Alex Kidd in the Enchanted Castle [1989] – Mega Drive

Não considero Enchanted Castle um jogo ruim. Pelo contrário, ele cumpre muito bem seu papel, um sólido jogo de plataforma, com boa variedade de fases, um design bacana, itens diversos e uma duração adequada. O problema é continuar a saga de um dos melhores jogos já feitos, o Alex Kidd in Miracle World. No Master System, os controles eram sólidos, simples e eficazes. Aqui no Mega deixaram Alex muito solto, escorregadio às vezes, provocando mortes bestas que só irritam o jogador.

Versão européia

Tirando esse fato, o jogo é bem legal. Temos fases temáticas, temos lojas com itens, temos Jan Ken Po por todo canto e temos passagens secretas repletas de itens, moedas, sacos de dinheiro e até armadilhas cheias de bombas. Resumindo, tudo que Miracle World tinha, Enchanted Castle também tem, menos o carisma e a jogabilidade suave. Isso é um problema? Talvez pra alguns, mas isso não tira em hipótese alguma a qualidade geral do jogo.

Alex e suas costeletas GIGANTESCAS

A aventura toma continuidade onde Miracle World parou, com Alex procurando o paradeiro de seu pai, Rei Thunder, no manual do Master System. Após resgatar a coroa do rei, é hora de ir atrás do dono, antes que alguma coisa de ruim lhe aconteça. Agora o planeta é outro, Paperock, onde supostamente seu pai foi visto.

Alex salta, soca e agora dá voadoras também. Basta saltar e soltar o botão de pulo no alto. As voadoras são úteis para destruir inimigos aéreos, mas podem lhe matar se não souber usá-las direito. Tudo porque o controle do game é meio falho, Alex desliza demais e, juntando o fato dele não ter energia (encostou morreu), acaba frustrando mais do que divertindo em alguns momentos.

Alex começa essa aventura em Rookietown, uma cidadezinha cheia de casas onde podemos jogar, à qualquer hora, o famoso Jan Ken Po, conseguindo assim alguns itens. Aliás, falando em itens, esse é talvez o jogo da série com a maior quantidade deles, deem uma olhada no inventário de Alex:

A cidade é uma fase curta, mas esconde algumas passagens subterrâneas com bons itens. Na segunda etapa, podemos ganhar a Sukopako logo de cara e tentar atravessar a fase inteira. Se não fossem pelos controles ruins, seria bem fácil enfrentar a fase de moto. À pé, além de ser menos perigoso, dá pra explorar o subterrâneo perto do final e conseguir algumas moedas à mais. Antes de acabar a fase, existe um desafio pra ganhar o Peticopter, mas, se querem um conselho, sigam pela água mesmo…

O subterrâneo esconde alguns baús, já na segunda fase, é preciso tomar certos cuidados com os inimigos

Controlar o Peticopter nesse jogo virou um desafio e tanto. Ele não voa suavemente, é preciso MOER o botão de salto pra mantê-lo no ar. Por isso seguir pela água acaba sendo mais vantajoso. Alguns peixes, tartarugas e até o nosso querido polvo fazem parte do cenário. Infelizmente, o baú que o polvo guarda não nos leva à um bônus recheado, como em Miracle World.

Uma pena não ter fase bônus dentro desse baú…

A fase do deserto é simples, mas tem alguns baús bacanas na parte mais alta, recheados de moedas e vidas. Para pegá-los, no entanto, é preciso ir pelo alto, onde abutres sobrevoam e cair é bem frequente. Pelo chão, escorpiões e múmias rondam o cenário.

Olha a festa que dá pra fazer com tanto baú espalhado na fase

Dentro da pirâmide, a maioria dos baús escondem armadilhas com bombas, logo, é bom ficar esperto. No final, temos que enfrentar a odalisca em uma partida de Jan Ken Po, onde vencer ou empatar lhe dá a vitória. Já na floresta, os inimigos estão em maior número. Um dos inimigos, inclusive, lembra muito o Jason, de Sexta-Feira 13, andando pela fase com uma máscara de hóquei. A fase é ligeiramente curta e lotada de baús na parte alta, onde abelhas fazem a festa com os descuidados. No final, mais um chefe, onde a decoreba vence fácil.

A “chefa” da fase da pirâmide e a floresta, à partir dela o jogo começa a ficar cada vez mais difícil

A próxima fase é Tropicstown, uma cidade bem parecida com Rookietown, à não ser pelo número maior de inimigos. Cidades são bons lugares para se conseguir itens nas casas de apostas (Jan Ken Po), mas o lance é que aqui as apostas custam 500U, ou seja: só aposte se tiver grana sobrando. Após Tropicstown, é hora de encarar uma montanha. Um dos inimigos curiosos aqui é um velhinho monge, que lembra muito o Santo Nurari, de Miracle World. Mas, como são vários inimigos iguais, acredito não ser ele. No final a batalha é contra um velhote parecido, mas que também não é o Nurari.

A gangue dos “santos Nurari” e o líder deles… pelo menos Alex ainda morre da mesma maneira

A segunda fase da montanha requer uma escalada enorme, com direito à pedras caindo, abutres, escorpiões e mais velhos monges se teleportando pelo cenário. Já no começo, se preferir (ou for maluco), pode ganhar um Peticopter na caverna. A subida é longa, mas nada que um pouco de calma nos saltos não resolva a parada. Após a escalada, vem uma sobrevoada OBRIGATÓRIA com o Peticopter! Basta seguir devagar, desviando dos inimigos. Se tocar um deles, adeus vida. Os mísseis do Peticopter podem ajudar, mas os balões, ao explodirem soltam um monte de bombas que podem te acertar. É uma fase infernal, de fato!

A escalada é fichinha perto da maldita fase do Peticopter…

Depois de tantos perigos e de passar nervoso, é hora de encarar o castelo final, o Sky Castle! A fase é ENORME, e, bem por isso, a melhor do jogo! As salas são repletas de armadilhas, inimigos e até alavancas. Muitas coisas aqui lembram o Janken Castle, do Miracle World, como plataformas de lanças que descem, partes aquáticas, cortinas de fumaça que descem entre outras.

Por incrível que pareça, não é uma fase difícil, mas seguir com calma pelo castelo. Às vezes a sala parece não ter saída, mas basta pensar um pouco ou pular no chão para ele se quebrar e continuar o caminho.

Muitas armadilhas, inimigos e salas no Sky Castle, de longe a mais inspirada fase de Enchanted Castle

No final, Alex encontra Ashra, o cara que aprontou tudo isso, com um monte de mãos e pés. A luta é no Jan Ken Po, não é muito fácil, mas após decorar alguns movimentos, fica mais simples vencê-lo. Após a derrota no jogo, ele vem pra cima na mão, jogando seus membros no pobre Alex. Se tiver, um Anel do Poder aqui vai muito bem e facilita muito o serviço.

Após destruí-lo, Alex encontra seu pai, chamado de Thor nesse game. E descobre que tudo não passou de um teste de Ashra, ou seja, ele não foi raptado coisa nenhuma…. Puxa vida Sega, precisava por um final besta desses? Que continuasse o Miracle World no Master System então… Alex corre, abraça seu pai e as pessoas dos dois planetas, Aries e Paperock agora vivem em harmonia. THE END!

O bizarro final de Alex Kidd in the Enchanted Castle

Nem preciso dizer que achei esse final muito chulé. Qual é, Alex desbrava dois planetas inteiros atrás de seu pai pra descobrir que ele estava aplicando um teste em um monstro cheio de pernas e braços? Pra quê esse teste? E por quê ele simplesmente não avisou? Claro, existem ganchos que poderiam ser explicados, mas a Sega deu por encerrada a saga por aqui. Malandrinha, em?

Semana que vem, desbravo outro jogo da série, o esquisito e quase impossível Alex Kidd High Tech World!

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