E aí amigos que visitam o Gagá Games… tudo beleza? Bem, aqui é o retrogamer André Breder trazendo para vocês mais uma edição do Recordar é envelhecer. Hora de relembrar mais um clássico da era 8 Bits: Adventure Island, o “irmão gêmeo” de Wonder Boy, que foi lançado para o NES na década de oitenta. Tenham todos uma boa leitura e até a próxima!

O início de mais uma série clássica do NES!

Adventure Island é uma das séries mais clássicas do NES. No primeiro episódio da série você deve ajudar Higgins,o simpático personagem de boné branco, a cruzar várias ilhas, cavernas, florestas, etc, para resgatar sua amada que foi seqüestrada por um terrível inimigo. O modo de jogo é similar a da série Super Mario Bros e consegue ser tão divertida quanto ela!

Adventure Island não é um jogo criado 100% pela Hudson Soft. Ele na verdade foi fruto de um trabalho em conjunto com uma outra empresa, conhecida na época sob o nome de Escape (mais tarde veio a se chamar Westone). A Escape lançou o jogo sob o nome de “Wonder Boy” para os arcades, fazendo uma parceria com a japonesa SEGA, que mais tarde lançaria uma versão caseira do jogo para seu console de 8 Bits, o Master System. A SEGA passou a ter os direitos sobre os personagens e chefes do jogo, e por isso os mesmos não puderam ser usados no lançamento de uma versão de “Wonder Boy” para o Famicon e posteriormente para o NES. Isso obrigou a Hudson a mudar os “sprites” do jogo original, e relançá-lo sob o título de Adventure Island. De maneira curiosa, Higgins foi baseado em um funcionário da Hudson de nome Takahashi-Meijin, que foi garoto propaganda da empresa no Japão. Um cara que se gabava de poder apertar o botão do controle dezesseis vezes por segundo, e que deve ter entrado em depressão quando inventaram o botão turbo.

Outro fato curioso é que, mesmo o mais fiel seguidor da Nintendo tendo que assumir que Adventure Island é inferior graficamente se comparado ao jogo “Wonder Boy” da SEGA, ainda assim a versão do NES vendeu bem mais que a da concorrente, devido ao estupendo fracasso de popularidade do console Master System no mercado americano e japonês.

Sobre o game:

Para facilitar a aventura de Higgins, há para ele alguns poderes especiais que são encontrados dentro de ovos que devem ser quebrados pelo jogador. Estes poderes vão de machadinhas, skates, poder de atirar bolas de fogo(bem úteis, pois destroem as pedras que são encontradas no decorrer das fases, e que muitas das vezes são obstáculos chatos de serem passados) e até fadas que dão invulnerabilidade momentânea e ainda torna o herói capaz de destruir qualquer inimigo ou coisa que estiver em seu caminho! Enquanto a fada estiver do lado de Higgins, só os buracos das fases podem fazê-lo morrer. Há ainda ovos invisíveis, que são descobertos quando se pula sobre eles, que guardam itens especiais e até vidas extras!

A ação do jogo é contínua! No alto da tela você tem um medidor de tempo que vai se esgotando aos poucos até zerar, e fazendo com que o jogador consequentemente perca uma vida! Para evitar isso deve-se então colher as diversas frutas que aparecerão durante as fases, que além de restaurarem seu medidor de tempo, ainda dão pontos. Um item bom para restaurar seu tempo no jogo é o pote de leite, que aparecerá de vez em quando. No momento que o jogador tiver que enfrentar os chefes de cada área, o medidor do tempo irá sumir.

Cada área do jogo é dividida em 4 estágios. Cada estágio ainda é dividido em 4 partes. Durante os estágios haverá placas que indicarão em que parte da fase o jogador está. Caso o jogador morra na terceira parte de um estágio, por exemplo, ele continuará a partir do início da terceira parte, e não do começo de todo o estágio.

Gráficos e Sonoridade:

Os gráficos de Adventure Island são regulares. Tanto o desenho do personagem principal quanto dos inimigos estão “meia boca”. Os cenários são até bem construídos, e algumas áreas possuem até alguns detalhes ali e acolá, mas é tudo bem simples, e para piorar as coisas, eles são bem repetitivos. Mas antes de descer a lenha nos gráficos de Adventure Island deve se lembrar que ele faz parte dos primeiros lançamentos para o NES(a versão do Famicon foi lançada em 1986) e por isso são como são.

Os efeitos sonoros são, ao contrário dos gráficos, muito bons! Os sons do jogo são bem diversificados e tem um tom bem infantil e alegre, casando perfeitamente com o clima da aventura. As músicas de Adventure Island são até legais, mas assim como os cenários do jogo, pecam por serem bem repetitivas. Elas variam de temas alegres a temas mais sombrios e lentos.

Jogabilidade e Dificuldade:

A jogabilidade de Adventure Island não é das melhores. Os comandos de ataque e pulo até que são precisos, mas os controles de movimento do personagens são bem duros. Pra piorar o personagem escorrega bastante quando você vai tentar mudar de direção caso esteja correndo com o mesmo, fazendo com que na maioria da vezes Higgins acabe chocando-se com uma pedra ou, pior ainda, com um inimigo. Nas fases de gelo então, aí que a coisa piora, pois neste tipo de área o personagem principal escorrega pra valer!

A dificuldade do jogo é crescente, ou seja, vai aumentando proporcionalmente ao avanço do jogador na aventura. Nas áreas mais avançadas o número de obstáculos e inimigos na tela aumenta bastante, deixando o jogo bem difícil, já que basta Higgins esbarrar em um inimigo ou em algum obstáculo mortal , como a maldita fogueira, para perder uma vida. Os chefões do final de cada área no entanto, são fáceis do começo ao fim, e cometem o mesmo pecado dos cenários e dos temas musicais de Adventure Island, são repetitivos. Pra falar a verdade eles serão sempre iguais, só muda a cara (pra falar a verdade, mas a verdade mesmo, em Adventure Island só existe um único chefe, que vai trocando de cara a medida que uma de suas horrendas faces é derrotada)! E por falar em cara, é nela que você deve atirar para derrotar os chefes.

Conclusão:

Adventure Island foi até uma boa conversão do arcade “Wonder Boy” para o NES. É divertido, mas pode fazer o jogador enjoar um pouco por causa de sua constante repetição. Mas era apenas o começo, e as seqüências da série tratariam de colocar Higgins no lugar que ele merece, mostrando gráficos melhores e uma aventura mais elaborada e diversificada para aquele que seria o herói nº1 da Hudson Soft. Numa próxima edição do Recordar é envelhecer eu falo sobre o excelente Adventure Island II…

Recordar é envelhecer: Adventure Island (NES)
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