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“Para quem quer fazer exercícios de reflexão.”

Olá crianças!

Se tivessem que escolher um console, um único console de todos aqueles que conhecem que seria o marco fundamental de uma revolução em toda a indústria dos games, qual seria?

Não falo de uma revolução setorial, somente no mercado de hardware doméstico, mas de uma mudança que orientou toda a produção de sistemas de jogo e games posteriormente.

Provavelmente pensariam em três momentos: o arcade de Pong, o lançamento do Odyssey ou ainda o lançamento do Atari. Mas existe um console que fundou as bases de toda a indústria como a conhecemos hoje, de consoles a arcades, de computadores a portáteis. É um marco desconhecido, mas talvez muito mais importante do que estes outros mais famosos. Até porque é quase regra que os produtos mais bem sucedidos comercialmente geralmente implementam (ou roubam, plagiam etc.) coisas exploradas por artefatos mais originais e, talvez por conta disso, não muito divulgados.

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À esquerda, uma imagem da tela de Pong e sua popular bola quadrada. Quico ficaria feliz se sua mãe lhe comprasse este jogo 😛 À direita, o Atari 2600.

Este ponto de revolução (quase copernicana) na indústria dos videogames é o Fairchild Channel F. Dentre muitos acontecimentos relacionados à super-saturada indústria de videogames (que só fez crescer desde nossas infâncias), arrisco-me a dizer que este é o mais importante.

Pessoalmente, não me interesso demasiadamente por detalhes técnicos de sistemas de jogo. Embora esse tipo de informação possa interessar muitos àqueles que jogam games, entendo que para nós (admiradores, entusiastas e envolvidos com jogos antigos) capacidade de hardware não importa. Afinal, três quadriláteros em uma tela são mais do que suficientes para divertir, como devem saber. Mesmo assim, é comum pipocarem dados (e até manuais e kits de desenvolvimento) sobre placas de arcade e consoles emergentes e com sucesso durante as décadas de 1980 e 1990. Vemos isso bem claramente no imenso número de clones até meados dos anos 1990 e, a partir daí, com a popularização dos emuladores (afinal, é preciso saber as minúcias de um hardware para emulá-lo via software). Por isso, podem ir neste site aqui para lerem especificaçõs de hardware do Channel F.

Alguns consoles e placas de arcade, infelizmente, não foram agraciados com clones ou emuladores exclusivos, e muitos sequer chegaram oficialmente em solo nacional. Infelizmente, alguns deles são marcos delimitadores nesta forma de entretenimento. Portanto, nem tudo que possui maiores resultados em uma busca pelo Oráculo é mais importante. Por exemplo, sem dúvida todos reconhecem Bushnell e seu Pong (que praticamente deu início à indústria de games); ou Ralph Baer, profundo conhecedor de aparelhos de televisão, que levou videogames para dentro da casa das pessoas. Todavia, é fácil esquecer coisas como o papel de Higinbotham, o primeiro a idealizar e construir um videogame; não pela indústria, ou pelo pragmatismo de “vamos fazer dinheiro com diversão”, mas tão somente para divertir visitantes de seu laboratório.

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À esquerda, uma imagem do Channel F. À direita, alguns de seus cartuchos (numerados para facilitar o ato de colecionar).

Para que entendam um pouco do que quero (e vou) dizer, uma analogia simples serviria de introdução. Conhecem Banco Imobiliário? Pois bem, com seu tabuleiro, cartões, peças e dados, só podemos aproveitar o mundo-jogo oferecido de uma única maneira; não jogamos outro jogo com ele, por assim dizer. Pensem agora em Master. Este jogo de perguntas e respostas pode ser jogado, conforme seu manual, de muitas formas diferentes (com conjuntos de regras díspares entre si), mas ainda assim configuram sempre o mesmo jogo. Agora, pensem em um tabuleiro de xadrez e suas peças; poderíamos jogar xadrez (seja o modo tradicional, ou o modelo antigo, abandonado há séculos) ou, se for o caso, Damas. Ou seja, dois jogos completamente diferentes, mas que acontecem sobre o mesmo tabuleiro (board) [“video” equivaleria ao hardware então, se mantiver essa analogia até sua conclusão lógica]

Vamos então às associações com o que nos interessam mais prontamente!

Tennis for Two é um excelente exemplo de game que só pode ser jogado de um jeito (como o Pong original e Space War). A primeira geração de consoles e arcades era baseado em um único jogo; mesmo que clones de Pong, como os presentes no Tele-Jogo, alardeassem ser vários jogos diferentes (Futebol, Paredão etc.), eram pequenas variações do mesmo selecionados por chaves. Isso mudou com o advento do Fairchild Channel F; com ele, passou a ser possível utilizar uma mesma base de hardware (que, para manter a analogia, poderíamos pensar como “video”, em inglês) para jogos totalmente diferentes e independentes entre si. Hoje, temos DVDs, Blu-Rays e arquivos digitais; naquela época, eram cartuchos programáveis. Ah, e fique o alerta para que não encarem isso como uma “evolução”; até hoje existem games com uma destas três peculiaridades sendo lançados (o que não os diminui, de modo algum).

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À esquerda, Tennis for Two rodando em um osciloscópio. À direita, propaganda do Telejogo.

Isso ajuda a entender o crescimento da indústria e o lucro que foi alcançado! É certo que jogar de novo um mesmo game é bom; mas experimentar novidades também o é. Se inventassem um tabuleiro que permitisse vários jogos, muito diferentes entre si, com a compra somente de peças, sem dúvida o governo incentivaria essa forma de entretenimento também.

Evidentemente, este é o bálsamo e o veneno da indústria dos videogames. O Channel F abriu as portas para lançamentos constantes de centenas de games; nunca alguém poderá jogar tudo que é lançado. E, ao invés de haver incentivo para que joguemos de novo um mesmo jogo, “temos”, sempre, que jogar as “novidades”; mesmo para quem só joga Mega Drive isso pode se aplicar. Assim como há excelentes jogos de tabuleiro (muitos por não terem que se prender a uma base comum), poderíamos ter games ainda mais excelentes que os de hoje que nos ocupariam por muito tempo, e não tantos que, de tanto jogar, mostram-se repetitivos entre si e muitos dos quais sequer lembramos os nomes e se os jogamos um dia ou não.

Mas e quanto aos jogos? Seriam eles muito ruins, e por essa razão não fizeram com que o Channel F fosse um sucesso? O pior é que não! Tudo bem que ele tem pouquíssimos jogos por conta de sua breve vida, mas eles são bem interessantes. São bem coloridos, cheios de vida e têm algumas originalidades que não existem nos games do Atari 2600 que é, de longe, um dos mais bem sucedidos consoles da história da indústria. Minha vida de gamer, como a de muitos outros, começou entre partidas de Frostbite, River Raid, Space Invaders e, pasmem, ET 😛 Dizem que o principal feito do Channel F foi promover o lançamento do Atari 2600 que, vejam só que coincidência, também utilizava cartuchos programáveis. Mas eu vejo este console como muito bom por si mesmo, e é uma pena que não tenha feito grande sucesso. Se compararem os dados técnicos do Atari 2600 aos do Channel F, verão que o Atari é superior em vários aspectos, mas isso não inibe a diversão de modo algum.

Voltando ao assunto, o Channel F tem uma paleta de cores bem curiosa (e diminuta) e que é muito interessante. Admito que a primeira coisa que adorei ao jogar algo dele foram as cores. Com relação aos games, foram lançados oficialmente 26 cartuchos e, além deles, dois jogos vinham na memória do console. Três games que utilizariam um acessório que chamaram de “teclado” (na verdade um controle com 16 botões) foram previstos, mas jamais lançados. Se procurarem listas de jogos, verão ainda que uma empresa alemã lançou alguns cartuchos compatíveis com o Channel F e, em alguns casos, adapatações de jogos originais, só que em língua alemã. Não tenho como falar de todos aqui, mas vou comentar sobre alguns que realmente adorei e que podem empolgá-los a perceber que a noção de “jogos realmente diferentes entre si” passou a existir com este console da Fairchild.

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À esquerda, uma das explicações presentes no cartucho de demonstração do console que vinha com jogos na memória. À direita, outra explicação que usa como base um jogo de hóquei disponível direto no console.

É interessante que o Fairchild Channel F possui um “cartucho de demonstração” (Demonstration Cartridge) que explica não só o que cada botão faz, mas o que siglas bizarras como G? e S? que aparecem em quase todo jogo significam e como resolver os problemas inerentes a eles.

De jogos mesmo, quatro me cativaram bastante e me envolveram durante um bom tempo. O primeiro, Alien Invasion, nada mais é do que um clone de Space Invaders. Percebem como as cores são bem diferentes das inúmeras versões para Atari? Isso se deve, claro, à paletas de cores bem mais limitada, mas não deixa de ser interessante ver tais cores reunidas desta maneira. Ele é bem simples e a resposta e rápida, sem lags no uso dos botões e na ação da espaçonave que se move muito bem. A nave controlada pelo jogador, inclusive, dá a impressão de deslizar horizontalmente e não de ser movida, pedaço a pedaço pelo espaço (como se desse um passo de cada vez). Esse não joguei muito porque, mesmo adorando esse tipo de jogo, não me empolgou demais por ser “mais um” por assim dizer. Mas não duvido que fãs ardorosos desses jogos se divertiriam bastante com ele.

Agora, os outros três que achei sensacionais são, como direi, inovadores e diferentes. O primeiro, Bowling, é, como devem ter percebido, um jogo de boliche comum. Nada de diferente aí. Mas o interessante é que você usa o botão para lançar a bola e, com os direcionais, você pode direcionar a bola. Por exemplo, se você solta a bola bem no centro, se der um toque para a direita, a bola vai fazendo uma curva para este sentido. Não é possível, porém, arrumar a trajetória da bola depois que essa escolha é feita. Antes do lançamento, a bola fica andando na horizontal e você escolhe o momento (e lugar) em que ela será lançada em linha reta. Bem interessante, devo dizer.

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A partir da superior esquerda, em sentido horário. Alien Invasion; Bowling; Pinball Challenge; Dodge It.

O mais instigante de todos o jogos que experimentei é, sem dúvida, o Dodge It. Você sozinho, ou com outro jogador, controla um pequeno quadrado colorido na tela que tem o objetivo de desviar de um quadrado (pequeno, grande ou médio) vermelho que não pode encostar em você senão você perde. Esse bloco pode destruir as paredes ao redor e rebater com velocidade e em ângulos bem difíceis de prever. É muito boa essa pérola. É o mais divertido de todos estes que estou mostrando como exemplos para vocês; e bem difícil. Com o tempo, aumentam os números de blocos que batem e rebatem na tela e voê precisa se virar para não ser atingido.

O quarto game que selecionei é o Pinball Challenge que, como podem verificar, não tem nada a ver com pinball a não ser, evidentemente, a bola. Parece ser “só mais um” Breakout e derivados e pode até ser mesmo. Na verdade, era o que pensava antes de jogar. O objetivo é o mesmo: Destruir os blocos acima controlando uma pequena barra horizontal, rebatendo uma bolinha para cima. O diferencial deste jogo para outros no estilo, na minha opinião, é a velocidade que a bola alcança e os ângulos que ela faz. É extremamente desafiador! Ângulos bem fechados e velocidades surpreenderam-me o tempo todo. Embora o Dodge It seja o mais divertido destes, este foi o que mais tempo joguei sem dúvida.

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À esquerda, uma cena de Tron. À direita, cena de um curta-metragem da Pixar.

Bem, o que quis, apresentando o console e alguns de seus jogos, é mostrar seu papel crucial na indústria dos games. É um console inovador com bons jogos que ditou toda a maneira de se produzir jogos para videogames a partir daí. Não só para consoles, mas também, creio eu, para arcades já que foi a partir deste momento que as empresas perceberam que era muito mais simples desenvolver placas capazes de rodar diversos jogos diferentes (e não um jogo único ou pequenas variações do mesmo). Além disso, quis demonstrar que ele possui sim jogos bons; não é somente um “degrau” na “evolução” dos consoles e da indústria. Não teve sorte, como muitas boas idéias em qualquer mercado; mas isso não o desqualifica. E sua inovação-mor o coloca dentre as maiores guinadas dos videogames. É quase como a produção do filme Tron; ele “inventou” a computação gráfica para filmes e, apesar de sempre ter sido visto como um filme mediano e não ter ganhado o oscar de efeitos especiais (para os avaliadores da época usar computador não era nem animação e nem efeitos especiais…), sua influência sobre toda produção posterior é inegável, ainda que muitas vezes esquecida. Se é possível dizer que sem Tron jamais teríamos a Pixar, não é errado afirmar que sem o Channel F, jamais teríamos Mega Drive, X-Box, Wii ou PSP.

É isso por hoje. Até mais!

Academia Gamer: Sobre o Fairchild Channel F
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13 ideias sobre “Academia Gamer: Sobre o Fairchild Channel F

  • 14/09/2010 em 9:44 am
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    Levando isso a um outro lado, pode-se dizer que o mesmo aconteceu com a Microsoft. Ao investir primariamente em software e padronizar as plataformas x86, a empresa do Bill Gates conseguiu baratear os computadores e levá-los pra casa de todos. Se a Apple fazia algo do gênero visando computadores de luxo, a Microsoft olhava para o mercado das pessoas simples, dos trabalhadores do dia-a-dia, dos não-descolados. Uso tanto Linux quanto Windows, e se tivesse um Mac usaria um Mac tb. Só depois de começar a usar o Linux – e me acostumar com algo diferente – e como OS eu prefiro o Linux (distro Ubuntu) sobre qq outro. E é interessante notar como em muitos tópicos referentes ao Linux a Microsoft é tida como a encarnação do diabo. A padronização tem seu lado ruim, é claro, mas ajuda muito o mercado, principalmente quando ela não implia em monopólio.

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  • 14/09/2010 em 11:22 am
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    Interessante este post. Mostra uma visão diferente do ínicio do mercado de games, por um console q praticamente é “desconsiderado” nesse começo justamente como o “avô dos cartuchos programáveis”. A Atari só se aproveitou da idéia (e criou um marketing poderoso) para alavancar as vendas de seu console. A Fairchild acabou sumindo do mercado depois do Crash de 83/84, e virou parte da história deste mercado tão forte q é hj o dos games em geral.
    Apenas creio q devemos olhar com “outros olhos” pra esse ínicio, e louvarmos a Fairchild por tentar inovar em trocar o sentidos das coisas (games em mídia física – não games dentro do console) e por essa intenção ter dado “muito” certo no final das contas (apesar de hj em dia a distribuição digital seja o mote da vez…).
    Abraços!

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  • 14/09/2010 em 1:57 pm
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    Esse eu faço questão de comentar aqui e não por email.
    Foi um dos textos mais embasados e inteligentes que eu já lí sobre Channel F (Pegou um ponto de vista único). Estruturou muito bem os argumentos e de uma maneira bem fluente e não entediante de se ler e com uma escrita própria. É o tipo de texto que arrisco dizer que merecia ser valorizado e aproveitado para posterior referência em outros trabalhos academicos, afinal de contas, seu Mestrado é sobre o assunto não é?
    Eu não vou nem contra argumentar porque não existem contra argumentos. Também gostei por demais da relação com o Tron.
    Disse tudo!
    Há sim! Respondendo a pergunta inicial…: Mega Drive com certeza sem qualquer sobra de dúvidas…
    🙂

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  • 14/09/2010 em 1:58 pm
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    Muito bom o texto…entendo bem o valor histórico desse console e de outros como ele, porém se os consoles tivessem ficado assim e não tivessem chegado ao que o NES foi, acho que nunca teria gostado de video games…pra min esses consoles á la Atari eram muito tediantes…mas como ja disse o valor histórico gamer é importante, adoro ler sobre isso, valeu pelos seus posts cara.

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  • 14/09/2010 em 2:32 pm
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    Ah esqueci de falar sobre a questão do jogo “feito prá durar” e do “jogo descartável”. Achei bem interessante seu ponto de vista de que os games poderiam ser melhores, mais duradouros, contudo, de maneira proposital são elabarados para que durem apenas por um tempo, para evitar a estagnação economica deste mercado. Muito bem colocado, talvez esta seja uma boa explicação do porque não se fazem mais trabalhos como antigamente.

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  • 15/09/2010 em 12:39 am
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    De modo geral, valeu a todos pelos elogios e pela leitura!

    @Heider
    A diferença principal é que a Apple não abandonou esse mercado, sempre foi bem vista e, por muitos geeks até hoje, como “artigo de luxo” e uma das coisas que gostariam de ter. E, se é que posso dizer isso, o preço de seus produtos muitas vezes não compensa. Embora, é claro, tenha servido como horizonte para o desenvolvimento de muitas coisas da Microsoft e outras empresas. Hoje não seja mais o modelo-mor em todo tipo de inovação tecnológica (felizmente, afinal existem outras mentes criativas em outras empresas).

    @Erik Serra
    Acho que o principal do Channel F foi mesmo essa possibilidades de jogos diversos em uma só máquina. Seja sob a forma de mídia física ou não. Claro que naquela época a idéia era mais física que digital, mas acho que o princípio se aplica.

    @Sandro “Matusalém” Vasconcelos
    Valeu pela força! A coluna vai seguir, firme e forte com certeza! hehehe

    Acho que a idéia de jogos descartáveis é o que mais me pega hoje… As desenvolvedoras já fazem um jogo pensando em outro; cada game tem um “tempo de vida” muito curto. Mas acho que se aplica também a pessoas que só jogam games antigos. Tipo, ao invés de jogar mais vezes Sonic do Master System, pode haver aquela preocupação quase insana de jogar só coisas diferentes do mesmo console, caçando em leilões e coisas do tipo.

    Hoje a indústria parte dessa atitude para criar games para serem deixados de lado (de preferência na sua estante em “edições de colecionador”) e jamais jogados de novo; antes, não era tão “na cara”, mas eu tinha amigos que eram assim com seus jogos, mesmo nos idos de 1990. É um pouco culpa dos próprios gamers se pensarmos bem.

    @J.F. Souza (Yoz)
    Grande Yoz! Valeu pelo comentário valioso e pelos elogios. Lembrei de você quando fiz a comparação com Tron. hehe E o pior é que o filme é bom; estou ansioso pela seqüência que sai agora no final do ano.

    Tenho planos de fazer um artigo científico sobre isso (é um dos que tenho mais bem diagramados), mas vai ficar para o mês que vem quando estiver mais tranqüilo.

    O Mega Drive é, sem dúvida um console importantíssimo e quero falar só dele em algum momento. Foi o primeiro legítimo “arcade em casa”, pensado exatamente desta maneira. Teve a sorte de ser inovador e fazer sucesso absoluto. Afinal, o SNES só o tirou do primeiro lugar dos 16 bits quando a Sega já ia deixando de lado o console e apostava mais em seus arcades inovadores do começo dos anos 1990 e desenvolvia o Saturn.

    @Magnus Hell
    Entendo o que quer dizer. Mas eles ainda são divertidos; ou melhor, podem ser divertidos se eles forem capazes de seduzi-lo a entrar em seus mundos. Por exemplo, eu ainda jogo Atari 2600 e me divirto; não por mera nostalgia, mas porque os jogos conseguem me envolver ainda.

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  • 17/09/2010 em 1:18 am
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    Mais um post muito bom aqui Senil, continue sempre, talvez a audiência seja um pouco menor, mas acho que seremos assíduos o suficiente para manter a coluna.
    Estava pensando aqui sobre as mídias físicas e como eu não tive nenhum cartucho para o meu Atari, apesar de jogar vários jogos nele: ele era um 7800 e vinha com uma pá de jogos na memória, então me divertia só com eles. Algo parecido aconteceu com meu Dynavision (clone de NES): tinha 3 cartuchos, mas um deles era de 64(!) jogos, o que me contentou por anos (como joguei Goonies, Galaga e Gradius nesse cartucho)
    Hoje, com o advento da emulação, não nos preocupamos mais tanto com as mídias físicas, o que também tira bastante o valor que damos aos jogos, como foi comentado aqui. Esse cenário também apresenta outro desdobramento para o seu argumento central: os PC’s se tornaram plataformas para (quase) qualquer jogo, forçando as empresas a adotarem posturas bem diferentes em relação aos atrativos dos hardwares – interatividade do Wii e potência colossal com o X-box 360 e o PS3.

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  • 22/09/2010 em 1:29 pm
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    @Daniel “Talude” Paes Cuter
    huahauhauha Pode crer. Muito bem analisado. nem tinha pensado na época do seriado e tudo mais. hehehe

    @Gorin
    Valeu pela força Gorin. E que bom que está gostando! Só uma pessoa lendo já me daria ânimo suficiente para continuar escrevendo.

    Hoje a facilidade com que conseguimos bibliotecas de jogos é absurda. E essa experiência como a sua de, durante anos, contentar-se com 64 jogos é praticamente impensável para muitos jogadores de hoje em dia. O que é uma pena; eu acho muito mais significativo você se envolver com um mesmo jogo várias vezes do que jogar centenas deles somente uma vez e esquecer até mesmo do nome dele depois.

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