Banner (Diário de Bordo de PSIII) (Sean)

Um tanto relutante, Sean começa a registrar para a posteridade os anais de sua jornada que o levaram a lugares e seres que jamais pensara que existiam.

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Lembro dos primeiros relevantes momentos daquilo que Mieu quer que eu faça nota muito bem. Na verdade, não sei o que mais me assombra, as últimas coisas que vou considerar ou estas primeiras. Foi um baque para mim, aquele tipo de impacto que ao invés de nos tirar da inércia parece nos manter com os pés presos no chão, imóveis. Rememorando a sensação, é quase como aquela dos sonhos em que nada podemos fazer, em que nada podemos falar.

Azura era um lugar tranqüilo. Não era pacífico quando meu pai e minha mãe o alcançaram pela primeira vez, mas creio ser seguro dizer que minha família e o povo das cidades de Cille e Shusoran o tornaram como nas lendas. Minha infância e juventude foram as melhores que alguém jamais poderia desejar. Não porque fosse mimado e tivesse de tudo, mas porque nunca fui tratado como um ser superior a ninguém da nossa pequena colônia em Satélite. Era chamado de príncipe, mas era mais como parte do meu nome do que propriamente um título. Eu respeitava a todos e era respeitado por isso e não por uma obrigação hierárquica qualquer.

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Por isso, quando algo ruim se abateu sobre nós, foi algo que jamais esperávamos. Recebíamos as visitas de pessoas de outras cidades do mundo que orbitávamos, mas nunca hostilidade. Quando já havia deixado de ser criança em idade, foi preciso que me tornasse homem por outros eventos extrínsecos e independentes de mim mesmo.

Estávamos todos reunidos quando um de nossos “súditos” veio a nós e nos alertou que havia alguma coisa errada com Alisa III. Não entendemos bem o que ele queria nos dizer, mas parecia muito perturbado. E sentimos um tremor e então ele disse que luzes passavam por Azura e alguns outros nos atingiam causando explosões em vários locais. As explosões eram ouvidas a alto som e eram muito maior em número do que as lzues que víamos passar por nós. Uma explosão inciial parecia estar levando ao colapso geral de nosso Satélite, de nosso lar.

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Foi aí que comecei a não conseguir me mover.

E as explosões começaram a acontecer perto de nós, muito próximos de onde estávamos. Com uma serenidade que cria ser muito incomum para uma situação daquele, meu pai, Ayn, virou-se para mim após trocar olhares com minha mãe, Thea, e disse: “Sean, nosso lindo Satélite está sendo destruído… Sua mãe e eu não podemos suportar deixar o nosso lar. Salve-se e vá para as terras natais de seu falecido avô, as terras de Landen.”. Queria dizer não, mas não sabia como articular palavra alguma. Minha mãe então colocou as mãos nos meus ombros e disse: “Eu ficarei com seu pai, mas você deve ir. Mieu e Wren irão com você”. E, beijando-me na bochecha esquerda aniquilou minha alma ao dizer: “Adeus.”.

Eu continuei parado.

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Surpreendentemente para mim, mesmo sem ter tido recebido ordens diretas, Wren agarrou-me com facilidade e me levou para uma nave de fuga que poderíamos usar para chegar em Alisa III. Com uma emoção que desconhecia dele (ou será que é minha imaginação?) ele gritou-me dizendo que precisava correr, que eu tinha que escapar e ficar vivo.

Não sei muito bem como chegamos em Aridia. Só me lembro de Mieu dizendo que era uma grande sorte termos sobrevivido à queda. Nem me lembrava de nossa nave ter caído… E ainda não me lembro. ela então me lembrou que precisávamos ir para Landen. Ao dizer esse nome, porém, lembrei de meu avô. E isso me fez recordar de meu pai, minha mãe e todo o povo de Azura… Todos haviam morrido e somente eu sobrevivido… Eu sabia disso. Estava sozinho. Em meu sofrimento, minha dor e solidão. Wren e Mieu não podiam me entender. E não porque eram compostos por mecanismos e circuitos eletrícos. Mesmo que fossem totalmente humanos, não poderiam viver a mesma coisa que corria em minhas veias e mente.

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Eu estava só. E isso foi o que me tornou um homem.

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (01)
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7 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (01)

  • 12/10/2009 em 10:18 pm
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    Cara, Sean é o meu segundo personagem favorito na terceira geração. Aron é o primeiro… Não sei porque, estes dois marcaram-me bastante ao jogar PS3.Ótima chance para lembrar o motivo! Faz tempo….vontade de jogar PS3 novamente sempre que eu leio seu diário de bordo. Entretanto, agora é a hora e a vez de PS1.

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  • 13/10/2009 em 11:20 pm
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    @Orakio Rob, “O Gagá”
    Bem legal mesmo… É isso que gosto mais no PSIII. Ele tem algo diferente dos outros da série; e é esse algo diferente que o torna especial. Mostra personagens envelhecendo, como tratam seus filhos e tudo mais… Muito bom.

    @J.F. Souza
    Yep. hehehe Sempre fica aquela sensação de que as coisas vão ficar piores ou que a jornada ainda não terminou, mas está apenas começando.

    @Marcio
    Em geral o pessoal gosta do Aron mesmo (por conta do final e tal). Eu gosto muito de todos. hehehe Até colocaria em alguma ordem como: Sean; Aron; Adol; Crys. Mas seria um erro fazer isso já que todos são interessnates. Está começando o PS1? hehe Faça como eu: jogue todos em seqüência parando no três para percorrer todas as gerações. hehehe E, quanto à imagem, é da Toyo Ozaki, a mesma pessoa que cuidou do design de personagens do jogo todo. Muito talentosa eu diria. Adoro a arte dela.

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  • 14/10/2009 em 10:09 pm
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    Pois é….o primeiro da série que joguei foi PS1. Eu locava o jogo e era meu primeiro RPG, mas não cheguei ao fim no meu saudoso Master System. Quando comprei meu Mega Drive, comprei PS3 e joguei todas as gerações e me apaixonei pelo jogo. Não lembro do final do Aron…rs Só lembro que ele tinha cabelo verde e a roupa era preta. DHá tempos atrás, fechei PS4 via emulação. Agora, finalmente, decidi jogar todos na sequência….até o fim do meu mestrado, eu chego ao final. rs
    Eu vi vários desenhos dela no PS Cave, acho eu. Curti muito a arte dela também.

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