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Os eventos descritos a seguir foram narrados e descritos por três pessoas diferentes. Aparentemente, eram de uma mesma família em uma linha genealógica direta. Não se sabe como tais relatos puderam vir a ser conhecidos. São apresentações escritas sobre momentos cruciais de suas vidas e têm a sua importância. Tudo o que acontece, desde o começo perpetrado há mil anos (e além), é extremamente interessante e, por essa razão, optei por dividir da seguinte forma. Trechos dos relatos tais como foram escritos por aqueles que viveram suas linhas na carne e, em seguida, minhas próprias considerações sobre o que é dito. Os primeiros em itálico e as últimas em letra normal. Espero que, juntamente com a diversão, interessem-se por essas sucessivas gerações no tempo.

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Ah, eu não canso de me esquecer daquele fatídico dia… Andando pela costa de Landen encontrei uma moça desmaiada na praia. Após despertar e receber cuidados médicos, ela somente conseguia se lembrar de seu nome. Como ela era linda… Seus olhos eram ternos e gentis. Sua voz pura e doce não se assemelhava a nenhum timbre de mulheres orakianas que conhecesse…

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Apaixonei-me…


E isso me levou a pedi-la em casamento. Não me importava sobre seu passado, ou sobre o que tinha feito. É verdade que ela se preocupava um pouco e se sentia mal por não conseguir relembrar de sua vida como eu podia da minha. Mas ainda assim ela aceitou, porque ofereci mais que um marido; um companheiro que a aceitava tal como era. Todos em nossa cidade se afeiçoaram dela de maneira semelhante e impactados por sua graça.

Quando o grande dia chegou, meu pai expulsou-me do castelo dizendo que seria melhor andar um pouco antes da cerimônia. Sei que ele somente queria dar tempo à minha noiva para que ela se arrumasse. E fiquei ali a manhã toda conversando com súditos que sempre preferi chamar de amigos.

Quando a vi pronta para o casamento em um lindo vestido branco, não tive como deixar de notar ainda mais a sua beleza. Sinos ressoaram em minha cabeça e tinha a certeza de que nunca poderia ter feito melhor escolha. E ela também estava feliz e igualmente ansiosa como eu.

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Todavia, tudo estava indo muito bem para durar muito… Durante o rito matrimonial, uma criatura que não via senão em pinturas e descrições de antigas guerras, capturou minha noiva. Ele se apresentou como um layano e disse que não permitiria que um descendente de Orakio ficasse com Maia. Irado, amaldiçoie-o. Sabia que teria que ir além dos confins do mundo para encontrá-la agora. Meu pai, temendo que todo o exército fosse escalado para esse resgate, resolveu me trancar no calabouço do castelo por um tempo.

Uma vez lá, fui ajudado por uma mulher que ainda desconhecia o nome. Será que ela estava em meu casamento? Nunca pude confirmar isso… De qualquer modo, se não fosse Lena, nunca teria iniciado minha jornada.

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Disfarçado, saí de minha cidade e rumei a outras para tentar encontrar informações sobre como ir para além de Landen, para a terra dos layanos. Nesse caminho, alcancei a cidade de Ilan onde ouvi falar que um descendente de Laya estava próximo a um lago. Quase espanquei o rapaz de felicidade e raiva misturadas ao saber dessa notícia e mal pude me lembrar do que o fizera pensar nisso até que a alcancei. Tinha forma humana; mato crescia em torno dela e havia musgo e alguns fungos em seus pés. Parecia uma mulher com cabelos vermelhos, ainda vivos, que contrastavam com a palidez sombria do verde e marrom em torno dela. Ela não piscava e olhei fundo em seus olhos, branco e vazios. Quando o fiz, parecia ter ouvido um barulho e visto uma luz azul que saía dela. Num impulso, saquei minha espada, dei um passo para trás e preparei-me para atacá-la.

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Defendendo-se ela gritou, me reconhecendo como príncipe e afirmando que não era do povo de Laya. Demorou um pouco para me convencer, mas baixei a guarda quando estava satisfeito com sua argumentação de que seria um ciborgue e que só poderia ser acordada por um legítimo herdeiro de Orakio. Mieu não havia sido despertada por aquele rapaz; então, pus-me a pensar, pela primeira vez, que as lendas sobre Orakio e Laya talvez fossem reais e não mera mitologia.

Lembrei-me então que, em Landen, alguém me dissera que a Safira poderia me ajudar a ir a outros mundos. E um velho em Yaata, que visitara anteriormente, me informara que me levaria em seu barco se uma ciborgue estivesse comigo. E tentei arriscar.

No caminho, mostrou-me indícios de um templo submerso (do qual só psiii_07podia vislumbrar umas poucas colunas) no qual Orakio teria aprisionado a escuridão e a selado com sua espada. Na época, pensei que talvez fosse algo relacionado a Laya. De qualquer forma, seguimos até a ilha e adentramos uma caverna próxima. Lá dentro, encontramo-nos com Lyle que possuía a Safira e que dizia não precisar mais dela. Acabei aceitando, meio relutantemente, sua oferta e deixei com que saísse para cuidar de seus afazeres. Tive a impressão, naquele instante, de que o encontraria de novo algum dia…


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Esse “início” é fantástico. Tem toda uma carga histórica por trás, Rhys mora em uma terra preconceituosa que despreza um povo que não vêem há séculos. Furioso por estes presumidamente inexistentes terem raptado sua noiva, resolve partir em busca dela sem se importar com a sua coroa ou reino. E nesse caminho, tem a ajuda de algumas pessoas e se encontra com outras mais. O ódio que devia estar sentindo quando foi atrás da “mulher que não pisca” foi amparado ao descobrir que tinha adquirido, na verdade um aliado. Um tipo de aliado incomum em seu tempo e em seu reino. Até mesmo Lyle que, num estranho gesto de generosidade a um desconhecido, concedeu-lhe o direito da Safira e a possibilidade de sair de Landen e encontrar Maia em terras layanas.

Diário de Bordo: Phantasy Star III – A primeira geração (01)
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10 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A primeira geração (01)

  • 18/04/2009 em 1:12 pm
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    Legal, Senil, gostei da ideia. PSIII tem uma trama muito legal, vai ser interessante um diário de bordo romanceado.

    Se eu fosse escrever ia ser meio diferente:

    “Rhys, o taradão de Landen, passeava tranquilamente quando viu uma tremenda gata de cabelos azuis estirada na areia da praia. Logo resolveu ajudá-la, e como em seu palácio só havia barangas terrivelmente gordas, decidiu casar-se com ela. Ela não quis, disse que Rhys não era o tipo dela, mas o príncipe deu-lhe uma porretada na cabeça e a moça perdeu a memória” 🙂

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  • 18/04/2009 em 1:19 pm
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    @Orakio Rob, “O Gagá”

    Valeu. hehe Estou pensando nisso há meses e demorei um tempo para me organizar. Agora vão ficar dois projetos juntos: este e o dos jogos de Sega CD. E uma ou outra coisinha extra para relaxar. hehe

    Quis postar esse primeiro logo porque senão teríamos um quebra-pau aqui no asilo. huahuahua Eu ia acabar morto e ninguém saberia do que se tratava. hhe

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  • 19/04/2009 em 12:54 pm
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    PS3 foi o meu primeiro RPG em inglês (na época não manjava nada , o dicionário trabalhou direto) e PS1 foi o ponto de partida . É uma pena que esse jogo não fez o sucesso que merecia e por isso não haja muitas publicações no Japão . A coisa que mais gostaria de ler seria a estória completa desde a escapada do povo de Palma , passando pela destruição da maioria das naves , depois pela guerra entre Laya e Orakio e finalmente com o aprisionamento do Dark Force e chegando até a época atual do jogo . Também seria muito legal ver o planos originais do planejamento de PS3 , que dizem que seria muito mais extenso e complexo , mas que foi “capado” pela Sega por causa de tempo e custo (sorry) . Valeu …

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  • 19/04/2009 em 7:05 pm
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    @Vittor
    Vou fazer sim. hehe Pelo menos uma linha eu vou fazer. Como sempre me angustio no final de cada geração (“Putz, caso com quem?…”), nem sei qual caminho tomarei (tipo, qual dos quatro finais vocês verão aqui). Pode continuar acompanhando então. É bom saber que gostou!

    @Washington
    Pena mesmo ele não ter feito sucesso. E há poucas informações também sobre seu planejamento (algumas entrevistas por exemplo e imagens da arte do jogo). No Compendium, por exemplo, fala bem pouco dele… A história oficial desse período entre PSII e PSIII foi lançada para o limbo praticmanete. hehehe Só se pode especular mesmo.

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  • 20/04/2009 em 9:41 am
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    @gamer_boy
    Valeu. hehe Cansativo é mesmo, mas todo RPG tem suas partes mais chatinhas… No caso de PSIII, tem coisas que incomodam um pouco, mas acho que a história (incluindo os finais), a música e outras qualidades compensam o esforço.

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  • 20/04/2009 em 6:52 pm
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    Certa vez eu estava rascunhando uma idéia que futuramente viria se chamar Phantasy Star A Comédia… Num dos trechos aparece um casal debaixo de um lençol (Se não me engano “Lensol” é o nome de uma cidade do Phantasy Star III) fazendo “Flop!” “Flop!” De repente saem de baixo o Rhys e a Mieu, ela demonstra estar extremamente cansada de tanto fazer amor com o tal taradão de Landen. Só que algo ocorre nos circuitos da andróide que ela começa a aparecer as mensagens no “visor” dela (Que ficava transitando entre rosa e vermelho):
    “Fazer amor, Matar e destruir!”
    “Fazer amor, Matar e destruir!”
    “Fazer amor, Matar e destruir!”
    “Fazer amor, Matar e destruir!”
    “Fazer amor, Matar e destruir!”
    “Fazer amor, Matar e destruir!”

    De repente os seios da andróide caem no chão (È eu plagiei a cena do filme mesmo), e saem duas metralhadoras que passam a atirar contra o príncipe que pula pela janela… Puxa vida! Será que eu ainda encontro o antigo caderno com essas anotações? Ele é de 2002 a 2003…

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