Alex Kidd High Tech World [1989] – Master System

Lembro que aluguei uma vez só esse game e nunca mais toquei nele naquela época. Tudo porque eu fui mais um enganado pela SEGA, que colocava o Alex Kidd em todo tipo de tranqueira virtual, talvez se aproveitando do sucesso de Miracle World. O lance aqui é que a ação foi trocada por texto atrás de texto, com uma pitada de morte por qualquer besteira, resultando em um jogo frustrante ao extremo. Confesso que jamais terminaria isso sem um faq ao lado, então, fui atrás de um para lhes mostrar as fases desse jogo um tanto diferente na série.


Tudo começa com o lançamento de um novo Arcade, na cidade vizinha de onde Alex vive. O moleque orelhudo fica contente em saber da notícia, mas não sabe como chegar até lá. Sua mãe lhe diz que existe um mapa para chegar ao local, só que ele foi rasgado em oito partes. A missão é achar todas as partes e seguir pro Arcade. Uma história pífia, simples e tosca, quando o que todo mundo queria era mais um jogo de plataforma com o personagem mais querido da Sega na época.

Capa, manual e cartucho de High Tech World

High Tech World é basicamente um RPG. No início, ao longo de todo o castelo, temos que procurar pelos benditos oito pedaços do mapa, conversando com pessoas, respondendo corretamente perguntas e saltando uma ou duas plataformas pelo caminho. A primeira coisa a ser feita é falar com o pai de Alex, na sala ao lado. Ele entrega um pedaço fake do mapa, falando com ele denovo, o moleque consegue o primeiro pedaço do mapa, dessa vez o real.

O castelo todo é dividido por escadas e portas, onde devemos entrar e falar com as pessoas. Só que o jogo segue uma ordem pré-determinada de conversações, tendo que o jogador obrigatoriamente falar com as pessoas certas nas horas certas se quiser progredir. Logo ao lado da porta onde o (suposto) Rei Thunder entregou o primeiro pedaço do mapa, existe uma escada que nos leva ao avô de Alex, chamado aqui de James, que lhe lembra sobre o teste que sua professora, Mary, precisa lhe aplicar. Aí começam os problemas pra quem, na época, não sabia lhufas de inglês.

James e Mary, dois dos primeiros encontros de Alex no game

A professora fica no andar de baixo, Alex pergunta se ela não viu nenhum pedaço de papel voando por aí (ele faz a mesma pergunta para todos do local) e ela diz que sim, mas só vai entregar após o teste. A primeira pergunta é sobre a capital do Japão, que é Tokyo. A próxima é sobre o nome da décima quinta fase do jogo Space Harrier. Quem conhece sabe, Space Harrier não é nenhum jogo simples, chegar na segunda fase já é um sacrifício enorme, imagine saber o nome da décima quinta…

Olhem o nível das perguntas....

Enfim, após responder corretamente (Vicel), vem mais uma série de questões, todas de temas variados, inclusive cálculos matemáticos, e etc. Respondendo todas corretamente, ganhamos o segundo pedaço do mapa. Agora vem uma pegadinha nervosa, James entrega mais um pedaço do mapa, mas está queimado. Se você pegá-lo, é game-over na hora! Entenderam o drama do jogo? Qualquer atitude errada, por mais correta que possa parecer, resulta em game-over. Os requerimentos pra pegar esse simples pedaço de papel queimado vão desde usar o telefone no game pra ligar pra um cara chamado Rockwell, até esperar trinta minutos (não reais, lógico) pro cara lhe entregar um item chamado Restorer lá nos andares de baixo. Com ele você consegue deixar o papel queimado no estado original novamente.

Tudo isso por pedaço de papel...

Por essas e outras, o jogo não foi bem recebido e muitos consideram a ovelha negra dos jogos do Alex Kidd, pior ainda que o Enchanted Castle. O próximo pedaço do mapa está lá no primeiro andar, na lata de lixo da cozinha. O quinto pedaço faz parte de um mini-jogo onde Alex precisa adivinhar o nome de 7 meninas. Mas é tudo no chutômetro, já que são todas bem parecidas e as opções de escolha são sempre 3 nomes. Pelo menos não se “morre” ao errar, basta reiniciar o mini-jogo. Se errar, elas apenas avisam “você errou quatro nomes”, ou “três”, ou “dois”, cabendo a Alex tentar denovo até acertar.

Acerte a moça e ganhe a prenda

O próximo fica no relógio do terceiro andar, mas pra isso é preciso pegar uma mini-escada dentro de um vaso no quarto andar, à esquerda. São tantas tentativas e erros que não dá pra julgar quem jogou na época e apanhou feito escravo do jogo. O sétimo pedaço do mapa, por exemplo, fica com uma moça chamada Bárbara, mas antes precisamos falar com John, no terceiro andar. Ele parece ser o bibliotecário, e dará a dica que essa tal de Bárbara estava lendo um livro, e que ele notou um pedaço de papel no meio dele. Mas, como ele não se lembra que livro era, precisamos falar com Bárbara antes. Após a conversa, voltamos a falar com John e ele entrega o livro correto, conquistando o sétimo pedaço do mapa!

O último pedaço requer várias tentativas de conversa com dois personagens, na sala ao lado da Bárbara. No começo eles nem vão estar no local, mas após umas oito tentativas eles entregarão a última parte do mapa. Mas o jogo ainda não acabou, agora vem uma pequena parte de plataformas, coisa bem mínima, mas pelo menos, dá uma variada nessas indas e vindas pelo castelo.

Antes, no entanto, é preciso pegar a asa-delta, que fica em um cofre trancado no quinto andar. A chave está em um vaso no quarto andar, logo, a coisa é mais simples do que se imagina.

O mapa completo e a chave

Depois basta ir até a ponte para Alex usar a asa-delta e sair do castelo. Um password é fornecido, anote-o à todo custo.

Alex partindo de asa-delta e o belíssimo password, cheio de letras maiúsculas e minúsculas

A fase na floresta é dificílima. O controle de Alex nessas fases de ação é satisfatório, mas longe de ser a perfeição que era no Miracle World. Alex pula desengonçado e ataca mais desengonçado ainda. É preciso avançar pelas árvores coletando moedas e matando os ninjas pelo caminho. Se for acertado, volta lá no começo da fase. A segunda etapa é num rio, onde é preciso saltar nas pedras e matar os ninjas que pulam da água. Desnecessário dizer o quanto isso é infernal…

A parte dos saltos no rio é de uma dificuldade absurda...

Após esse pedaço de ação, temos uma cidade. Existem algumas lojas vendendo itens, mas nada aqui será útil, à não ser uma coisa: rezar 100 vezes no templo! Exatamente, CEM vezes é preciso fazer Alex orar no templo. Tudo pra ganhar o Travel Pass e conseguir sair da cidade. Mas o mais impressionante fica pra um detalhe: em uma das casas perto da saída da cidade, existe uma pistola. Você pode pegá-la, mas ao chegar nos portões da saída, um guarda vai pedir o Travel Pass e fazer a revista em Alex. Se ele encontrar a arma, é GAME-OVER! HAHA!

Duas imagens distintas: uma mostrando a oração de Alex, que é preciso ser feita CEM VEZES, na outra, Alex sendo capturado por ter pego uma pistola.... provavelmente de água...

Depois de sair da cidade, é hora de encarar mais uma fase de ação, matando ninjas e desviando dos perigos pelo caminho. A parte final é lotada de minhocas, corujas, gatos pulando e ninjas voando nas árvores e soltando estrelinhas por todo lado. Todo cuidado é pouco e, se eu pudesse dar alguma recomendação, siga sempre por cima das árvores. Atravessando a floresta, Alex finalmente chega ao tão falado Arcade. E ainda elogia: “These Sega games are great!” Pois é Alex, são ótimos mesmo, mas nem todos, infelizmente.

OH YEAH! GREAT!

Assim termina o difamado Alex Kidd in High Tech World, um dos jogos mais difíceis e diferentes de toda a história do moleque que veio do planeta Aries.

Na próxima semana, vamos encarar o último jogo da série, Alex Kidd in Shinobi World! Até lá!

O Maravilhoso Mundo de Alex Kidd, parte 4

21 ideias sobre “O Maravilhoso Mundo de Alex Kidd, parte 4

  • 11/04/2011 em 8:56 am
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    Gostei da análise, mas você disse que: “O controle de Alex nessas fases de ação é satisfatório, mas longe de ser a perfeição que era no Miracle World” .
    Eu estou jogando o Alex Kidd in Miracle World e não acho aquele pulo escroto e escorregadio perfeito! =D

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  • 11/04/2011 em 8:59 am
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    Putz, já joguei muito essa bomba!

    Eu sempre morria de maneira imbecis, como no caso da armadura em que Alex fica preso dentro dela (provavelmente morrendo de inanição ali dentro…)

    Só faltou citar que esse jogo tem um limite de tempo. Se você não conseguir completar o mapa antes do fliperama jogar é Game Over. O que aliás é algo tremendamente estúpido, já que ele poderia ir em qualquer outro dia, ou até mesmo esperar as férias escolares, como faria um criança qualquer.

    A não ser que… Essa não! O jogo quis provar que Alex é uma criança mimada idiota que não aceitaria ir ao arcade em nenhum outro dia a não ser NO EXATO MOMENTO DA INAUGURAÇÃO! Este jogo conseguiu difamar a imagem de um dos mais queridos heróis da geração oito bits!

    Provavelmente foi feito por um espião da Nintendo infiltrado!

    Pobre Alex…

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  • 11/04/2011 em 11:51 am
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    A música é parecida não… É A MÚSICA DO Anmitsu Hime…

    Como a “amada” Tectoy, a SEGA of america pegou o jogo que a matriz japa tinha feito do anime e mudou algumas coisas para poder encaixar o Alex neste game e assim “reaproveitar” o game para o mercado ocidental…

    Assim não é de se estranhar a dificuldade absurda (Japas amam isso!)

    se não acreditam em mim procurem no youtube “Anmitsu Hime sega” ou baixem a Rom! =D

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  • 11/04/2011 em 2:53 pm
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    Caramba fiquei pasmo, esperei uma semana só para ver essa porcaria, ainda bem que só joguei e terminei o miracle world mesmo(ufa)!
    Não é a toa que o coitado do Alex foi deixado de lado, pois as pessoas já estavam cansadas de jogar tanta porcaria estrelada por ele, deve ter sido muito frustante!
    Com esses jogos até o Srº Mario ia pro brejo!
    É de se admirar como a SEGA pega um personagem carismático, popular e manda ele pro saco!

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  • 11/04/2011 em 4:11 pm
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    Encerrei no Master na época, graças ao Saudoso Guia Games.

    O jogo é tosquinho, mas tá valendo. Rezar CEM vezes era uma filha da putice sem tamanho, claro, mas também rolava de tentar subornar o guarda ou comprar um passaporte falso, algo assim. Só que às vezes se era pego, aí PICA PIRU LINGUIÇA meu amigo, game over.

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  • 11/04/2011 em 5:05 pm
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    É um jogo bem cruel esse, pelo menos é bastante original no seu “conceito”. Lembra, de certa forma, aquelas “aventuras-solo” dos RPGs, onde uma escolha errada e a história terminava (eu sempre trapaceava e ia até o fim).

    Aliás, a série Alex Kidd sempre foi muito original. Fico imaginando se resolvessem fazer um novo jogo. Não consigo visualizar um jogo do personagem nos dias de hoje…

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  • 11/04/2011 em 6:01 pm
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    Quando criança nunca conseguir passar do castelo, uma única vez conseguir reunir todos os pedaços do mapa mas não conseguir sair. Anos mais tarde com os emuladores, na cidade descobrir algumas formas de ganhar o passe e ser preso tbm, na loja onde vende arroz o cara pode te vender um passe mais ele é falso, se vc comprar um livro chamado como falsificar um passe tbm será preso, com a pistola tbm, o mais interessante é q numa parte cidade tem uns servos do castelo lá e dependendo das ações eles podem de dar um passe ou te levar de volta para o castelo, na maioria das vezes só achava o passe rezando mesmo. Nunca entendi os criterios dessa parte

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  • 11/04/2011 em 6:57 pm
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    Fuçando na net descobrir umas dica na Vila:
    1 Compre o BackScracher no Antiques Shop e o venda por 1000 no Pawn Shop.
    2 Entre no Burguer Shop exatamente as 14:00 e vc ganhará 1000 golds.
    3 Fale com o servo a direita do templo no horario de minutos 00 e ganhe um passe gratis.
    4 Suborne o guarda do checkpoint por 2000.

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  • 12/04/2011 em 9:11 am
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    Pelo menos a locadora em que eu ia deve ter jogado este jogo, e prevendo que seria frustrante, pelo menos eles colocavam a senha dentro da caixa.
    Não sei se foi um sucesso no Japão, mas típico exemplo de como querem lucro sem esforço nenhum. Nem pra chamarem meia duzia de garotos ocidentais para ver o que achavam do jogo.
    Se pelo menos tivesse mais pistas, até se tornaria um jogo legalzinho.

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  • 12/04/2011 em 12:49 pm
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    A música-tema de Anmitsu Hime é muiuto legalzinha. Baixei ela uns anos atrás. Eu gosto do jogo, mas somente das fases de RPG. Mas dá para entender pq a mobilidade do Alex é ruim nas fases de ação. Imagina o que é para a princesa Anmitsu (Açúcar) pular e atacar com aquele baita vestidão.

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  • 08/08/2011 em 3:15 am
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    Eu joguei esse jogo bem quando foi lançado. Puta merda, vou falar pra vcs..como o inglês não era nada bom, teve um ou outro pedaço de mapa que para mim parecia impossível, como por exemplo entrar 8 vezes na mesma sala. Não achava nada em revista nenhuma, foi quando liguei na própria Tec toy que aí me deram uma ajuda. Se não bastasse todo o trabalho dos mapas as fazes com os ninjas eram mto fodas. Meu irmão e eu sempre comentamos como era bizarro esse jogo, agora vemos que não estavamos sós. Abraço!

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