Olá amigos leitores do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder para levá-los em mais uma viagem no tempo, rumo ao passado dos video games! Hoje vamos voltar para 1994, ano onde ganhamos a Copa do Mundo, perdemos o grande Ayrton Senna, e que também marcou o lançamento da sequência de um shooter que eu adoro: Sonic Wings 2! Tenham todos uma boa leitura e até a próxima!

Introdução:

O primeiro Sonic Wings (conhecido como Aero Fighters no lado ocidental) foi um dos grandes responsáveis por eu ter matado várias aulas durante meu período escolar, só para ficar jogando-o em alguma locadora. Como sou do interior, e por aqui as máquinas de fliperamas eram escassas durante a década de 90 (onde os donos de casa de jogos preferiam trazer arcades mais conhecidos, como Street Fighter II e Mortal Kombat), só fui ter contato com o primeiro Sonic Wings graças a sua versão lançada para o Super Famicom/Super Nintendo. Após ter terminado o 2º grau, e tendo que trabalhar para me sustentar (também eu não seria sustendo pelos meus pais para sempre) pude então comprar um Super Nintendo, e claro, um cartucho piratão com o clássico Sonic Wings, cartucho este que joguei até cansar.

Por acaso do destino, as sequências da série eu só fui ter por meio da emulação, mas antes tarde do que nunca: ao jogar Sonic Wings 2 mesmo que algum tempo depois de seu lançamento original, pude perceber que ele trazia toda a ação empolgante do título original, como algumas melhorias, que deixava tudo ainda mais divertido e agradável. Novos personagens, novos aviões, novos poderes especiais. O que mais é preciso para que um shooter possa ser capaz de proporcionar horas e mais horas de diversão? No caso de Sonic Wings 2 não era preciso mais nada, pois o jogo é um verdadeiro deleite para os amantes de um bom game do gênero que ele representa.

Sobre o game:

A trama de Sonic Wings 2 é a seguinte: certa vez uma organização maligna planejava destruir o mundo, mas foi dizimado por oito bravos pilotos. Dois anos mais tarde, um poderoso exército desconhecido apareceu de repente e logo tomou conta do planeta. A “Organização das Nações Unidas de Manutenção da Paz pela Força” correram para interceptá-los, mas não foram capazes de derrotar os inimigos. Seus últimos relatórios dizem que as super armas que tinham atacado o mundo dois anos atrás ainda existem. Mas e a organização que estava por trás destas super armas, será que ela conseguiu realmente sobreviver? De qualquer forma, a ONU solicitou que mais uma vez o mesmo esquadrão que salvou o mundo no passado, desse um fim nesta nova ameaça.

Como eu já disse na introdução deste texto, Sonic Wings 2 apresenta os mesmos elementos básicos presentes no game original, onde os jogadores assumem o papel de uma equipe de pilotos internacionais que unem forças para lutar contra uma organização alienígena. Alguns alvos inimigos continuam deixando power-ups e armas especiais para os aviões do game, o que é uma marca registrada da série. Dentre as novidades, Sonic Wings 2 desta vez permite uma maior liberdade na escolha da dupla de heróis, isso, claro, quando o modo de dois jogadores é utilizado. No game original a dupla era fixa, onde o jogador só poderia escolher qual país iria representar no jogo. Já em Sonic Wings 2 pode-se escolher um personagem do Japão e outro dos Estados Unidos, por exemplo, criando então duplas bem mais variadas do que no primeiro jogo, e consequentemente finais bem mais diversos. O bom humor presente no primeiro jogo volta na sequencia, dando uma amenizada no clima violento e cheio de explosões que o game possui. É interessante notar o modo como cada uma das duplas possíveis em Sonic Wings reagem durante o jogo. Nem sempre um piloto estará feliz em dividir a missão com um personagem mais arrogante, por exemplo, criando situações e comentários hilários.

Sonic Wings 2 segue também o mesmo esquema do anterior em relação a suas fases: cada estágio se passa em uma localidade diferente do mundo, sendo que durante uma missão e outra os jogadores sempre terão uma indicação do próximo local a ser visitado por meio de uma bacana cut-scene. Ao todo são 10 fases, sendo 8 fases normais e mais duas fases bônus. Durante a jogatina, os jogadores passarão por áreas bem distintas, como a selva no Brasil (os gringos sempre acham que aqui só tem mato), as ruínas Astecas no México ou cidades cheias de prédios como no Japão ou na França. Todos os cenários de fase são muito bem feitos, com uma riqueza de detalhes que chega a impresssionar.

Os gráficos de Sonic Wings 2 estão melhores que os do jogo anterior, trazendo uma resolução de tela maior e o quádruplo do número de cores. O desing das fases e veículos que povoam o game continuam tendo o mesmo toque de mestre do game original, mas os desenhos feitos para os personagens de Sonic Wings 2 estão ainda mais inspirados e criativos que os do primeiro jogo. O título roda ainda com uma velocidade constante, com todos os objetos gráficos se movimentando na tela com perfeição, e tendo ainda belos efeitos visuais quando um poder especial é acionado por um jogador, ou mesmo quando um chefão é derrotado, gerando uma explosão de grandes proporções.

A parte sonora de Sonic Wings 2 também está impecável, contanto com efeitos sonoros muito bem feitos e até mesmo a presença de algumas vozes digitalizadas. É bacana notar o capricho que os produtores do game tiveram nesta área, fazendo com que cada ação que ocorre no jogo tenha um efeito sonoro único e exclusivo. Para aumentar ainda mais a satisfação do jogador, nenhum dos muitos efeitos encontrados em Sonic Wings 2 são ruins, ou possuem uma sonoridade irritante. Apesar do título ter seu lado cômico, os efeitos sonoros são todos bem realistas. No campo da trilha sonora, tudo é do mais alto nível também: cada localidade possui uma música exclusiva, onde a maioria das músicas são bem agitadas, o que ajuda a deixar a adrenalina do jogar a mil por hora durante a jogatina. Quando os jogadores devem encarar o chefe de alguma fase, a música que rola nestes momentos possui um andamento ainda mais frenético, fazendo com que jogadores com problemas cardíacos corram risco de morte real ao jogar este título.

A jogabilidade continua sendo simples e prática: existem dois botões de ação, onde o primeiro é reservado para os tiros dos aviões e o segundo aciona os poderes especiais de cada aeronave, enquanto que o manche direcional movimenta os aviões para as quatro direções possíveis (esquerda, direita, para cima e para baixo) na tela. Todos os comandos ainda funcionam que é uma beleza, sem atrasos indesejados. Dentre todos os gêneros encontrados no mundo dos games, os shooters são talvez os que apresentam os comandos mais simples, onde qualquer jogador, mesmo um novato, pode jogar sem nenhum problema, algo bem diferente do que ocorre em outros gêneros, onde de início deve-se aprender a função de cada botão ou como o personagem principal se comporta durante a jogatina. Aqui é só ter agilidade no manche para desviar dos ataques inimigos e não ter medo de gastar os dedos para apertar de maneira contínua os botões.

E como é de tradição na franquia, Sonic Wings 2 não é um game para os “fracos”. Apesar dos estágios iniciais serem fáceis, com inimigos que mais parecem estarem sob o efeito de algum sonífero, da metade para o final do game o bicho pega literalmente! Os inimigos que antes atacavam de uma forma bem previsível, passam a fazer manobras e formações surpreendentes, com uma grande velocidade e atacando de uma forma que é quase impossível escapar de seus ataques. Apesar das fases do jogo serem bem curtas, o nível de dificuldade das fases finais aumenta tanto, que somente os mais fortes irão sobreviver para travar as épicas batalhas contra os chefões de fase, que também seguem o mesmo esquema dos estágios do jogo: começam fáceis, mas depois vão ficando tão poderosos, que os jogadores não deverão apenas atacá-los sem parar, mas também saber usar de uma boa estratégia para poder vencê-los de uma maneira que poucas vidas sejam perdidas no processo. Assim como no primeiro jogo, basta um tiro certeiro do inimigo para que o avião do jogador seja destruído, portanto saber a hora certa para atacar e também para desviar dos ataques inimigos, é primordial para garantir a sobrevivência no jogo.

Jogadores que tinham, contudo, dinheiro para comprar quantas fichas fossem necessárias, poderiam chegar até a derradeira e última fase, mas a partir daí esbarrariam em um “probleminha”: enquanto que durante a jogatina nas fases anteriores, ao perder todas as vidas e acionar mais um crédito para poder continuar colocava o jogador de volta ao exato local onde morreu na fase, no décimo estágio o jogador é obrigado a voltar para o início da fase! Não importa todo o esforço que ele teve para chegar no último chefe: se todas as vidas se esgotarem, e ainda sim ele quiser continuar jogando, vai ter que passar todos os perigos da fase novamente. Sonic Wings 2 é um game divertido e viciante, mas terminá-lo é coisa para poucos.

Conclusão:

No mundo do cinema normalmente as continuações de grandes filmes acabam decepcionando os seus fãs, com sequências horríveis, muitas feitas apenas visando o lucro fácil. É bom perceber que, salvo raras exceções, o mesmo não ocorre no mundo dos games, e Sonic Wings 2 é um dos bom exemplos de que como uma continuação deve ser! De forma sábia, os produtores mantiveram nesta continuação tudo o que havia dado certo no game original, mas souberam também ir um pouco além, permitindo novas possibilidades para os jogadores, como a livre formação de duplas. Contando também com uma parte técnica ainda melhor, Sonic Wings 2 supera seu antecessor em todos os sentidos, o que é algo realmente ótimo para os fãs da franquia: o que já era bom, ficou ainda melhor!

Recordar é envelhecer: Sonic Wings 2 (Arcade)
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18 ideias sobre “Recordar é envelhecer: Sonic Wings 2 (Arcade)

  • 17/09/2011 em 12:17 am
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    Um gênero muito legal… Uma pena que a geração atual de jogadores despreza os shooters.

    Sempre gostei do gênero, mas agora estou dando mais atenção a eles por estar frustrado com essa nova leva de games. Só se vê FPS e futebol, que é o que a “geração preisteichon” gosta.

    Como de praxe, belo review… Nunca dei muita atenção ao Sonic Wings, mas hoje pude notar que é um belíssimo jogo. Baixei a rom e jogo no Dingoo…

    Abraços

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  • 17/09/2011 em 3:40 am
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    Shooters… um dos meus estilos favoritos, juntamente com os de “pancadaria” e corrida.
    Sonic Wings também fez parte de minha vida… jogaço é pouco para definir esta pérola do mundo dos games que, infelizmente, é coisa do passado (dado o desprezo que a molecada de hoje tem pelos clássicos).
    O Arcade era fonte inesgotável de títulos de “navinha”, seja de scroll vertical ou horizontal. Tinha o Carrier Air-Wing, 1942, Pre-Historic Island, Zed Blade, Raiden Trad, Pulstar, R-Type… a lista vai embora e nem vou arranhar de leve a superfície.
    Um console que era chapado de games assim e que passei “eras” debulhando (e até hoje eu ainda jogo), era o Mega Drive. Fire Shark, Hellfire, Raiden Trad (também nesta versão), Gaiares, Whip Rush, Phelios, Sol Deace, Grind Storm, Truxton, Fire Mustang, Gleylancer, Steel Empire, Aero Blaters, entre outros… quem viveu a epoca, sabe como eram bons esses títulos.
    Ôh tempo bom! Saudades…

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  • 17/09/2011 em 5:21 am
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    nunca tive a oportunidade de jogar esse jogo. praticamente passei batido por ele, pois apenas conhecia o Sonic Wings 1 e o 3 conheci ainda na época do NEO GEO. baixando no emulador já!!

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  • 17/09/2011 em 9:59 am
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    Excelente mudança que permaneceu no terceiro game da série foi a tela que deixou de ser vertical (tate), para dar lugar ao formato 4:3 na horizontal (yoko). Jogo deveras difícil, que terminei com 1 crédito apenas 1 vez, lá pelas bandas de 1995 e 96, quando jogava muito o game em arcades perto de casa. No mais, mais um bom review de André Breder e até à próxima, meus caros.

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  • 17/09/2011 em 12:34 pm
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    Andre esse jogo me deixou calvo de tanto jogar.

    Meu gênero favorito de jogo, os conhecidos jogos de navinha.

    Deu até vontade de jogar de novo ele no PC via Neo Rage.

    Até mais

    Ulisses Old Gamer 78

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  • 17/09/2011 em 12:48 pm
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    Perdi a conta de quantas vezes joguei a versão do SuperNES. Esta segunda versão (e também a terceira) só conheci pela emulação do NeoGeo, e que diferença em relação ao SuperNES! É um jogo muito viciante e, que fique bem claro, difícil pra caramba.
    Belo review Breder.

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  • 21/09/2011 em 12:14 am
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    cara jogaço mas pra mim só existia o do SNES nem sabia q tinha outros fora akela versão do ps1 eu só escolhia o time da england eu achava o especial do piloto willian o + destrutivo do game bagaçava geral dava treta de verdade em casa eu e meus primos por causa dos power ups aah bons tempos

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  • 24/09/2011 em 10:28 am
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    Não gosto de jogos muito difíceis, então shooters (ou shumps) nunca foram a minha praia. Mas na época dos emuladores, a possibilidade de usar continues infinitos ou outros truques (como até mesmo ficar invencível) pelo menos pude conhecer melhor esse tipo de jogo. E Sonic Wings 2 é um dos mais legais do gênero.

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