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Semana passada não teve Cruzada NES porque o Gagá aqui estava entupido de trabalho… e eu continuo entupido de trabalho, então vamos lá que hoje eu vou escrever esta edição da cruzada em tempo recorde!

Finalmente chegamos ao ano de 1986. Nesse ano, a molecada menor de idade enlouquecia com a tremenda sacanagem de Kim Basinger em Nove Semanas e Meia de Amor, enquanto seus pais enlouqueciam com a tremenda sacanagem de José Sarney com o Plano Cruzado. Assim fica fácil entender por que dizem que a infância é uma era de ouro.

Até que o ano começou bem para o Famicom. O primeiro jogo do ano foi TwinBee, shoot ‘em up vertical da Konami com um aviãozinho simpático (ou dois, se você estivesse jogando com um amigo). Para coletar power-ups, você disparava contra as nuvens, e delas saltavam sinos. Disparando um número x de vezes contra os sinos eles mudavam de cor, o que implicava em power-ups diferentes.

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À esquerda, TwinBee mostra que é “fofinho” mas é dureza. À direita, o Famicom Disc System acoplado ao Famicom

Parece moleza, mas o lance dos sinos acrescenta uma baita dificuldade ao jogo. Você tem que se preocupar em atirar nos inimigos e nos sinos ao mesmo tempo até que eles fiquem da cor que você quer. Mas você tem que ir contando os tiros, porque custa para o sino ficar vermelho, mas com um mísero tirinho a mais ele volta a ficar branco e você solta aquele palavrão… muito bom o jogo, eu curto muito.

A Konami começou animada, e no mês seguinte lançou Goonies. Confesso que achei o jogo meio “nhé”… a versão de MSX (que é quase que totalmente diferente, e tem post do Cyber aqui no Gagá Games) é um milhão de vezes mais charmosa e interessante.

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Eu sei o que pode parecer, mas nosso herói não está com gases: os inimigos viram fumaça quando atingidos por um chute. Na versão do MSX, à direita, tudo é muito mais legal. Inclusive a cachoeira :p

No mesmo dia em que saiu Goonies, 21 de fevereiro de 1987, saía também o Famicom Disk System. Ainda tem muito fã de NES que desconhece a existência do aparelho (que só saiu no Japão), então vou explicar brevemente: era tipo um drive para disquetes que você acoplava ao Famicom. Os jogos em disquete eram mais baratos de se produzir, e nos RPGs dava para gravar o jogo num disquete mesmo, ou seja, nada de gastar grana para encaixar uma bateria no cartucho. Havia até um sistema bem básico para som FM, mas nada comparado ao que se via no Master System, por exemplo.

O FDS já foi lançado com um clássico: The Legend of Zelda, que chegou fazendo excelente uso do tal sistema de salvar os jogos em disco. A versão lançada no ocidente veio em cartucho, e foi o primeiro jogo de videogame a incluir uma bateria para salvar seus progressos. Sim, isso significa que na época esse negócio de salvar o jogo era coisa de ficção-científica para os donos de consoles. Zelda foi aquele sucessão que vocês já sabem, e eu fiz um post especial sobre ele aqui, confiram para maiores detalhes.

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Zelda dispensa apresentações. E tudo é fofinho e engraçadinho em Circus Charlie… jogão, rapaz, deixa de ser preconceituoso!

Em março chegou o simpático Circus Charlie… ah, eu lembro de como eu achava o máximo ver esse jogo no arcade… ficava imaginando como seriam as outras fases. Quando meu amigo conseguiu o jogo de NES eu fiquei doido. Gráficos simples e cativantes, musiquinha que não sai da cabeça… muito bom esse jogo, talvez até a sua namorada ache o leão bonitinho e curta também.

No mesmo mês chegava mais um RPG: Hydlide. Muita gente diz que Zelda não é RPG porque o personagem não ganha pontos de experiência ou avança de nível. Se você está entre eles, pode considerar Hydlide como o primeiro RPG de Famicom. Graficamente, chega a ser humilhante comparar um jogo tão simples com o poderoso Zelda, mas até que diverte, e o danado ainda oferece magias e tal. Você ataca os inimigos dando trombadas neles, que nem em Ys, só que é preciso manter o botão de ataque apertado para causar mais dano (senão você fica em modo de defesa).

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O jogo é espartano ao extremo, e pouco convencional. Eu nem imaginava para que servia a primeira magia que eu consegui, “turn”. Descobri tentando matar o vampiro: só de encostar no cara eu já morria, aí tentei usar a tal magia e o sujeito virou para o lado oposto! 🙂 Matei pelas costas, sem dó nem piedade. Confesso que achei o jogo legalzinho, mas é coisa bem rústica, só para fãs hardcore de RPG mesmo. Tinha um cara fazendo um diário de bordo… aqui.

Para fechar, o interessante Magmax. É, eu disse “interessante”, porque o jogo não chega a ser bom, mas tem sacação: você começa com uma nave, e a visão da tela é lateral com inclinação, dando uma sensação de profundidade. Ao entrar por um dos túneis espalhados pela fase, você vai para o subsolo e o jogo vira um shoot ‘em up tradicional, com visão lateral sem inclinação.

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Dá para virar robô também, o que aqui significa que você ganha mais tiros mas fica enorme e altamente vulnerável, rs…

E é isso aí. Semana que vem tem mais, não percam!

Peraí, eu tenho que mostrar uma coisa para vocês:

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Viram? O nome é Tag Team Wrestling. Depois não digam que eu não avisei.

Cruzada NES: palhaços, vampiros e musculosos dançando cancan
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