“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Olá crianças!

Certamente se lembram de que já falamos um pouco sobre dois aspectos que vão fundamentar o que pretendo trazer a vocês esta semana.

A primeira é a evidência da fragilidade do jogo: é muito fácil sairmos dele uma vez que estejamos jogando. Um telefone que toca, um amigo que nos chama, uma preocupação ou tarefa que fica nos incomodando para ser realizada, exigências de trabalho etc. Tudo isso pode nos “arrancar” do jogo e nos tirar dele rapidamente. Mesmo que em muitos casos basta resolver a demanda do nosso dia a dia para voltarmos ao mundo-jogo que nos envolvia, ainda assim sua fragilidade permanece evidente: saímos fácil demais dele.

Ah estes tempos modernos… 🙂

A outra questão é sobre a necessidade de nos esforçarmos para jogar. É preciso escolher voluntariamente a qual jogo queremos nos submeter e a qual nos jogaremos usando de nossa liberdade. E, uma vez lá dentro deste mundo-jogo, temos que nos dedicar até que cumpramos a tarefa que ele nos coloca. Temos uma meta em jogo e, claro, precisamos nos esforçar para realizá-la em sua totalidade.

Um problema, porém, que se coloca na hora de escolhermos um jogo é a questão do tempo que ele exige de nós. 

Claro que, quando estamos realmente envolvidos em um jogo, o tempo parece passar voando e nem percebemos. Isso acontece porque, uma vez lá, o tempo corre de outra maneira. Quando entramos nesse “círculo mágico” (como diz Huizinga) do jogo, ele pressupõe um tempo e um espaço específicos e à parte das nossas preocupações cotidianas.

Um problema se interpõe a isso conforme vamos ficando mais velhos. Recordam-se de quando falamos sobre o cansaço e a fadiga influírem (e muito) na nossa vontade de jogar alguma coisa? Afinal, paradoxalmente, o jogo é um descanso que cansa. Quando chegamos à idade adulta, o problema do tempo é frequente também.

Não é incomum que somente se planeje um período de jogos após a aposentadoria em nossa época…

Com o natural acúmulo e excesso de preocupações, não consideramos útil despender muito tempo jogando alguma coisa: temos “mais o que fazer”. Muitas pessoas, inclusive, deixam até mesmo de jogar qualquer coisa e se tornam aqueles adultos taciturnos e de ânimo idoso que tanto nos incomodam (como as crianças amaldiçoadas com a imortalidade no livro “As Viagens de Gulliver”).

A questão do lúdico na idade adulta tem uma característica peculiar com relação ao jogo entre crianças. E não me refiro aqui ao “infantilismo” ou “simplicidade” dos jogos infantis diante da “maturidade” e “complexidade” dos adultos. Nós, adultos, temos muitas vezes que esperar solucionar todas as exigências de trabalho, família etc. para podermos jogar. Não digo resolvê-las todas (porque é impossível), mas aquelas que mais incomodam nos permitindo um tempo para descansar.

Quanto tempo um jogo como Shining Force II nos exige? Isso acaba sendo levado em conta quando escolhemos a qual jogo iremos nos submeter.

Podemos sim “nos forçar” a jogar algo mesmo com várias e várias coisas para fazer. Mas se “jogamos” pensando naquilo que devemos fazer fora do jogo, sequer poderíamos dizer que jogamos genuinamente. É a fragilidade do jogo que se mostra aí. Além, é claro, da forte evidência de que não existe algo como obrigar alguém a jogar alguma coisa, pois ele é essencialmente voluntário.

É isso que queria trazer esta semana.

Até o próximo post!

Academia Gamer: Tempo de jogo
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27 ideias sobre “Academia Gamer: Tempo de jogo

  • 27/09/2011 em 8:30 am
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    pois é… o tempo e a falta de paciência são fatores que me impedem, hoje em dia, de jogar um jogo mais longo. adoro rpg’s, mas não tenho mais paciência para jogá-los, são muito longos e demoram a “pegar”. por isso tenho dado preferência mesmo aos 8 bits, são mais concisos e o retorno da diversão é mais rápido.

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  • 27/09/2011 em 9:18 am
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    Forçar nós mesmos a jogar algo é algo ruim, a obrigação acaba mais irritando do que divertindo. Tem dias que eu definitivamente não estou com saco para passar muito tempo na frente do vídeo-game, mas estou afim de uma distração e ae entram aqueles jogos de partida rápida e que se eu parar a qualquer momento não vai fazer muita diferença, como jogos de corrida por exemplo. Em geral isto acontece quando eu jogo durante a semana, quando eu não separo um tempo muito grande para isto. Em compensação nos fins de semana eu normalmente encaro jogos maiores, de fases mais elaboradas.

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  • 27/09/2011 em 9:49 am
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    Tocou no ponto certo quando você afirma Senil que, ao jogarmos com a mente pensando nas obrigações, a “alma” do jogo se perde no processo e parece que o jogo é mais uma obrigação.

    Agora, depois de mais de um ano comprado, é que eu peguei Uncharted Drakes Fortune (PS3) para jogar e posso dizer que está sendo uma experiência muito legal, tenho me surpreendido bastante e mal posso esperar pra jogar o 2 (que eu já tenho) e o 3 (a comprar).

    Eu não escolho um jogo vendo quanto tempo irei me dedicar a ele. Na verdade isso vai depender da “qúimica” (que coisa fofa!, úiii) entre o jogo e eu. A qúimica sendo boa, não interessa se vai levar 1 ou 20 horas, como aconteceu em muitos jogos como Chrono Trigger, Chrono Cross, Castlevania Lord of Shadows entre outros. Agora quando a química vai mal, eu abandono, caso do Sonic the Hedgehog (de PS3, o primeiro, não o unleashed), Ridge Racer 7, Tekken 6 e por aí vai.

    Também acontece alguma coisa entre esses extremos, principalmente com jogos de corridas tipo NFS e GT5, que são tão longos que eu simplesmente paro no meio para um dia quem sabe, retornar a jogá-los.

    Porém como disse num post passado, as vezes fico sem querer jogar. Tive essa fase mês passado mas ela se foi. E conforme cresce nossas obrigações o tempo fica mas escasso. Mas atualmente venho trabalhando de forma que meu trabalho não me consuma, procuro fazer certo logo da primeira vez para não perder tempo refazendo-o e com isso ganhar uns minutos a mais para mim e minha famíla!

    Abraços!!!

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  • 27/09/2011 em 10:17 am
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    Então… atualmente só jogo os games de arcade (na maioria das vezes), pois são jogos rápidos, fáceis e divertidos de se jogar. Coloco geralmente uma ficha e vou dando continues se tiver tempo e disposição para isso. Outro dia, por exemplo, comecei a jogar Strider de arcade e cheguei na terceira fase com uma ficha, o que me levou a continuar a jogatina. Mas que vamos ficando cada vez mais sem tempo de jogar nossos games preferidos, isso nós vamos mesmo.

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  • 27/09/2011 em 10:46 am
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    se um jogo vai nos comer horas e tempo(sem falar da vida social) aí depende do jogador. quando me sobra tempo, jogo de 2 a 3 horas algum rpg que eu esteja jogando. mas a coisa é: será que eu vou aguentar jogar aquele game por mais de 50 ou 100 horas de gameplay?

    vai depender pelo menos para mim os quesitos:

    Personagens: o jogo pode ser linear, gráficos toscos e tudo mais. mas basta algum personagem lhe cativar para você aguentar aquele jogo por mais de 100 horas de jogo que todo mundo fala que é uma bomba, só para ver o que vai acontecer com ele/ela.(Lightning, minha Deusa, eu te venero :))

    Música: do que adianta você está matando zumbi ou soldados,correndo a mais de 200 km por hora,espancando geral nas ruas ou numa dungeon de um rpg se as músicas fazem você ficar com sono ou fazer odiar o jogo. as músicas devem ser de qualidade para me fazer ficar interessado no game.

    e acreditem ou não, eu nem ligo para a história de algum game.(tirando SMT)
    para mim se nenhum dos games que eu jogar tiver nota 10 nesses requisitos, não jogo ou desisto na metade do caminho. agora sobre as horas de jogo, realmente nos casos de Rpgs, deveriam fazer eles sem tantas horas de jogo. é como um carinha que já falou aqui: sou mais o Phantasy Star 1 que não tem tantas horas de gameplay e posso jogar uma segunda vez, do que um FFVIII como mais de 100 horas de jogo. quantos Final Fantasy o gamer já rejogou, sabendo que aquele game leva horas para ser terminado? poucos, eu diria.

    e concordo com o Tchulanguer. geralmente Rpgs viram uma obrigação para zerar, e fica um saco para jogar. eu mesmo tenho a “missão” de zerar a série Langrisser inteira e ainda destrinchar 6 Shin Megami Tensei: SMT 2,SMT 3 Nocturne,SMT Devil Survivor,SMT Devil Summoner,SMT Devil Summoner: Soul Hackers, SMT Digital Devil Saga Avatar Tuner,SMT If…(sem contar com a série Persona) e as vezes eu me desvio dessa obrigação para jogar algo mais simples e direto como Mortal Kombat 2 e Trilogy ou Jack Bros(SMT Spin-Off)

    mas quando se zera um game com varias horas de jogo, se sinto otimo. com o dever cumprido e com os ombros mais leves.(não que um game se compare a um problema da vida real, mas ainda sim é excelente)

    muito bom de excelência o seu post, Mestre-Senil.

    HEE-HOO!

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  • 27/09/2011 em 11:18 am
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    É aí que entram em conflito essa sua constatação e a reflexão feita em um post anterior sobre o melhor jogo ser aquele que repetimos.Como repetir diante de tal fragilidade?Como repetir diante do tempo escasso?Como repetir diante de tantas obrigações?
    Mas a constatação é fato pois não temos mais tempo disponível como tínha-mos á anos atrás.E esses dias me peguei pensando exatamente sobre isso, me lembrando que á uns 10 anos atrás , fechei O Máscara no SNES durante minhas férias.Hoje a última coisa á ser feita nelas seria fechar um jogo;Aliás, nem tenho mais férias.E concordo com o que disse o amigo acima:minha dedicação ao jogo permanece enquanto existe prazer;se ele não existe mais então encosto ele (mesmo sem terminar) e parto pra outro.

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  • 27/09/2011 em 12:01 pm
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    Todos nós, retrogamers e gamers adultos passamos pelas mesmas dificuldades. Achei que fosse só comigo, mas depois da Internet, descobri que meus questionamentos eram universais.

    Uma solução que achei para jogar os jogos antigos e novos, em meio ao trabalho e às obrigações, é a seguinte:

    Faça como no trabalho ou na faculdade: freqüente todos os dias. Não importa se será meia hora, uma hora ou duas horas. Se vc não conseguir meia hora de lazer diário é porque está trabalhando demais, e isso faz um mal danado. Tem dia que vc não consegue jogar, ou porque não teve tempo mesmo ou pq não tava a fim. Quando paro para analisar, ao fim de uma boa semana de 7 dias eu joguei umas 10 ou 12 horas (no fim-de-semana eu jogo mais).

    Com essa média, jogando uma hora diária mais seis ou sete no fim-de-semana(ou compensando e jogando mais aos fins-de-semana), com essa média, tenho aproximadamente 40 horas num mês, suficiente para detonar dois jogos de 20 horas ou um RPG old-school. Cara, com 40 horas dá até pra terminar 4 jogos de 8-bits, se bem selecionados pelo tamanho e dificuldade. Sei porque faço isso há algum tempo já. E tudo com tempo para família, trabalho e estudos. Reveja sua lista de jogos detonados: vc já imaginou terminar de 20 a 40 jogos num ano de sua vida adulta? Com esse método vc consegue. É só eleger a vida gamer como hobby principal e defini-la como prioridade. Vou te contar que sobra tempo até para os quadrinhos, que leio na condução para o trabalho…

    Parece metódico? Sim, porque é. Depois de muito tempo essa foi a solução que encontrei. Talvez sirva para alguém, mas queria conhecer a solução de vcs também.

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  • 27/09/2011 em 12:59 pm
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    A foto do Chaplin em “Tempos Modernos” é perfeita. Para você ver como o filmes dele, da década de 30, continua atual. Eu acho que a sociedade moderna esmaga – sim, esse termo mesmo – o indivíduo. O cobre de inúmeras responsabilidades, obrigações, deveres, deveres, deveres…

    Eu fico me perguntando: tudo isso é realmente necessário? Essa exigência exacerbada para que nós, peões, acumulem mais e mais riqueza para os burgueses? Sei que parece papo de comunista, mas não é. Um estudo antropomórfico simples como a observação das sociedades indígenas brasileiras pode ser muito instrutiva. O índio brasileiro é visto como preguiçoso. Não é. Ele trabalha apenas o necessário para poder se manter. O resto do tempo ele fica livre para cuidar das questões mais importantes depois da sobrevivência: cuidar da família, cuidar da aldeia, ensinar os mais jovens, jogar…

    Na nossa sociedade, como bem mostra o filmes do Chaplin, temos que sacrificar nosso tempo, nossa motivação, e até nossa saúde, apenas para sobreviver. Oras, numa sociedade com tantos recursos, com tanta abundância, por que é mais difícil sobreviver do que nas sociedades indígenas? Claro, hoje os índios vivem outra realidade, imposta pela nossa sociedade, que se diga.

    Eu sempre brinco dizendo que o cara que inventou a semana errou… deveria ter feito dois dias úteis e cinco de final de semana. Um exagero, mas é um exagero também sacrificar uma vida adulta por causa de um sem número de imposições que, muitas vezes, geram pouco retorno. É aquela coisa, de que adianta você ter dinheiro para pagar uma boa escola para o seu filho se para isso você tem que sacrificar o tempo que você passa com ele. Esse é só um exemplo das inúmeras parábolas da vida moderna, como é a de ter tempo para algo tão enriquecedor como jogar…

    Meu comentário ficou completamente utópico, eu sei. Mas são coisas que devem ser discutidas, mesmo que o nosso modelo de sociedade continue o mesmo – e vai continuar.

    Belo post, Senil. Me fez pensar bastante.

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  • 27/09/2011 em 2:50 pm
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    @Tiago Ruback Tiago, foi uma solução bastante criativa e que exige disciplina pra seguir, e se você fica satisfeito, ótimo!Mas o ato de ficar em frente ao vídeo-game ou PC pra jogar,é meio que um ritual.Essas “rapidinhas” que você dá – relativo á jogos, claro – pra mim não serve.Eu preciso de um relativo silêncio e que já estejam todos da minha família acomodados, pra diminuir a chance de que eu seja incomodado tanto por eles quanto pelo telefone.Normalmente só consigo praticar esse “ritual” depois das 22:00 , mas aí pintam outros detalhes… Como não gosto de jogos casuais , tenho resolvido da seguinte maneira:jogos multiplayer on line.É só entrar , matar (ou morrer) e sair, sem se preocupar com saves, missões,diálogos , etc.Enfim , cada um á sua maneira busca uma forma de praticar essa nossa paixão que são os jogos.

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  • 27/09/2011 em 4:31 pm
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    Enfim , jogar hoje esta difícil, tantoq eu só ando trabalhando e ocupado com minha esposa.

    Mas cada um tenta pelo menos não abandonar os jogos.

    O ritmo diminui é verdade, mas deveriamos pensar que quando nos aposentarmos jogaremos com mais tempo né.

    Ulisses Old Gamer 78

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  • 27/09/2011 em 5:04 pm
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    mestre senil…jogar hoje em dia tá dificil,,,até o gagagames tá tomando o meu tempo, isto é a internet em geral,,,o video game briga até com a internet. Redes sociais, blog, gagagames, pornografia,,,tudo isso hoje em dia virou concorrência do video game em geral!!!!engraçado que quando falta energia em casa parece que o silêncio predomina, é como se volta-se=mos ao tempo. Sem energia elétrica uma parte enorme da vida não tem graça, hoje em dia tudo é movido a energia elétrica,,,até na alimentação.
    Sem a energia elétrica não tem internet ou video game,,,e um dia a bateria acaba,,,,o que quero dizer que mesmo tendo todos os recursos eletrônicos da vida, não temos como aparar ou controlar toda essa energia que paira sobre nós!!!ter tempo hoje em dia virou previlégio de poucos,,,,poucos conseguem ganhar dinheiro sentado em frente ao computador ou video game!!!!!uma vez bob dilan disse: ¨o bom do meu trabalho é que não tenho hora para acordar e não sei que dia é hoje¨!!!!e o cara é rico e seu chefe ao mesmo tempo. Ele tem tempo para tudo isso. Nós trabalhamos um mês inteiro para receber um salário mínimo e que tudo vai embora em 1 dia só!!!só temos tempo para trabalhar e viver não temos mais, por isso crianças aproveitem essa fase de desenho animado e esqueça essa coisa de querer ser adulto um dia!!!!saudades da minha época atari!!!!

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  • 27/09/2011 em 5:35 pm
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    @Ulisses Old Gamer 78
    “O ritmo diminui é verdade, mas deveriamos pensar que quando nos aposentarmos jogaremos com mais tempo né.”

    O problema é: iremos no aposentar? Chegaremos lá? Posso parecer pessimista, mas a vida é mesmo efêmera. Eu tenho diabetes. Muita gente tem e chegou à terceira idade, outros mesmo se cuidando acabaram ficando no caminho. Isso me lembra do outro post do Senil do qual ele fala do presente-presente. O presente-futuro ideal para todo mundo seria mesmo esse, chegar à terceira idade e ter uma aposentadoria tranqüila. Por mais que eu queira – e torça por isso – a gente sabe que nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente imagina.

    Às vezes eu penso que o ideal seria que o dia tivesse 36 horas. Mas não duvido que, se isso acontecesse, a gente não trabalharia 20 horas por dia…

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  • 27/09/2011 em 6:32 pm
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    @Tiago Ruback
    Uso esse método, e acho que você acerta em cheio quando diz “Se vc não conseguir meia hora de lazer diário é porque está trabalhando demais, e isso faz um mal danado”, e como faz mal. É necessário ter equilíbrio, né? A vida moderna puxa pra longe desse equilíbrio de trabalhar e se divertir, e quando sobra tempo, o lazer precisa ser dividido, afinal, quem vai se esquivar de passar um tempo agradável com a namorada, família ou amigos?

    Acho que esta é a principal lição que nossa geração teve que aprender sozinha, pois nossos pais não viviam esta realidade exigente desta maneira para poder nos ensinar: procurar o equilíbrio.

    @Onyas
    Onyas, você resume esse meu comentário sobre a divisão do tempo e a busca pelo equilíbrio com o dilema: “É aquela coisa, de que adianta você ter dinheiro para pagar uma boa escola para o seu filho se para isso você tem que sacrificar o tempo que você passa com ele”. Concordo quando diz que suas reflexões parecem utópicas porém são necessárias e faço uma adição: a revolução trabalhista que buscava 8 horas de trabalho, 8 horas de sono e 8 horas de lazer foi parar onde? Se somar meus estudos ao trabalho, alimentação e transporte meu sono é de 6 horas e não vejo nem 3 horas de lazer diário. Estamos regredindo nas conquistas, distraidamente, pouco a pouco.

    Senil, quero parabenizá-lo pela Academia Gamer. O primeiro texto que li foi ‘Memórias’, e fiquei muito entusiasmado por ter encontrado idéias semelhantes às que vinha pensando e procurando amadurecer. Entretanto quis me familiarizar com as idéias (como a da tradição) e resolvi ler em ordem cronológica, uma coluna por dia. Estou na ’25 anos’ agora, e resolvi pular a ordem e dar uma espiada nesta por falar justamente do que tenho ido atrás, o tema ‘tempo’, que até agora parece-me bem semelhante ao que li, pois suas abordagens parecem falar muito sobre a ‘repetição’, que está bem ligado ao tempo.

    Apesar de usar o método do Tiago Ruback, a minha alegria é o domingo de manhã, quando todo mundo está dormindo, ninguém liga pra telefone ou celular e não há compromissos com horário, estou bem disposto e de cabeça vazia para jogar um Fallout ou Metal Gear e só parar quando o estômago roncar de fome. São jogos longos que pedem esse ritual para aproveitá-los.

    Durante a semana, tenho me divertido muito mais jogando novamente os 16bit que conheço, que oferecem uma experiência mais rápida e completa no curto tempo da semana, além de não exigirem aquele esforço de aprender um jogo novo, que me causa mais cansaço que relaxamento quando já passei um dia inteiro estudando e trabalhando. E tem sido uma experiência muito melhor que com os complicados e grandes jogos desta geração. Acho que a familiaridade traz o conforto e a diversão que preciso hoje em dia.

    Mas esse capricho na experiência, de métodos e rituais, também são necessários para um bom livro para tirar nossas dúvidas, para preparar uma boa reunião com a família, um churrasco com a família, uma noite especial com a namorada ou mesmo para atividades diárias, como estudar ou cuidar da casa. Senão a gente se desgasta desnecessariamente. E não há tempo para fazer tudo isso assim, daí a angústia de escolher o que (não) fazer (hehehe, ‘tensão e diversão’ ajudaram a entender melhor!).

    Empolguei e eescrevi demais! hehehe

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  • 27/09/2011 em 9:26 pm
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    Gagá, devo parabenizá-lo pela reflexão. Realmente o tempo de jogo é algo que sempre devemos escolher com sabedoria. Eu mesmo já passei por apuros por tentar terminar diferentes jogos ao mesmo tempo. Acho que isso é saber administrar o tempo: saber o que fazer no tempo livre.

    Gostei desse Academia Gamer
    Um abraço!

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  • 28/09/2011 em 12:06 am
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    Com o excesso de compromissos que temos na vida adulta, sem organização fica difícil arrumar tempo para alguma coisa, parece que um dia deveria ter mais de 30 horas!Depois que consegui priorizar as coisas e dividir o tempo entre elas, agora consigo jogar um pouco por dia sem ficar com um sentimento de culpa porque poderia estar fazendo algo “mais importante”, atualmente estou jogando Fallout e os jogos de Master System que eu tanto gosto.

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  • 28/09/2011 em 4:27 am
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    @Marcos A.S. Almeida Acho que ele não entra conflito sobre os dois posts(esse e o falando sobre repetição) porque mesmo o tempo sendo escasso e tudo o mais da vida corrida, o jogo que te dá a vontade de jogar novamente sempre te faz repetir(ou ficar na vontade) ele a tentar algum novo.

    @Onyas Gostei da reflexão, as vezes eu fico com esse pensamento contra o cenário atual imposto pela sociedade e dá vontade de me rebelar, coisas como virar um hippie fazendo nada que vá gerar dinheiro, claro que é impossível pois o mundo está como está, ir contra isso é como bater com a cabeça na parede.

    E Senil, fica aqui um elogio ao belo post, realmente esse fator tempo jogo é crucial hoje em dia. Nas leitura do academia gamer ultimamente me fez constatar e me definir o tipo de gamer que eu sou na atualidade. Não consigo acabar vários rpgs seguidos? Não. Não consigo gostar de quase nenhum jogo da nova geração? Não. E as respostas a essas perguntas foram “não” pelo fato de eu não estar me divertindo há muito tempo com esses jogos, estava gastando tempo e jogando por obrigação, um sacrilégio. Então de agora em diante eu só levo a sério e dou chances a tal jogo se de início ele priorizar a minha diversão, o que me prende num jogo atualmente? A capacidade de eu desenvolver mais habilidade (Street Fighter 4), melhorar raciocínio lógico (Série Advance Wars), diversão na jogatina casual sem compromisso (F1 e Fifa), então vi que não estou ligando nada nada para curtir histórias em games, afinal nunca mais verei um Chrono Trigger da vida. E dos últimos jogos que entraram no meu pc e saíram com menos de 3 horas de gameplay estão: Deus Ex, Fallout 3(vi que dois falaram estar jogando o 1, meio que me envergonho de não ter saco pra esse jogo), Oblivion e fora os jogos que me recuso a jogar de olhada prévia e nem penso em tentar como Mass Effect, Gears of Wars, Crysis(sendo que Far Cry 2 eu adorava, história uma bosta, mas eu gostava muito do mapa gigante pra explorar), da uma preguiça do Dragon Age.

    Pensando em horas de jogo, de brincadeira em brincadeira, tenho 300 horas de jogo no Advance Wars: Dual Strike no Nintendo Ds, fora os de GBA, e o que me complemente nele para me fazer ter vontade de jogá-lo é o fato de jogar uma versão online, daí sempre se encontra gente muito boa, considero o jogo como um jogo de xadrez só que muito melhor elaborado pois as variáveis são muitas.

    Muito escrito, parei por aqui. Excelente Academia Gamer

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  • 28/09/2011 em 9:50 am
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    Sr. Senil

    Sou cristão e não nego isso, otimista sempre.
    Acredito que o que falta talvez em todos nós é o tentar sempre sabe ainda quando gostamos de determinadas coisas.
    Não vim aqui falar sobre o que acredito, mas cada dia com seu mal já basta ok.

    Espero um dia que você tenha pelo menos uma vida melhor, que sei que todos vivemos com nossos conflitos pessoais, sempre.

    Mas é melhor morrer em pé do que viver de joelhos.

    Abraço e obrigado.

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  • 28/09/2011 em 10:05 am
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    Ulisses Old Gamer 78 :
    Sr. Onyas
    Sou cristão e não nego isso, otimista sempre.
    Acredito que o que falta talvez em todos nós é o tentar sempre sabe ainda quando gostamos de determinadas coisas.
    Não vim aqui falar sobre o que acredito, mas cada dia com seu mal já basta ok.
    Espero um dia que você tenha pelo menos uma vida melhor, que sei que todos vivemos com nossos conflitos pessoais, sempre.
    Mas é melhor morrer em pé do que viver de joelhos.
    Abraço e obrigado.

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  • 28/09/2011 em 1:20 pm
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    @Ulisses Old Gamer 78

    Hehehe. Mas você está certo em ser otimista. Eu mesmo, apesar do meu post quase “pré-apocalíptico”, ando bem otimista ultimamente. É que eu gosto de refletir sempre os dois lados da moeda.

    E eu fico imaginando, eu, aposentado, acho que ficaria jogando até os olhos sangrarem! Huahuiahuauha. Brincadeira. Mas é uma outra coisa interessante a ser discutida, talvez em outro post. Porque ainda não existe uma geração gamer da terceira idade. Claro, tem idosos que jogam, mas uma geração que conviveu uma época dos games – por exemplo a era 16bits – ainda não existe. Penso que, assim como hoje os vovôs vão para as pracinhas jogar dominó, buraco, canastra – ou seja lá qual jogo é aqueles, eu não entendo – vai chegar um dia em que a nossa geração vai se reunir para fazer a mesma coisa com os games da nossa geração. O que é curioso…

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  • 28/09/2011 em 4:36 pm
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    @Albatross
    Ainda mais os RPGs recentes que tem essa mania de “contar uma bela história” e parece que gastamos mais de uma hora por sessão de jogo só assistindo filme. Oras, se quero assistir um filme eu alugo um DVD, não preciso comprar um jogo. hehehehe

    E concordo também: eu tendo a procurar games de gerações passadas pela sua simplicidade e certa rapidez. Quando quero relaxar um pouco, pego um de Master System curtinho e me distraio por um tempo (curto, mas bom e agradável).

    @Tchulanguero
    Exatamente… Por isso que não entendo muito bem aquele pessoal que cisma de jogar vários jogos em sequência, sem jamais parar para ver se está se divertindo ou não e nem mesmo pensar se haverá interesse em repeti-lo ou não.

    A disponibilidade de tempo é um fator importante. Como você, acabo deixando games mais longos e que exigem muitas sessões de jogo para o final de semana. Durante os dias úteis, fico mais naqueles curtinhos (isso quando consigo jogar algo).

    @piga
    Sim, o tempo que o jogo leva é importante naquele momento antes do jogo somente (eu não encaro, por exemplo, experimentar um jogo muito longo sabendo que ficarei quinze dias sem poder jogá-lo por qualquer razão que seja). Enquanto jogamos, isso não importa nem um pouco. Se estamos realmente envolvidos pelo jogo (quando não há a obrigação, claro), o tempo que ele nos exige não é relevante. Todo jogo tem um espaço e um tempo específicos e, se aceitamos nos submeter ao jogo, aceitamos essa delimitação espacial e temporal dele também.

    Eu penso como você. Não acho que devemos ser pessoas somente voltadas para o trabalho. Estou a uns 2500km da minha família, da minha noiva e dos meus velhos amigos e sinto muita falta deles aqui. Mas nem por isso me afundo no trabalho. Muitas vezes, assim que volto das aulas à noite, prefiro dar uma ligada para todo mundo lá do que jogar uma partidinha de OutRun, por exemplo. Como seres humanos, temos outras preocupações que não o trabalho formal. O jogo é uma delas, mas não a única. Às vezes o tempo se torna ainda mais escasso porque o despendemos com coisas realmente importantes à nossa existencia.

    @Gusthork’s
    Eu jogo fliperama assim também. Tem aquelas pessoas que torram muita grana porque querem vencer de qualquer jeito e tal. Eu gasto fichas pela diversão mesmo: se morro, se perco, se só tenho uma ficha não importa. A agilidade de jogos de arcade também me interessa bastante.

    @leandro(leon belmont)alves
    Sim, com certeza. É o que falei mais acima: quando já estamos jogando e envolvidos com o jogo, não importa muito o tempo que ele nos exige. A questão da decisão pelo tempo é mais antes disso.

    “Tirando SMT” foi sensacional. hehehehe

    Eu tendo a não enfocar muito a história também. As músicas acabam sendo o elemento que mais me fisgam na maioria das vezes. O jogo pode parecer sem vergonha e ruim, mas se a trilha é boa, acabo dando um tempo maior para o jogo se mostrar para mim.

    Final Fantasy é um bom exemplo. Eu só repeti o Final Fantasy V (joguei umas três ou quatro vezes já) porque acho ele ágil e interessante. O FFVI, já joguei duas vezes do começo ao fim e já comecei duas sem avançar muito. Phantasy Star me dá muito mais ânimo para reiniciar, sem dúvida. hehehe Joguei cada um pelo menos o dobro de vezes que joguei os Final Fantasies da vida.

    RPGs tendem a virar obrigação mesmo. Principalmente quando tem sidequests, ou quando você percebe que a enrolação (a la Dragon Ball) é proposital. hehehe A sensação de dever cumprido aparece em todo jogo mesmo; faz parte do poslúdio de todo jogo: ao mesmo tempo que há satisfação, tem aquela melancolia envolvida com a despedida também.

    @Marcos A.S. Almeida
    A verdade é que a modernidade acaba dificultando o jogo genuíno. Não há um conflito nesse sentido: o problema é que tudo acaba nos desviando a atenção dos jogos. Ainda mais em uma época de informação e não de conhecimento. Tudo é feito para chamar a atenção, para seduzir e distrair sem contribuir para muita coisa. E mesmo o excesso de jogos entra nessa dança. Se temos muitos games lançados a cada dia é porque essa é a lógica moderna: sempre buscar coisas novas. Mas através da repetição, podemos aprender que a novidade está nas coisas que já conhecemos um pouco e não somente naquilo que desconhecemos totalmente.

    Esses problemas que se coloca (“como repetir com tantas exigências”, por exemplo), são questionamentos que todo ser humano tem que fazer. Se jogar é deixar de lado as preocupações do dia a dia, é preciso deixá-las totalmente fora de jogo. E isso é um processo voluntário. O “deixar-se levar” que costumo repetir bastante nos posts não é mera passividade já que, antes do “ser jogado pelo jogo” é preciso que nos joguemos a ele.

    @Tiago Ruback
    Separar um tempo paara lazer é indispensável sim para qualquer pessoa. Jogos em geral (games ou não) servem justamente para nos distrairmos e pensarmos/fazermos alguma outra coisa que não as obrigações e preocupações cotidianas.

    Eu só não conseguiria regular tão bem assim. hehehe Mas é uma boa dica para as pessoas, desde que isso acabe não virando um compromiso obrigatório; porque aí sim deixaria de ser divertido. Como combinar um jogo de futebol com os amigos todo final de semana e não ir com vontade e prazer de jogar, mas por mera obrigação social.

    A minha solução é trabalhar as 40h para as quais eu fui contratado e só. Passar uns minutinhos por dia tudo bem, mas ficar uma, duas horas a mais trabalhando, nem pensar. Eu acabo levando coisas para fazer em casa; mas em casa tento priorizar outras coisas. Nossa saúde existencial agradece. hehehe

    @Onyas
    Com certeza a modernidade (que nasceu não só nas Revoluções oriundas do Iluminismo, mas desde a Renascença) acaba tendo essa preocupação-mor de pressionar o indivíduo a ser o melhor. E o melhor, hoje, tem a ver com produção. Nem entro do mérito do capitalismo porque acho que “o buraco é mais embaixo”; esse problema tem relação com toda uma preocupação com a utilidade e pragmatismo que tem reverberações mesmo no socialismo/comunismo.

    Na verdade, a modernidade nos tira do tempo. Ao invés de estarmos no tempo, de vivermos nele e termos nosso passado, presente e futuro conosco, nós o possuímos (ou não). O tempo se torna um objeto que alguns têm e outros não; e isso é tudo que ele não é. Quando eu digo que nossa condição humana básica é a de ser-no-mundo, quero dizer com isso que também somos-no-tempo. Não o possuímos, mas habitamos nele. E a modernidade tira nossa história de nós e, tirando nossa história, “vida” acaba sendo, como falou, mera sobrevivência e não aquela riqueza e mistério que ela é em seu sentido mais concreto.

    Acabamos tendo que fazer uma escolha. Uma que há muitos anos atrás alguém já dizia que teríamos que fazer: não se pode servir a dois senhores; a qual você vai seguir? Ficar parado não resolve a angústia; a escolha é necessária.

    @Marcos A.S. Almeida
    Interessante essa sua alternativa. Teve uma época em que eu só jogava aos sábados de madrugada com amigos meus. E jogava games que nunca me interessei muito (FPS basicsamente); eu me divertia muito mais pela companhia e tal do que pelos jogos neles mesmos. Claro que entrava nos jogos, cumpria as minhas tarefas de acordo com as missões e meu tipo de personagem com a seriedade que isso requer; mas se fosse para jogar sozinho, dificilmente o faria.

    @Ulisses Old Gamer 78
    Sim, sempre temos preocupações isso é inegável. O importante é sempre conseguir um tempo para esquecer um pouco dessas preocupações. Nem digo pensando somente na aposentadoria (falo disso mais abaixo em outros comentários), mas fazendo planos a curto prazo mesmo. Vai que o mundo acaba mesmo em 2012! Daí nunca vamos jogar aquele game que tanto nos seduz há anos? huahauhauhauahuah

    Não estou dizendo para largar tudo que temos que fazer, mas tentar justamente conciliar as coisas. Temos que deixar de lado as preocupações quando jogamos. Sim, mas cada jogo possui certo tempo; e, dependendo do jogo, podemos parar e continuar quando for possível. No meu mestrado mesmo, eu finalizei o Phantasy Star I em várias sessões de jogo espalhadas conforme a possibilidade. É como um jogo de xadrez longo que você tem que parar no meio, tirar uma foto das peças e continuar outro dia.

    @helisonbsb
    Com certeza… Nem sei bem o que acrescentar ao seu comentário. Então, devo até soar repetitivo no que vou dizer. hehehe

    É engraçada essa dependência que temos da energia elétrica. Mas quer saber? Sempre que isso aconteceu lá em casa, a gente sentava todo mundo na cozinha e ficava batendo papo. hehehe Coisa rara de fazermos em condições normais.

    A criança tem uma grande vantagem que é a ausência de preocupações. Isso facilita muito o aparecimento do jogo na vida delas. Alguns adultos (como o Dylan que citou) tem essa vantagem também. Outros, pelo contrário, têm que “criar” um espaço sem preocupações com as suas próprias mãos para poder jogar.

    @Onyas
    Sempre que penso nessas questões de brevidade da vida, lembro de um versículo bonito na carta do meu homônimo que diz “mas o que é a vida? Não é senão um vapor que aparece por um momento e depois desaparece”. Temos a certeza de que morreremos, mas não quando. Se formos usar a analogia do jogo para compreender a vida, podemos até dizer que como um jogo é frágil, assim também a vida é: qualquer coisa, em qualquer momento pode nos tirar desse jogo.

    hehehe E de fato, se o dia fosse maior, com certeza teríamos que trabalhar mais tempo! hehehehe

    @Furionte
    Antes de começar a trabalhar, eu dormia umas nove horas por dia. Hoje, eu durmo, com sorte, umas sete. hehehe Lazer? Um cochilinho à tarde e uma meia hora de algum game curto nos intervalos entre as aulas e olhe lá. hehehe Realmente uma pena…

    Valeu pela força cara! Está lendo bem o do meu aniversário então. hehehe Faltam só oito meses para chegar onde estamos hoje! E pode ir comentando nos posts antigos que certamente eu respondo (recebo aviso pelo e-mail e tento responder o mais breve possível). Não tem post “morto” aqui não. hehehe Tem a minha dissertação por aí (acho que divulguei o link dela em algum post de janeiro deste ano) em que falo basicamente dessas mesmas questões. Eu acabo “repetindo” (no sentido de reapropriação) o que trabalhei no mestrado porque fico refletindo a respeito destes mesmos assuntos com muita frequência.

    E pode escrever à vontade! hehehe O que não tem aqui também é preocupação com tamanho e off topic. Se o assunto que surge na sua cabeça parece ter pouco a ver com o post, comente assim mesmo. Isso é sempre importante.

    E um ritual (como a tradição e a repetição) não são somente ruins como o senso comum tenta nos dizer. Essa metodologia de reservar tempo fixo para jogar só deixa de ser válido, na minha opinião, quando se torna uma obrigação e não uma decisão voluntária pela repetição (que é algo bem diferente). Ritual é um fenômeno muito próximo do jogo.

    @MarCel’
    Nem me fale! Eu já passei da época de jogar vários games ao mesmo tempo! Tenho me dedicado a um por vez e, para descansar, um ou outro mais simples no meio.

    Eu sei que boa parte dos velhos de barba são parecidos, mas eu sou o Senil. 🙂 O Gagá pe outro. hehehehe

    @Araken “Tiozinho”
    Essa sensação de “poderia estar fazendo algo mais útil” é terrível mesmo… Eu tento me organizar para não ficar pensando nisso enquanto jogo até porque, com isso, nem jogamos de verdade. Estamos bem fora do jogo para ser sincero… Fico contente que tenha conseguido se organizar! Isso é sempre uma conquista!

    @Juliano
    O mais importante às vezes é ter consciência de como as coisas são feitas no mundo e não se deixar levar por elas. Por exemplo: precisa de dinheiro para comprar comida? Beleza, mas precisa para comprar um tênis novo a cada semana porque a Nike lançou um modelo revolucionário? Creio que seja mais ou menos por aí mesmo.

    Que bom que tem refletido acerca de seu próprio modo de ser jogador! Uma das ideias da Academia Gamer é essa mesmo: pensarmos a respeito de nós mesmos enquanto gamers. Não só os jogos que preferimos ou algo do tipo, mas como é ser jogador de videogame. Ter clareza disso é muito importante.

    E não precisa se preocupar com o tamanho dos comentários. hehehe Eu gosto quando escrevem bastante. Assim vocês me dão mais recursos para a minha própria reflexão.

    @Ulisses Old Gamer 78
    hehehe Relaxa cara!

    Com certeza, basta a cada dia o seu mal e ficar se preocupando com o amanhã e programando coisas para somente anos adiante não compensa mesmo: não sabemos quando seremos tirados deste mundo. Por também ser cristão (ou tentar sê-lo a cada dia como costumo dizer hehe), sigo igualmente por esse caminho de pensamento. Em Eclesiastes há algo assim do tipo “aproveite os dias que Deus te deu” e creio que seja mais ou menos nesse sentido mesmo.

    @Onyas
    Sim. É sempre bom pensar a respeito das duas coisas. Mas, se parar para pensar, ter a morte diante de nós acaba dando um certo sentido à vida. Quando percebemos que nós vamos morrer um dia, podemos começar a fazer as coisas que nos são mais significativas. Por exemplo, ao invés de sair jogando todo jogo novo que é lançado, resolver curtir uma vez mais aquele que sempre te leva a dar um sorrisão em certa parte, ou que faz você fechar os olhos um pouco só para prestar atenção em uma música…

    Heidegger (um dos filósofos da fenomenologia e existencialimo em que baseio minhas pesquisas) diz que é a morte que dá sentido à vida. Interessante pensar desse modo. Não a morte “de todo mundo”, mas a nossa própria e pessoal. Tão própria que nenhum outro ser humano como nós pode experimentá-la em nosso lugar ou junto conosco: é a nossa experiência mais individual (e talvez a única realmente individual).

    Nós velhos (biologicamente falando hehehe) jogando videogame em encontros ou em praças vai ser algo divertido. Ao invés de idosos com peças de dominó, vão ser velhos com Game Gears, Game Boys e afins. huahauhauahua

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  • 28/09/2011 em 6:55 pm
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    @O Senil
    “Ao invés de idosos com peças de dominó, vão ser velhos com Game Gears, Game Boys e afins.”

    Foi bem o que eu imaginei! Huahuahuahau!

    Dou razão ao Heidegger. Lembro de uma entrevista do saudoso Paulo Autran em que ele dizia – provavelmente uma citação, não sei de quem – algo sobre isso que achei fantástico: “Sem a morte, a vida seria insuportável…”

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  • 28/09/2011 em 9:47 pm
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    Santa energia elétrica, hoje passou desde o meio dia até umas 7 da noite sem luz e nesse meio tempo não rolou eu assistir o jogo da champions league e outras coisas mais já que fiquei de bobeira em casa. Nem pra jogar nada o que foi uma pena. Sobre tempo de jogo, um que é relativamente novo e me prendeu do início ao fim foi o jogo Portal, joguei com a alegria que acontece em poucos jogos novos e aproveitei cada minuto e foi daqueles que dava vontade de parar só pra não acabar aquilo tão depressa o que não aconteceu, joguei o primeiro e de tão curto cheguei a achar que ele era só um tutorial para o segundo que não demorou muito consegui pra jogar, e Portal 2 me surpreendeu ainda mais por manter o nível excelente de criatividade seja pela jogabilidade seja pela história que por mais simples que pareça, é loucamente interessante. Fica a dica aí, Portal 1 e 2.

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  • 29/09/2011 em 1:34 pm
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    Gostei muito do que falou agora Sr. Senil.

    Infelizmente hoje penso que tudo evoluiu muito rápido.

    Gostei também do comentário do Sr. Onyas muito bacana.

    Hoje ando sem quase tempo, ontem joguei o comecinho do Super Metroid e ta muito bom . . .

    Enfim espero que todos nós conciliemos nossas vidas e façamos o que é possível sempre com fé, com luta, as vezes perdendo, as vezes ganhando mas sempre até o fim.

    Abraço a todos.

    Ulisses Old Gamer 78

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  • 02/10/2011 em 11:19 pm
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    @Onyas
    hehehehe O que será que nossos netos diriam disso? Fico até com receio de imaginar o tipo de jogo que eles terão disponíveis.

    Sim, com certeza. O Sartre (outro filósofo da mesma linha) já dizia o contrário: que a morte era ruim porque aniquilava todas as possibilidades. Eu sou mais heideggeriano nesse sentido. Contemplando nossa finitude, damos ao menos um limite claro às nossas possibilidades, um termo irrevogável.

    @Juliano
    hehehe Terrível mesmo!

    Portal é bem bacana. Os mesmos amigos que me compraram Half Life (I e II) para que eu jogasse com eles me arrumaram esse no pacote também. O esquema dele ser meio puzzle e estratégia é bem divertido. Dá uma diversificada em jogos de primeira pessoa (que ou são RPGs antigões, ou jogos de tiro).

    @Ulisses Old Gamer 78
    A rapidez das coisas é uma marca característica de nossa época. A pressa é um horror e envolve tudo que fazemos; até coisas que deveriam ser feitas com calma (uma reflexão, por exemplo) deve ser realizada à toque de caixa.

    Valeu pelo desejo. Espero realmente que isso nos aconteça e que tenhamos força para fazê-lo.

    @gb-dropadA8
    Legal! Não sabia que tinha uma tradução. Dei uma espiada e o jogo parece interessante. Talvez tente experimentar algum dia.

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