Que mané Baldur’s Gate: Dungeons & Dragons velho é este aqui! 

E lá vou eu com o primeiro jogo da série GOGó Games!

Gateway to the Savage Frontier foi um dos últimos títulos da série de jogos para computador que ficou conhecida como Gold Box. A série, por si só, merece um post inteiro, mas como este é o primeiro jogo Gold Box que eu experimento, vou deixar vocês com a promessa de escrever algo mais tarde sobre a série como um todo, quando eu souber melhor do que estou falando.

Resumindo só para vocês entenderem: a série Gold Box é composta por mais de dez jogos de computador, todos vendidos em caixinhas douradas (sim, Einstein, é daí que vem o nome “Gold Box”). A dona da franquia era a SSI, que desenvolvia jogos de guerra e estratégia e conseguiu adquirir os direitos de Dungeons & Dragons em meio a uma forte concorrência (até a Electronic Arts entrou nessa briga).

Roubei a imagem de um youtuber; nada mais justo que deixar um link para o vídeo dele

Com os direitos garantidos, a SSI criou a engine Gold Box que rendeu mais de dez jogos entre 1987 e 1993. Quase todos são Dungeons & Dragons, com algumas exceções. A série fez um sucesso imenso e foi a primeira incursão realmente séria de D&D no mundo do videogame (embora uns poucos jogos tenham saído antes, incluindo um bastante impressionante para o Intellivision).

A fronteira selvagem

Os jogos Gold Box se dividem em séries. O jogo que vou apresentar a vocês hoje é da série “Savage Frontier”, composta por:

  • Gateway to the Savage Frontier (1991)
  • Neverwinter Nights (1991) (não confundir com o RPG bacanudo de mesmo nome que saiu em 2002)
  • Treasures of the Savage Frontier (1992)

Graças ao biscoitinho da sorte do backloggery, caí de paraquedas em Gateway to the Savage Frontier, um dos últimos e mais refinados títulos da série Gold Box. A aventura se passa na fronteira selvagem, uma região dos Forgotten Realms. Se você é fã de D&D, já reconheceu o nome e deve estar tendo espasmos de prazer. Se você é virgem de D&D, calma que vai dar tudo certo.

Propaganda em revista da época, um convite irresistível à aventura

Como em todo bom RPG, tudo começa com a criação de seus personagens. Humanos, elfos, guerreiros, magos, ladrões… vocês certamente conhecem as raças e classes de um RPG. Seguindo a dica do manual, meu grupo ficou assim: um paladino, um mago, um ladrão, um ranger e dois clérigos. Tem todo aquele lance de rolar os dados para definir os atributos de força, inteligência e afins, é bem tradicional.

Em GttSF, você é apresentado a um grupo de aventureiros que acaba de retornar de uma big aventura com uma gorda recompensa. Infelizmente, após uma farra numa taverna de Yartar, o grupo descobre que o ditado “fiofó de bêbado não tem dono” é real: algum malandrinho rouba toda a recompensa enquanto você babava álcool no seu colchão macio. Tudo isso é mostrado com gráficos simples, porém charmosos, e serve para dar início à aventura.

A movimentação pela cidade ocorre em primeira pessoa. Há um mapinha mequetrefe, mas é bem limitado e você VAI se perder se não desenhar um mapa. Arranje um pouco de papel quadriculado e mãos à obra, ou então instale o Gold Box Companion, programinha maroto que desenha os mapas automaticamente para você. Ok, todo mundo tem emprego, esposa, filhos e tal, escolha sua desculpa favorita para usar o programa, não vou julgá-lo. Porém, é óbvio que vou constranger vocês postando um mapa que eu desenhei like-a-boss.

Lindo, né? Fui eu que fiz ^_^

Andando pela cidade, você logo vai topar com uma loja de armas. E aí, vem a primeira crise: a lista de equipamentos à venda tem três páginas e nenhuma descrição. Nada de pontos de ataque, nada de “quem pode usar este machado”. Todas essas informações vinham no livretinho “Adventurer’s Journal” que acompanhava o jogo. Felizmente, o pacote vendido pelo GOG traz o PDF, que além de conter tabelinhas, também dá umas dicas para suas primeiras compras. Parece complicado, mas depois de seguir as orientações do livro nesse primeiro momento, você pega o espírito da coisa e já consegue se virar bem nas compras seguintes.

Mas o Adventurer’s Journal não serve só para isso não. Volta e meia você topa com algum personagem que tem algo importante a te dizer e…

 

Atentem para o “você registra o que aconteceu em seguida na entrada 24 do seu diário”
Taí a entrada 24 do Adventurer’s Journal descrevendo o que aconteceu

Sentiram o drama? O jogo praticamente não tem diálogos, porque naquela época a mídia era o disquete. Não cabia quase nada naquela desgraça, então os desenvolvedores jogaram quase todo o script do jogo para o livro. Mas Gagá, você pergunta, quer dizer que posso trapacear e ler os diálogos todos no livro logo de cara? Sim, mas além de ser um bobalhão, você vai se lascar: vários diálogos do livro são falsos, justamente para tapear os trouxas. Viu só? Não tem moleza aqui não!

Também não vai demorar até você se meter na sua primeira briga, e aí o jogo começa a mostrar a sua genialidade. Esta é a tela de combate, observem que o ponto de vista mudou completamente:

O combate funciona bem pra caramba

Cada personagem tem sua vez de agir. A ordem é definida pelo valor de Iniciativa, calculado para cada personagem multiplicando não sei o que por não sei o que e dividindo tudo por alguma coisa. Não, não é piada (bom, mais ou menos). Quem já jogou Dungeons & Dragons, o livro mesmo, numa mesa com amigos, sabe que tem mesmo um cálculo baseado nos atributos dos personagens para definir quem ataca primeiro.

Os personagens vão se movendo e atacando, cada um na sua vez. Dependendo da arma equipada, você pode atacar de longe ou de perto. Tudo parece muito simples, mas a verdade é que o sistema tem vários detalhezinhos superinteressantes, baseados nas regras de D&D. Por exemplo, ladrões atacando por trás ganham um bônus (não, não foi Dark Souls quem inventou o backstab); magos levam algum tempo para conjurar suas magias, e se você atacá-los nesse período pode quebrar sua concentração e cancelar a magia; se um personagem morrer, você precisa fazer um curativo e estancar o sangue rapidinho, senão ele morre e não tem mais volta; magias de cura só funcionam com contato direto, e é preciso ter cuidado ao usar magias de ataque com área de efeito, porque elas pegam todo mundo que estiver no meio, incluindo seus companheiros.

Clérigo amigo lançando a magia Bless sobre o guerreiro para dar a ele um bônus de THAC0 — traduzindo, a magia aumenta suas chances de atingir o inimigo

Pode parecer besteira hoje, mas naquela época, em computadores de capacidade tão limitada, um jogo aplicar as regras de Dungeons & Dragons para resolver os combates era uma coisa considerada totalmente extraordinária. THAC0, AC, aquelas loucuras todas estão no jogo. E tem vários outros detalhes que eu mesmo não pesquei, porque são coisas que só quem domina as regras originais vai identificar. Eu imagino a experiência orgasmática que deve ter sido para um fã de D&D jogar um negócio desses naqueles tempos.

Mesmo tantos anos depois, o sistema de combate funciona bem pra caramba, não é de se admirar que tantos jogos tenham nascido dessa engine. No início, meio medroso, eu fui jogando de maneira bem conservadora. Depois, quando peguei confiança e precisava de uns pontinhos de experiência para subir de nível, resolvi testar o combate automático. Que surpresa, gente: os personagens se movem e atacam sozinhos, uns se aproximado para atacar com espadas, outros se afastando para usar arcos e atiradeiras. É claro que, sozinho, o jogo não vai derrotar os chefes para vocês, mas ele dá conta tranquilo dos combates mais simples. Você pode deixar o combate rolando numa janelinha enquanto fuça a vida da sua ex-namorada no Facebook.

Cedo ou tarde, você vai tropeçar numa certa quest e vai querer deixar a cidade. Nessa hora, o jogo exibe o mapa local:

A seta é meu grupo, os dois quadrados vermelhos são cidades e eu morri segundos depois dessa foto, tentando cruzar o rio a pé enquanto gigantes atiravam pedras em mim do alto da montanha

Controlando a setinha, você pode tentar cruzar as montanhas a pé para chegar à cidade de Nesme, mas se você não quiser entrar numa batalha potencialmente letal contra gigantes atiradores de pedras, é melhor pegar o barco em Yartar. A viagem de barco é baratinha e bem mais segura. Em Nesme, você vai ter que encarar uma invasão de bárbaros e estourar um templo de adoradores de Bane (eu explico, virgens: Bane é um deus mau, muito mau). É nessa hora que você se dá conta de que fez a maior lambança, e aí a missão real do jogo começa, mas não vou spoilar.

No momento, estou seguindo uma pista na terceira cidade do jogo, Silverymoon. Fui até lá de barco, mas dessa vez a viagem foi um pouco mais turbulenta do que eu esperava.

Meus personagens acabaram de subir de nível pela primeira vez. Eles agora têm mais HP, e os usuários de magia podem usar magias do segundo círculo (desculpem se isso soar grego, é coisa de nerd). Não sei se vou jogar até zerar, mas estou empolgado e por enquanto pretendo continuar jogando. Se a aventura render, faço um segundo post contando as novidades; se eu cansar ou sentir que esgotei o assunto, volto em breve com o próximo jogo do meu backlog do GOG. Quem quiser ir acompanhando a jogatina de GttSF pode ver os meus updates na fanpage do Gagá Games.

Ah, a gente fala muito sobre consoles velhos aqui no blog, então eu fiquei curioso… será que algum de vocês já jogou um título da série Gold Box? Se a resposta for sim, eu adoraria ouvir suas experiências. Conte aí nos comentários!

UPDATE 08/06/2017

Joguei mais um bocado e rolou uma sequência bacana no jogo, então voltei para compartilhar com vocês. É o momento em que os heróis são capturados pelo grupo criminoso Kraken, confiram:

GOGó Games: Gateway to the Savage Frontier (DOS)

15 ideias sobre “GOGó Games: Gateway to the Savage Frontier (DOS)

  • 23/05/2017 em 9:32 am
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    Esse jogo, por algum motivo obscuro, me lembrou o Miracle Warriors do Master System, jogo que eu acho que vi você falando em algum lugar da internet.

    Fiquei interessado nesse, mas estou empenhado em desbravar Dragon Quest 8 inteiro agora, senão eu encararia. Boa jogatina Gagá!

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  • 23/05/2017 em 11:05 am
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    Eduardo Cosmão,

    Não é por acaso, Cosmão: os dois jogos são da mesma época (MW é de 86, GttSF é de 87), e embora cada RPG tivesse seu diferencial, havia muita coisa em comum entre os títulos que saíam. Sem contar que a gente conheceu MW no Master System, mas o original é de computador, então o DNA dos dois jogos é bem parecido.

    Você leu sobre o MW aqui no Gagá Games mesmo, é um dos meus posts favoritos. Tipo, é estranho dizer que um post que eu escrevi é um dos meus favoritos? Enfim… 😛

    http://www.gagagames.com.br/miracle-warriors-e-classico-perdido-do-master-system/

    E você falou no Dragon Quest VIII, eu tenho a maior vontade de jogar esse. O problema é que antes quero jogar o V, e em seguida o VII (que é imeeeeeeeenso)…

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  • 23/05/2017 em 7:44 pm
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    Também lembrei de Miracle Warriors.
    Nunca parei pra jogar RPGs antigos de PC, por alguma razão não me adaptei a eles quando tentei em uma época distante.
    Confesso que se eu fosse jogar eu apelaria para o programinha gerador de mapas, talvez acelerasse o processo… e eu colocaria a culpa na paranoia de terminar todos os jogos do backlog! hahaha!
    Curti o lance dos textos falsos no arquivo pra despistar espertalhões (aposto que vai ter gente dizendo que é diálogo não utilizado, mas eu não vou acreditar neles).
    E a comunidade PS em peso dentro do jogo, não? haha
    Muito bacana, começou bem a série GOGó!

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  • 23/05/2017 em 8:21 pm
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    Pô, que excelente notícia. Sinto saudades de abrir esse site e achar alguma coisa nova escrita até hoje.
    Só uma dica Gagá (duas na real), tenta botar um fundo menos claro, nem que for um cinzinha básico, porque acho que não devo ser o único a acessar os sites mais pelo PC mesmo (já que meu celular é fuleiro pra caramba), e esse fundo branco em um monitor de 32″ vai dar cancer nas minhas vistas, haha! Outra coisa, não acesso (e sequer tenho) facebook por N motivos (principalmente pela ladainha política que você infelizmente VAI acabar vendo), então uma boa idéia seria ainda postar uns diários de bordo de vez em nunca, nem que tu fosse escrevendo os trechos aos poucos conforme joga e postasse quando quisesse aqui também.
    Mas enfim, é isso. Meu blog também anda meio defunto mas a vontade de escrever mer…coisas, as vezes sempre volta né. E desejo tudo de bom pro seu filho também, abraços!

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  • 24/05/2017 em 3:16 am
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    Cara, muito bacana! Parabéns pela volta!

    Dos jogos antigos de AD&D tenho vontade de jogar principalmente esse de tanto que já vi reviews e por ser em um dos meus cenários preferidos. Outro é uma velha briga que tenho com Ravenloft: The Stone Prophet, que um amigo me deu de presente (comprado por 10 reais numa feira) e nunca avancei muito pela dificuldade (a água acabava rápido também).

    Desse último, usamos o manual que tinha basicamente tudo o que precisávamos para estender nossa campanha de RPG que começou usando as regras de First Quest até podermos comprar os livros de AD&D.

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  • 24/05/2017 em 3:50 pm
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    Cadu:
    Confesso que se eu fosse jogar eu apelaria para o programinha gerador de mapas, talvez acelerasse o processo… e eu colocaria a culpa na paranoia de terminar todos os jogos do backlog!

    Tá certo! Aqui em casa, eu uso o meu backlog como desculpa até para não lavar os pratos!

    E eu tava esperando alguém reconhecer a turma do Phantasy Star III, he he!

    Tiago:
    Só uma dica Gagá (duas na real), tenta botar um fundo menos claro, nem que for um cinzinha básico, porque acho que não devo ser o único a acessar os sites mais pelo PC mesmo (já que meu celular é fuleiro pra caramba), e esse fundo branco em um monitor de 32″ vai dar cancer nas minhas vistas, haha!

    Ok, ok, vocês venceram! Não é o visual final, mas botei um cinza só para não deixar meus fiéis leitores cegos. E aproveitei para botar um banner melhorzinho, bateu uma inspiração aqui. E continue mandando bala aí no Retro Journey porque Parallax is the new Viagra!!!

    Abração!

    Bruno Baere:
    Desse último, usamos o manual que tinha basicamente tudo o que precisávamos para estender nossa campanha de RPG que começou usando as regras de First Quest até podermos comprar os livros de AD&D.

    Olhei aqui o seu blog de curiosidade, coisa fina, hein? Eu ando numa vibe de RPG ultimamente, vou acompanhar lá. Volte sempre!

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  • 24/05/2017 em 5:08 pm
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    Olha só… primeiro o Orakio ressuscita de novo, e agora já vem com um post de rachar coquinho no frio. Seja re-bem-vindo meu caro. =)

    Lembro que o meu primeiro contato com Forgotten Realms foi há vários anos, com o Neverwinter Nights: Resurrection, que era um remake do Neverwinter Nights original. Não lembro o motivo exato, mas perdi o interesse rápido (acho que os labirintos me frustraram).

    O retorno foi meio estranho. No ano passado eu tomei uma injeção de saudosismo por RPGs de mesa e livros de fantasia, então decidi unir os dois, lendo Dragonlance: uma série excelente de livros que também foi publicada como aventuras pra jogar AD&D. Por coincidência, o GOG chegou no Brasil algum tempo depois. Minha primeira escolha? Claro, comprar o pacote com a trilogia da série (Krynn Series), que também foi desenvolvida com a mecânca Gold Box. Mas na hora de colocar no carrinho, mudei de ideia e decidi pegar o pacote com os jogos da série Forgotten Realms. =P

    Enfim, joguei e terminei Pool of Radiance, e não entendo como no passado desisti tão rápido de Neverwinter Nights, pois foi um nerdgasmo indescritível mergulhar de novo no meu querido AD&D. Era como se eu estivesse jogando o próprio RPG de mesa, quase tudo estava lá nos mínimos detalhes. A diferença, claro, foi a falta de interação com jogadores de carne e osso, mas é algo meio difícil de acontecer hoje em dia.

    Que bom que você está se divertindo assim como eu me diverti. No Brasil, é um tanto difícil encontrar pessoas que conheçam ou que jogaram algo da série Gold Box. Eu entendo que a inserção nos RPGs ocidentais — particularmente os antigos — é bem mais dolorosa para quem nunca jogou RPGs de mesa ou só jogou JRPGs, que têm uma proposta bem mais simples e linear. É uma pena, pois são jogos que podem ser extremamente divertidos quando você se empenha.

    Para encerrar este comentário que já virou um artigo, talvez você tenha visto que em 2015 houve uma tentativa de um revival da mecânica Gold Box em um jogo com gráficos modernos, chamado Seven Dragon Saga. Os caras são veteranos da SSI e fundaram uma nova cia chamada TSI. O problema foi que o Kickstarter não rolou (valor alto + prazo curto), mas o site do projeto ainda continua ativo. De qualquer forma fica de curiosidade: http://www.tsi-games.com.

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  • 25/05/2017 em 8:29 am
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    Grande Sir Kao! Prazer tê-lo aqui novamente!

    Sir Kao:
    Enfim, joguei e terminei Pool of Radiance, e não entendo como no passado desisti tão rápido de Neverwinter Nights, pois foi um nerdgasmo indescritível mergulhar de novo no meu querido AD&D.

    Muitas vezes, é o jogo certo na hora errada. Eu aluguei Earthbound na época em que saiu e achei um saco. Anos depois, comprei no Virtual Console de Wii U, joguei um dia inteiro, achei um saco também. Um ano se passou. Disparei outra vez e… best… game… ever!

    Sir Kao:
    Que bom que você está se divertindo assim como eu me diverti. No Brasil, é um tanto difícil encontrar pessoas que conheçam ou que jogaram algo da série Gold Box. Eu entendo que a inserção nos RPGs ocidentais — particularmente os antigos — é bem mais dolorosa para quem nunca jogou RPGs de mesa ou só jogou JRPGs, que têm uma proposta bem mais simples e linear.

    É exatamente como você disse. Para um virgem de D&D, o conceito de memorização de magias e a ausência de “MP” dá um nó no cérebro, é diferente demais do que o sujeito está acostumado a ver em JRPGs. Sem falar na falta de direção no início, na dificuldade de se orientar num jogo em primeira pessoa onde você não consegue discernir um lugar do outro por causa dos gráficos repetidos… complica mesmo, mas é uma pena. Depois que você pega o embalo, a experiência flui que é uma beleza.

    Sir Kao:
    Para encerrar este comentário que já virou um artigo, talvez você tenha visto que em 2015 houve uma tentativa de um revival da mecânica Gold Box em um jogo com gráficos modernos, chamado Seven Dragon Saga. Os caras são veteranos da SSI e fundaram uma nova cia chamada TSI. O problema foi que o Kickstarter não rolou (valor alto + prazo curto), mas o site do projeto ainda continua ativo. De qualquer forma fica de curiosidade: http://www.tsi-games.com.

    Nossa, que pena que o kickstarter fracassou! Se fosse hoje, com o Gagá Games no ar, tudo seria diferente: tenho certeza de que pelo menos metade dos meus doze leitores teriam contribuído com alguma coisa! ^_^

    Chato mesmo, puxa…

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  • 29/05/2017 em 2:21 pm
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    Ainda bem que você descreveu um jogo de computador com pouquíssima memória, Gagá. Quando eu falo que alguns jogos de Atari tinham sim história mas parte dela ficava no manual, o pessoal torce o nariz e fala “assim não vale”. Como se fosse um crime fazer essa coisa dupla, papel/software.

    Que bom que você citou o Metal Jesus, eu gosto muito desse cara no YT!
    Esse texto foi legal, faz tempo que não comento por aqui!

    Grande abraço!

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  • Pingback:UPDATE: Gateway to the Savage Frontier – GAGÁ GAMES

  • 08/06/2017 em 11:58 am
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    Po Gagá, comprei os últimos pacotes de jogos de Forgotten que faltavam e finalmente pude jogar o Gateway to the Savage Frontier.

    Fiquei me divertindo com a criação de personagens. O susto foi quando o HP do ranger saiu alto pra caramba, aí lembrei que no AD&D 1st Edition o ranger era diferente.

    Quando fui pro jogo, foi aquele baque de entender a interface de combate. Botei o Quick, galera sem armadura saindo na mão com bandidos aleatórios que tavam dentro de uma casa, paladino caiu, mago indo pra cima dos caras no soco…

    Quero jogar de novo com calma pra digerir tudo, tava indo dormir já. Vai ficar pra depois que terminar a run do Baldur’s Gate.

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  • 08/06/2017 em 2:46 pm
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    Bruno Baère,

    Ha ha ha! E, no início é meio pauleira. E 99% das pessoas que pegarem para jogar com certeza vão descobrir tarde demais que era preciso memorizar as magias antes de ir pra porrada ^_^ Depois que você aprende é moleza, mas até você descobrir tudo o que tem que ajeitar, é meio frustrante sim.

    Jorge Lucas,

    O Worpress é burro pra caramba… já resolvi aqui, valeu por avisar!

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