lsdjTalvez você já tenha pensado em aprender a tocar guitarra só para tocar algumas músicas dos seus games favoritos. Eu mesmo já tive um teclado e ficava o dia inteiro tentando tocar músicas do Ys III. Mas… e Game Boy, você já tentou tocar?

Peraí… tocar Game Boy? Tá falando sério?

É, xará, Game Boy, o portátil gagá da Nintendo. Você não sabia que ele pode ser usado como um instrumento musical? Pois é. Eu até já tinha ouvido esse papo, mas só recentemente eu descobri esse gênero musical muito louco conhecido como chiptune.

Pelo que eu entendi até agora, a turma do chiptune cria músicas usando chips de som de consoles ou computadores antigos, resultando em um som bastante familiar para nós, que soltávamos pipa e rodávamos pião com a trilha de Super Mario ao fundo. Eu vou explicar como é esse negócio, mas aperta play aí embaixo que você vai entender melhor.


Hexadecimal Genome”, do Bit Shifter. Isso aí
é chiptune. Vai ouvindo enquanto lê o post.

O curioso é que a ideia dessa turma não é recriar as trilhas clássicas dos jogos da época, mas sim compor coisas totalmente novas com aqueles sonzinhos tão característicos da nossa infância gamer. Eu ainda estou longe de ser um profundo conhecedor do gênero, mas vou compartilhar o pouco que já aprendi.

Olha a mesa de som do cara...
Olha a mesa de som do cara...

Há uma cena musical forte de chiptune em Nova York. Vários nomes quentes do gênero, como Bit Shifter, Nullsleep e Glomag são de lá. Todos os três fazem música com um Game Boy, que pelo visto é o console favorito para a criação de chiptunes. Há vários motivos para isso. Em primeiro lugar, o Game Boy tem grande portabilidade e é fácil de operar, o que facilita bastante as performances ao vivo. O segundo motivo é que, por ser um console com grandes limitações sonoras, seu som é muito característico. O terceiro motivo é que há excelentes ferramentas para os compositores, dentre elas o popular programa LSDJ.

Basicamente, o que o LSDJ faz é permitir o acesso do usuário aos recursos sonoros do Game Boy de maneira simples — ao menos é o que dizem por aí, eu ainda não experimentei. Há vídeos no YouTube mostrando como o programa funciona, e o já mencionado Nullsleep até oferece um tutorial sobre a utilização dele.

O mais curioso é que o gênero já é bastante diversificado. Há bandas pendendo para o tecno, outras para o rock ou para o punk rock. Há quem crie músicas para jogos de videogame imaginários, e até quem não seja apaixonado por games. Vejam o caso de Haeyoung Kim (ou Bubblyfish, como é conhecida): a moça nunca foi gamer, mas disse que quando botou as mãos pela primeira vez no portátil da Nintendo adorou o som. Segundo declarou à revista Wired, as limitações sonoras do console permitem a ela se focar mais no uso de sua criatividade.


Vale até cover do Kraftwerk! Cortesia de Mr. Nullsleep.

Nos próximos dias eu vou dar uma pesquisada nessa rapaziada toda e vou contando minhas descobertas aqui no blog. Por enquanto, recomendo a vocês que assistam ao interessantíssimo documentário Blip Festival — Reformat the planet. O Blip Festival é um festival anual de chiptune, e a 2 Player Productions preparou esse DVD fantástico com trechos de apresentações e entrevistas com os (muitos) participantes de talento. Claro que procurando pelos demonoids da vida vocês vão achar fácil para download, mas eu não tenho nada a ver com isso, seu guarda!

Outro bom ponto de partida para suas pesquisas é o site 8bitpeoples. Trata-se da união de vários artistas de chiptune, que investem no desenvolvimento do gênero e até financiam o desenvolvimento de ferramentas melhores para a criação de músicas. Agora com licença que eu vou ouvir mais um pouco desse negócio e deixar a minha esposa doida.

Chiptune: e aí, você toca Gameboy?
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