“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Olá crianças!

Estou escrevendo (ou revisando) essa coluna antes do término das Olimpíadas, mas acho que uma postagem além daquela da semana passada deveria ser sobre um assunto esportivo (ou antiesportivo) que despertou esta pequena reflexão.

Li um artigo online (que poder ler clicando aqui) que ressaltava uma coisa que sempre me deixou incomodado no Brasil: a oscilação da torcida brasileira em competições esportivas. Podemos resumir da seguinte forma: enquanto o representante do Brasil está ganhando, torcemos a favor; enquanto perde, torcemos contra.

E isso implica em uma série de outras coisas igualmente ultrajantes que se até são relevadas em outras competições, passam longe do espírito que as Olimpíadas tentam professar com a primazia da participação e bom combate ao invés da vitória per se. As vaias ostensivas a equipes adversárias de um lado e os xingamentos quando o Brasil não está indo muito bem.

Tudo isso eu pude observar em eventos em que o Brasil participou. E é claro que não é algo exclusivo nosso, mas parece haver um peculiar exagero nesse sentido entre nós. Por exemplo, em um jogo de vôlei a torcida de um país também vaiava o adversário, mas o volume era baixo (mal ouvíamos se não prestássemos atenção); mas, na mesma competição, mal conseguia ouvir os apitos do juiz por conta dessa atitude vinda dos brasileiros.

Fico pensando se isso não se deve tanto por aquilo que falamos na semana passada com relação a uma relação torpe entre vitória e humilhação do oponente. Porém, acrescentaria uma outra coisa: o imaginário de que temos que ganhar “de qualquer jeito” e que, se não o fizemos, não “demos todo nosso sangue e vida pelo país”, e, se conseguimos, “não fizemos mais que nossa obrigação”. Creio até mesmo que isso se relaciona com nossa malandragem chamada “jeitinho” que é tão bem vista entre nós e que faz parte, por exemplo, de toda a corrupção política que conhecemos bem.

Como muitas introduções de postagens da Academia Gamer, certamente podem estar indagando qual a relação disso com games. Já falamos sobre o papel de espectadores e é justamente sobre isso que construí esses parágrafos.

Discutimos certa vez a respeito da diferença entre jogos que poderíamos chamar de puros e aqueles chamados de representativos. Estes últimos têm por característica serem realizados e tendo a plenitude de seu sentido em um espectador. Toda bela arte, por exemplo, seria representativa por definição: uma música, um livro, uma peça de teatro exige aquele que a aprecie. E isso pode ser descrito em termos de jogo.

Os jogos não-representativos, porém, podem ser assistidos normalmente por qualquer pessoa que queira (ou possa) fazê-lo. Contudo, a simples presença de um espectador não altera a estrutura do jogo. Por mais que uma partida de futebol seja assistida por milhões de pessoas, o jogo não se altera e nem exige uma audiência para que ocorra (times de várzea que o digam).

Com games é da mesma maneira: nenhum game exige um espectador. Aqueles jogos que veem o cinema como modelo chegam bem perto disso, mas mesmo assim ainda podem reter um resquício qualquer de jogo puro sem tornarem-se plenamente representativos.

Portanto, uma partida de vôlei, de tênis, de futebol e qualquer outro esporte não é representativo por definição. Estou ciente aqui de que muitas modalidades como saltos ornamentais, ginástica rítmica e nado sincronizado requerem observadores (os juízes), mas mesmo assim é algo limítrofe já que temos juízes em outros esportes e nem por isso eles se tornam representativos. Há de se considerar ainda o fato de que o esporte não é um jogo puro, embora não seja também representativo.

Mas enfim… Um exemplo bem prático de como um espectador diante de um jogo não-representativo joga é uma partida de tênis. Nós seguimos a bola com nosso pescoço, acompanhando cada movimento. Porém, há uma coisa muito interessante nele: o silêncio. Embora exceções existam, espera-se que os espectadores não digam absolutamente nada e apenas aplaudam rapidamente após o término de um lance bonito, término de games, sets e por aí vai. Fazendo apenas um paralelo com as artes, um espectador atento não fala durante a execução de uma ópera e nem aplaude em momentos indevidos.

Certamente já passaram por algo assim jogando videogame. É difícil pensar em um exemplo pessoal específico, mas imaginem algo mais ou menos assim. Estão jogando Battletoads tentando passar pela milésima vez daquela fase com as paredes da morte que surgem repentinamente. Um amigo seu está ao lado assistindo e torcendo por você gritando a cada barreira que consegue superar: “É isso! Vai! Você consegue! É isso aí!”. Em certo momento, essa torcida exagerada o torna desatento e o faz errar ao que seu amigo, outrora seu fã, diz: “Pô, como não percebeu aquele muro lá?! Vai ter que tentar de novo agora!”. E a cena se repete ad infinitum.

Torcer não é o problema: a questão é que se a torcida é muito perceptível durante a execução da nossa tarefa em jogo ou em um esporte qualquer há um desvio essencial de atenção. E qual seria este? O foco não é mais a atividade que realizamos nela mesma, mas o espectador: de jogo (ou esporte dependendo do caso) converte-se em espetáculo.

“Pô Senil, mas temos que torcer com ardor porque queremos que eles vençam!”. Concordo plenamente. Mas se nossa torcida atrapalha o jogo, temos que reconsiderar a maneira de fazê-la. Aplaudir um belo lance na hora certa, gritar sem atrapalhar vale muito mais porque isso sim dá forças: é quando não está ocupado com o jogo que o jogador/esportista pode dar atenção a todos nós que o observamos e perceber que estamos ali com ele, lutando junto e não contra ele. O inter-ludere e o pos-ludere estão aí justamente para isso.

O outro problema é que a decepção do espectador não ajuda em absolutamente nada. Uma das coisas mais bacanas que acontecem em competições é quando alguém, mesmo não tendo se saído bem, é ovacionado pela torcida (inclusive adversária) pelo seu esforço e tentativa. Muitos acham que fazer isso é “estimular o derrotismo”. Muito pelo contrário: é apreciar o esforço e mostrar que o que importa não é vencer, mas lutar.

Se nessa partida de Battletoads esse amigo permanecesse calado, aquele que dominava os controles poderia simplesmente pausar o jogo após concluir a fase e aí sim dar-se ao direito de vibrar juntamente com seu espectador. E, caso não tivesse passado, esse espectador também poderia ter tido outra atitude e dizer algo como: “Vai lá! Chegou longe e pode conseguir se tentar de novo”.

E isso eu não vejo no Brasil. O que é triste porque só discutimos isso a cada quatro anos durante umas duas ou três semanas. Nas próximas Olimpíadas devíamos ter como meta não ganhar mais medalhas, mas aprender a valorizar o esforço e não o resultado. Daí, quem sabe em oito anos, poderíamos ficar por mais de um dia entre os países com maior número de medalhas olímpicas.

Um brinde àqueles que até o fim desse torneio da Antiguidade conseguiram mostrar o que realmente significa competir e o que significa torcer de verdade. Aquilo que aparece, por exemplo, no encerramento do grande game Enduro Racer de Master System e que é uma versão de um dos excelsos lemas das Olimpíadas.

É isso que queria trazer essa semana! Até o próximo post!

Post scriptum: Lembram-se da sul-coreana do artigo anterior? Pois bem, a Federação Internacional de Esgrima ofereceu-lhe uma medalha pela sua persistência e seguimento das regras. Porém ela recusou-a dizendo que “não era igual a uma medalhe olímpica” e que “acreditava que houve erro da arbitragem”. Sabem aquela humildade que falei, utilizando-a como exemplo? Parece ter sido aparente. Se no manual de regras da esgrima está escrito que a decisão dos juízes é soberana, faltou humildade ao aceitar esse ponto do regulamento. Sentir-me-ia muito mais agraciado com uma medalha de honra como esta do que com a olímpica. Como a Medalha Pierre de Coubertin que alguns atletas ganham por representarem o máximo dos ideais olímpicos. Como disse nosso maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima sobre recebê-la em 2004: “é de bronze, mas vale ouro”.

Academia Gamer: Um brinde à torcida
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20 ideias sobre “Academia Gamer: Um brinde à torcida

  • 14/08/2012 em 9:32 am
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    “Como muitas introduções de postagens da Academia Gamer, certamente podem estar indagando qual a relação disso com games.”

    Isso já virou hábito ^_^

    Adorei o exemplo do Battletoads, rs… além de engraçado, é totalmente verdadeiro.

    E ontem mesmo minha amada esposa estava comentando que brasileiro é assim: enquanto o Brasil disputa a copa, todo mundo enche a casa e o carro de bandeirinhas. Assim que o time perde, as bandeirinhas somem todas! Quando o time perde, o apoio é zero!

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  • 14/08/2012 em 10:02 am
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    olha Mestre, o que você falou é verdade. o brasileiro torce para o esporte que está se dando bem, olhe só o nosso futebol.(se bem, que eu perdi a minha fé na seleção desde a final de 98…e de traumatizar qualquer garoto de 9 anos, 3 x 0?) que já perdeu a força de outrora e agora o vôlei e MMA,MMO…sei lá, o gênero de luta que está na moda agora é o que vale torcer e já dizem que o Brasil é a terra do vôlei e Kickboxer…

    sinceramente, eu me pergunto por que o Brasil não adota a maneira dos Gringos. para se entrar na faculdade, não teria que ser bom em esportes? isso incentivaria muito mais os jovens a termos atletas desde cedo e poderiamos a ter mais do que 3 medalhas de ouro. tudo bem valorizarmos as de prata e bronze, mas termos medalhas douradas ajuda muito.

    mas o que um nerd sabe não é?

    e sobre a esgrimista koreana, eu diria a mesma coisa, mas sei-lá, levaria a medalha de qualquer maneira, mas sem querer ser chato, não teria orgulho do “prêmio de consolação”. mas faz parte da vida aprendermos a perder.

    Hee-Hoo Mestre Senil.

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  • 14/08/2012 em 12:27 pm
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    Gostei muito deste texto. Eu queria entender melhor o porquê do brasileiro agir dessa maneira. Já repararam que o brasileiro não gosta de esportes, e sim de brasileiros vencendo? Na época do Senna, todo mundo gostava de F1. Na época do Guga, todos gostavam de tênis. Na época do Oscar, todos gostavam de basquete.

    Acho interessante que o torcedor brasileiro gosta mais da vitória como causa do que como consequência. Não sei se isso tem a ver com os esportes populares por aqui, como o futebol, cujos resultados não são tão previsíveis (ao contrário do tênis, por exemplo).

    Apreciar a vitória mais do que o esforço é tão tipico que na F1 (o único esporte que eu acompanhava) o Galvão torcia contra os adversários na frente dos brasileiros para que eles batessem o carro ou quebrassem, entregando a vitória de mão beijada pro piloto nacional.

    Mas aí eu pergunto: tem graça vencer sem esforço? Para quem aprecia a vitória mais que o esforço, sim. Então por que o brasileiro não vai numa loja de troféus e compra um monte deles pra colocar em suas estantes? Daria na mesma.

    Acho que o que o brasileiro aprecia são títulos, não importa o quão fácil e desonesto tenha sido conquistá-los. Quantos “doutores” auto-proclamados não vemos por aí, não é mesmo? Brasileiro é cheater.

    Ah, lembrei que na China uma família é valorizada pela quantidade de pessoas presentes em um velório. Para inflar o número, algumas famílias apelam contratando strippers ou coisa parecida para atrair convidados. Acho que o princípio é o mesmo: o “título”, e não o mérito.

    Chega que ficou muito grande, hehe

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  • 14/08/2012 em 1:14 pm
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    Normalmente não comento muito os textos do Senil (nada pessoal, colega de trabalho! =D), mas em se tratando de um tema que tenho bastante carinho, já que acompanho as Olimpíadas e tudo que a cerca desde criança, me senti impelido em tecer algumas linhas.

    Além de tudo que foi apontado pelo texto do Senil em relação a esse sentimento da “torcida” brasileira, creio que há ainda mais um fator a ser considerado: a necessidade criada pelas mais diferentes fontes de “poder” aqui no Brasil (especialmente daquelas oriundas de uma dominação política, religiosa e midiática) de se criar uma espécie de “salvador da pátria”, um abnegado que, através de suas ações totalmente altruístas e despidas de qualquer maldade, irá solucionar todos os males da sociedade. Dessa forma, esse culto exacerbado ao mito acaba se proliferando em como o Brasileiro trata o esporte e o torcer por ele, alçando os atletas ao Olimpo e ao Inferno de forma totalmente passional e fora da realidade. Isso acaba servindo muito bem ao propósito de “dominação em massa” tão praticado (infelizmente) em nosso país.

    Enquanto o poder público pensar apenas quantitativamente (em resultados, títulos, medalhas, etc), utilzando isso apenas para “propraganda”, e não pensar no esporte como forma de sociabilizar o ser humano, além de um viés de saúde/educação/ensino/cultural, implantando esse raciocínio em todas as esferas da sociedade em um prazo adequado para o chamado “ciclo olímpico” (a Inglaterra/Grã-Bretanha só obteve esses resultados pois houve um planejamento desde Sidney – 2000, portanto, há 12 anos), teremos infelizmente esse mesmo quadro se perpetuando , sem benefícios reais a quem realmente precisa. E, pelo andar da carruagem (avaliando as declarações recentes de todos os envolvidos nas Olimpíadas no Rio em 2016), isso está caminhando cada vez mais para uma utopia. E, sendo carioca, digo isso com uma grande tristeza.

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  • 14/08/2012 em 2:02 pm
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    Em uns torneios que andei participando aqui na cidade, torneios de Super Street Fighter 4 entre amigos. Tem bem isso mesmo, o nervosismo e responsabilidade de tentar a vitória. Jogamos três torneios até agora e no primeiro deles eu cheguei a final e acabei perdendo mas fiquei feliz de ter chegado até lá pois fazia tempos que não treinava e acabei me saindo bem. Mas a parte interessante mesmo é que o vencedor acabou recebendo mais atenção nos torneios seguintes, tipo uma marcação com chacotas e zoações e não é que no segundo torneio ele chegou a final de novo, só que desta vez contra outro adversário e um dos nossos amigos acabou mexendo com ele inclusive durante a partida dele, resultado: acho que deixou ele pressionado e nervoso o que culminou na derrota dele.
    Jogar sozinho não nos dá preocupação mas em competição é outros 500, no último torneio que joguei acabei perdendo e na luta que perdi tinha um amigo que dava uns conselhos pra ver se eu superava aquele Blanka que era dos mais favoritos, engraçado que quando estamos de fora parece simples o andar da partida mas jogando é muito diferente. Por isso não estranho aquele jogadores de campeonatos profissionais tipo a EVO onde os jogadores usam uns fones pra evitar ouvir os gritos da torcida, o psicológico afetado conta muito em uma partida.

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  • 14/08/2012 em 5:57 pm
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    Eu nunca fui muito chegado em olímpiadas, e muito menos em campeonatos de futebol, desde criança não via graça, mas ok é só minha opinião.
    Eu acho que o problema dos atletas brasileiros de qualquer esporte MAS principalmente os do futebol ( o que sinto muito dizer mas é onde se encontra a maior concentração de IGNORANTES que temos no esporte nacional )é o ego inflado.
    No futebol já entram em campo para não apenas jogar mas fazer showzinho e gracinhas..eu odeio gracinhas de comemoração, acho que um vencedor deve agir com seriedade e não bancando um macaco de circo. Chegam achando que vão tocar o terror e obliterar qualquer time adversário por quê o Brasil é CAMPEÃO…e ultimamente o que vemos é que este bando de muleques não são nada, até mesmo eu que não gosto de futebol vejo isso.
    Os brasileiros precisam aprender que derrotas não servem para te classificar como lixo fracassado, servem para aprendermos onde erramos e no que devemos melhorar, e que também em qualquer esporte ou competição a sorte esta presente em pequena ou grande escala sempre dependeremos da sorte na vida.

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  • 14/08/2012 em 8:22 pm
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    Depende do esporte, eu acho. Quando se trata apenas de apoiar o time de preferência eu acho que vai tudo bem. Mas tentar prejudicar o adversário, deixá-lo nervoso? Isso devia envergonhar quem comete este tipo de ato, pois por “algum motivo” ele não pode dar o máximo de si, e a vitória tanto desejada pode não ter sido tão legítima assim. Mas quem faz uma coisa dessas dificilmente teria cabeça para uma linha de raciocínio simples desta.

    Também li uma coisinha interessante:

    http://msn.foxsports.com/olympics/volleyball/story/Cultural-differences-exposed-as-Brazil-fans-and-team-celebration-interrupts-US-silver-medal-ceremony-081112

    tl;dr: como a torcida (e jogadoras) “esfregaram o ouro” na cara das americanas. Tudo bem, elas tinham todo o direito de estarem contentes, começaram as olimpíadas com os dois pés esquerdos e conseguiram virar o jogo. O problema é que elas personificaram tudo o que elas precisaram superar nas adversárias finalistas (eu acho. que tipo de discurso motivacional é feito no vestiário?!?).

    Agora, em games mesmo, já vi isso influenciar. Mesmo quando a torcida não torce contra nem a favor, o simples fato de estar sendo “avaliado” provoca nervosismo. Mas costumo notar isso mais em campeonatos, e mais com os inexperientes (deve ser por isso que eu parei de ir). Em casa, mostrando games para os amigos ou disputando recordes, isso nunca me afetou. Deve ser por conta da “plateia cuidadosamente selecionada”.

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  • 14/08/2012 em 9:31 pm
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    Também acho que a pior parte desse problema, é ele só ser discutido a cada quatro anos com a chegada do tal espirito olímpico. Esse espirito nada mais é do que a carga de respeito, dignidade e humildade que deve acompanhar a pratica esportiva sempre. Mas quem acompanha qualquer esporte sabe que é raro se ver isso. Eu acompanho a NBA e vejo em todos os jogos a torcida vaiando os adversários durante a cobrança de lances livres e as vezes comemorando mais pelos erros dos adversários do que pelos acerto do próprio time do coração. Na NFL, as torcidas mais barulhentas são consideradas as melhores e os times precisam pedir tempo para organizar as jogadas por não conseguirem se ouvir em campo nem aos berros. Apesar disso vi em vários sites de esportes norte-americanos criticas a torcida brasileira na final do vólei feminino.

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  • 15/08/2012 em 1:02 am
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    Orakio Rob, “O Gagá”,

    huahuahauahuahuahaha Pois é! Mas acho bacana essas conversas dos videogames com outros temas. Dá uma amplotude maior de discussão!

    Engraçado para quem não estava com o controle na mão, não é? hehehe

    A torcida é assim mesmo como sua esposa disse… Certa vez fui em um jogo do Brasil. Era uma eliminatório para a Copa acho. O Brasil jogou mal e na metade do segundo tempo todo mundo jogou as bandeirinhas para o campo… Se ganha torce, se vai mal torna tudo pior?… Isso é muito chato (e eu nem torço para o Brasil no futebol hehe).

    leandro(leon belmont)alves,
    MMO? Massive-Multiplayer Onlne está na moda mesmo! hehehehe

    O Brasil acaba incentivando muito mais a vitória (como comentou o Fernando logo depois de você) do que a luta pela conquista. Isso acaba gerando um círculo vicioso bem desagradável. Quando o MMA e o vôlei começar a perder, todo mundo vai deixar de torcer para o Brasil nessas competições e colocar os olhos em outras coisas.

    Não acho que no caso da sul-coreana foi um prêmio de consolação. Ela não ganhou o prêmio por ter perdido, mas porque seguiu as regras e manteve-se ali fazendo juz a seu direito. Foi o que entendi pelo menos… Embora dê mesmo a impressão de uma medalha ao perdedor pela derrota.

    Fernando Lorenzon,

    Muito interessante essa sua observação logo ao começo! É algo que já tinha notado, mas não havia estabelecido essa reflexão bacana que fez: a torcida pelo vitorioso e não pelo país/atleta em bons e maus momentos.

    Essa coisa de “torcer contra” sempre me incomodou também… Temos que torcer pela equipe que escolhermos e, ao mesmo tempo, por uma boa disputa (e não para que aconteçam coisas ruins aos outros e tal).

    Para ser sincero, seu comentário inteiro é totalmente pertinente. Nem sei o que mais comentar. Cada parágrafo eu assino embaixo sem nem pensar duas vezes… “Brasileiro é cheater” foi uma frase marcante. Se fosse uma brasileira ganhando da sul-coreana, ou uma brasileira perdendo daquela mesma forma, imagine como provavelmente seria diferente…

    Adney Luis,

    hehehehe Que é isso cara! Eu mesmo leio vários posts por aí, mas mal comento por pura falta de tempo mesmo…

    Concordo com você nisso tudo que falou. a Grã-Bretanha trabalhou muito para crescer como cresceu e nós, para variar, iremos querer fazer tudo de última hora. E bons atletas não surgem do nada. Pesquisei por algo sobre algumas modalidades que queria praticar quando arrumar tempo e vi que esgrima e pentatlo, por exemplo, levam de seis a oito anos para formar um atleta com um nível razoável (não excelente) para competições internacionais. O que daria esses doze anos mais ou menos que falou (para passar por alguns, melhorar ranking, passar por pré-olímpicos etc.).

    Não tenho boas perspectivas com as Olimpíadas do Rio não. Até queria ver alguma coisa, mas não sei se valerá a pena…

    Juliano,

    Exatamente… A gente desvia a atenção não tem jeito. E não tem aquela conversa do tipo “se o cara fosse bom mesmo não ligaria para as piadinhas!”. E o cara muitas vezes nem liga mesmo, mas há um desvio de atenção sim e isso pode ser crucial em campeonatos. Eu mesmo perdi um campeonato de Daytona USA com onze anos por conta de uma coisa assim. hehehe

    Tiago Steel,

    Futebol não é minha praia também não. hehe Assisto de vez em quando e só coisas como Copa do Mundo e menos os jogos do Brasil. hehehe

    Concordo quando diz da importância do erro. E concordo mais ainda quando fala de “fazer gracinha” e tal porque é justamente isso que acontece quando a torcida se torna o foco do esportista: sua atividade se converte em um espetáculo alterando completamente sua estrutura essencial.

    strider16,

    Com certeza! Temos que apoiar o time sim, mas com cuidado. Gritar em um estádio está tudo bem, mas e em um ginásio em que está ocorrendo ginástica olímpica? Podemos torcer nos momentos certos para ajudar aqueles para quem torcemos (e até mesmo outros pelo seu esforço!).

    E concordo que o mais chato é sempre “torcer contra” incitando erros e nervosismo (a vaia é só o meio mais comum). Muito bom esse artigo que passou e gostei da reação das americanas com isso tudo. Muito digno da parte delas.

    Hugo,

    Isso com certeza é mais generalizado e não é exclusivo do Brasil. Foi até bom você ter citado a NBA e a NFL como exemplo porque eu mesmo não acompanho essas ligas de perto.

    Mas acho que quando isso é algo “local” é até compreensivel. Mas quando se está em uma competição internacional (ainda mais sob o ideal olímpico), devemos nos portar de um jeito diferente.

    Nem tenho como discordar do que disse sobre a importância desse espírito olímpico ser sempre presente e não só a cada quatro anos. Só acrescentaria que isso deveria fazer parte da vida de todo mundo, seja esportista ou não.

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  • 18/08/2012 em 11:48 pm
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    Senil, voltei a jogar Rudra no hiou, agora com a surlent =), bem melhor a história. Apesar de eu ter achado o sistema de mantras no inicio massa, agora tenho certas ressalvas, tipo, ele não individualiza os personagens, tipo mago do fogo, ou personagens com habilidades fisicas, além de o fato de eu achar que coisas limitadas, tipo mistura de itens para fazer magias, ou ter que achar as palavras soltas para juntar seria mais prazeroso do que simplesmente escrever qualquer coisa.

    Vou encerrar minha carreira curta em rpg com xenogears e suidoken 2, porque vi que o que pesa mais pra mim é a história, um bom sistema de lutas vem a calhar, mas a historia é fundamental. Talvez role um final fantasy 10, porque vi criticarem tanto o 7 que desisti =), os personagens no caso.

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  • 19/08/2012 em 1:02 pm
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    Nicolas,

    O esquema do Treasure of the Rudras é você mesmo criar uma personalização de acordo com o jeito de cada personagem. Por exemplo: escolher quem vai ficar curando, quem vai ficar atacando, quem vai usar magias de ataque, quem vai ficar no meio termo… Isso varia bastante porque tem gente que tem pouco poder mágico, mas ataque forte e por aí vai.

    E você encontra por aí palavras soltas para juntas. hehehe Lendo livros e abrindo baús específicos você não só aprende magias, mas descobre prefixos e sufixos. Isso sem contar o “plágio” das magias de inimigos que também pode fazer. É meio que na tentativa e erro com base nessas informações e não completamente à toa. Só na minha segunda jogatina que cacei uma lista de palavras possíveis de reunir e tal.

    Xenogears tem um sistema de combate interessante (um esquema de combos e tal) e a história é legal também. Acho que deve curtir bastante. Suikoden nunca joguei, mas se o Gagá falou, deve ser bom mesmo! hehehe

    Orakio Rob, “O Gagá”,

    Xenogears nem falo nada! Muito bom mesmo! O Suikoden você já me recomendou, mas ainda não tive tempo para ele. Em breve, quem sabe?

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  • 19/08/2012 em 2:01 pm
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    Pois é, Senil, existe a personalização dos mantras, os prefixos pegos em báus e em livros, e até nos drinks dos bares da vida; eu atentei a tudo isso, e sim, personagens tem tendência a serem magos ou lutadores físicos mais fortes, devido ao status e ao MP.

    Mas a questão pra mim é que os mantras são o único sistema adicional de habilidades; não existe nenhum “sabin” com golpes físicos aprendidos com o tempo, nenhum cyan e sua espada que demanda tempo… Etc…

    Isso pra mim faz muita diferença, não é o principal, mas acrescenta muito pra mim. No entanto, o sistema de mantras é extraordinário, apesar das críticas que eu teci, se eles complementassem esse sistema com habilidades específicas ia ser fenomenal. Tipo, personagens que só podem recitar um tipo de fámilia de mantras, habilidades específicas para cada um dos personagens, etc.

    A história é sensacional, pricipalmente a de Surlent, é uma vasta mitologia de criação do mundo, estou no décimo dia, creio que devo estar no primeiro terço do jogo.

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  • 19/08/2012 em 2:04 pm
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    Agora uma pergunta específica existe algum rpg com personagens porradeiros com habilidades tão destacadas como Sabin FF6, Cyan FF6, Ayla CT, e menos destacado mais ainda sim interessante o lutador de Muay thai de FF4 que me esqueci do nome?!

    E que junte a isso uma boa história?!

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  • 19/08/2012 em 2:06 pm
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    Nicolas,

    Ah sim! Isso é verdade mesmo… Eu particularmente também prefiro classes mais definidas (mais até do que FFVI do qual citou um exemplo – afinal, todo mundo lá pode usar qualquer magia hehehe). Nem que seja com a opção de escolher a classe à vontade como em FFV.

    A história do Surlent é muito boa mesmo. Foi a que mais me ensinou a respeito do mundo todo em que eles estão e tal. E é meu personagem favorito. hehehehe Das outras vezes que joguei, até o deixei por último para me apressar com os outros dois e chegar nele mais depressa! huahauhauahuahuahauhauahuha

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  • 19/08/2012 em 2:26 pm
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    Ah! Esqueci de dizer, que agora jogando com Surlent, posso dizer que a história se assemelha em muitos pontos a Terranigma, apesar de que em terranigma, a maioria dos esclarecimentos só vem no final, mas nos dois casos existe a construção de uma mitologia de mundo da destruição/criação, que acho que talvez seja mais ainda acentuada em terranigma, terei que ver o final de Rudra para saber.

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  • 19/08/2012 em 2:30 pm
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    Nicolas,

    Olha, o único que me lembro agora é Xenogears mesmo. 🙂 O Fei (o principal) é um lutador de artes marciais.

    O esquema de combate do Xenogears tem duas variações: com e sem gears. Em ambos, você utiliza três botões para criar combos (com limite de sete pontos acho) com três gradações de ataques: fraco (1 ponto), médio (2) e forte (3). Você pode até cancelar o combo no meio se quiser.

    Dependendo da combinação, você usa um golpe especial se o aprendeu. Com os gears é parecido, mas o limite é menos pessoal e se relaciona com combustível mesmo.

    Terranigma eu preciso jogar, mas se tem esse esquema e ciclos de destruição/recriação, pode ser que seja bem parecido. Quando terminar Treasure od the Rudras, me avise da comparação que fizer!

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  • 19/08/2012 em 2:59 pm
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    Li o artigo agora, concordo com grande parte dele e dos comentários, no ramo esportivo EUA, UK e tantos outros países se comportam de maneira exemplar na maioria dos casos, mas será que a cultura deles realmente está embasada na concepção da boa competição?! Não creio tanto nisso.

    É só olhar para trás e ver o passado colonial dessas duas potências, os massacres cometidos pelos EUA contra indíos para expandir ferrovias, as guerras entre boeres e ingleses na África do Sul, e o uso das mais baixas estratégias para vencer o inimigo.

    Não existe guerra justa na minha concepção, a injustiça é inerente a guerra no seu planejamento e execução, sendo assim pode se supor que a guerra está em um plano diferente dos jogos, já que a sua deflagração pressupõe que os dois lados vão infrigir das mais brutais o direito a vida.

    No entanto, a guerra pode ser gerada por interesses mútuos dos beligerantes em alguma posse/vantagem do outro, ou por interesses unilaterais, como é o caso dos antigos colonizadores; nesse caso creio que o iniciador da guerra é passível de ser culpado por infrigir a ética sem ser obrigado pelas circunstâncias da mesma. Ou seja o caráter anti-ético da guerra foi procurado por um dos beligerantes.

    E o que isso tem haver com jogos? Não sei bem se posso relacioná-los, mas diria que se os jogos visam enaltecer os aspectos mais louváveis de uma sociedade em uma competição que preza pela ética, a guerra seria justamente o oposto, uma competição que visa a vitória a qualquer custo.

    Sendo assim, seriam sociedades beligerantes como essas potências, apesar do bom espírito esportivo demonstrado nos jogos, superior ao Brasil?

    Seria sua sociedade realmente baseada em conceitos superiores aos nossos?! Não estou defendendo o Brasil nem as atitudes anti-esportivas dos torcedores, mas discuto aqui o âmago da sociedade que cria tais valores, e tanta hipocrisia.

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  • 19/08/2012 em 3:57 pm
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    Nicolas,

    hehehe Ralaxe pelos erros! Eu nem teria reparado se não tivesse apontado isso. 🙂

    Concordo plenamente com você e seu questionamento sobre o próprio colonialismo e expansionismo desses países. Porém, há uma diferença: o esporte tem regras específicas. Claro que a guerra, em muitos sentidos, tem suas regras também, mas elas são bem mais maleáveis que aquelas em uma competição esportiva.

    A guerra tem sim o foco na vitória e geralmente (senão sempre) há algo aí de fazer de tudo para vencer. Contudo, ainda assim não é algo tão caótico assim. Mesmo em um combate ferino, ainda pode haver respeito e honra entre os lutadores. Não estou dizendo que isso acontece sempre, apenas que existe um elemento de jogo na guerra que é na maioria das vezes ignorado por completo.

    Seu ponto é extremamente válido! Na realidade, pouco havia pensado a respeito disso (por isso até que é bem pobre isso que falei mais acima hehe). Talvez os brasileiros tenham uma dificuldade maior em separar o que seria “real” (por falta de termo melhor) do que seria esporte/jogo. Quem sabe porque nosso passado e tradição é pouco beligerante? É só olhar em nossa baneira: a ausência de vermelho denuncia isso.

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