Olá crianças!

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Traduzindo: Este jogo é dedicado a todos aqueles cyberpunks que lutam contra a injustiça e a corrupção todos os dias de suas vidas.

Agora me digam, quem com uma convocação dessa não se sente impelido a fazer alguma coisa? Esse é o tipo de coisa muito interessante em um jogo. Esse convite que ele nos faz para que entremos nele aparece das mais diversas formas. Antigamente, isso poderia ser somente pela propaganda em revistas de games ou ainda a leitura atenta de um manual (indispensável em muitos RPGs e adventures velhinhos). Embora não seja somente de hoje, a introdução de games serve muito bem para este mesmo propósito.

Ou seja, se a introdução não nos convence a levar o jogo a sério, não continuamos nele de jeito nenhum. Talvez até o abandonemos logo que possamos nos mover neste mundo de jogo. Com Snatcher, essas simples letras na tela me fizeram pensar: “vou chegar até o final desse negócio!”. Afinal, queria que o jogo fosse dedicado a mim também, mesmo sem ser um legítimo cyberpunk e, muito menos, perito em informática ou possuidor de partes corporais mecânicas.

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Acima à esquerda, primeiro dia de trabalho. À direita, Seed, Metal Gear e Harry.

Cabe dizer que tanto Metal Gear como Policenauts também possuem elementos de ficção científica; e isso com relação às mais diversas áreas das ciências e da tecnologia. Contudo, o clima de cada um deles é bem diferente um do outro. Como falei mais do Policenauts em outra ocasião, foquemos neste aqui.

Policenauts, com seus cigarros, mulheres esbeltas, camaradagem masculina, traições e foco em uma investigação que, com o passar dos atos, vai se tornando um dever pessoal e não mais profissional, é evidentemente noir. Só faltou mesmo uma utilização mais dedicada de uma trilha sonora de jazz e blues. Não que esteja reclamando, claro; a trilha sonora desse jogo é muito agradável. Já Snatcher, embora possua mulheres lindas, não tem o mesmo clima. O foco é mais na desconfiança e na dúvida se pessoas são andróides ou humanos, e cada ato é uma investigação específica. É muito mais cyberpunk que noir (felizmente, já que essa é a proposta do jogo); ou seja, é mais próximo de Blade Runner do que de algum clássico com Bogart (ou Cowboy Bebop, se pensarmos em algo mais acessível a nós). Até por essa razão tendo a preferir Policenauts; mesmo com o uso ostensivo de piadas sem graça, acho-o um pouco mais “maduro”.

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À esquerda, a esposa da qual você não se lembra (e uma das várias mulheres do jogo). À direita, Gillian Seed dando uma de Ronaldo.

Mas não se deixem enganar pelo que eu disse! A trama de Snatcher é bem complexa e, embora tenha pinceladas de drama psicológico, o foco é muito mais na investigação e na descoberta de eventos militares que acabaram desencadeando o que chamam de “Catástrofe”, e que dizimou boa parte da população da Terra em meados dos anos 1990. Neste sentido, ele é bem diferente de Policenauts; nesta que para mim é a obra-prima idealizada por Hideo Kojima, o foco está muito mais no personagem e em tudo que vai acontecendo ao redor dele e em suas responsabilidades, do que acontece em Snatcher. Mas vamos evitar ficar fazendo comparações demais porque isso somente pode nos levar a ainda mais enganos.

Você está no controle de Gillian Seed, mais um personagem principal tarado imaginado por Kojima. Todavia, como esta é uma versão oficial em inglês, nada de ficar olhando os seios das meninas e, muito menos, apalpá-los (como é possível em Policenauts e na versão original japonesa de Snatcher). Ele despertou há algum tempo no hospital junto com sua esposa, mas ambos sem qualquer memória de seu passado. Separou-se de sua mulher para evitar problemas, brigas e discussões já que nem mesmo se lembravam da vida que teriam tido juntos. Eles estão agora em Neo Kobe que, como devem ter descoberto, é uma cidade japonesa nova e que não existia na época em que a Catástrofe ocorreu. Embora seja interessante imaginar, não se trata de uma homenagem feita em memória das mais de cinco mil pessoas que morreram em um terremoto violento que sacudiu a cidade de Kobe nos anos 1990 porque o jogo foi originalmente feito muito tempo antes do ocorrido.

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À esquerda, o perfil do Kojima no Orkut. Ops, na base de dados do jogo. À direita, um homem ganhando sua ferramenta de trabalho.

À procura de algum emprego, Gillian assume a posição de Runner, ops, Junker. É uma atividade reconhecida pelo governo, responsável pela localização e destruição de Exterminadores do Futuro, ops, snatchers. Um dos mistérios que rodeia essas máquinas (e que é descoberto conforme se avança no jogo) é justamente de onde elas vieram e porque têm a  tendência de atuar somente à noite. Eles recebem esse nome porque, favorecidos pela estrutura semelhante ao esqueleto humano, podem se passar facilmente por um deles. E, para assumir a vida destes humanos que escolhem, devem matá-lo e construir um rosto, voz e tudo mais que permite ser uma espécie de troll cyberpunk; a diferença é que o humano não vira um snatcher que pode retomar sua vida enganando outro, ele “só” morre mesmo. É até possível definir o game Snatcher com uma fórmula matemática simples: Exterminador do Futuro + Blade Runner. É uma cópia descarada das idéias principais dos dois. Não são idênticos, claro; mas as semelhanças são muitas para passarem despercebidas. Por isso disse naquele outro post que se o Kojima fosse cineasta e seus jogos, filmes, com certeza ele teria vários processos de plágio pesando sobre sua cabeça.

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Acima, Seed vendo uma jovem de 18 anos tomando banho (vale dizer que no original japonês ela é muito mais nova que isso :-))

Snatcher é um jogo que me surpreendeu bastante quando joguei. A dublagem é excelente e não pensem que perdeu muito por ser uma conversão para o inglês, porque estariam errados. Principalmente ao pensarem em “conversão” porque esta versão para Sega CD foi feita exclusivamente para o mercado ocidental e, portanto, as dublagens, o movimento da boca durante as falas e tudo mais foi feito tendo em mente a importância da dicção no idioma inglês e coisas do tipo. A história é bem divertida e as revelações vão tornando o jogo muito instigante com o tempo. Como diz a introdução, é o jogo perfeito para quem gosta dessa ambientação futurista, meio caótica. Cidades extremamente populosas, você caminha durante a noite por suas ruas nunca vazias, topa com prostituas e bares clandestinos que promovem mascaradas e que vendem a rara (proibida e indigesta) carne de búfalo…

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Acima, à esquerda, uma festa a fantasia com carne de búfalo e personagens bem conhecidos. À direita, a fúria de Seed ao descobrir, conversando pelo Tele-sexo, que não pode falar disso sobre isso cruamente, como se houvessem censores modificando tudo o que diz para analogias muito indiretas.

Esta versão, que é a definitiva de Snatcher, é divida em vários atos. Cada um deles cobre, em teoria, uma missão de Gillian Seed. Contudo, há o plot principal por trás, cujo quebra-cabeça vai sendo montado conforme essas pequenas divisões vão sendo ultrapassadas. Além de ser essencialmente um game no qual você escolhe suas ações (olhar, investigar, andar etc) por meio de menus, existem momentos em que você terá que empunhar sua arma e atirar em snatchers e em pequenos e irritantes robôs em formatos de aranha. Esse sistema é simples de se operar. Ao empunhar a pistola, a tela é dividida em nove quadrantes. Os inimigos aparecem neles e cabe a você atirar no lugar certo, na hora certa usando o direcional e o botão de disparo. Na versão original para um PC japonês, você podia simplesmente utilizar o teclado numérico.

Há versões mais recentes para Playstation e Saturn, mas elas deixam e desejar em um aspecto ou outro (embora melhorem em outros mais). A de Playstation, em especial, é uma lástima porque, mesmo na versão japonesa, sofreu forte censura em diversas imagens. Por um milagre, a melhor versão de um jogo é, justamente, aquela elaborada e desenvolvida exclusivamente para o mercado ocidental! Vocês podem até sentir falta do flerte sacana de Gillian com as meninas que encontra no caminho, mas devo dizer que para mim não fez a menor diferença. Vou ficar devendo imagens porque não quero estragar alguma coisa do plot, caso desejem jogar algum dia.

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Acima, um robô “exterminado”. 😛

Ah, é importante dizer que é necessário um conhecimento razoável de inglês para aproveitar bem o jogo. Não digo chegar até o final porque é possível ir tentando todas as opções em determinado lugar até conseguir avançar. E, acrescento, seria bom terem um ouvido razoável para palavras neste idioma, porque muitas cenas e explicações são feitas por áudio e não há legendas ajudando. Um fone de ouvido e audição atenta devem ajudar não só melhorar o som (tornando-o estéreo inclusive, se tiverem um Mega Drive I ou II e usarem a entrada de fone do console) como na compreensão do que falam. Como em todo bom jogo, o que importa em Snatcher não é muito o encerramento, mas o que vai acontecendo do começo até chegar ao final.

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É isso por hoje. Até o próximo post!

Snatcher (Sega CD)
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31 ideias sobre “Snatcher (Sega CD)

  • 28/10/2010 em 8:39 am
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    Caaaraaa esse jogo é ótimo, estou jogando ele sempre que tenho um tempinho. É muito a frente do seu tempo, me faz encarnar no personagem de verdade! Fiquei com receio de ler tudo caso tivesse algum spoiler mas não resisti.. a matéria ta ótima, parabéns!

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  • 28/10/2010 em 9:21 am
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    É engraçado as interações com o jogador que o Kojima gosta de colocar nos jogos, tipo nesse aí quando colocamos o nome dele naquele computador da delegacia com informações de várias pessoas, ou então na parte do armazém abandonado onde o Metal Gear pede para aumentar o volume da televisão para que possamos escutar os “beeps” da bomba.

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  • 28/10/2010 em 10:30 am
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    @Jair
    Ele é literalmente à frente de nosso tempo. hehehe Quanto a spoilers, se ver meu nome ali como autor do psot pode ler sem medo. Eu me preocupo muito com isso e falo sempre o mínimo necessário, mesmo que isso acabe arruinando um pouco meu texto às vezes. Prezo mais pela diversão de prováveis jogadores do que em estragar surpresas.

    @fezones
    Yep. Se bem que é facilmente explicável: grana. hehehe Uma pena, com certeza. Prefiro estes dois adventures dele, por exemplo. A ambientação de ambos é bem divertida.

    @Jefferson Luiz (Beren)
    hehehe Pode crer. Esse é um dos jogos em que o ctrl+c e ctrl+v do Kojima estava mais apurado. huahuahuahuah Mas qual Metal Gear tem em mente? O primeiro realmente foi lançado antes de Snatcher e pode ter sido o início dessa “reciclagem” do Hideo.

    @maxi2099
    Nem me fale desse da bomba. hehehe Muito legal (mas barulhento, se é que me entende. 😛 hehehe). Policenauts tem várias sacadas assim também; acho que vale a pena só por isso. hehe

    @maximuscesar
    Podia experimentar! Se curte cyberpunk, essa é uam boa pedida. Eu mesmo gosto de um ou outro adventure. Não é muito a minha praia para dizer a verdade. Mas os que realmente conseguiram me envolver nunca deixei de pensar que valem a pena. Policenauts em especial, mas Snatcher também.

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  • 28/10/2010 em 10:43 am
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    “Ah, é importante dizer que é necessário um conhecimento razoável de inglês para aproveitar bem o jogo. Não digo chegar até o final porque é possível ir tentando todas as opções em determinado lugar até conseguir avançar.”

    Ou joguem a versão original para MSX, traduzida direta e completamente do japonês: http://www.romhackers.org/modules/PDdownloads/singlefile.php?cid=17&lid=280 ou http://www.caetano.eng.br/snatcher/index.php

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  • 28/10/2010 em 11:15 am
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    @Ondinha
    Valeu pelo link! Pensei que só houvesse tradução de SD Snatcher e não do original.

    Vale alertar, porém, que tanto a versão para MSX como para PC-98 não são “completas”. Têm somente dois dos três atos presentes nas versões de PC Engine e Sega CD e, além disso, não têm vozes (afinal, eram disquetes hehe). A versão para Sega CD é a definitiva e, se quiserem explorar tudo que Snatcher tem aoferecer, teria que ser esse mesmo.

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  • 28/10/2010 em 11:25 am
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    Terminator + Blader Runner? James Cameron + Ridley Scott?

    E ainda, Adventure?

    I’m in! 🙂

    Snatcher está dentro do SEGA CD lá de casa faz um tempinho, aguardando na fila. Depois desse post, acho que hoje à noite aquele CD vai rodar um pouquinho 🙂

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  • 28/10/2010 em 12:32 pm
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    Ótimo post!
    Lembro de ter jogado a versao de PSX a algum tempo, mas era todo em japonês e o pouco que consegui jogar foi graças a SuperGamePower n° 35, mas mesmo assim me pareceu um ótimo jogo.Um dia ainda jogo essa versão do Sega CD.

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  • 28/10/2010 em 1:26 pm
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    Não deixem de jogar, é um jogo interessante, bom para jogar à noite! 🙂
    Tanto a versão MSX quanto a versão SegaCD. Parece que somente a versão PC Engine é sem cortes, e com muito SANGUE.

    OBS: Na versão ocidental, a foto acima da Outer Space (Festa à Fantasia), difere-se da versão oriental, com personagens conhecidos dos mangás japoneses.
    [img]http://www.hardcoregaming101.net/snatcher/snatcher-msx10a.png[/img]

    Quando terminarem o jogo e quiserem jogar mais, experimente a versão SD Snatcher (Super Deformed) para MSX2 🙂

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  • 28/10/2010 em 3:16 pm
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    Zerei mês passado praticamente sem largar!
    A história é muito legal, apesar de ficar meio forçada no final.
    Eu não chamaria de “livro interativo” antes de “jogo”, mas sem dúvidas é uma ótima experiência 🙂

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  • 28/10/2010 em 5:01 pm
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    @piga
    Pois vale muito a pena! Assim que conseguir por as mãos em uma cópia, não desperdice a chance. Mesmo que não goste, pelo menos poderá dizer que tentou. hehe

    @JamesR
    Milagre! A SGP ajudando alguém! huahauhauha Essa era uma clássica revista que fez um detonado de jogos de RPG com mais de 100 hroas em… Cinco páginas? Seis? huahauhauhauha A versão de PSX é a que foi mais censurada; umagens foram totalmente alteradas, foram deixadas fora de foco e coisas assim. E nem é por culpa dos americanos já que nem há versão ocidental. hehehe

    @gamer_boy
    Sério? A versão de Sega CD, pelo que sei, não alterou nada que fosse violento, somente insinuações de cunho erótico/sexual. Por exemplo, cobrindo o seio desnudo de uma personagem, omitindo a verdadeira idade de uma personagem (que seria adolescente) e coisas assim.

    E o nome do “boteco” (hehe) não é Outer Haven? E gostei mais dessa versão em que são personagens da Konami; é mais fácil de nós associarmos a personagens famosos. E uma auto-referência torna tudo bem engraçado.

    @Leon
    Pelo que ando percebendo, mesmo a leitura de um livro é um jogo. apesar de que, nesse tipo de game (“visual novel”), haja evidentemente uma importância muito grande dada à leitura de textos e, claro, ao enredo. Como é com todo livro.

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  • 30/10/2010 em 11:07 am
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    Snatcher realmente é um jogaço.
    Uma trama bem amarrada em um contexto que realmente instiga o jogador a progredir na estória. Fora que a estética cyberpunk aparece por todo lado nas referências óbvias – Exterminador do futuro (na aparência dos Snatcher) e Blade Runner (na profissão do protagonista e até em sua aparência) – Mas também nas não muito óbvias: Como no livro Neuromancer de William Gibson – que é um dos fundadores do movimento cyberpunk. Vejamos: Cidades superpopulosas violentas e poluídas, confere; tecnologia em toda parte incluído o corpo humano, confere; os personagens são peões na luta de forças maiores e além de sua compreensão, confere. Entre outras coisas essenciais ao gênero.
    Mas como disse um jogaço. E de fato a versão do Sega CD é uma das, senão a, mais completa já lançada para qualquer sistema. Pena que nunca saiu aqui no Brasil nos bons tempos em que a Tectoy era a Tectoy – Já pensaram nisso: dublagem ou pelo menos legendas em português oficialmente neste jogo lendário? Mas isso é apenas uma divagação da minha parte…

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  • 30/10/2010 em 9:10 pm
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    @manobetosenior
    hauhauhauha Sabe que isso tambéma conteceu com um conhecido meu? Mas nem sei se ele desencanou e deixou para lá ou se resolveu. hehe

    @mdk137
    Acho que a de Sega CD é realmente a mais completa. As alterações com relação a versões japonesas (como não podermos agir como todo personagem tarado do Kojima e as fantasias no bar) foram para melhor, na minha opinião.

    Quanto a uma versão em protuguês pela Tectoy… Contanto que não fosse igual à de Phantasy Star III, eu acharia uma boa! hehehe Se arrumassem bons dubladores, não ligaria também. Tem muito trabalho de dublagem nacional excepcional.

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  • 30/10/2010 em 10:45 pm
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    Excelente post, Senil. E fico me perguntando: quando a Konami vai fazer uma conversão desse jogo para os consoles atuais?

    Imagino esse jogo no Nintendo DS, no Wii, no PS3 e no 360 com Kinect. Seria uma experiência muito interessante.

    Abraços

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  • 24/02/2012 em 10:41 pm
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    @gamer_boy Na verdade esse snatcher fica sem censura (mas nada de apalpar os seios e nem muda a idade da Katrina):
    Uncensored Mode
    Select the “Load I.D. file” option on the Jordan computer. Enter “KONAMI” at the “Enter Name” prompt. A sound will confirm correct code entry. Scenes from the Japanese version of the game will be restored during game play. The changes are not significant, with the exception of Katrina’s shower scene.

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