“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Olá crianças!

Hoje a reflexão foi proposta por um bom amigo da Lista de Algol: Felix. Ele me mandou um pequeno artigo que falava sobre “utopias” e “distopias” em jogos de videogame. Achei bastante pertinente até porque o meu conto “Brinquedos mortais” que compartilhei com vocês no dia Primeiro de Maio é um tanto quando distópico se pararmos para pensar na definição corrente do termo.

Eu até já conhecia algumas coisas sobre o termo “utopia” na realidade. Tanto pelo Thomas More como pelo uso mesmo da palavra em outros contextos. Ainda assim, achei que seria legal revisitar a etimologia da palavra para confirmar se minha memória não estava a me trair descaradamente. e pude verificar que não.

“Utopia” é uma palavra formada por um radical grego “topos” e o prefixo “ou” oriundo do mesmo idioma. Literalmente significa “não-lugar”, “ou-topos”. Basicamente descreve um lugar imaginário e remoto que “não existe em lugar nenhum”. Contudo, a ideia mais comum acaba sendo a de um estado de perfeição em leis, governo (geralmente pela sua ausência) e ótimas condições sociais. 

Essa ideia perpassa diversas obras da literatura tanto utilizando o termo “utopia” como nem pensando a respeito dele. Seja como for, geralmente tem-se a ideia de que tal esquema de progresso e melhoria seja tão ideal que, justamente por isso, seja ao mesmo tempo que sonhado visto como impraticável e impossível.

“Distopia” também tem uma origem semelhante sendo que apenas o prefixo é alterado. “Dys-“, tanto em grego como latim, tem o sentido básico de “alteração”. Mas também sentidos correlatos como anormal, difícil, empobrecido, incapaz e desfavorável dependendo da palavra que acompanha. Aparece também bastante como antônimo do prefixo “eu-” que significa, em grego e latim, tanto “verdadeiro” como “bom”.

Agora sim podemos pensar em games! Contudo, não vou aqui pensar em discutir com vocês possíveis utopias e distopias em jogos. Primeiro porque é muito difícil vermos utopias neles: geralmente aparecem como um “outro mundo” dentro do jogo que visitamos para tentar resolver alguma distopia daquele em que os personagens que controlamos estão. E, segundo, porque as distopias são muito comuns. Vemos isso de Phantasy Star II a Fallout com imensa facilidade.

Quero propor um outro tipo de reflexão. Vimos que “utopia” significa um “lugar imaginado”. Ou seja, a própria definição de “não-lugar” é imprecisa porque ele existe em um lugar, embora este “topológico” por assim dizer. Basicamente, descreve uma sociedade, uma cultura, um tipo qualquer de civilização perfeita cuja existência é sabida como possível apenas na imaginação. Mesmo aqueles que criam utopias para um futuro próximo ou distante, definindo datas específicas ou não, sabem que isso permanece em um reino fora daqui.

E isso, com os jogos, não acontece. Afinal, todo jogo tem um lugar em que ele acontece e esse lugar não é apenas imaginativo. O mundo que nos é apresentado em qualquer game não passa apenas pela nossa imaginação já que também percebemos coisas, ouvimos coisas, decidimos coisas, sentimos certas emoções e por aí vai. Reduzir um jogo à imaginação é um jeito errado de compreendê-lo e de experimentá-lo.

O lugar de um jogo é certamente à parte de nosso “mundo cotidiano” ou “mundo das ocupações”, mas também acontece dentro do nosso mundo querendo ou não. Ele é um “círculo mágico”, ou um “círculo fechado”, mas esse círculo acontece dentro do mundo e não fora dele.

“Mas esses mundos são imaginários!”, vocês podem dizer. E eu não discordaria disso. Não é a imaginação enquanto tal que é a característica essencial das utopias. O aspecto mais descritivo desse “não-lugar” é a crença que temos em sua impossibilidade. A verdadeira utopia não apenas é vista como imaginária como também, mais originariamente, como impossível. Sonhos e esperanças com possibilidade de ocorrência não são utopias, mas uma outra coisa.

Vai parecer um pouco estranho o que vou dizer, mas “impossível” é algo que não se realiza porque sequer se mostra como possível. Apenas se torna real algo que antes mostrou-se como potência, como possibilidade. Se determinado mundo é impossível, ele é imaginado, mas nunca acreditado. É como se a pessoa pensasse em devaneio: “será que esse mundo seria possível?… Não, não pode ser!”. E, mesmo vendo tal impossibilidade, ele ainda se perde na esperança vã (para ele próprio) de que esse mundo é melhor que o real e verdadeiro etc.

O perigo da imaginação acaba sendo muito mais esse: não acreditar no que se imagina como possível e buscar abandonar o mundo real em que habitamos em prol desse outro. Quando encaramos um centauro como possível em determinada localidade como Nárnia por exemplo, a coisa muda de figura. Um centauro não é impossível, mas real em determinado lugar. Ora, se a “utopia” não existe em lugar nenhum e é impossível, sua característica mais essencial não é e nem pode ser a imaginação.

Sobre as distopias as discussões permanecem interessantes. Afinal, ele é uma alteração de determinado lugar. E em que sentido essa alteração ocorre? basta vermos os sinônimos que esse pequeno prefixo “dys-” pode possuir. O primeiro aspecto que podemos pontuar é que uma “distopia” reconhece que é uma modificação da verdade. Não no sentido de ser falso, mas há um ambiente trágico colocado intencionalmente como oposto ao verdadeiro em que habitamos. Ou seja, a distopia reconhece a validade do mundo que estabelece com referência ao nosso mundo real e, por isso mesmo, a distopia é um mundo possível.

E, além de ser algo possível, também mostra-se como sendo “mau”. Ou seja, é uma possibilidade nefasta, doentia e, em alguns casos, macabra construída sobre uma realidade em que essas coisas não aparecem tão enfaticamente (ou nem mesmo aparecem).

Isso acaba demonstrando algo que o C. S. Lewis comenta a respeito da construção do Paraíso Perdido de Milton. Nesse grande poema épico, Lúcifer é o personagem melhor construído sem sombra de dúvida. Porém, John Milton era cristão e muitos dizem que pintou tal personagem dessa maneira para mostrar seu distanciamento da fé cristã. Lewis diz que isso apenas aconteceu porque é muito mais fácil reconhecermos nossos próprios pecados e malvadezas enquanto seres humanos do que as maiores virtudes que mal podemos imaginar.

Portanto, por isso que as distopias aparecem com mais facilidade em games que utopias. Não é porque “utopias são sem graça”, ou “nada acontece em uma utopia”. A questão é que utopias são definidas pela sua impossibilidade essencial. Já as distopias, por serem um tipo de perversão da realidade com base em nós próprios e em nossos defeitos e misérias, acabam sendo mais facilmente elaboradas, criadas, discutidas e aproveitadas. Distopias mostram-se possíveis para nós: e é por isso as tememos.

As utopias, não nos dizem nada. Mas as esperanças… Ah, essas sim nos dizem muitas coisas. Portanto, não confundamos uma coisa com a outra. Nós aguardamos ansiosamente por aquilo que nos dá Esperança; mas não esperamos nada da utopia porque sua realidade nos é essencialmente impossível.

É isso que queria compartilhar com vocês hoje. Até o próximo post!

Academia Gamer: Lugar nenhum
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14 ideias sobre “Academia Gamer: Lugar nenhum

  • 22/05/2012 em 10:02 am
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    sobre utopias, pelo que eu sei, são lugares fantásticos que vemos em livros ou filmes. na maioria dos casos, são cidades futuristas super avançadas com uma tecnologia anos luz da nossa realidade ou que fazem parte da fantasia humana, Minority Report, Eu robô, Senhor dos aneís, Star Wars, Star Trek,Inteligência Artificial e até o mundo do desenho Pokémon e muitos outros. quando vejo um filme desses fico realmente pensando quando a humanidade fará carros voadores(na verdade, já existem e se chamam os modelos de Skycar…vi isso numa revista de carros quando garoto) a um preço que mortais comuns possam comprar ou aquelas máquinas de teletransporte. e os robôs? seria legal ver eles andando pelas ruas, interagindo com os humanos e o mais importante: quando poderei namorar uma robôzinha?

    hehehe, o sonho de 8 a 10 nerds 🙂

    PS:(espero que a minha namorada não leia esse post)

    se bem que desde o filme Matrix, tenho medo de máquinas com alguma inteligência.

    nos games, é mais fácil “vivermos” utopias. cada game tem o seu próprio mundo. tanto em Fallout e Hokuto no Ken do mega, num mundo apocaliptico que pode acontecer a qualquer momento. em Starflight é o que mais pode chegar perto no mundo de Star Trek, em Langrisser vive a época medieval cheio de conflitos e banhos de sangue….Final Fantasy e Dragon quest devem ser os campeões de mundos paralelos…se bem que tem fã que acredita se passar em épocas diferentes os enredos de cada jogo…como você deve estar careca de saber, Mestre. vivo numa dessas utopias, mundos ou dimensões paralelas repleto de anjos e demônios querendo o poder. e nesse lugar, chuto o traseiro de ambos os lados como se não houvesse amanhã. se pensarmos assim, nós gamers não somos jogadores, mas sim viajantes de mundos…não, de universos

    não sei porque, mas agora me lembrei daquela “Epoch”. a nave de Lucca em Chrono Trigger…

    acho que apenas no século 24 teremos algo como cidades futuristas e robôs. o Japão em tecnologia é perto disso, porque não sonhar?

    Hee-Hoo Mestre-Senil.

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  • 22/05/2012 em 11:41 am
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    Pode ser que jogos comecem como utopias e logo no caminho se tornem distopias pra quebrar aquele clima de mundo perfeito.

    Só a palavra ‘utopia’ me vem a cabeça um jogo horrível de snes, lembro que aluguei ele na locadora em uma vez que levei 8 fitas de uma vez, só o que tinha guardado na memória era que o jogo era horrível, mas teria sido porque os outros 7 eram melhores? Pensando nisso que meses depois disso eu fui lá e tentei levar o jogo de novo pra ver se era eu que estava enganado. No fim das contas eu tava certo, o jogo era horrível mesmo e nem quero pensar em estar sendo injusto com o jogo e baixar a rom dele hoje, não, o jogo é ruim e nem merece ser lembrado, uehueheuhe.

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  • 22/05/2012 em 12:08 pm
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    fala mestre…li esse texto umas 3 vesez e aqui estou…utopia, distopia,,,bem,,,conheçemos o espaço, a via láctea, outros planetas por causa de livros e geografia da escola,,,conheçemos mundos ou países que talvez eu pelo menos nunca terei a oportunidade de conhecer ou ir….tudo isso através de livros e televisão!!!pense,,,jogamos algum jogo no estilo rpg e vemos mundos, florestas e castelos e princesas,,,acredito que jogar determinado video game, entrando em seu mundo virtual e tentando desvendar mistérios, controlando um personagem ou seja lá qual for o personagem ou até mesmo uma nave pode nos mostrar mundos não imaginários ou real,,,mas sim um mundo onde estamos bem e ficamos alegres,,,mundo que nos proporciona alegria e esquecemos determinados problemas,,,mundos que nós mesmos descobrimos aos poucos sem ajuda de midia ou livros,,,as vezes vc nem presta atençao se esta sentado na frente do monitor ou televisão e aos poucos vc vai se deparando com um mundo totalmente cheio de cores e ação,,,acredito que todas essas sensações são reais,,,então se eu sinto uma coisa boa,,,acredito que é real este mundo onde estou dentro do video game,,,ao contrário de onde vivo realmente onde tenho mais sensações ruins(problemas, contas a pagar e dor de cabeça),,,acredito que no mundo virtual, até mesmo em uma rede social tudo ali acaba se tornando parte da sua vida,,,não precisa ser algo em que eu possa tocar ou sentir,,,mas, algo que mexa com as nossas emoções,,,acredito mesmo que posso mesclar distopia com utopia,,,então jogar video game, conhecer outros países pela internet, fazer amizades e até aqui mesmo no gagagames,,,mostra um mundo totalmente repleto de pessoas, cores, alegria, conhecimento e isso tudo para mim é real em termos de ambiente e socialização!!!!dizem que o espaço é infinito e cheio de estrelas e cosntelações, dizem que o japão é o mundo da tecnologia, egito e suas pirâmides,,,cara,,eu só sei disso através de livros e televisão,,nunca estive lá,,como eu poderia comprovar se esse mundo é real mesmo em termos de outras civilizações e tecnologias,,,entende? poucas pessoas tem oportunidade de ver o planeta Terra,,,mas foi colocado em nossas vidas que a Terra é azul e que não existem seres extraterrestres,,,vivemos sozinhos,,,mas como saber se isso é real????acho que realidade para muitos é só vendo para crer,,,então se estou jogando final fantasy III, vejo mundos, personagens, cores e ambiente musical,,,para mim isso é real em termos emotivos e tecnológico,,,a realidade é tudo que vemos,,,mas acho que a realidade é tudo que vemos e tudo que sentimos emocionalmente,,,em sintese, a realidade é tudo que seja bom e não precisa ser real em termos materialista e sim em termos de emoção!!!!!valeu mestre!!!

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  • 22/05/2012 em 5:51 pm
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    Maior clichê dos J-RPGs: utopia fraterna e conservadora dos heróis X utopia egoísta e radical dos vilões. Vários vilões usam a utopia “reset”, ou seja, destruir tudo para um novo recomeço.

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  • 23/05/2012 em 12:29 am
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    @leandro(leon belmont)alves
    huahauhauhauhauhaha Namorar uma robô foi boa! hehehe Já pensou se ela superaquece em um momento, digamos, inadequado? 😀

    Utopia nesse sentido amplo que trouxe (qualquer outro mundo) é muito raro. Geralmente pensa-se em algo realmente idealizado. Uma espécie de Paraíso na terra (tipo o sonho de todo anarquista pacifista, por exemplo, realizado em sua plenitude). Tanto que alguns dos exemplos que trouxe são bem mais distopias mesmo. Fallout e até mesmo Matrix. Por isso até que tem certo receio de robôs inteligentes: porque isso é possível de acontecer. Uma utopia já é, por definição, vista como impossível. Aí reside a diferença.

    Sua descrição do jogador como “viajante” é perfeita. Porque é isso mesmo que fazemos: passeamos por outros mundos e depois voltamos para “nossa casa”, por assim dizer. Você vai lá chuta bundas de diabos e anjos em SMT e depois volta para seu mundo cotidiano normalmente que é onde mora de fato. Os mundos-jogo que entramos são sempre temporários e têm essa característica de viagem mesmo.

    @Juliano
    hauhauhauhauah Ri muito com o resultado do seu teste. hehehe Mas acho bacana sua atitude de ter se perguntado porque tria achado ele ruim e ter buscado descobrir o que seria. Poucas pessoas fazem isso o que torna sua atitude louvável.

    E esse jogo é bem ruinzinho mesmo… hehehehehe Lembro que minha experiência com ele também não foi das mais agradáveis.

    @helisonbsb
    Esse esquema de realidade é algo complicado de se discutir. Mas concordo plenamente com você: ela não é apenas o aspecto material das coisas. A realidade abarca inclusive essa sua relação com lugares que nunca visitou. Mesmo que não tenha ido ao Japão, ele é um país real para você. A diferença é que sua relação com ele não foi diretamente perceptiva, mas imaginativa (percebeu fotos e vídeos é verdade, mas faltam cheiros, sensações táteis etc. que também fazem parte da percepção).

    E os mundos que visitamos ao jogarmos videogame são reais sim. Assim como os mundos literários de livros que lemos. Tudo aquilo que eles trazem se mostra de algum jeito e tem um sentido para nós. É isso que importa.

    Mas vale lembrar que nem sempre esse mundo-jogo é feliz e alegre. hehehe Podemos ter uma saudade feliz de algum quando saímos dele, mas muitos games mais nos forçam a chorar do que rir. Embora todo jogo seja essencialmente leve, mesmo que seu foco sejam emoções mais complicadas de lidar como a tristeza e a angústia.

    @LordGiodai
    Exatamente. hehehe No caso de Langrisser II que citei em um comentário do post da semana passada, é mais ou menos isso que aparece. Mas é algo tão bem trabalhado que fica bacana. Porque ambos os lados não veem apenas como uma utopia, mas têm esperança de que podem fazer aquilo realizar-se caso se esforcem o suficiente. É muito mais um sentimento de esperança que de utopia.

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  • 23/05/2012 em 9:29 pm
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    Excelente texto, mas fiquei com uma dúvida que não sei se foi má interpretação minha ou não: a distopia aparece basicamente como uma alteração possível da nossa realidade, porém de forma trágica ou má. Porém como eu já disse outras vezes, não há essa polaridade entre o bom e o mal, são apenas pontos de vista diferentes. Tendo isso em vista, a distopia também não pode ser considerada para um determinado grupo como algo bom e não trágico? Eu sei que na origem da palavra ela aparece como um antônimo de bom, mas se este bom era o ponto de vista da época, em um sentido prático a distopia tem que ser necessariamente ruim ou eu estou viajando na maionese por meu cérebro não estar mais raciocinando bem no final do dia? rzs…

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  • 24/05/2012 em 12:12 am
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    @Rafa Tchulanguero Punk
    Valeu pelo cumprimento.

    Geralmente é mais para o lado do mal mesmo que a distopia acaba se constituindo. A ideia de “alteração” do “dys-” tem um sentido de “para pior” nele próprio (tem trocentas doenças ou sintomas ruins que começam com “dis”, por exemplo). Mas eu acredito que distopia acaba descrevendo mais o ambiente ruim e complicado desse mundo específico.

    A distopia é sim sempre ruim. Mas entendo esse seu ponto de vista. Afinal, se um ditador futurista cruel está no poder, para ele tudo aquilo pode ser bom com certeza.

    Mas aí a gente cai em uma questão importante (e que mostra que a distopia é sempre essencialmente má mesmo que algumas pessoas se sintam bem). O mal é apenas uma corrupção do bem e não uma força oposta, ou “aquilo que me incomoda”. Por exemplo, desejar ter uma certa pessoa a seu lado é bom, mas querer que essa pessoa fique apenas do seu lado é egoísta e mau.

    Logo, mesmo que um ditador futurista distópico sinta-se bem com seu governo, ele ainda está pautado na maldade porque ele próprio obteve aquilo corrompendo a ideia mesma de bem. E, claro, ele pode não sofrer com esse mal, ou não sabê-lo, ou até mesmo apreciá-lo. Embora seja mais difícil para aqueles que controlamos em um game e geralmente têm que resolver esse problema (Phantasy Star mesmo é um bom exemplo porque é exatamente um governante egoísta que instaurou uma verdadeira tirania).

    Ficou meio confuso? Qualquer coisa é só perguntar!

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  • 24/05/2012 em 11:29 am
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    Ótimo texto! Inclusive, é um dos motivos de eu ter dito na Lista de Algol que tava preocupado com o modo online de PSU ir pros ares depois de PSO2. O que eu mais gosto em PSU é justamente a ambientação, e depois de jogar online, fazer amigos e ter lembranças engraçadas de aventuras e conversas que a gente tem dentro do mundo do jogo, a gente acaba se sentindo parte dele. É até interessante a idéia de “fazer uma visitinha a Gurhal” quando a gente fica entediado do próprio mundo, hehehe. Eu espero que os servidores de PSU continuem online por bastante tempo!

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  • 24/05/2012 em 2:18 pm
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    @Filipe
    Eu acho que você pode ficar tranquilo quanto a isso Filipe. hehe Os servidores japoneses de PSO duraram muito tempo depois do lançamento do PSU. Fora que, logo depois que eles fecharam, algumas pessoas fizeram “cópias” dele e saíram criando private servers por aí. Logo, mesmo que o server oficial de PSU acabe daqui a alguns anos, dificilmente vai parar de jogá-lo. É até provável que melhore (jogar o server japonês com tudo traduzido para o inglês, por exemplo).

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  • 24/05/2012 em 9:03 pm
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    @O Senil

    Eu definitivamente não concebo o conceito de bem e mal da forma que normalmente é colocado mesmo, rzs. Mas acho que agora ficou mais claro, você falou uma palavra chave, corromper. Se entendi bem se trata na verdade da desconstrução de algo, substituindo por um oposto ou próximo disto. Pegando o seu exemplo como base, poderíamos ter uma democracia sendo “desconstruída” por um tirano, e a ditadura instaurada seria algo ruim dentro deste contexto, certo?

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  • 29/05/2012 em 1:44 am
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    @Rafa Tchulanguero Punk
    Eu até acho que sua visão do bem/mal como ponto de vista é a mais comum atualmente. Uma espécie de herança do pensamento de Nietzsche ou oriundo de algo mais oriental, sei lá.

    Tirando a parte do “tornar-se em seu oposto”, é isso mesmo. Nem sempre há uma mudança no que é feito, mas na intenção. A maldade é sempre bem corrompido no sentido de ser sempre um bem mesquinho, egoísta, indiferente aos outros e por aí vai.

    Peguemos o exemplo da monarquia que pode ser fácil de pensar isso. Um rei que pense no bem de seu povo e faça o possível para cuidar dele será bom (mesmo que sejá o governo autoritário de uma única pessoa). Um outro que governe monarquicamente, mas aflija seu povo com altos impostos e serviços para ter seus luxos e prazeres é mau (e um tirano). Ambos têm prazer no que fazem (e sentem-se bem com isso), mas como são diferentes! hehehehe

    @TVToon
    hehehe Por isso a “esperança” lá no final. O erro dos utopistas é achar que seu mundo ideal é impossível e, por isso, nem mesmo se esforçam muito por ele. Quando há esperança de alguma possibilidade, a coisa muda de figura.

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