Banner (Diário de Bordo de PSIII) (Sean)

Depois de descobrirem detalhes do passado de seus ancestrais e de seu mundo, Alisa III, Sean rumava agora para Terminus para enfrentar o mal encarnado.

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Paradoxalmente, Terminus possuía os campos de Landen, mas carregava consigo uma desolação que somente os recônditos mais secos de Aridia poderiam se equiparar. Haviam ali seres, monstros e inimigos para serem enfrentados conforme caminhávamos. Contudo, parecia que ali não havia vida alguma. Wren propôs, tão logo ali chegamos, que voássemos para estudar a região e escolher um lugar por onde iniciaríamos nossas buscas. Concordei e assim o fizemos. Até que encontramos uma espécie de templo, ou cidade, flutuante tal como o Castelo de Refúgio em Frigidia. Não havia dúvidas de que era ali o lugar por onde começaríamos a investigar.

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Uma vez lá dentro, surpreendi-me com a recepção de pessoas. A primeira que encontramos nos alertou: “Suas mortes os aguardam nesta cidade de Lashute”. Isso foi, porém, só o começo de nossas estupefações no local. Agora, éramos atacados somente por pessoas que aparentemente seguiam o culto daquele templo ou algo assim. Muitos possuíam poderes mágicos como os layanos, mas de uma ordem diferente. Minha sensação foi a mesma que experimentei quando entramos nas cavernas da Ilha Sábia; a diferença é que não fiquei surpreso com seres sobrenaturais e sim com humanos seguidores de algo maléfico que nos atacavam com furor e grande poder.

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Outros preferiam nos atacar verbalmente ao invés de nos ferir na pele. Um outro disse-nos que desde o começo queriam que Lune e Siren iniciassem uma nova guerra só que, para isso, precisariam trazer Satélite mais perto de Alisa III uma vez mais. Disse que “E foi exatamente o que Rhys, aquele velho tolo fez!”. Outro informou que foi Laya quem fechou as passagens entre os domos de Alisa III e que meu pai e avô os abriram novamente permitindo que o mal pudesse ser espalhado uma vez mais.

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A cada batalha que enfrentávamos e a cada provocação dessa conforme andávamos me fazia sentir cada vez mais furioso. Cada palavra e ofensa me doía na alma trazendo imagens de Azura, de meus pais e de tudo o que aconteceu aos meus antepassados desde Palma. Após subirmos uma escada extremamente longa, que nos levava a enxergar o piso imediatamente inferior muito abaixo de nós, encontramos uma pessoa que se sentava no trono de Lashute.

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Ao nos aproximarmos, ele falou: “Me chamo Rulakir. Meu coração tornou-se negro mil anos atrás quando minha família morreu na guerra entre Orakio e Laya. Dark Force possui a minha alma e agora ele possuirá a de vocês!”. E em seguida nos atacou com todo seu poder. Foi a luta mais difícil que enfrentamos até então. Eu temia ter que enfrentar Siren e até mesmo Lune; contudo, eles acabaram mostrando que entendiam que estavam sendo, de um modo ou de outro, manipulados e acabaram nos ajudando como podiam. Não imaginei que um dia estaria duelando contra o irmão de Orakio, banido para Terminus há mais de mil anos juntamente com seu séquito de seguidores e adoradores de Dark Force. Por mais poder que ele tivesse, porém, não foi páreo para cinco pessoas juntas com as armas das antigas lendas fortificadas pela palavra Nei. Após ter sofrido um golpe mortal na barriga pela espada de seu antigo familiar seus olhos perderam um pouco do brilho assassino e, deitado no chão convalescendo conseguiu gemer: “Você me libertou…”. Então, agarrou-me pela gola, puxou-me e colocou meu ouvido junto a seus lábios que balbuciaram com ódio: “Destrua Dark Force!…”. E expirou.

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Eu sentia que finalmente ele estaria em paz. Adquirira a imortalidade com seus votos e o coração negro voltados para Dark Force. Mas não recebera nada em troca além de sua força e vigor sobrehumanos. Dark Force podia dar tudo isso, mas cobrando um preço altíssimo: um grilhão a perdurar por toda a eternidade até que fosse morto por alguém. Colocando seu corpo moribundo de lado, seguimos pelo caminho que seu trono escondia. E entramos em uma espécie de câmara oculta naquele andar. Seu piso de vidro estava muito quebrado e a muito custo encontramos um baú fechado ao final dele. Ele parecia brilhar, pulsando como um coração negro. Olhamo-nos com temor nos olhos. Seguramos firmes nossas armas e ficamos fitando aquele objeto.

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Wren, Laya, Kara e Mieu ficaram para trás e eu me aproximei daquilo e, com a minha espada, outrora usada para selar, arrebentei-lhe a tampa. O que se seguiu foi uma luz confusa e sons que pareciam gritos de espíritos e mortos vagando pelo lugar, gemendo e murmurando suas penas e sofrimentos. Podia perceber não só tristeza, mas um ódio profundo emanando de tudo ali de dentro. Uma nuvem arroxeada cobriu os meus olhos e quando ela dissipou um pouco, pude vê-lo pela primeira vez. Dark Force, sem medo de nós, nos ameaçava com sua aparência e com a sua voz estrondosa.

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (11)
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4 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (11)

  • 03/12/2009 em 8:16 am
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    >Terminus possuía os campos de Landen, mas carregava consigo uma desolação que somente os recônditos mais secos de Aridia poderiam se equiparar.
    R: Fico imaginando um lugar com bastante vegetação, mas sem nenhuma vida animal presente, do solo, o odor de coisas putrefadas como se uma gigantesca forma de vida estivesse sepultada no sob solo. Entretanto, mesmo assim, sentindo a presença de várias coisas ruins pairando nas copas das árvores, escondido nos caules das árvores a procura de consumir qualquer ser vivo começando pelos pensamentos ruins e destruído os pensamentos bons. Um silêncio sepulcral, as águas dos rios estranhamente paradas, movimentadas somente pelas raras brisas minguantes.

    >Muitos possuíam poderes mágicos como os layanos, mas de uma ordem diferente.
    R: Você vai me perdoar, mas eu vou usar esse trecho numa outra história que eu estou escrevendo.

    >seus olhos perderam um pouco do brilho assassino
    R: Muito louca essa parte! Adorei!

    >Então, agarrou-me pela gola, puxou-me e colocou meu ouvido junto a seus lábios que balbuciaram com ódio: “Destrua Dark Force!…”. E expirou.
    R: CARAIUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Essa foi mais emocionante do que a anterior.

    >e sons que pareciam gritos de espíritos e mortos vagando pelo lugar, gemendo e murmurando suas penas e sofrimentos.
    R: Fico imaginando quantas almas esse patife maldito consumiu com a corrupção bem dos “corações” que resolveram segui-lo.

    >Podia perceber não só tristeza, mas um ódio profundo emanando de tudo ali de dentro.
    R: Esse ódio é tão profundo e ancestral, que por mais que eu seja curioso, eu não quereria saber a origem dele… Será…?

    >Dark Force, sem medo de nós, nos ameaçava com sua aparência e com a sua voz estrondosa.
    R: Na década de 90, quando eu estava terminando o primário, muito antes da tradução oficial da Tec Toy, eu pedi para um amigo traduzir essa fala do Dark Falz, eu tinha o costume de ficar reescrevendo essa fala dele tentando encontrar um modo de melhorar. Mas era difícil.

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  • 03/12/2009 em 8:27 am
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    @J.F. Souza
    A sua imagem de Terminus é bem interessante. Acho que seria algo mais ou menos assim; tanto que ao dizer “desolação” pensei algo parecido mesmo.

    E pode usar! huahuahuahua Não se sabe se Zio e Lassic possuíam poderem mágicos antes de fazerem um pacto com Dark Force. Eu acredito que não (veja a mão de demônio de Zio, por exemplo e o fato de Dark Force aparecer atrás dele como uma aura). Assim, não seriam só aqueles afortunados de nascimento (ou com genes recombinados. hehehe) que poderiam usar magia/técnicas.

    Pois é… Imagine só quanta gente Dark Force enganou. Sempre parece que é só um ou outro, mas tanto em PSIII como em PSIV vemos claramente um culto a ele; não são só seus líderes, mas seus seguidores também.

    Quanto a fala de Dark Force, eu a traduzi, mas só verão na sexta-feira. hehehe Estamos terminando, finalmente. huahuahauhauhua

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  • 03/12/2009 em 12:08 pm
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    Céus! Perdi alguns capítulos…maldito final de semestre…rs
    Só dei uma passada de olho e saiu: Uau, preciso ler os antigos! Vou lê-los este final de semana.
    E aí, ficar na expectativa da batalha épica que está por vir…=]

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  • 03/12/2009 em 11:32 pm
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    @Marcio
    huahuahauha Normal! Eu consegui postar todos com antecedência por algum milagre. Só coloquei no automático. Lembrando que hoje (sexta-feira) já tem a continuação. hehehehe Vai ter um a mais para ler no final de semana!

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