Recordar é envelhecer: E-Swat (Master System)

Olá amigos do Gagá Games! Aqui é o André Breder trazendo novamente uma edição da coluna Recordar é envelhecer nesta semana! Como falei do clássico E-Swat versão dos fliperamas anteriormente, agora vou recordar a versão doméstica lançada para o Master System deste mesmo jogo, que mesmo sendo inferior ao original, ainda sim foi um grande lançamento para os donos do console de 8 bits da SEGA. Tenham todos uma boa leitura e até uma próxima oportunidade!

Introdução

Um ano após o lançamento de E-Swat: Cyber Police para os Arcades, a SEGA lançou para o Master System uma versão deste clássico jogo de ação policial. Sob o título de E-Swat: City Under Siege, o jogo lançado para o Master é em vários pontos fiel a versão Arcade, mas claro que houve alguns cortes na versão 8 bits, como algumas fases e chefes. Diferente do que muitos poderiam pensar o jogo do Master não é uma continuação de E-Swat: Cyber Police e sim o mesmo jogo, só que em uma versão mais “light”. Era a oportunidade de viver em casa toda a diversão que antes só era possível caso o jogador se dispusesse a se locomover para alguma casa de fliperamas.

Assim como em E-Swat: Cyber Police (Arcade), no jogo lançado para o Master System o jogador, que entra na pele de um corajoso policial, deve livrar sua cidade do crime, que está em nível alarmante, bem próximo do caos! No decorrer do jogo ele poderá ser promovido a membro da E-Swat, uma equipe especial da polícia que faz o uso da mais alta tecnologia na luta contra o crime. Uma diferença que logo é percebida por aqueles que conheceram antes a versão Arcade, é que no Master não existe o modo de dois jogadores, ou seja, desta vez é apenas um destemido policial contra toda uma corja de criminosos!

Em E-Swat: City Under Siege o jogador tem que prender 2 criminosos de alta periculosidade, para então ser promovido a um membro da E-Swat. Quem conheceu o jogo lançado para os fliperamas lembra que neste era preciso prender 3 criminosos para então poder receber a estilosa armadura cibernética, o que acontece é que no Master o terceiro criminoso (aquele maníaco que usa uma ancora com corrente como arma), bem como seu estágio, foram cortados.

Algo que chama a atenção na versão de E-Swat lançada para o Master, é que antes do jogador possuir a armadura especial ele é bem mais vulnerável, tendo apenas dois pontos de vida. Na versão Arcade não era assim, já que tanto sem ou com a armadura, os pontos de vida eram os mesmos.

Ao entrar para a E-Swat o jogador passa então a possuir 6 pontos de vida, e também passa a perder pedaços de sua armadura, assim como no jogo original, só que na versão do Master o jogador pode chegar a perder a armadura inteira, e voltar a ser um mero policial armado apenas com um revólver. De posse da armadura ainda há três tipos de armas secundárias a disposição do jogador, assim como ocorre nos Arcades.

Como no jogo original, em E-Swat: City Under Siege a munição da arma do jogador é limitada, sendo então necessário pegar caixas de munição para ter sempre balas disponíveis. Se o jogador fica sem munição o mesmo terá pelo menos a opção de chutar, mas somente quando o mesmo estiver sem a armadura! Chega a ser engraçado que na versão do Master não se pode chutar os inimigos quando se está com a armadura cibernética, portanto se a munição zerar nestas condições, a única forma do jogador atacar será se o mesmo tiver armas secundárias, caso contrário estará completamente indefeso até que perca completamente sua armadura, para que possa então chutar os inimigos, ou caso encontre alguma caixa de munição! Usar a munição com cautela é extremamente necessário para garantir a sobrevivência neste jogo!

Sobre o jogo

Os gráficos são bons. O design do personagem principal, bem como dos criminosos e vilões estão bem feitos, apesar de serem bem simples.

Os cenários contudo estão bem mais detalhados, e são tão variados como na versão Arcade de E-Swat, sendo que muitos dos que jogaram a versão original irão perceber as fases e cenários que ambas as versões possuem em comum. As cores foram bem empregadas no jogo, estando no nível dos jogos de 2 Mega do Master System.

Os efeitos sonoros são bem feitos. Os sons dos tiros, explosões, etc, tudo está totalmente condizente com o jogo. Não há sons irritantes ou que ficariam nada a ver em um jogo policial. Na versão do Arcade há algumas vozes digitalizadas, algo que no Master seria impossível de se fazer. Mas para alegria dos “sádicos”, a pobre refém do segundo chefe do jogo, assim com acontece nos Arcades, dá gritos quando é atingida pelos tiros do jogador. O som que ela emite não é uma voz digitalizada, mas até que ficou bem legal.

A Trilha Sonora é excelente! Curiosamente a versão de E-Swat do Master System recebeu um maior número de músicas se formos fazer uma comparação com a versão dos fliperamas. E para felicidade geral dos donos de um console de 8 bits da SEGA, as músicas extras são tão boas ou até mesmo melhores que os temas que já eram conhecidos pela versão original de E-Swat! As músicas passam diversos sentimentos ao jogador, que variam de acordo com o momento do jogo.

Os controles são eficientes. Como no controle do Master System existem apenas dois botões para as ações, deve se apertar ambos para acionar as armas secundárias, diferente da versão dos Arcades que possui um botão exclusivo para este comando. A movimentação do personagem na versão do Master consegue ser tão boa ou até mesmo melhor que a do jogo original! Além de se poder fazer todos os movimentos possíveis da versão Arcade (exceto a ação de pular atrás dos cenários), o jogador pode atirar até mesmo nas diagonais, sendo que na versão original só é possível atirar nas 3 direções básicas (cima, esquerda e direita).

E-Swat: City Under Siege possui dois níveis de dificuldade que podem ser escolhidos pelo jogador (Easy e Normal). No modo mais fácil as diferenças são pequenas, sendo que alguns chefes são um pouco mais fáceis e a munição com a qual o jogador começa é bem maior do que no modo normal de jogo. Se por um lado o fato de que o jogador só possui uma vida acaba dificuldade um pouco “as coisas”, a possibilidade de continues infinitos por outro lado acaba amenizando tudo. Outro fato curioso que ajuda bastante a vida do jogador, é que sempre quando se vai enfrentar um chefe ou sub-chefe de alguma fase, a energia do corajoso policial é restaurada por completo. Isso deve ter sido feito por causa da já citada única vida que o jogador possui, pois seria realmente frustrante ter o trabalho de se chegar até um chefe com um único ponto de vida, morrer e ter então que começar tudo de novo.

Conclusão

No fim das contas pode se dizer que o Master System teve uma excelente versão de E-Swat, ainda mais se for levado em conta as limitações do console frente a uma poderosa máquina de fliperama. Curiosamente a versão caseira do jogo conseguiu até mesmo ter algumas vantagens em relação a original (mais músicas e jogabilidade com mais opções), o que só mostra como a SEGA tem mesmo a manha de fazer adaptações e conversões de jogos originalmente lançados para os Arcades, e ainda ir além, inovando sempre que possível. E-Swat: City Under Siege é um jogo de ação que garante bons momentos de diversão, e um dos melhores jogos do estilo para o Master System, na minha opinião.