Banner (Diário de Bordo de PSIII) (Sean)

Em busca das armas lendárias, Sean e seu grupo estão agora em Hazatak confabulando sobre o que fazer em seguida.

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Quando tudo aquilo aliviou um pouco a minha mente, sentei-me com os outros para expressar a minha total falta de idéias acerca da localização da arma que teria pertencido a Siren. Mieu disse que lutaram contra ele ao lado do meu pai, mas que, além de não ter sido destruído, prometeu que voltaria um dia. Em silêncio todos pensávamos o que fazer. Até que Kara, com seu jeito rústico, disse: “Por que não vamos logo até a Ilha Sábia?”. Não nego que pensei a princípio que isso se tornaria uma viagem perdida já que somente com todas as armas poderíamos conhecer a palavra perdida do poder. Contudo, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Laya concordou com ela dizendo: “É uma boa idéia! Talvez possamos conseguir lá informações do paradeiro de Siren. Se lá residem sábios, talvez eles possam nos ajudar nessa busca indicando um lugar para procurar.”. E eu pensei: “Interessante como duas mulheres tão diferentes pensam de modo semelhante”.

Decidimos então que aquele era um plano. E que tê-lo era melhor do que não ter coisa alguma. E rumamos para Aquatica. Enquanto sobrevoávamos a região, Mieu disse que Cille e Shusoran uma vez eram perto dali. Eu fiquei em silêncio, lembrando-me de meus pais. Então ela complementou sua fala dizendo que em breve escureceria e que seria melhor encontrarmos um lugar para descansar antes de irmos diretamente para a ilha que, segundo Wren, ele já havia descoberto onde ficava. Descemos então ans proximidades da vila de Rysel. Uma vez lá, fomos reconhecidos (creio que muito provavelmente por estar acompanhado de Mieu e Wren que deviam ter ouvido falar) e uma mulher idosa disse que meus avôs os havia salvo uma vez. Meu pai me contara que Aquatica estava com um problema de clima e se encontrava como Frigidia. E como aquela vila era pesqueira, sua subsistência estava ameaçada. Mas Rhys, com ajuda de Lyle, conseguiu reverter isso e salvar também as cidades layanas a Leste. Isso me alegrou por lembrar o orgulho que sentia de minha família e de tudo que fizeram. Porém, entristeci-me de novo quando uma outra pessoa disse que as terras layanas além-mar se foram.

Creio que minha preocupação era evidente a todos. Enquanto nos dirigíamos ao hotel, ouvi um cutucão de Kara no ombro de Laya que, por sua vez, pousou a mão em meu ombro e disse que preferiria ir até outra cidade para descansar e que, quem sabe, poderiam dar uma olhada em Cille e Shusoran. Wren interrompeu-a e disse que não seria possível visitar Cille com a destruição de Azura, mas que Shusoran ainda seria “visitável” (como ele disse). Eu olhei para cada um deles e concordei. Rumamos então para Agoe, a única cidade orakiana daquela ilha e a única que ainda parecia possuir vida vista de longe.

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Ao amanhecer, resolvi andar um pouco pela cidade. Um velho disse que certa vez conheceu um cavaleiro de um olho só chamado Lyle. Que, assim como Rhys, é também meu avô. Uma mulher disse-nos ainda que aquela terra, dos espadachins, era pacífica. Resolvemos entrar no castelo para ver se conseguiríamos alguma informação que nos levasse ao paradeiro de Siren. O rei nos saudou ao chegarmos, mas um dos soldados disse algo muito relevante. Segundo ele, alguns ciborgues foram vistos cruzando o mar. Será que encontraríamos Siren na Ilha Sábia? Será que ele a yeria destruído? Na urgência e necessidade de fazer alguma coisa, dirigi-me o mais rápido que pude à saída do castelo. Quando alcancei o porto próximo a cidade, sem perguntar coisa alguma, Wren equipou-se com as partes aquáticas que lhe permitiriam navegar sobre o mar. Não tardou muito a ancorarmos em uma ilha pequena, cheia de montanhas a Leste de onde estávamos.

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Os inimigos que enfrentamos dentro daquela caverna eram diferentes. Não se tratavam de monstros, andróides ou fauna natural. Pareciam espíritos e seres fantásticos, daqueles que só ouvimos falar em lendas muito mais remotas que as da luta entre Laya e Orakio. Em uma de suas câmaras mais profundas, encontramos vários homens com aparência idosa. Como aconteceu no Castelo de Refúgio, cada um falava por vez complementando o outro. O primeiro deles confirmou que aquela era a caverna certa e os que se seguiram somente nos alertaram da necessidade de possuirmos todas as armas antes de conhecer a palavra. Frustrados e sem qualquer comentário sobre a última arma que nos faltava, decidimos explorar um pouco melhor aquela caverna.

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E então, em um de seus cantos mais estranhos, vi um andróide muito parecido com Wren, sentado no chão com um dos braços pendendo para o lado como se somente um de seus membros estivesse funcionando. Ele não tinha marcas externas de avarias como Miun, mas parecia estar seriamente danificado. Mieu aproximou-se dele e disse: “Siren!”. Surpreso, corremos para junto deles. Siren voltou a cabeça para nós com dificuldade e disse com uma voz um tanto quanto difícil de ser compreendida: “Lutei contra Laya muitos séculos atrás. Nutri meu ódio e atacava o povo layano. Mas aqui, na Ilha Sábia, descobri que os layanos não são nossos verdadeiros inimigos. Sinto muito por todos os meus enganos…”. E desfaleceu com o pouco brilho que restava em seus olhos apagando aos poucos.

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Naquele instante entendi o que meu pai dizia sobre Siren: mesmo sendo um andróide modelo para os de tipo Wren, diferentemente destes, ele possuía sentimentos como aqueles de tipo semelhante ao de Mieu e Miun. Ele sentia ódio, mudava de opinião, de modo de agir e, como os verdadeiros humanos, se arrependia de seus maus caminhos. Com cuidado, Wren retirou de sua mão a sua arma, semelhante a um rifle. Eu tinha certeza de que aquela era a arma que procurávamos. Sem saber o que fazer com o corpo (não poderíamos levá-lo a Hazatak), foi Kara quem, com sua arma, gravou na pedra na parede atrás dele o seguinte: “Siren. Antigo general de Orakio. Arrependido de seus enganos. Adversário de Dark Force”. Com referência curvamos nossas cabeças e corremos em seguida aos anciãos com quem faláramos anteriormente.

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Possuindo todas as armas em punho, eles se dispuseram a falar. Um deles disse que pela primeira vez em mil anos as armas estavam juntas. Outro disse que éramos dignos de ouvir a antiga palavra falada. E o último deles complementou: “A antiga palavra de poder é o vocábulo ‘Nei'”. Em seguida, todos eles falaram ao mesmo tempo: “Nós agora concedemos a Mieu a técnica Grantz”. Da mesma forma que aconteceu comigo quando senti um poder fluindo através de mim, ela pareceu não entender bem o que isso seria, ainda que a sentisse de alguma forma em seu corpo. Percebendo que eu a entendia, o mesmo senhor virou-se para mim e disse: “Aquela que você aprendeu é conhecida como Megido”. Sem me atentar muito a isso, saímos depressa dali, pois precisávamos retornar ao Castelo do Refúgio e dizer a eles o que ouvimos na Ilha Sábia.

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (09)
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