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Tendo caído em Aridia, Sean continua sua jornada em direção a Landen, a terra de seu avô paterno.
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Mieu havia me informado que havia uma cidade ali por perto, mas decidi que iríamos o mais rápido possível para Landen. Eu não só precisava, mas também queria tentar descobrir o que havia acontecido. Por quê havíamos sido atacados? Isso eu ainda não sabia. Ao me contarem suas aventuras, meus parentes falavam das jóias que permitiriam a entrada em cavernas que nos levariam a outros domos de Alisa III. Eu estava com elas e pedi que me guiassem até aquela que nos levaria mais depressa ao primeiro destino dessa jornada.

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Enfrentamos estranhas combinações de adversários e obstáculos. Monstros aliados a robôs me parecia incomum demais e destoante com o que ouvia de meu pai e mãe. De qualquer maneira, em nosso caminho, já longe da sequidão de Aridia, encontramos duas cidades que tinham poucos habitantes, mas não estavam vazias como eu imaginava que estivessem. Um de seus habitantes chegou a dizer que nada no mundo estava fazendo sentido mais: orakianos eram atacados por andróides e layanos por monstros. Outro chegou a levantar a hipótese de que ambos os grupos estariam sendo controlados por uma única pessoa. Nessa nossa andança inicial, na qual me recusei terminantemente a pousar para descansar, eu ficava pensando se viviam isso já há muito tempo… Nossos visitantes não falavam nada a respeito disso, mas será que a nossa paz em Azura ofuscou nossos olhos para os problemas reinantes em Alisa III? Era isso que me questionava, sem obter qualquer resposta.

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A primeira pessoa que nos viu ao entrarmos na capital de Landen por alguma razão me reconheceu e me saudou em nome de toda a cidade. Eu sentia que tinha que ir em direção ao castelo para ter informações mais precisas da situação ali. Em meu caminho, uma jovem também pareceu ter me reconhecido e, após me cumprimentar, disse que Sari, sua rainha, os havia protegido da extinção total contra o exército de monstros de Lune, o mais confiável general de Laya nas antigas guerras de um milênio atrás. Esta foi a primeira vez que ouvi este nome e ele não me fez pensar em coisa alguma no momento. Quando voltei a andar em direção ao castelo, parecia ter a vaga lembrança de que meu pai havia comentado algo a respeito, de que alguns templos de Laya estavam lacrados por ordem desse tal “Lune” e nunca tinha ficado muito claro para mim as razões das terras de meu avô estarem vazias já que Siren, um andróide, não a tacou nenhum outro orakiano que não meu pai e a própria Sari (esta somente depois de se unir a ele). Lune teria sobrevivido misteriosamente por mil anos mesmo depois de ter sido banido para Dahlia, a segunda lua. Vim a saber com pessoas já dentro do castelo que ele havia construído a ponte que unia Landen e Satera com o intuito de alcançar Aridia e encontrar o “tesouro de Laya”. O temor, porém, ainda existia já que ainda consideravam as terras a Oeste como sendo de propriedade de Lune. Nenhum orakiano vivia em Satera já há algum tempo.

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Sentimos claramente esse temor ao encontrarmos pessoas que ainda se escondiam dentro de suas casas temendo por suas vidas que seriam ceifadas por Lune. A ferida e as lembranças dos horrores das invasões constantes ainda não haviam cicatrizado. E, mesmo que o tivessem, a marca ainda permaneceria viva. E sangraria ainda mais vezes, ainda que sangue nenhum jorrasse. Alguns outros culpavam meu pai por ele ter preferido Thea como esposa do que Sari. Supostamente eles teriam vencido com rapidez e sem grandes prejuízos os ataques de Lune. Outros ainda sabiam da destruição de Azura e também se perguntavam sobre quem ia querer que isso acontecesse. Eu também gostaria de saber.

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A rainha Sari ao me ver saudou-me e disse que a guerra poderia ter um fim se tivessem o tesouro de Laya em sua possessão. Isso impediria mais mortes. Não era exatamente a preocupação que ocupava meus pensamentos, mas mesmo assim, sabia que tendo um objetivo qualquer, minha jornada se tornaria um pouco mais fácil. E isso permitiria que entendesse melhor. Dando a entender que a ajudaria, ela me disse que seria necessário o uso de uma máquina antiga que poderia ser encontrada no domo a Sudoeste.

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Quando estávamos saindo, um guarda do castelo, que aparentava ser pouco jovem, que tinha ouvido a curta conversa com sua rainha se colocou à nossa frente e disse, com esperança e júbilo: “Você é o único descendente vivo de Orakio!”. Isso me fez pensar que, sim, eu era. Mas isso não tinha mais o mesmo sentido que poderia ter ao meu avô. Ainda que não descendesse diretamente de Laya, eu era também parte layano. Essas polaridades não faziam mais sentido para mim e começavam a deixar de ter sentido para os outros, graças aos novos grupos de ataques que experimentavam a cada dia.

Após descansarmos um pouco, cruzamos a ponte construída por Lune. E não evitei a curiosidade de entrar em Satera. Ela estava desolada. O mato crescia cobrindo as poucas paredes e pisos de pedra que ainda resistiam. Nenhuma casa havia resistido e somente parte da estrutura do castelo estava de pé. Nem aquilo havia restado de Azura. Muitos morreram e eu faria o que fosse possível para evitar que a terra de meus antepassados se tornassem em um deserto sem vida. Não podia mais proteger Cille, Shusoran ou mesmo Satélite. Mas senti em meu peito que deveria fazer isso por Landen. Mesmo que, para isso, tivesse que desbravar toda a Alisa III.

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (02)
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4 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (02)

  • 16/10/2009 em 11:00 am
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    >Monstros aliados a robôs me parecia incomum demais e destoante com o que ouvia de meu pai e mãe.
    R: Realmente, isso confundia bastante! Como essa estranha aliança havia sido formada…? Eu me perguntava, foi um dos momentos mais intrigantes de Phantasy Star III.

    >Lune, o mais confiável general de Laya nas antigas guerras de um milênio atrás.
    R: Muito louco esse clima de mistérios…” Como ele esta vivo até hoje…?” é a primeira pergunta que fazemos tendo milhares de respostas em nossas mentes para suprir nossa necessidadede informação.

    >E sangraria ainda mais vezes, ainda que sangue nenhum jorrasse.
    R: Ouo! Essa foi de mais!
    🙂

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  • 16/10/2009 em 11:58 am
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    Cara, essa trama é ÉPICA. Eu adoro esse lance do vilão da geração passada voltar, é tão interessante. Me amarro quando os personagens aparecem mais velhos, tipo o Rhys de bigodão.

    Fazendo uma propaganda descarada, olhem aí nas propagandas, tem uns caras vendendo o PS1 de master system completinho 🙂

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  • 18/10/2009 em 5:20 pm
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    @J.F. Souza
    Bem intrigante com certeza. Dá para pensar em um monte de coisa sobre praticamente tudo nesse jogo.

    @Orakio Rob, “O Gagá”
    Yep, ver os personagens mais velhos dá um ânimo diferente ao jogo. Nada de adolescentes de cabelo espetado e cara de mau como proliferou com a geração PSX (i.e. Final Fantasy)

    @Cosmão, o Velho Piadista
    Pega sim que vale a pena. Ainda que goste muito das histórias dos outros (tanto a mais ampla que abarca todos os jogos até as específicas de cada um), acho a do PSIII a mais interessante. A que mais me prende a atenção por uma série de razões.

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