente diferente.

    Lembro de quando Moto Racer no PC de um amigo. Era, o dono do PC e mais um passando tardes trancafiados no quarto dele tentando um bater o recorde do outro. E o negócio tava ficando profissional, os recordes já estavam ficando imbatíveis aonde as diferenças eram de milésimos de segundo. E rolava muita zoação porque jogávamos numa pista que dava para correr o tempo inteiro sem usar o freio, e aí quando um usava, era a maior zoeira. Muito divertida essa época. Detalhe : O game tinha um modo de campeonato bem legal, então dava para jogar no revezamento numa boa, dava para linkar dois PCs (Mas para gente era inviável pq era muito trabalho). Enfim, burlamos a regra principal e criamos um modo de jogo em cima dessa regra.

    Esses games de um jogador, por sinal nos permitem até mais liberdade do que mutios para criarmos nossas próprias regras. Um RPG on-line já não dá porque as regras são bem rígidas : É dinheiro de verdade, jogadores necessários, tempo livre à disposição… Acho que deve ser at´por isso que não sou muito chegado à games on-line. Prefiro o revezamento de uma boa partida de Doom ou Mario Bros.

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  • 23/11/2010 em 2:29 pm
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    Malz aê, apaga o post anterior que tá todo bagunçado, fazer duas coisas ao mesmo tempo é fogo !

    Quanto à questão do “jeitinho” que os jogadores dão para tornar multiplayer o que deveria ser singleplayer, é a capacidade do ser humano de se adaptar à algumas condições. Não é porque se estivesse escrito na caixa do Alex Kidd em questão “Para 1 jogador sem revezamentos etc, etc e etc” que seguiríamos a regra à risca ! Seria um horror e aí sim os games de um jogador seriam completamente solitários.

    Podemos ver algo semelhante nos jogos de tênis onde é regra que a torcida se “comporte”, apenas aplaudindo e vemos que de uns anos para cá as torcidas passaram à interagir mais com o jogo (principalmente os brasileiros !), e isso torna o jogo mais emocionante, pois o atleta tanto pode sofrer a influência negativa quanto positiva dessa interação com o público. Isso cria uma dificuldade à mais no jogo, pois um atleta repudiado teria de ganhar a simpatia da torcida ou mesmo um atleta em alta com a torcida poderia usar isso à seu favor para desestabilizar o oponente psicológicamente falando.

    É bacana você jogar e ter uma torcida te estimulando à não desistir, e forçá-lo à vencer um chefe final ultra difícil. A mesma partida sozinho vai ter uma emoção completamente diferente.

    Lembro de quando jogava Moto Racer no PC de um amigo. Era eu, o dono do PC e mais um amigo passando tardes trancafiados no quarto dele tentando bater o recorde um do outro. E o negócio tava ficando profissional : Os recordes já estavam ficando imbatíveis aonde as diferenças eram de milésimos de segundo. E rolava muita zoação porque jogávamos numa pista que dava para correr o tempo inteiro sem usar o freio, e aí quando um usava, era a maior zoeira. Muito divertida essa época. Detalhe : O game tinha um modo de campeonato bem legal, então dava para jogar no revezamento numa boa, dava para linkar dois PCs (Mas para gente era inviável pq era muito trabalho). Enfim, burlamos a regra principal e criamos um modo de jogo em cima dessa regra. Era a “nossa” versão de Moto Racer !

    Esses games de um jogador, por sinal nos permitem até mais liberdade do que muitos games por aí para criarmos nossas próprias regras. Um RPG on-line já não dá porque as regras são bem rígidas : É dinheiro de verdade, jogadores necessários, tempo livre à disposição… Acho que deve ser até por isso que não sou muito chegado à games on-line. Prefiro o revezamento de uma boa partida de Doom ou Mario Bros.

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  • 23/11/2010 em 4:48 pm
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    Eu confesso que as vezes sou meio xiita em relação a regras de jogos de baralho e tabuleiro. Sou bem purista nesse aspecto, por exemplo me recuso a jogar UNO com minha irmã pois ela joga com uma regra inventada que não está no manual do jogo. Acredito que mesmo nos esportes amadores as regras devem ser respeitadas pois senão vira qualquer coisa menos jogo, sou meio radical nesse aspecto.

    Em compensação nos videogames quando mais novo, ao jogar com amigos era bem comum invertarmos desafios, por exemplo no Syphon Filter 1 do PSX tem uma fase com lasers nas paredes que matavam ao se encostar e um interruptor na parede que os desligavam. O desafio era ir correndo em direção ao laser, rolar e atirar no interruptor sem usar a mira e apenas com um tiro. Acho que todo mundo que joga videogame em grupo acaba inventando esses tipos de desafios, no final das contas acaba agregando valor ao jogo, é como um jogo dentro do jogo.

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  • 23/11/2010 em 5:01 pm
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    Interessante, na época em que jogava em consoles, eu revezava com um amigo no Phantasy star II de duas maneiras…:

    As vezes um ganhava níveis enquanto o outro se dedicava a vasculhar os labirintos;
    Quando um passava de um maze, o outro assumia o próprio save game enquanto o outro (O que passou do Maze) ficava falando a rota pra vencer o mesmo.

    Era legal!

    Já esses tempos, as vezes eu coloco um game do Sonic emulado num Gen e aí eu uso uma das teclas F9, F10, F11 pra retirar cenários ou personagens, aí eu vou “metade as cegas” num jogo da SEGA.

    Era bizarro!

    As vezes, em locadoras, rolava uns desafios meio Bizarros, como por exemplo passar de uma fase de um jogo (Ou ver quem vai mais longe numa fase) jogando de olhos vendados, as vezes também rolava duelos a dois no Street Fighter do SNES sendo que cada jogador jogando com uma mão apenas (A esquerda). Ainda no Street Fighter, ou no World Heroes ou no Art of Fighter, cobríamos com fita ou com pano as barras de Life e íamos sem saber o quanto faltava pra qualquer um perder a luta.

    Era divertido.

    Esse negócio de passar o controle rolava em qualquer tipo de jogo mesmo sendo de um jogador ou multiplayer. Em jogos de aventura ou luta, iamos passando o controle a cada vida, fase ou round.

    No Final Fantasy VI Existe um mult player embutido nele pra dois jogadores (Em Joystick diferentes) onde cada jogador controlava um personagem só nas lutas. Esse eu confesso que não gostava muito, mas já tinha esperimentado.

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  • 23/11/2010 em 6:30 pm
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    Boa análise… mas tenho que dizer que o comentário do Gagá foi muito erótico: “[…]um amigo, ele dormiu lá em casa.[…]noite adentro, nos revezando[…]De hora em hora a gente trocava.”. Olha lá Gagá! Isso é um não é um blog de família?

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  • 23/11/2010 em 8:12 pm
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    Discordo do Senil em um ponto: não sei se os espectadores são de fato jogadores…no caso do exemplo de jogar Fatal Frame em três (será que doeu? Não se deve jogar as coisas em outras pessoas!) são de fato três jogadores, mas dois de vocês eram na verdade “meta-jogadores”, estavam de fora do jogo pois precisavam de um terceiro mediador para fazer a jogada de vocês andar. Mas isso dá muito pano pra manga…

    Tenho uma história muito legal sobre Final Fantasy VII. Eu fui o primeiro dos meus primos a ter um PSOne, mas não quis comprar o famigerado jogo. Um primo meu no entanto estava com tanto afã de jogá-lo que comprou antes mesmo do console! No fim das contas éramos três primos jogando (eu pegava emprestado do primo que comprou antes, pois ele estava mais avançado no game que eu). Jogávamos e cada vez que descobríamos algo novo logo comentávamos com os outros como poderíamos fazer tal combo com as matérias ou que estratégia usar para derrotar aquela outra weapon. E quando nos juntávamos revezávamos, cada um com seu save, que estavam em partes diferentes do jogo e todos dávamos pitacos.

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  • 23/11/2010 em 10:48 pm
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    Ótimo texto!

    Nunca pensei nisso antes: o fato de que jogos “1 player” serem jogados com 2, 3 ou mais jogadores ao mesmo tempo. Ampliei minha visão sobre videogames e diversão agora.

    De certa forma, a pessoa que tem a posse do joystick setia o “piloto” do jogo: cabe à ela realizar os movimentos necessários. Acho que dá até pra usar como exemplos After Burner, Desert Strike e Ace Combat: num grupo de amigos, vc pode ter um piloto, e também uma equipe auxiliando na jornada, como navegadores observando o mapa, outra pessoa focando na munição… putz, muita gente deve ter participado de uma frota sem tocar num joystick, se divertido com isso e nem notado!!!! hehehe

    Nós temos a falsa impressão de que somente quem está com o joystick está se divertindo… Mas, analisando friamente, após ler essa ótima análise do Senil, eu percebo que não é bem assim: me lembrei da primeira vez que joguei Master System na casa de um amigo que tenho até hj (20 anos!). O jogo foi Double Dragon, eram uns 5 amigos, e revezávamos os controles.

    O que percebi agora é que, durante os minutos em que eu esperava a minha vez, eu me divertia. Eu estava ansioso, eufórico. Eu delirava com o quebra-pau que meus amigos estavam fazendo contra a gangue inimiga.

    Obrigado, Senil: acabei de notar que em 1990 eu me diverti MUITO mais do que a nostalgia me lembrava hehehe

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  • 24/11/2010 em 12:33 am
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    @Aglio
    Yep. Sem dúvida. Eu nem levantei muito essa questão porque vários RPGs que joguei com amigos e parentes (e que tinha opção de usar dois controles), optávamos por um só. E hoje em dia, por uma questão de falta de tempo mesmo, acabo jogando esse tipo de jogo sozinho mesmo. Uma pena, claro. Alguns jgoos são mais divertidos quando jgoados em grupo.

    E RPG-Ação é legal jogar com mais pessoas; melhor que RPGs de turnos pelo menos. hehehe

    @GLStoque
    Com certeza; eu considero que terminei um jogo que experimentei até o final com várias pessoas. A experiência não é diminuída por conta disso. Levantou a questão dos espectadores, mas vou falar melhor disso em um outro comentário mais abaixo.

    Quanto à sua questão, acho que não chega a ser um costume brasileiro. Mas acho que é um costume que está se perdendo. Nós aqui “mais velhos” podemos até encarar isso como normal. Mas para a geração mais nova, “jogar em grupo” é um modo multiplayer “comum”. RPG em grupo é Diablo 2 via LAN (por Hamachi provavelmente) por meio de microfone; ou World of Warcraft e um pequeno exército de quarenta desconhecidos. É diferente; não sei se é melhor ou pior, mas é o que percebo.

    Seria muito bom jogar portáteis na TV. Tem muito jogo exclusivo para este tipo de consoles que valeriam uma jogatina em grupo (não baseada somente na troca de controle/sistema ou em vários PSPs no mesmo lugar) com certeza.

    @piga
    Yep. Inclusive a minha crítica àqueles que afirmam que o videogame isola e que eles são individualistas parte daí: o primeiro game lançado era para duas pessoas (sem contar as pessoas ao redor olhando e esperando sua vez).

    Talvez, inicialmente, tenha sido um aviso técnico como falou (talvez para informar quantos controles seriam necessários). Mas acabou virando mais um parâmetro no desenvolvimento. Não acho que as produtoras pensem, como pensavam antes, em uma galera unida jogando alguma coisa no mesmo cômodo. Algumas talvez, mas mesmo generalizar isso para um console (dizendo que o Wii só tem jogos “família”) acho que seria precipitado. É algo a se pensar, sem dúvida. Não digo como medida restritiva do jogo (do tipo “só dois jogadores, heim?!”), mas como premissa de jogo.

    Alguns jogos existem para serem jogados sozinhos; outros em dupla; outros em grupos. Mas mesmo essa regra de número de jogadores pode ser ampliada (ou diminuída) dependendo do caso.

    Quanto aos exemplos que deu (evolução etc.), existem coisas que chamamos de jogo porque se parecem com um e não porque o são de fato. O que não é incorreto. Podemos dizer que uma paisagem é risonha não porque o seja de fato, mas porque ela tem algo a ver com o riso. A mesma coisa com o jogo. contudo, concordo plenamente que jogamos com muitas coisas enquanto estamos em um jogo (sejam pessoas ou os mais variados objetos). Nunca é algo puramente isolado. Mesmo naquilo que chamamos de “jogos de imaginação”, brincamos com imagens, com ausências e com construções possíveis e impossíveis de sons, odores e tato.

    Quando fala de Deus, muitos autores consideram (e eu sou um deles) as religiões como jogos. E são mesmo. Existem regras a serem seguidas (que parecem tolas para quem está “fora do jogo”), esperanças de encerramento e lutas para se manter em jogo já que muitas coisas podem nos tirar dele. Além da própria seriedade que é essencial ao jogo e que é praticamente uma premissa de um religioso qualquer (inclusive ateus – afinal de contas, precisam afirmar sua negação e se manter nela). Na verdade, estudar games e jogos me fez perceber esse tipo de caminho mais claramente e a levar isso tudo mais a sério do que levava antes.

    @Marcelo Paschoalin
    huahuahuaha Ótimo exemplo! É algo que nunca fiz, mas que não é uma má idéia. hehe

    @Orakio Rob, “O Gagá”
    hehehe Não cheguei a jogar nada de cabeça para baixo, mas já mudei várias regras em jogos também. Acho perfeitamente normal esse tipo de coisa; e natural. Nem mesmo os esportes deixam de mudar suas regras com frequência ou de, pelo menos, questioná-las de vez em quando.

    @Flávio de Oliveira
    Não ficou confuso não! hehe

    Ótimo exemplo sobre um jogo de tênis. Inclusive porque um dos autores que me fundamento para falar de jogo (um psicólogo holandês chamado Buytendijk) usa este mesmo exemplo. Ele quem dá a “dica” de que os espectadores em um jogo dessa participam o tempo todo, basta você ver o movimento de suas cabeças seguindo a bola. Não acho que seja uma questão de “mais” ou “menos” interação (odeio esse termo na verdade hehe), mas de diferentes modos de jogar. Vou falar mais especificamente de espectadores em outro comentário abaixo. Siga lendo. hehe

    Legal essa sua experiência também. Eu fazia algo assim com Daytona USA do Saturn (que era para um só jogador também). ficava tardes inteiras jogando e um batendo o recorde do outro. nem ficávamos nos zoando, mas sim incentivando um ao outro; assim, o desafio a cada troca de controle aumentava para o outro jogador. Muito bom!

    Também não sou fã de jogos online. Jogo somente aqueles que permitem ou exigem grupos menores para jogar com meus amigos mais chegados. Não faço questão de jogar com várias pessoas ou ficar só vagando em um mundo imenso. hehehe Nada como jogar Sonic CD em três pessoas, bravas porque você não conseguiu melhorar o futuro de cada Zone. huahuahuaha

    @João do caminhão
    Seguir as regras à risca não é algo ruim. Estão aí para isso mesmo. Só que mesmo em esportes elas estão em constante mutação. Tanto imediatas (conforme necessidade do momento) como por meio de decisões de comitês e coisas assim. Por exemplo, combinou de jogar vôlei com um pessoal na praia; só apareceram cinco pessoas e o cara que ia trazer a rede não veio; o que fazem? Jogam com alguma regra inventada na hora (geralmente fazendo uma roda e um passando a bola para o outro). Ainda é vôlei, mas diferente. E futebol também; muda a bola, o tipo de punição etc. por meio de decisões, da FIFA e coisas do tipo. Naõ acho que seja um crime alterar as regras quando a idéia e tornar as coisas mais equilibradas em jogo.

    Embora concorde que isso é mais fácil de acontecer em jogos eletrônicos. Mudanças de regras oficialmente em outros tipos de jogos são bem mais lentas e às vezes nem mesmo ocorrem (ou ainda não ocorreram). Mas as “extra-oficiais” acontecem com freqüência igual; provavalmente para manter a diversão. Quem muda regras só para ficar fácil de jogar algo, mudou o jogo para que ele deixe de ser jogo. E nisso eu concordo com você também. As regras constituem o campo em que o jogo ocorre; é uma fronteira “espiritual” (não no sentido religioso), similar a marcas físicas no gramado.

    @J.F. Souza
    Caramba, jogar com uma mão só?! Jogar vendado?! huahuahuahaha Desafios extremos esses. hehehe

    Revezar em jogo de luta é bem comum. Eu fazia isso com um primo meu. Em KOF, cada um escolhia seu personagem preferido e um terceiro para revezarmos caso precisássemos utilizá-lo.

    @Ondinha
    huahuahuahauha Bem pontuado. Vamos ver o que ele fala. hehe

    @Gorin
    huahuahauhauha É que falar “de três” pode levar à piada corriqueira quando falamos em games para quatro jogadores. hehe

    Esse é um ponto importante que levantou (sobre os espectadores). Quando comecei a estudar games pensava justamente isso(notem que há muitos temros a seguir que não gosto e que já repeti várias vezes aqui pelos comentários nesta coluna hehe Mas era como pensava mesmo): que havia pouca interação destes que somente observavam um jogo; era como se vissem um filme enquanto que quem tinha o controle nas mãos era um jogador de verdade. Mas fui “forçado” a mudar de opinião quando comecei a estudar teóricos do jogo e fui deixando de lado estudiosos de games (que teimam em bater nesta mesma tecla). Vou até ser meio longo… Tinha planejado uma coluna sobre isso, mas acho pertinente adiantar um pouco disso aqui.

    Gadamer (um filósofo bem contemporâneo) fala que o campo do jogo é fechado e “fora” (na verdade, dentro, mas tudo bem hehe) do mundo “normal” que vivemos todo dia. Contudo, alguns jogos deixam cair uma de suas paredes permitindo que outros observem o jogo. Assistir uma partida de futebol é jogar junto com eles. Claro que os jgoadores em campo não estão (e talvez nem devam estar mesmo) nem aí com vocês, mas vocês está “lá” com eles. Vocês sentem a bola, vibram, se emocionam, xingam etc. Isso é “estar em jogo”. Nem mais e nem menos que aquele que controla a bola com seus pés lá embaixo.

    Todo jogo tem essa característica de “representar” (ou apresentar) alguma coisa. Tanto é que alguns jogos tem essa representação como a própria tarefa do jogo. Ou seja, em tais jogos, o objetivo não é simplesmente jogar com alguma coisa, mas jogar para alguém. Neste ponto, podemos dizer sem sombra de dúvida que o jogo se tornou em espetáculo. Em uma peça de teatro, as cenas não são feitas para os jogadores-atores e o jogo não “se realiza” neles por assim dizer; somente nos jogadores-espectadores que encontra seu sentido. O mesmo acontece com filmes e qualquer outra arte (pinturas, música etc.)

    Claro que isso não impede que o jogador-ator esteja envolvido com o jogo e o leve a sério. Mas ele sabe que sua função naquele jogo é levar o espectador ao “arrebatamento” característico em todo jogo.

    Lembrando que Gadamer é alemão e que, provavelmente, essa discussão faz mais sentido (embora seja igualmente confusa) porque, como no inglês, uma só palavra e seus derivados fala disso tudo: Spiel. Outra coisa é que Gadamer só fala de jogo porque quer discutir, veja só, a questão da obra de arte. Para ele, admirar um quadro é um jogo porque ele nos convida a “entrarmos” nele, a nos “divertir” (ou seja, sair do caminho “normal”) nele. E a arte, por ser representativa, é um jogo representativo. Não é diferente de um jogo, só tem essa especificidade de se realizar e ter seu sentido em um espectador e não em quem “cria a obra”, por assim dizer.

    E o que isso tem a ver com games? Simples. Mesmo se alguém só observa, mas está realmente envolvido com o jogo que um companheiro qualquer assume o controle, está jogando do mesmo jeito. Está se divertindo e se lançando a um outro mundo. Tanto que tive que repensar minha crítica também a jogos que têm mais cenas de CG que qualquer outra coisa. hehe Por mais próximos de filmes que sejam, por mais que exijam que sejamos espectadores, não deixam de ser jogos por conta disso.

    @Leo S.
    hehehehe Bons tempos mesmo. Fazia isso direto quando mais novo. Hoje esse tipo de coisa é bem rara (geralmente em meus aniversários ou encontros esporádicos com alguns amigos mais chegados).

    @Elielson
    hehehe Exatamente. Joguei muito After Burner com meu irmão. Inclusive, hoje nem chego tão longe como quando tinha cinco anos; provavelmente por conta disso. hehehe

    Com certeza outros que estão ao redor podem se divertir do mesmo modo. Experimentam um mesmo jogo de jeito diferente. Mesmo a espera por sua vez, como disse muito bem, é divertida. Não só pelo anseio de “jogar logo”, mas por estar lá jogando com seus amigos também.

    Disponha cara. hehe Espero continuar ajudando cada um de vocês a refletir. A idéia da coluna é mais essa mesmo.

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  • 24/11/2010 em 9:03 am
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    “1 Vida ou uma Fase”
    Desde sempre, essa foi a regra para jogos single-player em casa ou na de amigos, que permitia estarmos todos juntos e jogarmos ao mesmo tempo.
    O video-game sempre foi um agregador para mim.

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  • 24/11/2010 em 9:09 am
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    Entendi seu ponto Senil. Ainda não sei se concordo totalmente, mas aí vem uma discussão sobre o conceito de jogo e jogador, provavelmente não cabe aqui…
    Acontece, vou falar ainda assim! hehehe A questão é da experiência. Quem acompanha uma partida (seja apenas como espectador ou como “auxiliar técnico” do, digamos, “controlador”) é diferente da experiência do “controlador”. Não que seja melhor ou pior, mas não sei se podemos chamar essa experiência de jogo. Da mesma forma com os espectadores de futebol; jogar é uma coisa, ir ao estádio é outra, assistir em casa é outra, ir em um bar tomar uma cerveja com os amigos assistindo é outra ainda. São todas essas experiência de “jogar”?
    Podemos fazer um paralelo com os campeonatos de Street Fighter, por exemplo; os competidores, os espectadores no lugar, os que assistem via streaming ao vivo, os que assistem anos depois no youtube…

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  • 24/11/2010 em 10:27 am
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    Uma coisa que não foi citada aqui mas eu tive a oportunidade de fazer, eu tive uma locadora de games a há quase dez anos atrás e depois do expediente eu e mais um amigo disputávamos quem terminava primeiro Resident Evil 2, só que eu jogava no Dreamcast e ele no PSX, acho que esta situação também se encaixa no contexto.

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  • 24/11/2010 em 11:11 am
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    Acho um pouco de exagero chamar esta “antiga tradição” de quebra de regra, mas é um bom ponto de vista, inclusive este é um hábito comum para mim, minha esposa não gosta muito de jogos, mas adora palpitar sobre aonde ir e o que fazer quando estou jogando, ou as vezes somente assistir, como se aquilo fosse um desenho ou filme.

    Sobre quebra de regras em jogos, não existe exemplo melhor que a “Regra de Ouro” dos RPG’s de mesa, aonde tudo pode ser modificado para melhorar a experiência do jogo.

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  • 24/11/2010 em 11:13 am
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    @Marcelo Gouveia
    hehe Essa regra é a mais comum mesmo. Tem algumas variações, mas era sempre algo assim mesmo. Às vezes a vida não valia porque sabíamos que não íamos morrer com facilidade; ou a fase também não porque haviam cenários longos e outros bem curtos etc. Variava com cada jogo e se já o conhecíamos bem ou não.

    @Gorin
    Com certeza que são experiências diferentes! Só porque chamo elas de jogos, não quer dizer que penso que são iguais. Os exemplos que dei de arte foi pensando nisso. Um filme é perfeito neste sentido. Um bom filme faz você “entrar” nele, você, como se diz, “viaja” e fica absorvido por ele. Ou seja, ele te envolve e você sai um pouco do “mundo real” (por falta de termo melhor). Isso que é jogar. Jogar não é a atividade do jogador quando este está em jogo; jogar não é apertar os botões de um controle ou ver cena a cena de um filme. Na verdade, seria mais correto dizer que nos lançamos em um jogo para que este jogue conosco. O jogo que joga com os jogadores e não nós que jogamos com o jogo. Na verdade, quando estamos muito envolvidos com um jogo (digamos, Phantasy Star), até esquecemos do jogo enquanto tal e nos preocupamos somente com tudo que está em jogo conosco (personagens, árvores, ibnimigos, NPCs, armas etc.). O nome “Phanatsy Star” evoca isso tudo, mas não jogamos com ele e sim com tudo aquilo que ele abarca e com que ele joga (inclusive nós mesmos e outros jogadores que estão junto conosco).

    Quanto aos exemplos que deu (de formas diferentes de experimentar um jogo de futebol), eu diria que todas estes seriam sim jogos. Na verdade, mesmo assistir a uma mesma partida pela TV duas vezes não é a mesma coisa; sabemos bem disso porque com certeza jogamos várias vezes um mesmo game.

    Mas sei que isso é meio complicado (não de entender, mas de chegar em um ponto em que isso fica claro em relação às nossas próprias experiências); principalmente por ser um tanto diferente do discurso comum. Eu precisei de quase três anos de estudo para me acostumar com isso. hehehe

    @Adriano
    Que barato! hehe Eu fazia algo parecido com jogos na época do Mega Drive e Super Nintendo que existiam para ambos os consoles. Não era muito de ver quem terminava primeiro, mas para falarmos a respeito e compararmos diferenças.

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  • 24/11/2010 em 11:15 am
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    @Tchulanguero
    hehe Isso! Exatamente por isso que coloquei com uma interrogação no título.

    A “Regra de Ouro” vale para qualquer jogo. Não só RPGs e games. Às vezes, para manter (ou criar) a diversão, ela é mais do que necessária. E não vejo problema nenhum nisso; desde que não arruine o jogo por completo.

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  • 24/11/2010 em 11:20 am
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    Creio que os video games (tabuleiro e outros tipos de jogos são outra história) não possuem uma regra acerca de quantas pessoas podem desfrutar de um jogo ao mesmo tempo, e sim uma regra técnica de quantas unidades de inserção de comandos (input – pode ser o joystick, um conjunto de teclado e mouse, um manche, etc) podem enviar comandos ao jogo ao mesmo tempo. Na minha opinião, a expressão “player” usada para definir os conceitos de single”player” e multi”player” é infeliz, mas necessária para evitar um enfadonho termo técnico estampado na capa dos games (imagina aquela capa do Alexx Kid escrito “para 1 controle”… ficaria meio confuso).

    O número de pessoas irão aproveitar o jogo é uma questão que refoge à competência técnica dele; ele não precisa (e nem deve) definir isso, sua única obrigação é informar quantas unidades de inserção de dados poderão interagir com o jogo. Por isso, acredito que um game single player jogado por várias pessoas, seja em revezamento, seja cada pessoa controlando parte dos botões do controle ou partes de um controle composto por várias peças (um exemplo: no DDR, em músicas que exigem ações tanto dos pés quanto do wiimote, eu ajudo minha esposa controlando o wiimote enquanto ela dança no tapete), não está quebrando nenhuma regra fundamental.

    A minha resposta para a pergunta que entitula o post é, portanto, “não”.

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  • 24/11/2010 em 11:23 am
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    @O Senil

    Kct, isso que dar ler Gagá Games no trampo meio as escondidas, juro que não vi a interrogação, hwa hwa hwa.

    Nos rpg’s que narro eu sempre mudo as regras de combate, sempre achei elas muito burocráticas. Outro exemplo que lembrei agora era no Mario Kart do Snes, em que eu só começava a correr depois que tomava uma volta.

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  • 24/11/2010 em 11:23 am
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    Complementando meu comment: quebra da regra seria jogar um jogo “singleplayer” e “hackeá-lo” para que dois controles ou mais pudessem enviar comandos para o jogo ao mesmo tempo (exemplo próprio: já fiz isso com Age of Empires II, usando uma gambiarra para que eu e um amigo, em PCs distintos, controlássemos a mesma civilização – nessa situação, combinei com ele que ele controlaria as unidades civis e construções e eu controlaria as unidades militares).

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  • 24/11/2010 em 12:09 pm
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    @Hideto
    hehe Sim, acho que é bem por aí mesmo. E acho que a melhor resposta à pergutna seja “não” mesmo. Quis mais descrever esse tipo de situação que é bem comum e que muitas vezes o pessoal esquece quando vai falar de videogames; afinal é “tão óbvio” que ninguém fala sobre o assunto. hehehe E quem não manja nada de videogame acaba desconehcendo esse aspecto do fenômeno completamente.

    Mas me diga, como raios fez isso? huahuahauha Talvez com uma cooperação assim eu até me interessaria mais por esses jogos de estratégia em tempo real. hehehe

    @Tchulanguero
    Tem regras que são bem chatinhas mesmo… Fora que algumas temos que mudar por necessidade. Por exemplo, uma vez fui mestrar uma variação do sistema Storyteller que ia se passar em uma história que estava escrevendo na época. Só que, quando fui comprar sets de dados, não achei d10 de jeito nenhum. hehe Comprei d20 mesmo e modifiquei algumas coisas para poder usá-los numa boa. E funcionou bem até. hehe

    E ainda conseguia vencer as corridas? huahuahuaha

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  • 25/11/2010 em 4:32 pm
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    @Tchulanguero
    huahuahaha Pelo menos dá para manter algum desafio. Vou tentar isso quando tiver a oportunidade.

    @Hideto
    Ah saquei. Eu nem jogo muito esse tipo de jogo porque sei que ficaria irritado depressa. hehe O máximo que joguei parecido com isso foi Sim City mesmo (o original e o 2000).

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  • 28/11/2010 em 11:11 pm
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    @piga

    Concordo com o Piga. Particularmente acho que espectadores são meros espectadores, podem influenciar sim quem está jogando (no meu caso MUITO negativamente: não consigo me concentrar direito) mas de fato não jogam. E duvido muito que o fato do haverem pessoas acompanhando/assistindo um jogador não passe pela cabeça dos desenvolvedores.

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  • 28/11/2010 em 11:32 pm
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    @mcs

    Lendo seus comentários anteriores, Senil, talvez dê pra se considerar diferentes níveis de interação com o jogo, entre o mero espectador, um incentivador (ou amigo traíra) a um participante ativo na questão logística de decisões do jogador de fato, que tem o controle real do jogo. Mas mesmo assim acho que um game, ao contrário de um jogo de xadrez, envolve controle “físico”, reflexo, reações e decisões instantâneas que necessitam entre outras coisas habilidade.

    Eu até gostaria de ter uma opinião contrária, já que vi com meus próprios olhos meu irmão vencer Battletoads. Seria mais um game para a minha lista de jogos vencidos. 😀

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  • 30/11/2010 em 11:38 pm
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    @mcs
    Nem penso muito em espectadores influenciarem ou não quem está com o controle na mão. Se estão realmente envolvidos com o que vêem, mesmo em silêncio poderiam estar jogando. Mas eu vou tentar falar disso com mais calma em um post mais adiante (provavelmente no ano que vem hehe). Senão ia adiantar muitas coisas e, como sabe que acontece, tem pessoas que não lêem os comentários. hehehe

    huahuahuaha Pode até não considerar que zerou Battletoads (se não ajudou seu irmão por assim dizer), mas não pode dizer que não “jogou” neste jogo se realmente estava envolvido com ele vendo seu irmão jogá-lo.

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