“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Olá crianças!

Eu tinha um outro post esboçado para essa semana, mas devido a E3, recebi uma semana compulsória de folga e, enquanto redigia, optei por falar um pouco a respeito dessa feira famosíssima que alguns de vocês podem ter acompanhado.

Contudo, já deixo avisado que não vou falar desta E3. Não vi nenhuma conferência, nem li absolutamente nada a respeito, mas acredito que algumas das coisas que planejo tratar aqui perpassam todo evento desse tipo. Seja atual ou antigamente.

Quando era criança, apenas fiquei sabendo da E3 por meio da SuperGamePower. O que já demonstra um conhecimento um tanto quanto tardio já que comprava revistas de videogame muito antes da fusão da SuperGame com a GamePower. Minha “busca por novidades” geralmente restringia-se a ler estas mesmas revistas (e outras, claro), conversas com amigos e visitas semanais às quatro ou cinco locadoras em que tinha uma conta. 

Justamente por essa razão, eu nunca acompanhei diretamente nenhuma E3: apenas relatos e resenhas em revistas nacionais. Logo, não quero dizer algo clichê como “antes era muito melhor do que hoje” porque estaria sendo tendencioso e obscurecendo a verdade. Quero apenas refletir com vocês a respeito do “anúncio de novidades”.

Nem preciso dizer que “novidade” e “tecnologia” andam juntas. Não temos somente apresentações de consoles e jogos, mas de softwares e hardwares das mais diversas empresas. Hoje inclusive isso chega a ser aguardado com ansiedade por nerds, geeks ou quaisquer outros nomes que queiram dar às diferentes tribos urbanas e modernas (Andarilhos do Asfalto, alguém?). Isso tem muito a ver com nossa era contemporânea que privilegia demasiadamente a técnica. Tamanha é essa importância dada à tecnologia que beira o louvor e adoração. E isso, claro, não é de hoje e parece ter suas origens principalmente com a Revolução Industrial. Mas prossigamos porque este não é o tema de hoje.

Certamente já ouviram falar do “poderio dos consoles”. Usualmente, apresentavam as capacidades máximas de um console e nas feiras posteriores alguns jogos que utilizavam “a máxima capacidade” deles. A ideia nessas exposições era mostrar inovações tecnológicas por meio de séries outrora inexistentes ou consagradas.

O foco era muito diferente do “seduzir” no sentido que já tratamos aqui muitas vezes como parte do pre-ludere (prelúdio). Ou seja, eles não mostravam o que era jogo: mostravam o que ele era “capaz de fazer”. Talvez, meio forçadamente, pudéssemos dizer que essas apresentações visavam o “deslumbramento” e não a vontade pelo “envolvimento”.

Há duas coisas aqui que também valem a pena serem retomadas brevemente de outros posts. A primeira é o fato de que “apresentar” um jogo não é jogá-lo: quando estamos diante de um jogo, podemos dizer que jogamos com ele e não nele como essencialmente uma experiência lúdica acontece. O segundo é o elemento da vontade inerente à nossa entrada no jogo. É praticamente conhecimento comum que a propaganda e anúncios comerciais em geral têm o propósito de “criar” vontades (impulsivas) nos espectadores. Ou seja, o que eles vendem para nós não é o produto ou o artefato, mas a própria apresentação dele.

Ambos os fatos nos ajudam a entender duas coisas pertencentes ao nosso modo de ser moderno. A primeira é a ênfase em êxtases emocionais, impulsivos e pretensamente inconscientes e incontroláveis. O outro é o fato de nos decepcionarmos com muitos jogos após ligarmos o console e apertarmos os botões algumas vezes.

A decepção acontece porque o que trailers, exposições e conferências nos oferecem não é o jogo, mas uma outra coisa que não obtemos. Um exemplo afim que pode ajudar a compreender são trailers de filmes que passam com certa música que sequer aparecem durante a película ou em alguma faixa das trilhas sonoras oficiais. Nos teasers para a televisão de Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas tocava a belíssima Solsbury Hill do Peter Gabriel; no mesmo caso com Peter Pan tocava Clocks do Coldplay e por aí vai. E, devo dizer, elas fazem falta nos filmes porque resumem bem toda a atmosfera deles.

A E3 não apresenta os jogos de que fala, mas “jogos de representação”. Isso talvez ajude a compreender também o excesso de “jogos que não são jogos” que tanto ouvimos por aí. Aquele tipo de game que mais observamos uma história acontecendo do que efetivamente fazendo alguma coisa. Um filme e um livro são também jogos, mas são bem diferentes de jogos em um sentido mais “puro” por assim dizer.

Conferências de cunho comercial oferecem jogos que exigem espectadores deslumbrados. Mas nem todo jogo que anunciam é um game de tal atmosfera. Jogos de representação também nos convidam ao envolvimento, mas apenas no papel de observadores atentos e cuidadosos e não como uma outra espécie de participantes.

A raiz do problema está na superficialidade moderna com relação às coisas. Tudo é (e deve ser) tão passageiro e relativo que não tem problema que apenas cinco minutos de um trailer seja mais bacana que o próprio game de cem horas. “Enquanto estiver inflamado de paixão eu continuo!” é o que dizemos. Mas tão logo a sedução termine, saímos do jogo.

Nós, modernos, esquecemos que o flerte e a sedução é apenas o prelúdio ao verdadeiro jogo a que efetivamente nos convida. A E3, e muitos sites por aí, seduzem-nos para a sedução buscando nos manter em um eterno prelúdio de desejos impulsivos por jogos que, uma vez experimentados, não nos satisfazem porque “não era o que esperávamos”.

Mas me digam uma coisa. Se pensarmos a mesma imagem trazida pelo psicólogo holandês Buytendijk do jogo como uma casa fechada e cheia de vida que está diante de nós, estamos realmente certos ao dizer tão logo entremos nela que “ah, aqui não consigo ver as tênues faixas de luz passando pelas frestas da janela”?

Seria como alguém que, diante das portas do Paraíso, dissesse para si mesmo: “prefiro aproveitar aqui no frio o calor e a luz que irradiam pelas frestas do portão: lá dentro é muito entediante”. E, nisso, esquece que esse calor e luminosidade é apenas o prelúdio do verdadeiro envolvimento em tais belezas.

Uma vez dentro desse outro mundo que se mostra diante de nós, não temos que buscar a sedução, mas nos entregarmos a ele para que nos envolva completamente. Mas não é isso que a E3 e outros eventos do mesmo porte parecem estar anunciando. As boas novas são ouvidas, mas vistas como uma tarefa difícil e não efetivamente praticada como já diria Chesterton sobre outra questão lúdica mais importante.

É isso que queria compartilhar essa semana com vocês. Até o próximo post!

Academia Gamer: E3
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32 ideias sobre “Academia Gamer: E3

  • 12/06/2012 em 8:54 am
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    sobre a E3, também é a primeira vez que a acompanho de fato. para a maioria decepcionou, somente alguns viram alguns detalhes que fizeram da feira algo novo. como é a primeira que eu vejo, nem tenho muito a dizer.

    esta certo, que você falou de apresentar um game não é o mesmo de aproveita-lo. mas a massa que ser chocada, que digam “OOOOOHHHHH” e que caiam o queixo. e sem ser repetitivo, todos os grandes consoles não agradaram e também o visual de certo jogos faz a diferença, a primeira impressão é a que fica, sabe? mas claro que um game tenha um visual mais simples tenha uma jogabilidade e diversão bem altas. mas como convencer a massa?

    o que a maioria vai dizer: ah, vou para casa jogar “Wing Elévi”

    como convencer esses gamers?

    olha Mestre, como retrogamer, nem acho muita graça no jogos atuais. tenho um Xbox 360 e mal encosto nele, onde prefiro jogar meu emulador do Mega e Saturn. por mim tanto faz, mas realmente eu esperava algo diferente da Nintendo. mas vou dar uma chance para o seu futuro console se firmar e ver no que nisso dará.

    Hee-Hoo Mestre Senil.

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  • 12/06/2012 em 9:25 am
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    Vou dizer o que eu esperava da E3: Jogos, muitos jogos. Porém o que eu ví foi um japonês tentando falar em inglês, um bundle Nike + IE e um montão de números. Jogo que é bom, quase nenhum. Lembro que acompanhava as E3s nas revistas de games também, mas o que se via era muitos jogos. Claro que tinha as novidades tecnológicas também, mas o que me fazia acompanhar eram os jogos.

    Falando agora do comportamento das empresas, a Nintendo foi a mais coerente delas todas. Não começou nessa E3 o mimimi que empresa faz em todas as suas conferências. Na verdade, a bravata sempre fez parte da política nintendista. Muito se falou sobre o cd-rom do snes que nunca chegou a ver a luz do dia. Muito foi prometido para o Ultra 64 e quando o Nintendo 64 chegou ao mercado não era nada daquilo. As third’s parties também acharam e debandaram. No Game Cube a mesma coisa, muito blá blá blá e vimos o que aconteceu. Porque no Wii-u seria diferente? Por causa disso a Nintendo perdeu meu respeito e adimiração desde o SNES.

    Já a Microsoft e Sony foram os extremos. A Microsoft veio com nada e a Sony com tudo. Me surpreendi com a conferencia da MS, parecem que cada vez mais eles querem transformar o XBOX num media center. Por outro lado a Sony mostrou novos jogos e até uma nova franquia, algo incomum para o final de geração.

    Falow! 🙂

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  • 12/06/2012 em 9:56 am
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    Bem sempre acompanhei os consoles até ps2 e xbox 1, depois tive outros interesses mas sempre joguei e continuo jogando games sejam novos ou não.
    A nintendo quer divertir sem graficos, o que acho até certo ponto tolerável, mas deveria ter todo o tipo de franquias famosas.
    Eu nem sei mais que game comprar ou vou continuar no meu novo velho PC com zilhares de emulações. Pois minha verba ta curta e não acho legal pagar mais de 1000 num console que pode descontinuar ou ficar órfão de jogos.
    Vamos ver no que vai dar isso né.

    Estamos acompanhando . . .
    Em breve cenas dos próximos capitulos.

    Piga viu o que fizeram com o Gabriel no Castlevania Lords of Shadow 2?
    Meu Deus é o fim do mundo????

    Valeu Mestre Senil!!!

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  • 12/06/2012 em 11:48 am
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    @leandro(leon belmont)alves
    Eu ouvi falar sobre essas decepções diante da E3 desse ano, mas acredito que seja apenas a progressão esperada desde o seu início mesmo. É inclusive coerente com a maioria dos jogos que são lançados hoje em dia: algo embasbacante, longo e que seja abandonado com extrema facilidade.

    É uma pena porque o essencial a um jogo acaba se perdendo…

    @piga
    Sim, eram os jogos que realmente importavam. O interessante é que, como tínhamos acesso a isso apenas pelas revistas, gráficos ou qualquer outra coisa não nos importava. O que nos seduzia era o jogo mesmo e não sua apresentação apenas por assim dizer.

    A tendência, infelizmente, é essa que a Microsoft encabeça. Videogames serão uma das formas de entretenimento das “caixas” futuras, independente da empresa.

    @Ulisses Old Gamer 78
    Isso é um risco mesmo: gastar uma grana absurda para não ter muitos bons jogos para que ele sirva para alguma coisa…

    Também não ligo para a época do jogo ter sido lançado. Mas é preciso mais que um trailer para me seduzir a entrar em sua esfera. hehehe E as empresas parecem ter vendido trailers nos últimos tempos e não jogos.

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  • 12/06/2012 em 12:21 pm
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    Eu acompanhei a E3 desse bem superficialmente mesmo, clicava no que me interessava e passava os olhos rapidamente. Acho que é por não querer me empolgar com coisas que só vão sair daqui um tempão e outra que a verba tá curta no momento, não adianta sonhar com nada. Ainda assim teve pouca coisa que surtiu a vontade de jogar. Claro, tinham coisas boas lá, a nintendo acho que fez chamarisco e escondeu o que de melhor e mais surpreendente ela deve ter pro futuro. Mycrosoft não lembro de nada no momento e Sony mostrou uns jogos de fato interessantes como o The Last of Us, que mesmo parecendo bonzão ainda acho que segue a mesma ideia de Uncharted, um jogo bonito, uma história boa e envolvente mas que no final das contas é jogo pra se gastar umas 10 horas em um gameplay e talvez no máximo dois e se guarda o jogo num canto. Tomb Raider foi o que achei mais legal.

    Só que o certo desta semana, uma coisa boa que aconteceu comigo foi entrar finalmente de cabeça no jogo de Super Nintendo, o Tactics Ogre: Let Us Cling Together, jogo que me chamou atenção a princípio por ser de estratégia mas que com o longo da jogatina estou vendo ele como algo muito maior, ele tem uma história muito boa, dificuldade elevada. Estou curtindo demais, acho que passei da porta e estou curtindo esse jogo lá onde deveria estar. Vlw mestre Senil

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  • 12/06/2012 em 12:30 pm
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    @Juliano
    O engraçado é o foco nas empresas de consoles. No mapa que coloquei no post com os espaços das empresas, tem muita empresa média por ali. Hoje ainda é assim? Ou só não deram muito atenção mesmo?

    Tactics Ogre eu preciso me esforçar para jogar de novo… Esses dias eu voltei a jogar o Dark Wizard de Sega CD. Um jogo muito divertido e empolgante. Estou gostando mais dele agora do que quando experimentei pela primeira vez.

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  • 12/06/2012 em 12:47 pm
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    Ulisses Old Gamer 78 :

    Piga viu o que fizeram com o Gabriel no Castlevania Lords of Shadow 2?
    Meu Deus é o fim do mundo????

    Bom Ulisses, como aqui no Gagá tratamos de jogos velhos e jogos de PS3 e X360 vão demorar para entrar, não vejo problemas em “spoilar” para responder sua pergunta.

    Eu nunca tinha visto um final tão phoda quanto o de Metal Gear Solid 4. Quem já terminou este jogo sabe do que eu estou falando. Como Castlevania LOS foi produzido pelo Kojima também, ele teve um final no estilo MGS4, igualmente phoda!!!

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    ATENÇÃO: SPOILER BRABO SOBRE CASTLEVANIA LOS
    SE NÃO QUISER TOMAR UM SPOILER PELA CARA PARE DE LER
    E FECHE SEU NAVEGADOR AGORA! EU AVISEI 🙂
    ——————————————————

    Quando você termina LOS, nas cenas finais você descobre que Gabriel virou o Drácula, pois em sua batalha contra o mal ele perdeu toda sua humanidade. Ao derrotar Satã, Gabriel é amaldiçoado, mas ainda não é um vampiro….

    No prmeiro DLC Revire, mostra como Gabriel se torna um vampiro, porém um vampiro comum.
    No segundo DLC Resurrection mostra como o Gabriel já vampiro ficou poderoso como o Drácula que já conhecemos nos outros jogos da franquia. Aliás dá pra deduzir até o por quê da Morte ser seu aliado.
    ———————————————————
    FIM DO SPOILER
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    Entendido minha resposta, sbemos que a Castlevania LOS é um reboot da série. O LOS2 vai ficar muito phoda!!!!!

    Falow 🙂

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  • 12/06/2012 em 1:04 pm
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    @piga
    hehehehehe Eu não ligo muito para spoilers (se o jogo só tem surpresas como algo divertido, ele não é tão bom assim), mas eu já sabia disso daí.

    Acho interessante eles terem reiniciado a série. Pelo menos não ficam complicando um bocado aquilo que já existe. hehehe Mas tendo a preferir o Castlevania original mesmo.

    O Kojima é um bom diretor, mas acho que o fato dele ser da área de cinema, ele acaba fazendo muito bem adventures. Eu ainda acho Policenauts o melhor game que ele já fez. É a área dele por completo.

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  • 12/06/2012 em 6:08 pm
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    Excelente texto, mas vale ressaltar que não é nenhum absurdo ter conhecido a E3 na SGP, já que a primeira foi em 1995. Antes da E3, a grande feira onde os games eram apresentados era a CES, que não se dedicava só aos games mas tudo quanto era eletrodoméstico e eletrônico, de enceradeiras a TVs e que existe até hoje.

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  • 12/06/2012 em 7:24 pm
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    @Randolph
    Sim! Tanto que até coloquei uma imagem de uma das primeiras E3 e foi em 1996 (a primeira foi em 1995 parece).

    No texto ficou confuso mesmo, mas quis dizer que não conhecia eventos desse tipo. Provavelmente por serem feiras como essa que falou (mais genéricas e menos específicas). Mesmo assim, as revistas que comprava antes só falavam dos jogos sem pensar nesses eventos.

    Valeu pelo toque! Passou despercebida essa confusão!

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  • 13/06/2012 em 12:55 pm
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    Eu ainda vou entender porque os jogadores anseiam tanto o futuro sendo que existem milhares de bons jogos já lançados esperando por eles. Aliás, eu também acho estranho pessoas que vibram quando vê trailers de jogos. Como é que alguém pode achar que ver um trailer cheio de CG e cortes vai ajudar a elucidar o gameplay do jogo? Eu até fiz uma crítica a isso no meu blog porque esse negócio de trailer acaba tirando dos desenvolvedores boa parte da obrigação de explicar como é de fato aquele jogo. Nunca me saciei vendo trailers, mas já aprendi muito sobre um futuro game lendo uma simples entrevista com os desenvolvedores.

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  • 13/06/2012 em 10:22 pm
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    Senil, eu joguei por um tempo rudra no hiou, e “abusei” do jogo, não sei se foi porque era na época de meu vestibular de medicina, que eu passei ano passado, e já estava de saco cheio, mas eu realmente senti chateação do jogo.

    SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER ABAIXO

    Joguei com a menina “ecológica”, e fiquei abusado com aquele mimimi de recuperar o mundo, de despoluir a agua, libertar borboletas e etc.

    O que você acha?! Outra pergunta tu acha que eu devo colocar na minha lista de espera FF7? E provavelmente o FF9, a maioria dos jogos que joguei são de super nintendo e alguns de computador e ps1, mas como nunca tive internet decente, estou baixando agora.

    Quantas horas +- de FF7?

    Ah! Uma coisa que me prende a atenção em rpgs é o romance, curto um romance que não seja muito piegas, mas é um fator que incrivelmente me prende em jogos e em livros como 1984, irmãos karamazov, romances que são um impulso normal da vida e que transcende ela. O que eu encontro muito em FF, mesmo quando as vezes ficam bestas =)

    Abraço Thiago Senil

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  • 14/06/2012 em 7:58 pm
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    @Fernando Lorenzon
    Isso é verdade. Tanto que costumo dizer que não daria a mínima se a indústria dos games fechasse as portas de vez. Tem milhares (não ouso dizer milhões ainda hehehe) de jogos por aí disponíveis. Jogo mais coisa “nova” antiga que nunca havia jogado do que lançamentos recentes.

    Interessante essa sua colocação sobre os trailers. O fato é que eles funcionam muito bem para aquilo que existem que é vender o jogo. Mas acho que o problema nem são eles propriamente ditos porque servem como meio de sedução mais original também (ou seja, seduzem nosso ser não como um produto, mas como um mundo jogo). Algo como uma sinopse na orelha de um livro. Muitas vezes, ele ajuda, por exemplo, a entender ou dar uma ideia da atmosfera do jogo apenas e sem qualquer pretensão de mostrar como será o jogo.

    Um exemplo que me ocorre são os trailers do Langrisser Schwarz que ainda será lançado. Em um deles, há uma explicação breve dos três lados que você pode escolher (Luz, Trevas e Império) com remixes de músicas clássicas da série mostrando as cidades e algumas poucas cenas ingame. Em outros já é diferente: música mais tranquila (estilo lounge ou “música de cidade”) em que os caras demonstram, com narração, como funcionará o jogo (sistema de classe, uso de mercenários, itens etc.). Ambos funcionaram para me seduzir (e muito) a experimentar o jogo. Mas não por serem trailers, mas porque toda a atmosfera de Langrisser parece estar lá (mesmo que seja um MMORPG e não um RPG tático de console).

    O problema reside quando vendem um “filme” e não o jogo. Ou seja, o trailer vende uma coisa e o que ele nos dá é exatamente aquilo que o trailer já trouxe: coisas para ver. E só. Boa parte da decepção passa por aí, creio eu.

    Acho que ouvir os desenvolvedores é sempre uma boa pedida e até diria mais: importante é também ouvir pessoas comuns que jogaram o jogo também. As sugestões que vocês me dão por aqui acabam sendo muito mais levadas em conta, de modo geral, por mim do que entrevistas, vídeos, trailers e análises de sites e blogs influentes que acho por aí de vez em quando.

    @Nicolas
    Fico contente que tenha passado em medicina!

    hehehe A Riza tem a história mais chatinha dos três mesmo. Eu curto muito o caminho do Surlent na verdade. Eu acho o Treasure of the Rudras é um excelente jogo (um dos melhores da Square na minha opinião): o climão “quase-apocalíptico” dele é interessante porque você sabe que dali a “x” dias o mundo dos humanos vai acabar e pronto. Fica aquele caráter de urgência e tal.

    Eu recomendaria tentar dar uma descansada do Treaure of the Rudras e jogá-lo de novo depois. Eu já o terminei algumas vezes e acho que ele só foi ficando cada vez melhor. Quem sabe no futuro ele se mostre mais agradável?

    Sobre os Final Fantasies de PSX, eu não curto muito nenhum deles para ser sincero. Mas há algumas coisas que pesam para que os experimente. O FFVII é famoso e, seja para falar bem ou mal, é importante que jogue de coração aberto (eu critico bastante o jogo, mas tive que jogá-lo para isso); a história é meio melosa, mas é bacana até. O FFIX tem um sistema mais clássico que recupera coisas de FFIV (classes fixas) e FFV (mais ou menos: habilidades aprendidas com itens e armaduras equipadas); ele começa bem, mas fica chatinho pela metade. O FFVIII fica num meio termo entre esses dois. Os três tem romance, mas são muito, muito melosos (e um tanto forçados às vezes). Eu colocaria os três lá no final da lista de jogos de PSX. hehehehe

    Acho que levei umas quarenta horas no FFVII, mas não me lembro… Faz muito tempo já…

    RPGs bons para PSX são os seguintes (e até têm o romance que disse gostar): Chrono Cross e Xenogears (tem uma versão undub por aí que vale muito a pena – até mudaram as unidades de medida de volta para o sistema métrico). A série Lunar (citada pelo Leon abaixo) é muito boa, mas só joguei as versões para Sega CD (então nem sei como ficaria para PSX).

    Tem muitos outros RPGs com romance (táticos, “normais” etc.), mas agora não me ocorre mais nenhum além desses. Caso eu lembre, eu falo.

    @Leon
    Valeu pela sugestão ao Nicolas!

    Sabe se tem muita diferença entre as versões de PSX e Sega CD?

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  • 14/06/2012 em 8:47 pm
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    Valeu, Leon e Senil!

    Pensei que você curtia pelo menos o FF7 de PSX Senil, pois é o mais bem falado dos jogos da nova geração de FF, talvez porque tenha sido um marco como jogo de rpg 3D com um bom nível de maturidade.

    E sobre treasure of rudras, eu escolhi Riza, porque realmente curto em jogos essa parte de natureza em batalhas, como em ffV que curti muito o job geomancer, e esperava que ele tivesse habilidades mais decentes do que apenas detectar armadilhas e não sofrer danos delas. Eu viajo nessa parte de fantasia misturada com habilidades da natureza, pensei que ia encontrar mais ou menos isso nela, mas encontrei apenas uma ativista ambiental =)

    Estou terminando FFV, e rpgs máximos para mim são FF6 e o rpg/action Terranigma. Chrono ganha o prêmio de um dos rpgs mais perfeitos, mas esses anteriores me cativaram mais.

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  • 14/06/2012 em 9:02 pm
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    @Nicolas
    O FFVII é muito comentado porque foi o que permitiu a entrada de fato dos RPGs orientais no mercado ocidental. A prova é que não foi “Final Fantasy IV” nos EUA como deveria ser (lembrando que FFVI virou FFIII aqui). Ele é popular, mas muito fraco em uma série de aspectos.

    Mas minha história com FFVII é a seguinte: eu fiquei deslumbrado com o jogo quando saiu. Li a minha velha Gamers Book de cabo a rabo trocentas vezes. A história me chamou muito a atenção. Até defendia o jogo ingenuamente antes de tê-lo jogado diante de um amigo meu que adorava o FFVIII. Mas quando o joguei, ele me decepcionou. Ele é bem imaturo na realidade e demonstra uma mudança patenta na cultura oriental (basta ver tokusatsus, games e animes que saíram na mesma época: todos são bem parecidos em alguns aspectos como, por exemplo, a personalidade do personagem principal).

    hehehehe Provavelmente por ter esperado demais que se decepcionou mesmo. Tente de novo com calma depois. Quem sabe não se empolga mais começando com outro personagem?

    O Final Fantasy V é meu predileto da série toda. É um dos mais simples (enredo etc.), mas é o que menos canso quando pego para jogar. Provavelmente por ser o último antes da neura do 9999 em HPs e afins. O FFVI vem logo depois, seguido pelo FFIV.

    Nunca joguei Terranigma… Preciso jogar porque sempre me falam bem dele e do Secret of Evermore. O Chrono Trigger é excepcional mesmo! Preciso jogá-lo de novo inclusive (deve fazer uns cinco anos que não jogo).

    Assitiu o filme “Final Fantasy”? Aquele mais antigo e não aquele baseado em Final Fantasy VII. Ele usa aquela teoria de Gaia que diz que a Terra é um organismo vivo. Em FFVII há um argumento bem semelhante. então “vamos salvar o planeta” tem um sentido meu ecológico no jogo também. hehehehe Nem vou entrar em muitos detalhes porque quando jogar isso vai ficar bem claro.

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  • 14/06/2012 em 10:57 pm
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    Engraçado que quando visitava o gagagames um tempão atrás, e nem comentava praticamente, vinha mais pra ler sobre os jogos antigos. Vinha na sede de ler coisas sobre FF, hoje, depois de muito tempo o que menos me atrai são jogos de FF, tipo eles estão lá guardados na memória como bons jogos, os 6, 8, 4 e porque não os 1, 2 e 3 também, mas como as coisas mudam. Eu nem indicaria para o amigo o FF7 mas isso acabo achando que é mais birra minha com o jogo do que ele realmente merece, basicamente nem diria nada, é experimentar pra tirar suas próprias conclusões. Que eu lembrasse dava umas 40 horas mesmo, mas não tenho certeza nenhuma sobre isso, eheheheh.
    Mas o falado do Rudra no hihou ou Treasure of Rudras(acho q são esses os nomes), me instigaram muito, fiquei com vontade de jogar. Depois do Tactics Ogre quem sabe, entrou pra fila.

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  • 14/06/2012 em 11:01 pm
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    @Juliano
    Que bom que parou para comentar! E logo na minha coluna em que eu falo de games tão amplamente. hehehe Mas estou com algumas resenhas esboçadas aqui… O problema é tempo para conclui-las…

    Pois jogue o Treasure of the Rudras sim. É bem bacana. Até fiz um especial com ele aqui em quatro partes (nem sei se já falei disso especificamente para você ou não, então desculpe se estou sendo repetitivo hehe).

    Eu eu preciso arriscar o Tatics Ogre de novo… Joguei muito pouco há anos atrás…

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  • 14/06/2012 em 11:12 pm
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    Senil, sou altamente suspeito para falar de terraenigma, principalmente para dizer que é obrigatório ou não para colocar na sua lista, pois isso é muito pessoal, há perólas para alguns que não tem valor para outros.

    Mas, diria que foi uma das experiências mais imersivas que eu tive, é um jogo que consegue equilibrar o épico e o lírico de maneira rara; você é um herói que carrega sentimentos mais que humanos. FF6 como Chrono são jogos de equipes, a experiência se dilui e se concentra no grupo.

    Em terranigma, todas as tensões do jogo vão para o herói; é uma narrativa que me lembra as narrativas antigas, uma narrativa que guarda a simplicidade de como os antigos viam o mundo, o equilíbrio desse.

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  • 14/06/2012 em 11:27 pm
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    Senil, tu já jogou Ogre Batle? Ouvi horrores desse jogo, um jogaço li de quem se arriscou a aprender a mecânica do jogo, as nuances de estratégias são inacreditáveis. Se tu jogar ensina a mecânica daquele jogo que eu tambem quero aprender!

    Para dar exemplos, em grupos com amazonas as estátiscas do grupo diminuem se colocar um homem como líder, usa cartas de tarô para alteras algumas coisas e outras coisitas mais.

    Mas queria mesmo ver tu falar de terraenigma =)

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  • 14/06/2012 em 11:45 pm
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    @Nicolas
    Sem querer me meter no assunto, já me metendo(pareço até o Jô Soares, eheheheh), Ogre Batle do snes eu já terminei, tipo, já deve fazer uns 10 anos mais ou menos, mas lembro que o jogo é muito bom sim. Tem mecânicas de estratégia em tempo real eu diria, controlando as unidades de onde elas vão e pra onde vão, capturar cidades nos mapas, muitos ‘jobs’ pra ir definindo os personagens. As lutas basicamente são automáticas, o jogador só podendo alterar se as unidades seriam mais ofensivas ou defensivas, focadas em atacar o líder do grupo inimigo e a única outra coisa que o jogador podia alterar na luta era intervir com o uso de cartas de tarô.

    É um jogo muito bom, que espero jogar outra vez algum dia. Tentei pouco uma versão que tem para o N64, só que não joguei muito não, parecia bem no mesmo estilo, só eu que não bati bem com emulador de 64.

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  • 14/06/2012 em 11:46 pm
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    @Nicolas
    Pois para mim a sua consideração pelo jogo é importante sim. Quem realmente aprecia algo sabe dizer porque aprecia (como você mesmo fez nesse comentário) e isso é o que geramente me basta.

    Deve lembrar então o épico romano pelo que disse. O grego ainda é mais focado em uma jornada específica (como na Odisseia). Já Eneida é mais pessoal e focada no herói (embora, claro, fale da fundação de Roma). Uma é mais “objetiva” e a outra mais “subjetiva” por assim dizer.

    Eu curto história assim. Vamos ver se isso, em um jogo, consegue me prender também. Vou subi-lo algumas posições em minha lista pessoal então!

    Pode deixar que conto sim se entender o esquema quando jogar. hehehe Esse lance das cartas de tarô ao início do jogo é um barato. Adoro isso. Tanto que já comecei o Ultima IV várias vezes só pelas perguntas iniciais. hehehehe O jogo mesmo se resumiu a uma tentativa de esmurrar o rei. huahauhauahuahauhauhauahuahauha

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  • 14/06/2012 em 11:49 pm
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    @Juliano
    huahuahuahuahuaha Que nada! Aqui nessa coluna não tem nada de offtopic e nem de intromissão. hehehehe Estamos todos juntos conversando!

    Preciso tentar de novo os jogos dessa série… Quem sabe depois de Dark Wizard (e Power Dolls que já está um pouco parado hehehe)?

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  • 16/06/2012 em 7:53 pm
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    Gostei dos prints sobre E3 do passado, tinha as coberturas das CES na SuperGamePower também – era a mesma feira que mudou de nome?

    Sobre essa necessidade de novidades, acho que é uma ideia que foi enfiada pelo mercado na mente da molecada. Essa coisa “preciso de uma nova placa de vídeo pra rodar xxxxx no talo, PRECISO”, sem nexo pra mim, só serve pros fabricantes entupirem o mercado e se livrar do estoque. Péssimo aproveitamento de tudo.

    Andei pesquisando esses dias pra escrever umas coisas e li sobre o criador do GameBoy, Gunpei Yokoi. Ele era adepto do “fun factor”, jogabilidade e enredo acima da tecnologia de ponta – por isso teria conseguido grandes trunfos como um portátil com tela monocromática, quando alguns prefeririam tentar a colorida. Acho que as empresas precisam rever os conceitos de “quanto mais atualizado o hardware, melhor”.

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  • 19/06/2012 em 1:01 am
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    @Daniel Lemes
    Parece que criaram a E3 para reunir tudo que tinha na CES e um pouco mais. Uma espécie de centralização de várias feiras diferentes e tal.

    Sem dúvida a mentalidade é essa mesma… A ideia do perecível é muito forte atualmente: temos que trocar tudo em algum momento. Antes as coisas tendiam a durar mais. E isso reverbera nos próprios jogos: não sei se muitos games lançados hoje ficarão realmente para a posteridade como foi com Sonic, Pac-Man etc. Não digo de “estar disponível”, mas de ter algum interesse de fato.

    Concordo plenamente com isso. Eu nem colocaria “enredo” como algo principal (tem games que nem tem um e são divertidíssimos assim mesmo), mas não tenho como discordar. O hardware é apenas um meio (uma ferramenta, um instrumento): o jogo mesmo não tem que ser definido por ele, mas através dele. Um erro comum que muitas empresas de games cometem há anos já.

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  • 25/06/2012 em 10:21 pm
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    Ufa, finalmente tive tempo de ler e comentar, rzs.

    O problema da maioria é que eles esquecem que a E3 é um evento puramente comercial. Ele não quer te provar que um jogo é foda, ele quer te vender o jogo, o que você vai achar depois é outra história. Fora algo que eu ressalto bastante, antes a falta de informação facilitava a nossa surpresa com as novidades, hoje nós praticamente acompanhamos as etapas de desenvolvimento de hardware e software em tempo real, não tem como haver surpresa desse jeito.

    PS: Fianna, Ragabash 😛

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  • 27/06/2012 em 11:57 am
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    @Rafa Tchulanguero Punk
    Putz.. e eu que estou há duas semanas enrolado com bancas de TCC e tudo mais?… Estou com vários comentários atrasados para responder… Acho que só hoje à noite (bem tarde mesmo hehehe) que vou conseguir parar e responder.

    Muito bem lembrado: a E3 é sim um evento comercial. Não é algo que poderíamos chamar, sei lá, de “divulgação” ou de “confraternização” etc. Acho que a tendência acaba sendo muito essa mesmo em outros eventos semelhantes também.

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