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Vamos a mais uma edição da Cruzada NES, onde o Gagá resolveu encarar a missão de jogar TODOS os jogos de NES, Famicom e Famicom Disk System. Para ler as edições anteriores desta coluna, clique aqui.

Hoje entramos no ano de 1988. A turma japa ainda curava a ressaca do fabuloso natal do Famicom, e curtia todos aqueles clássicos que saíram em dezembro (como vimos aqui). Enquanto isso, no ocidente, os donos de NES ainda se “deliciavam” com os “clássicos” inspirados em superproduções hollywoodianas.

E o que sobrou para o início de 1988? Não muita coisa, mas dois títulos salvam a pátria. Um deles é outro RPG, mas tem ainda um clássico de ação e… uma PÉROLA tradutória. Você não vai perder essa, vai? Então vamos lá que o tempo urge.

Vamos começar logo mostrando este vilão assustador!

Hein? Não, não,  esse não é o vilão de Ripple Island, mas eu não resisti a postar este… o que seria isso, um suricata enfezado? Bom, só queria dizer que nesta cruzada NES eu estou encontrando muitos jogos nesse estilo: quadrinho com imagem, menu com ações possíveis. A esmagadora maioria deles ficou só no Japão mesmo, mas vale comentar aqui na Cruzada para fins históricos. A maioria desses títulos envolve detetives tentando resolver casos, e eram jogos muito populares por lá na época.

Mas vamos em frente, agora com dois jogos simples mas eficientes: Ice Hockey pode não ser um clássico, mas em toda sua simplicidade ele é mais divertido do que o Master System jamais foi com um jogo do esporte gelado. Sério, pode procurar um jogo decente de hóquei no Master System que você não vai achar. E a Capcom também tinha um título interessante saindo na época, e do qual ninguém fala hoje em dia: Gun Smoke, um faroeste com scoll vertical. O diferencial, além da ambientação no velho oeste, é que o personagem atira nas diagonais, dando dois tiros com as armas em ângulo aberto. Parece besteira, mas esse simples toque deu ao jogo um charme tremendo. Dá para atirar reto também, apertando os dois botões. Portanto, temos aí dois exemplos de bons jogos que se aproveitam de conceitos simples para brilhar.

À esquerda, o Gagá toma mais um gol em Ice Hockey; à direita, o divertido Gun Smoke — alguém aí pensou em Sunset Riders?

Que tal um joguinho bizarro e legal… e chato… e legal… e chato? Confiram The Guardian Legend, um jogo muito louco da Compile. No começo, parece um shoot ‘em up nos moldes de outros clássicos da empresa, como Zanac e Aleste. Aí você passa de fase e o jogo vira uma espécie de Zelda, com seu bonequinho distribuindo espadas e vasculhando o mapa. E assim o jogo vai, aternando fases (ótimas) de tiro com fases (chatas) de exploração. Apesar de não ter curtido muito o jogo, fiquei curioso e dei uma pesquisada. Parece que ele divide opiniões, com gente dizendo que é um clássico do NES e gente dizendo que ele seria bem melhor se fosse só um shoot ‘em up. Portanto, eu recomendo que você dê uma olhada e tire suas próprias conclusões.

Uma coisa interessante na Compile é que ela estava sempre tentando criar jogos em outros estilos, porém aproveitando elementos de seus famosos shooters. Não vamos nos esquecer que também é dela Golvelius, aquela espécie de Zelda com segmentos de tiro vertical, ação lateral e outras doideiras. Louváveis as ideias piradas da softhouse.

Quem lembra do simpático bonequinho da foto à direita certamente pilotou muitas naves na infância/adolescência

Vamos ao primeiro clássico? Contra. Tá bom pra você? Não tem muito o que dizer aqui: é clássico total, um petardo de ação que é lembrado com nostalgia até hoje. Na época, o NES não tinha nada tão divertido a oferecer para dois jogadores simultâneos. É difícil pra diabo até com o infame macete de 30 vidas. Delícia de jogo, funciona bem que é uma beleza. Mas todo mundo já conhece, então não vou colocar fotos, ok?

E o outro clássico? Dragon Quest III, continuação da famosa franquia que chuta a bunda (atualmente gorda) de Final Fantasy no Japão. Se no DQ anterior a gente não notava lá taaaaantas melhorias (o maior destaque era mesmo o lance de se controlar um grupo de aventureiros), aqui dá para perceber que a série subiu de nível. A começar pela abertura, que tem uma sequência simpleszinha mas bonitinha com um lendário herói enfrentando um dragão na cratera de um vulcão. Simples, mas muito boa a cena.

Os gráficos de Dragon Quest III deram uma boa melhorada, e a sequência de abertura é muito bacana

O jogo começa daquele jeito clássico, herói sendo acordado pela mãe. Hoje isso é meio batido, mas tem um lance importante aqui: o herói não é mais um cara sem família, sem história, que nasceu de chocadeira. Além do mais, ele é filho do tal herói da abertura, então a gente nota que o jogo está bem mais preocupado em caracterizar bem seus personagens. Para completar, dá para recrutar guerreiros num estabelecimento na primeira cidade, e você pode até criar heróis de classes diferentes para levar com você. Muito interessante, tenho que zerar esse joguinho e fazer um post bacana para vocês.

Para fechar, nossa bomba da semana!

Se você achou que era um jogo do Pato Donald, errou. Donald Land começa com um bonequinho meio ridículo, um palhacinho. O ataque do bicho é um desastre, ele joga umas maçãs pro alto, e NUNCA acerta o alvo. Sério, é um martírio acertar alguém com esse treco.

O jogo nem merecia estar sendo citado aqui… exceto por um detalhe! Vejam s tela com a qual topei quando passei de fase:

O Gagá conclui a fase e… hein? Ronald McDonald? Papa-burger?

Cara, o jogo é do McDonalds, mas algum imbecil achou que seria melhor chamar o jogo de Donald Land do que, sei lá, “Ronald McDonald’s Erotic Adventures in Chinatown”. A referência ficou tão apagada que só quando passei de fase eu notei que o tal Donald, na verdade, era o Ronald McDonald! Olha de novo a tela de abertura, embaixo do título: olha ali a porta da sua lanchonete favorita, a DONALD 🙂 E não venham me dizer que foi problema de licenciamento, porque as McFritas aparecem com o “M” do logotipo e tudo. E ainda tem gente que reclama das traduções da Tectoy…

É isso aí, turma, semana que vem entramos no mês de março de 1988 na Cruzada Nes!

Cruzada NES: batata-frita é na lanchonete do Donald!
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29 ideias sobre “Cruzada NES: batata-frita é na lanchonete do Donald!

  • 29/11/2010 em 10:11 am
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    Mais uma edição de uma das melhores séries do blog =D

    Só uma pequena correção: Em Gun Smoke o sujeito não atira só nas diagonais. Apertando os dois botões de tiro ele atira pra frente. Vale a pena comentar também que o jogo apesar de parecer um shoot ‘em up possui lojas para comprar itens.

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  • 29/11/2010 em 11:59 am
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    Nossa, muitos jogos marcantes nesse post!
    Valeu por deixar meu dia mais feliz! hahahahahaha

    P.S.: Eu sou uma das pessoas que considera The Guardian Legend um clássico. Adorava esse jogo, me diverti pra caramba com ele!

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  • 29/11/2010 em 1:06 pm
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    “(…) in Japan, Ronald McDonald is called Donald McDonald due to a lack of a clear “r” sound in Japanese.”

    Tive a mesma dúvida há um tempo, quando descobri esse jogo. A informação é da wikipedia, então a credibilidade fica a critério de quem lê heheh…

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  • Pingback:Tweets that mention Gagá Games » Cruzada NES: batata-frita é na lanchonete do Donald! -- Topsy.com

  • 29/11/2010 em 1:38 pm
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    Nossa. Esse Donald Land é bizarro demais, rsss… 🙂

    Contra é um dos melhores jogos de NES. Já o Gun Smoke eu prefiro o do Arcade, pois conhecí essa versão primeiro. Quando fui jogar a versão de NES no meu Top Game CCE fiquei meio decepsionado na época. Não lembro o porquê. Aliás, se pegar a versão de arcade e de NES, tirando o gráfico e sons rasoavelmente superiores desse primeiro (o que era comum na época), são jogos praticamente identicos. Falow!

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  • 29/11/2010 em 2:00 pm
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    Po Gaga, essa seção é uma das mais divertidas do blog, muito bom ver esses games ( muitos completamente desconhecidos ) do NES, lembro que quando eu e um amigo vimos o cartucho do Contra na locadora pela primeira vez pensamos que era um game de um soldado contra o outro…bons tempos onde não havia hype massivo em cima dos games cada um era uma surpresa rs
    Dragon Quest III, tenho o cartucho original japones do remake pro SNES, não vendo por nada …quanto a esse The Guardian Legend…tem um game muito parecido pra GBA chama Sigma Star Saga…é de shooter variando com fazes de exploração, tem até histórinha e tudo, muito bem feito você deveria conferir.

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  • 29/11/2010 em 2:09 pm
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    Puxa, por ser licenciado esse jogo do Donald podia ter referências melhores nessa tela de abertura! E fiquei curioso com esse Ripple Island, principalmente pela imagem do suricata enfezado (na verdade é um arminho)! Hehehe!

    Caio :
    “(…) in Japan, Ronald McDonald is called Donald McDonald due to a lack of a clear “r” sound in Japanese.”
    Tive a mesma dúvida há um tempo, quando descobri esse jogo. A informação é da wikipedia, então a credibilidade fica a critério de quem lê heheh…

    Isso é verdade. Ronald McDonald é chamado de Donald McDonald no Japão (vocês podem conferir no site oficial dele), e o som do R e do D no japonês é muito parecido mesmo.
    Tenho um exemplo em [minha] família: minha tia chama-se Ryoko, mas quando ouço meu pai ou meus tios pronunciando o nome dela, sempre ouço “Dyoko”. Achava estranho, mas hoje me soa normal.

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  • 29/11/2010 em 4:12 pm
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    A versão de NES do Gun Smoke pode ser muito mais inferior a do Arcade, óbvio, mas, pra mim, a diversão é maior, pois pelo o que joguei, a versão do Arcade é muito mais difícil e impossível de acabar, não que a versão do NES seja aquela coisa facílima também, mas a do NES na minha opnião da mais vontade de jogar, e olha que na época joguei ele no PolyStation héin…
    Atualmente só o não jogo mais, porque não tenho mais tempo, mas um dia, eu ainda vou acabar ele, mas que é difícil é viu, nunca passei do 4º chefão, kkkkkkkkk

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  • 29/11/2010 em 4:22 pm
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    Pessoal, vale pelos comentários sobre o Donald, não sabia dessa curiosidade. Aliás, parece que o tradutor da Capcom também não sabia, he he…

    Magnus Hell :

    bons tempos onde não havia hype massivo em cima dos games cada um era uma surpresa rs

    É mesmo… altas lembranças daqueles dias em que a gente ia na locadora, todos os “jogos bons” estavam alugados e a gente escolhia um no chute. Volta e meia rolava uma surpresa e era um jogaço.

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  • 30/11/2010 em 8:42 am
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    Rapaz, joguei ontem Gun Smoke no meu dingoo, me lembrei do meu turbogame ontem e baixei a rom rsrs … peguei ele usado, meu turbo game fazia um zumbido insuportavel, mas como não tinha dinheiro pra outro rsrs o geito era jogar com aquele trem zumbindo e o plastico perto da fonte derretendo kkk, hoje se eu vejo um chuvisco na tela jah num jogo, nem deadpixel aceitei no meu dingoo e pedi troca de garantia kkkk

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  • 30/11/2010 em 1:27 pm
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    É Gagá… Contra é insano mesmo. Eu tinha (e eu acho que ainda tenho, escondido em algum canto do meu sótão) um joystick – emulador daquelezinhos que a gente conecta direto na TV e vem com uma penca de jogos de NES piratas e originais… Eu me lembro que Contra era o primeiro da lista. Mesmo com o Konami Code eu cheguei no comecinho da 3° fase e olhe lá!

    Falando em Contra, o cart japa dele tem um chip auxiliar que dá um “boost” nos gráficos do bom e velho “nintendinho”, permitindo a exibição de uma complexa tela de mapa entre as fases. Pena que foi removido nas outras versões…

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  • 30/11/2010 em 11:10 pm
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    Dragon Quest III parece aceitável… agora quem sabe eu consiga encarar um desses?

    Achei que McDonald era exclusividade do Mega Drive… muito interessante a facilidade como qualquer empresa entra no Nes e vira um jogo. Isso que é mídia!

    Sobre Guardian Legend: É de longe um dos melhores games do NES. Foi meu primeiro post no GLStoque… dá uma olhada:

    http://glstoque.blogspot.com/2009/08/guardian-legend.html

    Você já deve ter lido, mas não custa um jabazinho.

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  • 01/12/2010 em 7:05 am
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    Sobre o Donald Land, de fato pela abertura do jogo não dá pra sacar que é sobre o palhaço dos hambúrgeres, mas olhando a capa original do jogo não fica nenhuma dúvida. Tem o palhaço e o M da rede de lanchonetes:

    http://images-mediawiki-sites.thefullwiki.org/10/1/6/2/40913501688693410.png

    O problema dos emuladores é que esses detalhes acabam passando batidos, mas quem jogou na época viu a capa e o manual de instruções do jogo, portanto não ficou exatamente no escuro quanto ao jogo.

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  • 03/12/2010 em 8:24 am
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    Cara gun smoke é da hora, jogava muito no meu Dynavision III, eu tinha um cartucho dele da cce, passava horas jogando inclusive cheguei a finalizar diversas vezes, mas a maior surpresa era o ultimo chefe, que tinha um irmão gêmeo ou era assim que eu entendia, você matava o cara e ficava todo relachado esperando o final achando que tinha zerado, ai o cara aparecia la no topo da tela com uma machine gun te detonava, eu fiquei com os olhos cheios de lagrimas quando me aconteceu isso.

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  • 03/12/2010 em 12:06 pm
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    falando sério agora, ou eu joguei muito Contra, mas eu até que achei na epoca o desafio razoavel… joguei primeiro no bit-system de um amigo e depois no phantom system de outro amigo, praticamente umas 4 hs por dia durante uma semana de cada vez. Não sabíamos o macete das 30 vidas, mas sempre chegavamos na 3a fase – waterfall. Depois de uns meses de jogatina intensa, conseguia zerar sozinho com 3 vidas. Achava megaman 3 mais dificil

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  • 08/12/2010 em 9:01 am
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    Gun Smoke e Contra já são conhecidos meus, muito bons por sinal. Tenho que dar uma olhada nesse The Guardian Legend, curto jogos doidos.
    E talvez seja por estar acostumado com bizarrices, mas na hora que eu vi o sprite do “herói” em Donald Land eu me toquei imediatamente que era o Ronald Mcdonald. Enfim, o jogo é ruim mesmo, e também não acerto ninguém com esses ataques bizarros dele. 😛

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