Eu ando numa fase meio experimental, um momento meio Sargent Peppers… estou querendo preencher algumas lacunas na minha carreira gamer, e por isso ando jogando games de sistemas que ainda não conhecia, como o PC Engine. Mas nem só de consoles vive o mundo retro gamer. Alguns computadores da antiga, como o Commodore64 e o Amiga, passaram batidos por mim. Hora de corrigir esse erro.

bounder_001
E aí, quem se habilita a criar um RPG com uma bola de tênis?

Para começar a brincadeira com o Commodore64 eu peguei o emulador VICE (roda em Windows e Linux) e tasquei a rom de Bounder, um jogo em que você quica uma bolinha por um cenário cheio de inimigos e armadilhas. E por que eu escolhi logo o jogo da bolinha? Porque li uma reportagem na Retro Gamer dizendo que o jogo era terrivelmente viciante.

O resultado? Não consigo mais largar esse negócio! Bounder é ridiculamente difícil, não dá para acreditar que alguém tenha conseguido zerar esse treco sem algum macete, mas a diversão é insana! Trata-se de um jogo de plataforma com scroll vertical, no qual você tem que ter o timing certo para saltar, esperando a bola tocar o solo para então saltar para a frente — ou, como acontece na maioria das vezes, para frente, para o lado e para trás num só salto entre montanhas que não podem ser tocadas, ou algo igualmente complicado.

Desvie do inimigo preto, pule na seta para dar um super salto na hor em que o laser parar e caia do outro lado. Moleza, hein?
Desvie do inimigo preto, pule na seta para dar um super salto na hora em que o laser parar e caia do outro lado. Moleza, hein?

Naqueles tempos os recursos eram limitadíssimos, e os grandes jogos muitas vezes nasciam de idéias aparentemente simples. Bounder é um desses casos. Tudo começou quando Chris Shrigley decidiu que queria fazer um jogo com um parallax caprichado (na época não era moleza criar esse efeito, no qual duas ou mais partes do cenário se movem simultaneamente em velocidades diferentes). Ele sacou como fazer o efeito, e pensou: em que jogo vou encaixar esse negócio? Teve, então, a ideia de fazer algo nos moldes de um Marble Madness. Mas bolinhas à parte, o resultado final foi bem diferente.

O jogo fez um enorme sucesso, recebendo selos de qualidade de várias revistas da época e sendo lançado para diversos computadores, como o Amiga e o MSX, só para citar alguns. Ganhou até uma continuação chamada Re-bounder.

Se você quiser experimentar o jogo, pegue o Vice e encontre a rom por aí, procurando por BOUNDER.D64 no Google. Se quiser dar uma rápida espiadinha sem maiores complicações, pode experimentar esta versão online, que roda com o emulador Jac64, escrito em Java. Aviso que a velocidade está meio esquisita, que os controles não reagem bem e que os inimigos se movem de maneira estranhíssima nessa versão online, o que torna o jogo quase impossível 🙂 Mas pode ser o empurrãozinho para você baixar o VICE e mandar bala.

Bounder: mais viciante que bala juquinha
Tags:     

7 ideias sobre “Bounder: mais viciante que bala juquinha

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.