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Vamos a mais uma edição da Cruzada NES, onde o Gagá resolveu encarar a missão de jogar TODOS os jogos de NES, Famicom e Famicom Disk System. Para ler as edições anteriores desta coluna, clique aqui.

Tá, eu sei que o título da cruzada de hoje parece meio sessão da tarde, mas é que o mês de dezembro de 1987 foi realmente algo único para o Famicom, talvez até na história do videogame. Três dos maiores clássicos da história foram lançados no mesmo mês, disputando a grana dos pobres pais japoneses.

E olha que nem estou incluindo nesse meio Punch-Out, que saiu no fim de novembro e acabei não mencionando na cruzada da edição passada. Vou confessar um pecado aqui e assumir que nunca tinha jogado Punch-Out antes. E achei divertidão!

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Não acredito que só fui jogar esse treco aos 31 anos, é muito legal! A versão de SNES também é boa desse jeito?

É um jogo de boxe com personagens caricatos, cada um com uma fraqueza. Alguns tem o “queixo de vidro”, e caem com uma boa sequência de uppercuts. Outros se defendem bem pra diabo, e você tem que se esquivar dos golpes mais lentos para poder acertar uma boa sequência de pancadas. O visual engraçado e a boa sacação de fazer com que cada luta tenha uma pegadinha para que você vença dão uma graça ao jogo que nenhum outro jogo de boxe da época tinha, daí o status cult que ele conquistou.

A turma que curte RPGs espaciais e bizarros em japonês talvez se interesse por Ginga no Sannin. No início parece Phantasy Star, com batalhas animadas via menu, só que com ambientação tecnológica/espacial. Depois aparecem os seus robozinhos na tela, para que você os controle pelos labirintos… como eu disse, é esquisitão, mas é dirigido pelo Yoshio Sakamoto (pai do Metroid) e parece legal. Dose é estar em japonês. Vale ressaltar que o jogo do Famicom é uma versão meio modificada do original The Earth Fighter Rayieza, lançado para o MSX e outros computadores esquisitões japoneses, e que pelo que eu entendi os segmentos de exploração no estilo do Metroid foram incluídos por mr. Sakamoto na versão do Famicom. Segue um vídeo que achei no YouTube para os interessados:

Mas vamos aos clássicos antes que vocês me xinguem!

No dia 17 de dezembro de 1987, chegava ao Famicom o vitaminado Mega Man, em sua primeira aventura. O jogo é uma evolução natural de Super Mario Bros., com o simpático robozinho que pula, atira e se desloca em fases de scroll lateral. Só que em vez de só ir para o lado, o nosso amigo também sobe e desce escadas que o levam a seções em outros andares, formando um layout mais complexo e bacanudo que o do primeiro jogo do Mario.

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Ótimos controles, fases bem montadas e personagens carismáticos garantiram o sucesso de Mega Man

Não foi à toa que o jogo virou um clássico: além dos comandos responderem bem e das fases serem bem variadas, os inimigos são muito carismáticos, e eu não estou falando só dos chefes não: os inimigos comuns, que você encontra ao longo das fases, são todos interessantes. Na época a gente só via jogos de ação com um monte de inimigos genéricos e sem graça vindo pra cima da gente, e a qualidade do trabalho de character design do Mega Man se destaca mesmo. Show de bola o joguinho. Não é tão difícil quanto dizem que ele é, mas é um bom desafio.

E vejam só, no dia seguinte saía Final Fantasy. Sim, o primeirão, direto das mãos da Square (que até então só tinha lançado umas belas porcarias para o Famicom…). Eu joguei de cabo a rabo no meio do ano, e depois da enxurrada de RPGs genéricos clonando Dragon Quest e Ultima lançados no mês anterior a gente nota por que FF se destacou: uma trama legal e muito louca, que toma um rumo meio inusitado para um RPG de fantasia, personagens com design carismático, um sistema de magias quinhentas vezes mais evoluído que o de Dragon Quest… os combates também são bem animados, e não têm aquele visual sem graça do segundo DQ (que apresentava fundo preto e não mostrava os heróis na tela).

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Final Fantasy deu uma baita incrementada na fórmula vencedora de Dragon Quest. À esquerda, o combate com um monstro bacana. Notem que eu mesmo escolhi os nomes dos meus personagens…

Minha única reclamação sobre o primeiro FF é que o sistema de combate é um porre no início… você erra mais ataques do que acerta, e se botar seu grupo todo para atacar um mesmo monstro e o primeiro ataque já der cabo dele, o grupo INTEIRO vai atacar o vazio, desperdiçando um turno. No mais, ótimo joguinho, bem superior à média dos RPGs da época — tirando Phantasy Star, que saiu dois dias depois e é um jogo infinitamente superior a qualquer outro jogo do estilo na época. É, eu sou fanboy de Phantasy Star sim, mas dá uma espiada no quadro “A tecnologia de Phantasy Star” que eu fiz neste post e me diz se não é humilhante.

Pronto, consegui, agora os fãs de Final Fantasy me odeiam 🙂 Prometo fazer um post sobre o jogo para me redimir em breve, aguardem.

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Metal Gear à direita, obviamente. O jogo da esquerda é o esquisitão Gokuraku Yūgi: Game Tengoku, bingo onde você controla um gato com um martelo, e precisa acertar a cabeça das galinhas. Cada pancada rende um ovo com um número do bingo… imaginem isso no Playstation 3, hein?

Para fechar a trinca de clássicos, Metal Gear aportava no NES. Na verdade, a franquia começou no MSX2 no mesmo ano, e esta versão do NES é beeeeeeem modificada. Para pior, infelizmente, e o próprio Kojima já disse que não gostou do trabalho (ele não estava envolvido no port). Ainda assim, até um jogo ruim da série Metal Gear é bom, e este aqui pode divertir bastante. Você vai se comunicar via radio com Big Boss, procurar pelo Gray Fox e todos aquelas coisas que vão atrair os fãs da série que começaram jogando Metal Gear Solid no PSX e não tiveram a oportunidade de ver como a história começou.

Nossa, Mega Man, Final Fantasy e Metal Gear num mês só? Bons tempos, hein? E assim encerramos o ano de 1987. Semana que vem entramos em 1988!

Cruzada NES: o natal mágico de 1987
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17 ideias sobre “Cruzada NES: o natal mágico de 1987

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  • 08/11/2010 em 3:19 pm
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    Ê natalzim iluminado esse de 1987!
    Punch-Out: nunca joguei mais pretendo da uma olhada.
    Ginga no Sannin: tenho medo desses jogos de navezinhas que viram robôs desde que ganhei de presente anivérsario aquele tal de macross, pro meu Dynavison III, pois é eu tive aquela porcaria imagina o trauma que eu tive que dura até hoje, não passo nem perto, pq até hoje aquela musiquinha chata toca na minha cabeça argh!
    Mega man: Dediquei muitas horas da minha infâcia a ele, jogaço mesmo, o único problema é aquele ciclope ah maldito ciclope, como eu odeio aquele ciclope #@%&**#%!
    FF: sem comentários para mim é, era e sempre será a melhor série de rpg que existe, nada contra phantasy star que eu gosto muito principalmente o I, mas FF nos meus tempos de moleque me fazia e ainda faz sonhar, cara benditos fins de semana e dias chuvosos fazia questão de terminar logo a lição de casa só pra poder passar o fim de semana despreoculpado
    Metal gear: apesar de ser fã da série nunca fui muito longe nesse, eita joguinho dificil, cara eu andava andava e não sabia o que fazer e nem pra onde ir e ainda quando morria voltava para o início do jogo, talvez eu ainda tente finalizar ele algum dia, mas com save stats é claro.
    Vlw Gagá ótima cruzada!

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  • 08/11/2010 em 5:01 pm
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    Os anos de ouro do Nes (Na minha opinião), agora sim a cruzada vai ficar mais interessante !

    Gagá, você quer saber se o Super Punch Out é melhor que o de Nes ? A resposta é não, mas é tão divertido quanto ! O original de Nintendinho é excelente, obra prima. A sequência no irmão mais novo é a evolução do clássico, mas não consegue superar.

    Paladino222 :
    …único problema é aquele ciclope ah maldito ciclope, como eu odeio aquele ciclope #@%&**#%!

    Concordo com você nos palavrões : Chefe chato pra @#$%&*& !!! Também arranco os cabelos nesse cara. E pior : Ele volta no Mega Man 3 ! Tava jogando Rockman Complete Works : Rockman 3 de Psx semana passada e quase parei de jogar por causa desse pentelho… Na boa : Abusei do save state ! Sem o menor arrependimento. Tava jogando legal, sem usar o bem dito recurso, mas nesse chefe teve que rolar…

    Cara, sempre tive vontade de dar surra de gato morto nos executivos da Sega ! Como é que eles deixaram uma franquia promissora como Phantasy
    Star perder o posto de JRPG mais famoso do mundo para aquele Final Fantasy simples e maluco de Nes ? Não dá pra entender… Final Fantasy se destacou na época, realmente, e tirou a Square do buraco literalmente, mas como a Sega foi deixar PS cair, um jogo magnífico, com gráficos e engines excelentes desenvolvidas por dois p#&$% talentos como Rieko e Yuji… Isso eu não entendo ! Por isso que eu ainda acho que o pessoal da Nintendo gosta mais de games do que os da Sega, que devem fazer só por dinheiro !

    Metal Gear : Lembro que aluguei em 1992, joguei uma horinha, não entendi nada, devolvi no dia seguinte e peguei outro game. 😛
    Até hoje ando meio sem paciÊncia com essa versão, a do MSX é beeeeemmm, mas beeeem mais interessante. Essa sim vou dedicar uns dias com mais atenção.

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  • 09/11/2010 em 10:28 am
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    Mega man não fez sucesso quando lançou. Tanto é que o segundo jogo só foi feito pq as pessoas que trabalharam no primeiro convenceram a Capcom a deixá-los fazer o segundo, e ainda assim tinham que fazer o jogo e trabalhar em outros projetos ao mesmo tempo.

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  • 09/11/2010 em 2:20 pm
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    pow o gagá nem citou o mussum dando uma de “corner” no segundo quadro do punch out… e pow, se o metal gear do nes é uma versão “piorada” eu vou agora mesmo correndo atrás de um emulador de msx! (nunca ví um jogo sequer desse sistema… shame on me…)

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  • 10/11/2010 em 4:46 pm
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    Na verdade, os dois Metal Gear (sim, o NES tem DOIS Metal Gear para quem não sabe) de NES são spin-offs da série principal.

    A série principal começa mesmo nas duas versões de MSX, depois que a coisa complica mesmo, pois o terceiro jogo é o Metal Gear Solid 3 de Playstation 2, e o de Playstation 1 é um dos últimos, muito bizarro.

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  • 10/11/2010 em 5:38 pm
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    @Lobim

    Na verdade, verdade mesmo, é que a série principal começa no Metal Gear Solid 3 do PS2, e depois vem ainda dois jogos lançados para o PSP (Metal Gear Solid: Portable Ops e Metal Gear Solid: Peace Walker) na ordem cronológica, e só depois é que a história passa a focar nas “aventuras” de Solid Snake, cujo início se dá realmente no primeiro game da série lançado para o MSX.

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