Olá amigos do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder trazendo para vocês mais uma edição do Recordar é envelhecer! O game que recordo hoje é um que joguei bastante na época em que meu Master System ainda respirava (que os deuses dos video games o tenham): Psycho Fox, o famoso “game da raposinha”! Tenham todos uma boa leitura e até a próxima!

Uma raposa mutante???

No ano de 1989 o gênero Ação/Plataforma estava em alta, graças a jogos da série Super Mario Bros, Alex Kidd, entre outros. E foi seguindo esta onda que a SEGA fez um dos jogos mais divertidos do Master System: Psycho Fox é um grande exemplo de como se faz um jogo de plataforma! Melhor que Mario ou Alex Kidd? Bem, eu diria que, pelo menos, Psycho Fox consegue entreter tanto quanto estes, e ainda tinha o mérito de não ser uma mera cópia de outro jogo mais famoso, trazendo um sistema de jogo bem original e criativo.

Psycho Fox é o nome do personagem principal do jogo, uma raposa que possui o poder de se transformar em outras formas animais (a saber: macaco, tigre e hipopótamo). Psycho Fox tem a difícil missão de vencer o terrível MadFox, que usou seus poderes para o mal e agora é uma grande ameaça para o mundo.

O grande diferencial de Psycho Fox em relação aos outros jogos de plataforma da época era justamente a possibilidade de transformação do personagem principal. Para haver essa “metamorfose”, primeiramente deve-se pegar durante as fases um item semelhante a uma escada pequena. De posse de pelo menos um item deste tipo, o jogador pode então entrar no menu do jogo (acionado pelo botão pause do console) e escolher em qual dos outros três animais ele quer se transformar. Cada um deles possui uma característica específica: na forma de macaco pode-se pular mais alto; na de trigre pode-se correr com maior velocidade; e na forma de hipopótamo pode-se ter força suficiente para quebrar certos blocos de pedra que são encontrados em alguns estágios. A forma original de Psycho Fox é aquela dentre as quatro que possui as habilidades mais medianas.

Agora o jogador deve ficar atento que cada vez que ele for se transformar em outro forma, ele necessitará de outro item de mutação. Deve-se ter atenção na hora da escolha de qual forma assumir, pois se pegar uma forma indesejada por descuido, o jogador terá que ficar com ela até conseguir outro item que permita a mudança.

Ovos com itens? Pássaro negro como aliado?

Em Super Mario Bros itens podem ser conseguidos atraves de blocos com pontos de interrogação… já em Psycho Fox eles estão dentro de… ovos! Bizarro? Pode até ser, mas isso era algo mais do que normal para os jogos da época. Para se conseguir os itens o jogador deve quebrar os ovos com seus punhos. Ao todo são 5 tipos de itens possíveis de serem encontrados pelo jogador, sendo eles: a escada que permite a mutação; a poção que dá invencibilidade temporária; o boneco que quando usado aniquila todos os inimigos que estiverem na tela; o saco de dinheiro que serve para ser usado nas fases bônus; e o pássaro negro que serve como aliado no jogo.

O legal (ou não) da questão dos ovos que tem que ser quebrados pelo jogador que deseja encontrar os itens do jogo é que, nem sempre um ovo guarda aquilo que precisamos ou desejamos. Em Psycho Fox até mesmo inimigos podem ser encontrados dentro destes ovos, e caso o jogador esteja muito próximo no momento em que ele está quebrando um ovo com um inimigo dentro, vai acabar sendo atingido, podendo assim morrer no ato. Sim, Psycho Fox é cheio de poderes, mas ele não possui barras de energia e basta um esbarrão no inimigo para ser morto! Mas felizmente o herói possui o pássaro negro como aliado, que além de ser muito útil na destruição dos inimigos que estejam a uma longa distância, também serve como proteção.

A proteção oferecida pelo pássaro negro funciona da seguinte forma: sem ele basta um “encostão” em um inimigo para Psycho Fox perder uma vida, mas estando com ele junto ao seu corpo, Psycho Fox só o perderá ao invés de morrer. Mas o jogador deve ter muito cuidado pois se o pássaro estiver longe de Psycho Fox quando o mesmo for atingido pelo inimigo a raposa metida a herói morrerá da mesma forma como se estivesse sem ele. Por isso o jogador deve ficar atento quanto a isso para não morrer de bobeira ou por falta de atenção.

Vale citar também que os itens não são encontrados unicamente dentro dos ovos que ficam espalhados pelas fases do jogo. Alguns inimigos também podem deixar certos itens quando derrotados. E outra fato que merece ser lembrado é que alguns ovos podem guardar algo muito especial: uma vida extra! O engraçado é que em Psycho Fox a vida extra tem a forma do jogador e esta sai correndo para a direita! Portanto o jogador deve sempre quebrar um ovo posicionado de forma a não deixar escapar a chance de ganhar mais uma vida no jogo.

Buracos negros e fases bônus!

Apesar de em vários pontos Psycho Fox mostrar o quanto ele é um jogo bem original, os seus produtores não conseguiram deixar de copiar uma característica que foi vista pela primeira vez em um jogo de sua concorrente: os warpzones da série Super Mario Bros. Lógico que em Psycho Fox eles são encontrados de forma diferenciada, mas duvido que exista alguém que tenha jogado tanto este clássico do Master, quanto os “Marios” de Nintendinho, e não tenha feito a mesma comparação em sua mente. O bacana é que mesmo na hora de copiar, os produtores conseguiam ser criativos, pois em Psycho Fox as “warp zones” são acessados por meio de buracos negros, pontos na tela que só podem ser descobertos por meio de socos ou arremessos do pássaro negro.

Se o jogador seguiu um caminho numa fase que o levou até uma plataforma bem alta e aparentemente sem nada de útil, pode ter certeza: tem um buraco negro por perto! Inicialmente eles são invísiveis, mas basta acertá-los de alguma forma para que o local onde eles estão comece a apresentar rachaduras. Basta algumas “porradas” e o local se quebra, revelando assim um útil buraco negro.

Ao adentrar um buraco negro, o jogador é levado para uma área misteriosa que contém três tubos (lembrou de Super Mario Bros agora?), que ficam bem distantes um do outro. O jogador deve então escolher um deles para ser então enviado para um mundo mais adiante. Só para lembrar, Psycho Fox possui ao todo 7 mundos, cada qual com três estágios, sendo que no terceiro se enfrenta o chefe de fase. E curiosamente já no primeiro estágio do primeiro mundo é possível “pular” direto para o último! Como fazer isso? Claro que é encontrado um buraco negro!

Como já foi citado, os sacos de dinheiro que são recolhidos pelas fases servem de créditos para as fases bônus do jogo. Mas como é que são estas fases? É simplesmente um cenário com 5 caminhos disponíveis, onde o jogador deve então posicionar sua raposa ou raposas (caso tenha conseguido mais de um saco de dinheiro) no(s) caminho(s) que achar melhor.

As raposas irão seguir seu caminho até o final, onde poderá ganhar como prêmio vidas extras ou então cair em um buraco, ficando assim sem bônus algum. O interessante é que é possível colocar mais de uma raposa no mesmo caminho, e caso a trilha escolhida leve a um prêmio, esse bônus será multiplicado de acordo com o número de raposas. Sorte para quem consegue escolher o caminho que leva até a uma casinha com roleta, onde pode então tentar ganhar de uma só vez até 5 vidas extras.

Gráficos, Efeitos e Trilha Sonora

Psycho Fox traz gráficos excelentes, ainda mais para um jogo de sua época (1989)! O design dos personagens e inimigos está realmente muito bem feito, mesmo que a animação deles seja bem, digamos, “fraquinha”. Mas um ponto positivo e interessante os programadores fizeram em relação a animação do personagem principal: se você correr com ele e “sem querer” acabar atravessando um abismo, pode tentar “trazê-lo de volta” para uma plataforma segura ao apertar no mesmo instante o direcional no sentido contrário de onde estava seguindo originalmente. Desta forma o personagem irá olhar para a tela e arregalar os olhos, ao mesmo tempo que tenta como um desesperado voltar para “terra firme”, evitando assim cair em um buraco sem fundo. Realmente hilário!

Os cenários do jogo são todos muito bem feitos, com diversos tipos de ambientes (tais como deserto, neve, etc) sendo muito bem representados na tela. Os cenários de fundo podem até ser um pouco vazios, mas isso não tira o brilho dos gráficos do jogo. Basta comparar os gráficos de Psycho Fox com os de outros jogos lançados na mesma época para comprovar que o jogo realmente apresentou bastante qualidade visual. As cores são todas bem suaves e com tonolidades bem neutras, sem nenhuma cor irritante ou “berrante” durante todo o jogo.

Os efeitos sonoros de Psycho Fox são muito, mas muito engraçados! Todos os sons são bem no estilo de desenhos animados infantis ou aqueles que tendem a ser bem cômicos! Os efeitos soam muitas vezes um tanto exagerados, mas creio que foi esta mesmo a intenção da equipe por trás deste jogo. A questão é que os efeitos se encaixam de forma perfeita no clima divertido do jogo, ou seja, não poderiam ser melhores!

A trilha sonora é bem “bacaninha” com temas alegres e agitados, seguindo a linha natural para um jogo do gênero ação/plataforma do final dos anos 80. Eu particularmente não acho que nenhuma das músicas de Psycho Fox seja ruim, muito pelo contrário. Contudo há algo para reclamar em relação a trilha sonora do jogo: ela é bem repetitiva! Alguns temas repetem muito durante todo o jogo, e mesmo que as músicas sejam boas, essa repetição exaustiva pode cansar alguns jogadores mais exigentes. No mais a trilha sonora consegue passar muito bem o clima de aventura do jogo.

Jogabilidade e Dificuldade

A jogabilidade de Psycho Fox é um pouco dura, mesmo que os comandos possam ser executados com precisão. O problema principal é em relação aos saltos dos personagens: caso o jogador não tome impulso, o salto do personagem é quase que em câmera lenta, e com um alcance bem curto! Desta forma fica um pouco complicado controlar o “pouso”. É algo que pode até irritar um pouco no começo, mas depois que o jogador se acostuma com as limitações do jogo, ele passa a jogar sem nem perceber estes detalhes.

Um ponto positivo e bem interessante em relação a jogabilidade de Psycho Fox merece nota: em alguns estágios o jogador poderá se deperar com um grande lago no seu caminho, sem plataformas menores que possibilitem sua atravessia. O jogador se tentar atrevassar “a nado” vai acabar morrendo afogado. O que fazer então? Simples, tome bastante impulso e saia correndo em direção ao lago: você irá então ver o seu personagem “quicando” sobre a água ao invés de afundar e morrer!

Em relação a dificuldade, em Psycho Fox ela é crescente, com estágios que vão ficando cada vez mais difíceis e com um maior número de obstáculos e inimigos. Em relação aos inimigos o jogador pode vencê-los de duas maneiras: ou usando o fiel pássaro negro para atingí-los, ou então pulando em cima deles! Chega a ser até engraçado fazer com que o seus inimigos sejam literalmente enterrados no solo!

Os chefes do jogo, pelo menos na minha opinião, são todos bem fáceis. Um ponto que pode dificultar um pouco a batalha contra os chefes, é que na hora em que estiver enfrentando-os o jogador não poderá mais contar com a ajuda do pássaro negro, tendo que fazer uso de alguma arma ou objeto que irá aparecer para ferir seu oponente, e desta forma ficará totalmente sem proteção, ou seja, basta um vacilo para perder uma vida!

Mesmo o jogo tendo no seu total 7 mundos, cada qual com um chefão a ser vencido no final, Psycho Fox só traz na realidade, 4 tipos de chefes: uma coruja (cujo corpo se divide em diversas barras), uma mosca gigante (que de forma bacana é vencida por meio do uso de um inseticida), um tigre (que é vencido ao dar saltos em sua cabeça) e o famigerado MadFox. Mas com assim apenas 4 chefes sendo que são 7 mundos no total, cada qual com um chefão no final? O lance é que tanto a coruja, a mosca e o tigre dão as caras duas vezes cada um durante o jogo, sendo que na segunda aparição destes chefes eles voltam um pouco mais ágeis, sendo assim mais complicados de serem vencidos.

Conclusão

Psycho Fox é, na minha opinião, um dos mais divertidos e engraçados jogos de plataforma que pude jogar da geração 8 Bits. Não chega a ser um jogo perfeito como um Super Mario Bros 3, mas ainda assim pode ser considerado como um jogo de alto nível. Mesmos os “probleminhas” de sua jogabilidade não conseguem atrapalhar em nada na diversão de quem o joga. Um jogo que com certeza está na lista de preferidos de muitos fãs do Master System!

Recordar é envelhecer: Psycho Fox (Master System)

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