Olá amigos leitores do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder para trazer até vocês mais uma edição do Recordar é envelhecer! Hoje vou recordar um game do Master System lançado em 1991, que é um dos meus preferidos: Asterix. Tenham todos uma boa leitura e até a próxima!

Introdução

Nascido de uma série de “comic books” francesa escritos por René Goscinny, e que posteriormente virou desenho animado, as histórias da série Asterix mostram a resistência de um pequeno vilarejo de Gália frente ao domínio praticamente global do império Romano. Tudo graças ao uso de uma poção mágica, criada pelo druida da vila, que concede uma força fora do normal para aquele que a beber. O protagonista da série é o baixinho Asterix, que junto com seu amigo grandalhão Obelix, vivem muitas aventuras.

A série Asterix é hoje uma das mais populares do mundo dos quadrinhos, com seus livros já tendo sido traduzidos para mais de 100 línguas diferentes, sendo que grande parte de seu público reside na Europa. Asterix é menos popular nos Estados Unidos e no Japão, mas no Brasil tem uma boa base de fãs. Confesso que quando vi o jogo Asterix do Master System dando “sopa” em uma locadora de games, meu conhecimento sobre a série era bem vago. Mas o game, pela descrição e fotos que haviam na parte de trás do box do título, parecia ser muito bacana, sendo que amigos já tinham me garantido isso, portanto eu prontamente o aluguei. Eu que na época pensava que depois do ótimo Castle of Illusion não veria um game de plataforma do Master no mesmo nível de qualidade, tive que rever meus conceitos…

Sobre o game

A história do game é bem básica: estamos no ano 50 A.C., e a pequena aldeia de Asterix e seus amigos tem sido uma pedra no sapato do império Romano. Mas o pior acontece: o sábio druida Getafix, o responsável pela poção que sempre garantiu as vitórias de seu povo frente ao exercíto romano, foi raptado pelo inimigo! Com o intuito de salvar seu velho amigo, e também garantir que o estoque de poções mágicas não se esgote, o que significaria a eminente derrota de seu povo, Asterix e Obelix partem em uma difícil missão de resgate do velho druida.

Asterix é um ótimo side scrolling que dá a opção do jogador (ou jogadores) escolher entre os dois heróis: Asterix e Obelix, que possuem características distintas. Enquanto o baixinho Asterix é bem ágil, Obelix é mais forte, capaz até mesmo de destruir blocos de pedra com seus punhos, cabeçadas ou “bundadas”. E o mais bacana é o fato que o jogador poderá alternar entre os personagens durante a jogatina, o que acaba trazendo fases diferentes, totalmente adaptadas para as habilidades naturais de cada um dos personagens. No começo o game até “obriga” o jogador a ter que jogar uma mesma fase tanto com Asterix quanto com Obelix, para que ele passe a ter noção de que uma mesma fase nunca será totalmente igual caso se escolha um personagem diferente.

Algo que serve para diferenciar ainda mais um personagem do outro, são as armas secundárias que cada um possui: Asterix é o único que pode utilizar as poções vermelhas, que são explosivas, e servem principalmente para abrir caminho frente aos blocos de pedra que ele não é capaz de destruir com os próprios punhos. Já Obelix por ser mais forte, não precisa usar este tipo de arma, mas é o único capaz de usar grandes pedras como arma secundária. Ambos os personagens podem ainda utilizar poções de fogo, que é ótima para derreter barreiras de gelo; e poções de “cimento”, que são utilizadas para construir seguras mas temporárias plataformas em superfícies líquidas.

A possibilidade de escolher entre Asterix e Obelix, e com isso influenciando diretamente de como cada fase será, só ajuda a aumentar o fator “replay” do jogador, que mesmo após terminar o game uma vez, sentirá vontade de voltar a jogá-lo várias vezes, só para ver como serão as fases se vivenciadas com o outro personagem com o qual ele não as passou na sua primeira jogada. E há ainda um terceiro personagem no jogo, que só aparece nas fases bônus: o simpático cãozinho Dogmatix, fiel companheiro do grandalhão Obelix.

Para chegar nas fases bônus é necessário antes recolher um total de 50 ossos durante as fases. Após fazer isso a fase bônus irá surgir antes que o jogador comece o próximo estágio, onde uma tela mostrará um painel com três figuras de Dogmatix, sendo que cada uma representará um nível de dificuldade: Easy, Normal e Hard. A escolha é na base da sorte, já que o jogador terá que apertar o botão e torcer para que seja selecionada a opção que esteja mais condizente com sua habilidade (ou falta dela).

A fase bônus consiste em estourar balões de várias cores, que valem pontos. A pontuação no jogo é importante, pois a cada 10.000 pontos se ganha uma vida extra. Durante as diversas fases do game também existem outras maneiras de acumular muitos pontos ao encontrar certos itens valiosos no caminho. Alguns tesouros até ficam escondidos em passagens secretas, que é algo que torna a jogatina ainda mais interessante. Itens curativos e até vidas extras (que aqui são representadas pelo característico chapéu de Asterix) podem ainda ser conseguidas pelo jogador que explorar totalmente as fases do jogo.

Em relação aos gráficos, Asterix é belíssimo! O design dos personagens, bem como dos cenários, tudo ficou bem condizente com o universo mostrado tanto nos quadrinhos quanto nos desenhos animados de Asterix. É mais um daqueles games que de tão bem feitos parecem mais um desenho animado que pode ser controlado pelo jogador. Como as fases do jogo se passam em várias localidades do mundo, temos cenários bem diversificados, o que torna a jogatina ainda mais leve e gostosa. Nada de cenários repetitivos por aqui! Tudo é bem colorido na tela, mas sem cores “berrantes” e enjoativas, o que demonstra o bom gosto dos produtores do jogo. Durante a passagem de um estágio para outro, ainda existem belas cutscenes que ajudam a explicar a aventura, e mostrar em qual localidade do mundo os heróis estão.

A animação dos personagem de Asterix é muito boa, e é até interessante notar as reações engraçadas ou o modo de se comportar de alguns inimigos. Alguns pequenos “slowdowns” podem ocorrer se a tela estiver com muitos inimigos, mas isso acontece muito pouco no jogo, o que então não chega a ser um problema sério, ou algo que atrapalhe ou mesmo tire o prazer de quem joga este belo game.

A sonoridade em Asterix também é caprichada: todos os efeitos sonoros são bem bacanas, e estão de acordo com o mundo divertido mostrado nas histórias de Asterix e Obelix, sendo bem parecidos com os de um desenho animado infantil. A trilha sonora então, explora ao máximo o potencial do Master System, e traz para o jogador temas diversos, que vão de músicas alegres, até temas mais lentos e outros já mais agitados, que chegam a dar até mesmo agonia ao jogador!

Algo bacana de ser observado, é o fato de que em uma mesma fase a música pode mudar totalmente, de acordo com a situação vivida: logo na primeira fase do jogo isso é mostrado, com um tema bem leve e “feliz” rolando quando o jogador está na superfície do estágio, mas que muda para uma música mais lenta e “tenebrosa” quando ele visita a área subterrânea desta etapa.

A jogabilidade é boa, com todos os comandos funcionando sem atrasos. Tudo segue um esquema bem simples: o botão 1 faz com que o personagem ataque com socos e o botão 2 faz com que ele salte. Ao pular e depois apertar o botão de ataque, o personagem executará um golpe ainda no ar, sendo esta uma forma de ataque bem útil para todo o jogo, pois é mais segura do que um ataque direto no solo. O botão direcional movimenta o personagem com rapidez na tela tanto para a direita quanto para esquerda, sendo que ainda é possível agachar apertando o botão direcional para baixo.

A utilização das armas secundárias segue um esquema similar aos dos jogos clássicos da série Castlevania da Konami: bastar segurar o botão direcional para cima e apertar o botão de ataque. Só que em Asterix ainda é possível usar as armas secundários do modo inverso, ou seja, segurando o botão direcional para baixo e apertando o botão de ataque. Esta outra forma de utilizar as armas secundárias é bem prática quando o jogador, por exemplo, deseja usar uma poção explosiva com Asterix em um local mais exato na tela, e não simplesmente arremessá-las pelo ar.

Apesar de no começo não parecer, Asterix é um game que traz um bom desafio. Ao avançar o jogador irá perceber que tudo vai se tornando mais complicado, com obstáculos inteligentes e inimigos novos durante as fases. Uma característica interessante em Asterix, é que para ser capaz de passar por uma fase, antes é necessário encontrar uma chave, que normalmente fica dentro de um báu, e que abre a porta final de cada etapa. Nas fases iniciais encontrar esta chave é moleza, mas nas partes finais, a chave fica tão bem escondida que muitas vezes o jogador chega até a porta de saída do lugar sem tê-la encontrado.

Em relação aos chefes o jogo traz poucos confrontos, sendo que o principal será contra um grandalhão, que sempre que vencido dará ao jogador um item no formato de um coração, que valerá então um ponto de vida extra para todo o jogo. Se começa com apenas três pontos de vida, mas até o final do game, o jogador poderá ter até seis, o que ajuda bastante, já que, como já disse, as etapas finais do jogo não são moleza.

Conclusão

Asterix é um dos melhores jogos de plataforma do Master System. É quase um game impecável, pois possui grandes qualidades, e ainda é muito divertido e gostoso de se jogar. Um game que mostra mais uma vez que, se o Master não teve o mesmo número de games do rival NES, pelo menos ele teve alguns games de igual qualidade. Ou até melhores!

Recordar é envelhecer: Asterix (Master System)
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