Olá amigos headbangers…er… digo, leitores do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder para trazer até vocês mais uma edição do Recordar é envelhecer! Aproveitando que a banda inglesa Iron Maiden está em turnê pelo nosso país, hoje vou relembrar um game lançado em 1999 para os PCs, que traz o lendário mascote da banda em seu enredo: trata-se do título Ed Hunter! Tenham todos uma boa leitura e até o próximo Sábado!

Introdução:

O ano de 1999 foi muito especial para os fãs do grupo Iron Maiden, graças a volta tanto do carismático vocalista Bruce Dickinson, como do excelente guitarrista Adrian Smith. Na época o grupo britânico havia demitido recentemente o vocalista Blaze Bayley, mas antes de sua saída, o desafortunado músico havia influenciado a banda a lançar um game baseado no morto vivo Eddie, o famoso mascote do grupo. Segundo palavras do baixista Steve Harris, líder do Maiden, Blaze era “um viciado em games”. Desenvolvido pela Synthetic Dimensions (Legends of Valour, Druid: Daemons of the Mind, Chronicles of the Sword, entre outros) o jogo recebeu o título de Ed Hunter, sendo bem similar aos games da franquia Virtua Cop. Trata-se de um rail shooter, jogo de tiro onde o personagem se movimenta em momentos pré-determinados e deve acabar com todos os inimigos que surgem na tela para poder continuar.

O game coloca o jogador no papel de um investigador que certa noite recebe um inesperado envelope em seu escritório, cheio de dinheiro e com um bilhete escrito a mão que o pedia para encontrar uma pessoa ou ser chamado Eddie, que estava sendo mantido prisioneiro em um hospício. O jogador deveria então seguir para lá e libertá-lo, para então passar a seguí-lo para onde quer que Eddie fosse. Com esse prefácio sem pé nem cabeça, começa então a trama do game, com o investigador (ou investigadores, já que o game pode ser jogado até por duas pessoas, mas não simultaneamente), saindo de seu escritório em Londres, e “coincidentemente” percorrendo inicialmente lugares onde a banda Iron Maiden começou sua carreira, como as ruas onde ficam os pubs Cart & Horses e Ruskin Arms.

Sobre o game:

Ao todo o game traz sete fases, onde cada uma é baseada nas capas dos mais clássicos álbuns do Iron Maiden: na primeira fase “London’s East End”, por exemplo, temos um cenário que coloca o jogador dentro das capas dos discos “Iron Maiden” e “Killers”, com direito a punks e skinheads para serem executados a sangue frio. E isto é uma das coisas mais legais neste jogo: não, não estou me referindo a matança de punks e skinheads, e sim ao fato do jogador literalmente mergulhar nos ambientes e cenários criados para as capas dos discos da banda! Temos além da fase ambientada nas ruas londrinas, o manicômio de “Piece of Mind”, o Inferno mostrado em “The Number of the Beast”, o cemitério de “Live After Death”, as pirâmides egípcias do álbum “Powerslave”, o futuro estilo Blade Runner de “Somewhere in Time” e por último um mundo totalmente apocalíptico como mostrado na capa do álbum “Virtual XI”.

Mesmo com a possibilidade de visitar os locais, fictícios e reais, mostrados nas capas do Maiden, o jogo falha na questão gráfica, por apresentar texturas ruins e um design muito “rústico” dos cenários e personagens que o povoam. Na minha humildade opinião, os jogos em 3D só foram ficar realmente bonitos com o surgimento dos consoles de 128 Bits e das placas aceleradoras 3D para os PCs. E mesmo em 1999, Ed Hunter não era um game agradável de ser ver na tela e eu poderia citar uma lista enorme de games lançados na mesma época que tinham (e ainda tem, claro) gráficos bem melhores. A qualidade gráfica melhora um pouco quando surgem algumas “cutscenes” que servem para fazer a transição de uma fase para a outra, mas quando se está mesmo jogando Ed Hunter, a qualidade cai drasticamente. É uma pena, pois realmente a parte mais bacana do game é justamente a possibilidade de visitar as belas capas dos álbuns da Donzela de Ferro, e fazer isso com gráficos meia boca chega a ser decepcionante.

A parte sonora, contundo, não é nada decepcionante, muito pelo contrário: em relação a trilha sonora, temos agui só clássicos do Iron Maiden, com músicas que abrangem toda as fases do grupo britânico até o lançamento do jogo. Vale lembrar que Ed Hunter não foi lançado somente como um jogo para PC, mas também como uma coletânea de músicas do Maiden, um “TOP 20” dividido em dois CDs, contendo as vinte músicas mais votadas pelos fãs em uma pesquisa que a banda fez em seu site antes do lançamento do jogo. As músicas de cada fase já vem pre-determinadas, mas podem ainda ser mudadas no menu de opções do game, deixando então que o jogador escolha livremente qual música quer ouvir durante as fases do jogo.

Como o Iron Maiden é “simplesmente” o meu grupo musical preferido, eu acho a trilha sonora de Ed Hunter fantástica! Agora para aqueles que não curtem heavy metal, e mesmo assim se interessarem em jogar o game, a opinião, logicamente, será totalmente o contrário. Mas como este game foi feito realmente mais voltado para o público da banda, duvido que tenham aparecido no mundo muitos jogadores não fãs de heavy metal que tenham se interessado pelo título. Mesmo o mais doente fã do gênero “rail shooter” poderia encontrar facilmente títulos mais bem feitos e mais divertidos do que Ed Hunter para jogar em meados de 1999. Voltando para a parte sonora do jogo, ele ainda tem bons efeitos sonoros, que ajudam a dar o clima correto para os tiroteios sem fim que rolam na tela. Apesar de toda violência do game, alguns efeitos sonoros são tão hilários, que acabam deixando o clima de Ed Hunter mais leve, e até divertido.

A jogabilidade é simples e prática, como deve ser em todo “rail shooter” que se preze. Aqui o controle da mira é feito pelo mouse (ou por um controle se o jogador tiver um), e os tiros sendo executados pelo botão esquerdo. A dificuldade do game é definida pelo jogador no menu de opções, e são três níveis possíveis: Easy, Normal e Hard. Como sou um completo “pato” em jogos do tipo, acho Ed Hunter complicado até mesmo em seu nível mais fácil. Durante as fases do game, o jogador deve sempre eliminar os inimigos com rapidez, pois caso contrário eles irão contra atacar. Alguns itens especiais que restauram a energia perdida, bem como novos armamentos, podem surgir na tela durante as fases, e eles ajudam bastante o jogador em sua difícil missão. Até mesmo a cabeça de membros (e também ex-membros) da banda podem surgir, e caso o jogador consiga atingí-las com um tiro certeiro, receberá uma vida extra.

Um dos pontos mais falhos no game está na questão dele ser muito repetitivo. A primeira fase é a única que permite que o jogador possa escolher por caminhos alternativos, sendo que nas demais as áreas que podem ser visitadas são determinadas previamente pelo jogo. A baixa variedade de inimigos também ajuda a tornar Ed Hunter um game “meia boca”: durante cada nova fase, apenas dois tipos de inimigos estarão no caminho do jogador, e mesmo que a princípio o jogador tenha que aprender o modo como eles agem, e também a melhor forma para derrotá-los, basta poucos segundos para não haver mais nenhuma surpresa, pois os inimigos serão sempre os mesmos. Uma queixa que muitos fanáticos pela banda tiveram também, foi o fato do jogo não trazer uma fase ambientada na capa do álbum “Seventh Son of A Seventh Son”, que poderia resultar em uma interessante fase na neve e no gelo.

Conclusão:

Fãs do Iron Maiden que também curtem um bom “rail shooter”, podem até gostar de Ed Hunter, mesmo ele estando longe de ser um dos melhores games deste estilo. Mas aqueles que não são fãs deste tipo de jogo, com certeza esperavam mais. Na minha humilde opinião seria muito mais bacana se este game tivesse sido feito como um FPS, permitindo assim que o jogador pudesse explorar com mais calma as fases que foram baseadas nas bacanas capas dos álbuns da banda. Ed Hunter é em suma um game bem simples, que serviu mais como uma forma de propaganda para a banda, do que para gerar uma nova franquia no mundo dos games, ou algo do tipo. Um jogo definitivamente mais indicado para os fãs de Eddie e cia, sendo que mesmo o mais fanático fã do Iron Maiden poderá facilmente detestar este jogo. Fica aí a questão do gosto pessoal de cada um, para determinar se Ed Hunter é um jogo razoável, ou então uma bela porcaria. Eddie na minha opinião merecia um game muito melhor… mas de qualquer forma, UP THE IRONS!

Recordar é envelhecer: Ed Hunter (PC)
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12 ideias sobre “Recordar é envelhecer: Ed Hunter (PC)

  • 02/04/2011 em 12:19 am
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    Rá!!! Sempre quis jogar esse jogo na época mas eu não tinha PC (meu primeiro PC era um Pentium 4 já)… Mas já sabia da qualidade duvidosa dele.

    ^^

    Me matem, mas eu acho o Bruce Dickinson um palerma porque quando ele saiu do Iron ele disse “Foda-se o Iron” aí depois a água deve ter batido na bunda e ele voltou toda putinha. Prefiro o Paul D’ianno… Blaze Bayley era bom nas músicas dele, já nas do Bruce….

    =D

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  • 02/04/2011 em 2:22 am
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    Nunca quis jogar, por não curtir jogos do gênero. E pelo jogo ser feio até para os padrões da época.

    Mas sabe qual seria uma idéia para um bom jogo do Iron Maiden? Bem o videoclip de Wildest Dreams, fala por si só, um game de corrida, bem no estilo Mario Kart onde o jogador pudesse jogar com os membros da banda (incluindo ex membros), cada qual seu veículo especifico, e cada capa disco fosse uma pista. E Eddie seria um chefão desgraçadamente difícil de ser vencido, mas caso se conseguisse poderia usa-lo como personagem jogável. E obviamente o jogo se chamaria Eddie Racer, e mais óbvio ainda seria a trilha sonora. Claro só são devaneios, mas poderia ser um jogo legal…

    @Nesbitt
    Não acho que o Bruce seja putinha do Iron, até porque ele tem uma carreira solo bem sólida. E particularmente acho até seus trabalhos solos mais interessantes do que os três últimos álbuns do Maiden.
    O Di’ano é um loser da moléstia, pois todo trabalho solo dele consiste em músicas regravadas da sua época do Iron Maiden e algum título como “The First Iron Man” ou algo do gênero.
    Já do Blaze eu gosto, inclusive acompanho o seu trabalho solo e é bem bacana.

    Mas apesar de ser fã do Maiden, minha banda preferida ainda é o Stratovarius 🙂

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  • 02/04/2011 em 6:18 am
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    Também sou fã do Iron (apesar de não ter ido no último show aqui no RJ) e comprei esse disco justamente por causa da coleção.

    Joguei umas duas vezes, mas como não curto jogos de tiro (porque eu sou ruim mesmo, confesso) não consegui tirar muito proveito.

    Os gráficos são extremamente ruins, mas a possibilidade de se visitar os cenários das capas dos discos é fantástica. Além dos cenários, apesar de feios estarem repletos de referências à história da banda, como a casa onde trabalha a Charlotte! 🙂

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  • 02/04/2011 em 8:41 am
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    @Wolverine

    Concordo! UP THE IRONS!!!

    @Nesbitt

    Eu tenho como um dos meus vocalistas preferidos do rock o Mr. Bruce Dickison, e acho sua fase no Iron Maiden a melhor (a fase da década de 80 é praticamente perfeita). Sinceramente não ligo a mínima por ele ter falado merda quando saiu da banda no passado… o que importa para mim é a música, e contanto que ele continue produzindo bons álbuns com o Maiden (o que na minha opinião isto vem ocorrendo, já que gosto de todos os álbuns gravados desde o Brave New World), o resto é resto.

    Gosto muito também da fase do Paul D’ianno no Maiden… os dois primeiros álbuns da banda são sensacionais. Já a fase Blaze eu gosto de algumas músicas, prefiro muito mais os álbuns que o Blaze fez depois que saiu do Maiden, onde ele pode fazer músicas mais pesadas, e onde seu vocal encaixa perfeitamente.

    @João do caminhão

    Um game de corrida baseado no clipe da música Wildest Dreams poderia ficar interessante mesmo. Mas acho que depois do fiasco do Ed Hunter, a banda não vai lançar um game para PCs novamente. No máximo fazer games em flash, como ela vem fazendo para promover seus álbuns mais recentes, e que podem ser jogados no site oficial da banda.

    Em relação ao trabalho solo do D´ianno, o cara até que tem um material interessante, como o que ele apresentou com as bandas Killers e Battlezone, mas infelizmente estes trabalhos não tiveram o devido sucesso, e o velho Paul tem que apelar para as músicas que gravou com o Maiden para fazer shows. Agora concordo totalmente que o trabalho solo do Blaze é bem melhor, e é bacana que ele não fique querendo viver a sombra do que fez com o Maiden, privilegiando em suas apresentações ao vivo mais seu material solo.

    E Stratovarius também é uma excelente banda. Também curto muito.

    @Oráculo

    Para mim Ed Hunter foi uma boa ideia, mas mal executada. O universo dos álbuns do Maiden podem render um game muito melhor e mais interessante.

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  • 02/04/2011 em 1:50 pm
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    Putz, Blaze Bailey ao vivo era um terror. A voz dele definitivamente não combinava com as músicas de Bruce Dickinson.

    E esse jogo, pra ser bem sincero, é bem ruim. Mas pra quem é super fã da banda pode valer.

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  • 02/04/2011 em 11:14 pm
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    “Para mim Ed Hunter foi uma boa ideia, mas mal executada. O universo dos álbuns do Maiden podem render um game muito melhor e mais interessante.”

    Concordo em gênero, número e grau. Um FPS (ao invés de um rail shooter), com gráficos caprichados e design de fases criativo, tudo baseado na atmosfera das capas dos álbuns do Iron e ao som de músicas selecionadas da banda. Ficaria MUITO legal!

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  • 03/04/2011 em 11:11 pm
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    @tautologico

    O Blaze até que mandava bem nas músicas que ele gravou originalmente com o Maiden, mas quando cantava canções da época do Bruce, realmente não ficava nada legal.

    @O Caveira

    É isso aí. Como disse na conclusão da análise, um jogo do gênero FPS ficaria muito melhor.

    @Breno Peixoto

    Blaze tem um vocal potente, mas realmente com pouco alcance. Na sua fase pós-Maiden ele soube fazer músicas onde ele não precisasse estrapolar seus limites, e o resultado ficou muito bom, na minha opinião.

    @Paulo Mateus

    Realmente ED Hunter pode ser facilmente considerado como um game horrível. Na melhor das hipóteses, é um game regular para fraco. Está longe mesmo de ser bom.

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