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Ayn, tendo finalmente encontrado Thea, precisava agora levá-la para ver seu pai, como pedira.
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Fiquei contente ao encontrá-la. Mesmo sendo princesa do reino do grande amigo de meu pai, lembro de tê-la visto mais comumente quando éramos bem mais jovens. Devo confessar que, quando Lyle me pedira para salvá-la, pensei em uma menina chata, mimada e cheia de frescura. Mas me surpreendi, e muito. Ela se prontificou a nos ajudar nas batalhas, sem temer nenhum adversário. Não tive como evitar pensar na bravura que meu pai descrevia de Lyle. a diferença é que ela era bonita, como a minha mãe. Cheguei a pensar em Thea como uma mistura do que havia de melhor em meu pai e minha mãe.

Até por consideração a ela, evitei comentar qualquer coisa sobre a saúde de Lyle. Ela já estava preocupada demais em revê-lo. Sabia todo o rebuliço em que seus súditos e os meus se encontravam e isso parecia perturbá-la ainda mais do que seu seqüestro. Não havia ninguém lá que assumisse a autoria e ela própria se referiu ao seu algoz como um andróide (o que era muito pouco explicativo no momento em que estávamos). E ela mesma manteve o silêncio e eu idem, torcendo para que ela não pergutnasse nada. Não sei se saberia mentir para ela que não reclamou um momento sequer, nem mesmo da difícil jornada por Aridia. Inclusive se recusou a pousar por um tempo em Hazatak; cedeu somente à argumentação de Mieu que foi menos racional e lógica que a de Wren, mas que funcionou esplendidamente.

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Quando chegamos no lugar “seguro” em que estavam nossos parentes, saudaram-nos como heróis. Mas Thea ignorou isso tudo e correu em direção a seu pai, querendo abraçá-lo. Ele evitou gemer de dor (como fazia até então) tentando levar a atenção de todos à alegria que sentia pelo retorno de sua filha. O cavaleiro-dragão, creio, chegou até a chorar como na pedra que me emprestara anteriormente. Ele me agradeceu dizendo, ao me abraçar sem se levantar, que palavras não poderiam expressar sua gratidão. Dizendo que sua filha possuía o Rubi Gêmeo, afirmou que poderíamos ir às terras de meu pai e, uma vez lá, encontrar o Topázio do poder que, segundo diziam, estava em posse da filha de Lena. Eu mesmo havia ouvido algo a respeito e sabia que deveria encontrá-la para cumprir minha missão original: encontrar Satélite.

Rhys, meu pai, agradeceu-me profundamente pelo que fizera e desejou-me, junto com minha mãe, Maia, sucesso em minha missão. Não sei bem se Thea decidiu por conta própria vir junto comigo, Mieu e Wren. Só sei que ela veio, assim mesmo, sem dizer que ia e sem dizer que ia ficar. Realmente, era uma filha de Lyle. Ele estava orgulhoso dela, podia ver isso em seu olho são. Mas sempre me perguntei se ele teria pedido a ela que fosse comigo. E, se o fez, teria sido porque não queria que não estivesse ali sofrendo ao vê-lo fenecer um pouco a cada dia?…

Independentemente disso, seguimos rumo a uma caverna ao norte que nos levaria até a terra de meus avós: Landen. Isso me trazia também um problema conforme andava com dificuldade nas areias secas de Aridia: não estaria indo direto para o local de onde os ataques em Shusoran e Cille partiram?… Deveria ter mais cautela que regozijo quando chegasse lá.

Uma vez de frente para a caverna, já escolado, sabia como proceder. Thea já havia visto também como fazer e retirou de um bolso seu uma pequena pedra vermelha bem curiosa. Eram duas gemas brilhantes unidas ao meio por um pequeno ponto de encontro entre elas. Foi ela própria quem a segurou conforme entrava na escuridão volátil da caverna junto com todos nós. Brilhando, permitiu-nos caminhar dentro daquele maquinário confuso, como das outras cavernas que visitávamos.

Robôs e andróides mais fortes nos aguardavam ali. Era como se estivéssemos realmente chegando ao antro deles. Isso me deixava procupado. Esta somente mudou de tom quando, tendo entrado em duas cidades diferentes, percebi que não havia ninguém nas casas, nas lojas, nas praças. Estavam desertas, como as minhas próprias cidades. Não sabia sequer o nome daqueles lugares. eu estava sem rumo quando Mieu apontou-me o caminho necessário para chegarmos à cidade natal de meu pai.

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Lá, o cenário era o mesmo: uma Aridia com casas e vegetação rasteira. O portão que nos levaria ao castelo estava fechado e antes de entrarmos na última residência, lembrei-me que meu pai havia contado que, quando Lena o ajudara, haviam aparecido no porão de uma das casas da cidade. Com alguma esperança, encontrei uma escada que nos levou direto ao subsolo da cidade e, após andarmos muito por lá, encontramos Sari.

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Ela não estava muito bem. Cansada, arfava um pouco e estava rodeada de alguns robôs que pareceram ter sido ativados quando chegamos perto. Apresentou-se dizendo quem era e que governava sobre Landen. Disse a ela que precisávamos do Topázio do Poder. Ela disse que o tinha, mas que não o entregaria sem uma luta. E, devo admitir, não foi uma luta muito difícil. Não pela bravura daquela mulher, incomparável e cheia de garra. Lutava com a mesma força que sempre imaginei que os puros orakianos, como meu pai, teriam. Mas ela estava fraca. Cheguei a me perguntar se mesmo os andróides dali a atacavam como a nós, ou se teria sido alguma outra coisa.

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Seja como for, ela reconheceu a derrota após ver todos os seus guardiões destruídos pelo chão de pedra e ela própria caída sob o olhar de nós quatro. Ela disse que deixaria com que usássemos o Topázio do Poder, desde que concordássemos que ela permanecesse sendo sua guardiã indo junto conosco em nossa jornada. Não tivemos como recusar. Não seria um caminho fácil e ela parecia determinada, e um tanto quanto teimosa, em não mudar de idéia. Somente precisaríamos descansar um pouco. Saímos dali por uma escada que nos levou à sala do trono vazia de Landen. Estava tudo quieto ali. Até mesmo meus apssos pareciam ser profanadores de alguma coisa. Sari estava em um silêncio ainda mais sepulcral e de veneração. Não tivera a mesma sorte que nós. Ninguém em toda aquela terra parecia ter escapado, a não ser ela própria…

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A segunda geração (04)
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6 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A segunda geração (04)

  • 07/08/2009 em 8:52 am
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    Fizeram a limpa na cidade de Sari também ? Que coisa, não ?

    Uma pergunta: o arqueólogo que aparece em PSTAR IV tem alguma relação com PSTAR III ? Acho muito bizarro o modo que ele aparece e depois se vai…
    Talvez somente Wren mesmo…

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  • 07/08/2009 em 10:25 am
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    @Cosmão, o Velho Piadista
    Pois é. hehehe Bem curioso. Só que, de certo modo, isso só é bem explicado se pegarmos a geração em que Rhys se casa com Lena. hehe Mas talvez eu conte alguns segredinhos. huahuahuahua

    Agora, não entendi direito o que quis dizer. hehe (Talvez por eu ter ficado até bem cedo trabalhando ontem hehehe). O arqueólogo seria o Seth, certo? Mas ele tem pouco ou nada a ver com PSIII já que, ou os eventos de ambos ocorrem ao mesmo tempo, ou eles acontecem com 1000 anos de diferença (PSIII depois do PSIV). O Wren com que jogamos no PSIV é um upgrade da versão de Wren de PSIII; o mesmo nome engana. Os robôs semelhantes em PSIV ao Wren de PSIII são aqueles Searren386 com quem lutamos naquela nave que cai (que está entre as cidades de Aiedo e Zema, em Motávia).

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  • 07/08/2009 em 3:02 pm
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    @O Senil

    Quanto ao Wren vc já me contou que os Searren386 são primos dele 😀 !
    Mas o Seth (arqueólogo), será que só surge como uma manifestação da Black Force mesmo ? Sempre achei estranha a entrada dele no time e depois a reviravolta que acontece, achei que tivesse alguma ligação com PSTAR III.

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  • 07/08/2009 em 10:05 pm
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    @Cosmão, o Velho Piadista
    hehehe Eu lembro de ter falado sim, mas acho isso tão legal que quis repetir. huahuahua

    Então, o Seth é um cara normal que foi possuído pelo Dark Force. Analogamente ao Governador em Motávia. Eu traço o seguinte paralelo entre PS1 e PS4. Lassic é como Zio (“venderam” a alma por imortalidade e poder) e entre o Governador e Seth (que, de alguma maneira, tiveram o corpo possuído pelo Dark Force mesmo sem serem maus). Ele devia pesquisar as ruínas lá onde pegamos o Aeroprism e entrou no grupo para ajudar mesmo (como um guia, sei lá), mas daí o DF se manifesta logo depois. Só que ele não sobrevive a isso. Nem o Rulakir do PS3 lembra isso já que ele é mais próximo do Zio e do Lassic nesse sentido.

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  • 09/08/2009 em 5:08 pm
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    >Fiquei contente ao encontrá-la.
    R: Já esta de olho na “mina” não é…?
    🙂

    >pensei em uma menina chata, mimada e cheia de frescura.
    R: Parece uma doida lá da universidade… Cheia disso tambem…

    > saudaram-nos como heróis.
    R: Será que vai rolar as dançarinas de UlaUla?!
    🙂

    > Ninguém em toda aquela terra parecia ter escapado, a não ser ela própria…
    R: Há DANADA!
    Esse capítulo que você descreveu é uma das partes que eu mais gosto do Phantasy Star III…Gostei da narrativa, como sempre… Espero ver muito mais…
    Só é uma pena, devido a escolha do primeiro casamento que resultou nessa geração, você não poder fazer o final que eu mais gosto… Eu adoraria ver como você iria descrever esse final…
    🙁

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  • 23/08/2009 em 7:39 pm
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    @J.F. Souza
    Eu gosto muito da segunda geração do PSIII. Tanto essa como a do casamento com a Lena. Tem personagens interessantes e evento deliciosa e confusamente interessantes.

    E o problema de não descrever um final é justamente uma das coisas mais legais do PSIII: uma escolha “simples” que altera totalmente o desenrolar e o desenlace final do jogo. É uma grande responsabilidade fazer uma escolha dessas em um game; imagine algo assim na vida real… A idéia é a mesma: cada escolha influi no que ocorre depois.

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