“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Olá crianças!

Curiosamente nos últimos dias, em alguns dos grupos de discussão de que faço parte, um tema comum perpassou-os: o envelhecimento. Não o nosso natural e esperado visto geralmente com maus olhos por boa parte das pessoas, mas um outro relacionado especificamente aos jogos de videogame.

Como tanto vocês como eu fazemos parte de um mesmo contexto nessa esfera dos games, certamente já ouviram ou leram a expressão “envelhecer bem”. Por exemplo, se um jogo antigo é visto como não-jogável por certo resenhista contemporâneo, ele pode dizer que ele “não envelheceu bem”; inversamente, pode dizer de um outro ainda satisfatório e agradável como um que “envelheceu bem”.

E o que isso quer dizer? Isso serviria simplesmente para indicar um jogo qualquer que teria chegado ainda divertido ao nosso momento histórico atual; ou seja, é um game que não foi interessante e envolvente apenas em sua época de lançamento, mas ainda hoje. Ou ainda jogos horríveis no passado que hoje se mostram melhores (algo como um vinho talvez).

De certo modo, isso me lembra a discussão que já tivemos aqui sobre o que seria um clássico. Essencialmente a definição de algo como clássico permeia o fato dessa coisa permanecer e durar durante certo tempo graças à tradição que a passou de geração a geração. Nos games, clássicos não seriam alguma franquia por definição ou da maneira repetitiva com que resenhistas e jornalistas utilizam essa palavra (que fica tão ou mais esvaziada de sentido que “épico”, por exemplo), mas aqueles que permanecem por gerações a fio.

Logo, apenas podemos afirmar que algo se tornou um clássico com o passar do tempo. E estas não devem ser entendidas como as tais gerações de consoles que são tão comumente discutidas. Não é pelo fato de estarmos na “geração PSVita” (para ficarmos em um hardware lançado há pouco tempo) e ainda jogarmos Atari 2600 que isso qualifica, por definição, todos os jogos desse console como clássicos. Embora, é claro, alguns deles já o sejam porque algumas pessoas mais novas do que nós, que nasceram em outra década e que consideram o PSX um “console velho” têm experimentado alguns jogos desse hardware antigo e considerando-os como agradáveis ainda assim. E isso porque somos nós que passamos adiante a importância de se conhecer e jogar tais games.

“Envelhecer bem” então, em um sentido mais original, me parece ser uma outra forma de dizer que um jogo se tornou atemporal e, assim, tornou-se um clássico. Caso o jogo tenha “envelhecido mal”, ele não passou por isso e muito provavelmente tornar-se-á uma mera curiosidade histórica nas gerações ainda por virem.

O engraçado é que geralmente ouço falar a respeito com relação aos gráficos de um jogo. Diz-se com frequência que um game 3D “envelheceu mal” porque os polígonos eram mais restritos, os personagens pareciam caixotes etc. mesmo que justamente os aspectos visuais tenham sido louvados na época de lançamento do mesmo. Um exemplo disso seria o D (lançado para muitos sistemas) e do qual já tive a oportunidade de falar por aqui: muito bem recebido na época, hoje é figura fácil nas listas (de caráter duvidoso) dos “piores jogos”.

Outro perigo dessa caracterização do bom ou mau envelhecimento é a possibilidade de mantermos uma relação de distância temporal com os jogos do passado. Mas essa distância é ilusória porque, como bem sabemos, sentimo-nos muito mais à vontade com alguns games antigos do que com alguns novos. E nem digo isso pela nostalgia, mas porque certos títulos realmente não estão “presos” à sua época e merecem deixar de ser mera curiosidade histórica.

Temos envelhecido muito as coisas no contemporâneo. Aumentamos a expectativa de “vida” dos seres humanos, mas todo o restante deve ser visto como temporário e evanescente. Curioso é que séculos atrás as pessoas viviam menos, mas se preocupavam muito mais com a eternidade e a atemporalidade (e a tradição que permite que esta última apareça).

Não são os jogos que envelhecem bem ou mal; somos nós que envelhecemos mal por não reconhecermos que o passar dos anos não torna algo desnecessário por definição de modo que “envelhecer bem” seria raro. Se conhecemos um game hoje que tem mais de trinta anos é porque ele é um jogo que merece ser conhecido e recebido não como uma peça de museu, mas como o jogo que se propôs a ser naquela época.

E é apenas assim, recebendo o antigo tal qual se mostra para nós, que poderemos refletir e construir melhor o novo. Bons remakes e bons jogos recentes nos mostram exatamente isso. Não há nada mais previsível do que a pretensão da imprevisibilidade e invenção o tempo todo sem fundamento na tradição e naquilo que os velhos de outrora nos ensinaram, mostraram e possibilitaram.

É isso que queria trazer para vocês hoje! Até o próximo post!

Academia Gamer: Velhice
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46 ideias sobre “Academia Gamer: Velhice

  • 16/10/2012 em 9:00 am
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    Dois exemplos de “choque” que eu lembro que tive foram quando rejoguei Contra III um pouco depois de ter comprado PSX, e Winning Eleven de PSX, depois de ter me acostumado aos de PS2. No primeiro, o jogo continuava espetacular, mas era notório o envelhecimento, agravado por eu estar jogando agora numa TV maior. E no WE, ficou impressionante a diferença de frames: voltando ao PSX, parecia que a TV estava com defeito de frequência.

    Mas enfim, é inevitável que tudo envelheça, e nos games os gráficos são os primeiros a sentir o impacto. Ainda mais se estivermos falando dos primeiros jogos poligonais, ou aqueles que em suas épocas tentavam ser realistas (encarar um NBA Live 1997 ou FIFA 98 hoje é dose pra leão!). Quando eu jogo um bom clássico, demora nem 5 minutos pra me acostumar, faço o possível pra me reposicionar no contexto da época. Com alguns funciona, com outros não.

    Da última vez que liguei meu Odyssey, OVNI, Didi na Mina Encantada, Turtles, Abelhas Assassinas e alguns outros continuaram tão “mágicos” quanto nos anos 80. Já outros, no máximo dá pra encarar por uns 3 minutinhos só por nostalgia mesmo… mais, seria tortura e perda de tempo.

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  • 16/10/2012 em 9:36 am
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    eu meio que não entendi bem essa de envelhecer bem ou não um game no inicio, mas são aqueles games que lançam, fazem sucesso incrível e mesmo com uma continuação do tal jogo, os gamers demoram a adquirir um novo game ou que ainda é jogado. toda geração vai ter os seus clássicos

    mas é mesmo o que você mencionou Mestre, a maioria prefere ao novo do que o velho, é coisa do ser humano.

    “Outro perigo dessa caracterização do bom ou mau envelhecimento é a possibilidade de mantermos uma relação de distância temporal com os jogos do passado. Mas essa distância é ilusória porque, como bem sabemos, sentimo-nos muito mais à vontade com alguns games antigos do que com alguns novos. E nem digo isso pela nostalgia, mas porque certos títulos realmente não estão “presos” à sua época e merecem deixar de ser mera curiosidade histórica.”

    resumiu o que ser um retrogamer nesse paragráfo, mas nem é porque os games atuais, poucos tem coragem e criatividade para conquistar os gamers. por isso é na maioria são jogos de tiro. não é nostalgia….embora essa palavra “Nostalgia” seja bonita para muitos, eu não a admiro. dá uma impressão que as coisas do passado não são melhores que as de hoje( de certa maneira sim, mas…)

    E principalmente em sites de games modernos onde essa palavra é vista com desdém. e não acho D um jogo ruim, mas as cenas da heroína são horríveis…aposto que quem listou esse game nos piores jogos, nunca teve paciência para jogar games de Point And Click como Myst,Last Resort e Atlantis. ou pior, talvez o sujeito nem tenha jogado. tem gente que só porque trabalha numa revista ou site de games especializados se acha saber de jogos sem ao menos terminar ou jogar.

    são os profissionais do futuro…eu lhe digo mestre. tsc,tsc

    é o que faço, confio na minha opinião. se envelheceu mal ou não um game, irei ignorar e apenas jogarei

    Hee-Hoo Mestre Senil.

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  • 16/10/2012 em 4:43 pm
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    leandro(leon belmont)alves, vc nunca pensou em fazer um blog? Eu vejo vc postando comentários em TODOS (sério, TODOS) os blogs sobre jogos q eu costumo ler quando estou de bobeira. E vc sempre comenta instantes após o texto ser postado!

    Nunca pensou em montar um blog? Falo sério. Se eu tivesse um blog sobre jogos eu até te proporia uma entrevista pra saber o pq de vc ser tão assíduo assim em postar comentários nos blogs!

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  • 16/10/2012 em 10:35 pm
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    Acredito que o grande problema de achar que algum jogo “envelheceu mal” é que em um dado momento é feita uma COMPARAÇÃO. Mas até que ponto essa comparação é válida? Comparar com que? Por quem? Quando? E, principalmente, por que?

    Você mesmo, Senil, já discutiu aqui sobre resenhas. De como é superficial dizer “ah, esse jogo é tipo Zelda”, ou tipo isso, tipo aquilo. Se é para fazer uma resenha sincera, o jogo ele tem que ser analisado individualmente. E por isso a análise tem que ser atemporal.

    Alguém pode dizer que não gosta no Final Fantasy – o primeiro – de quando um inimigo morre o seus personagens não acertam o próximo automaticamente. Claro, seria mais prático. O problema é que a crítica normalmente é porque o jogador está acostumados com os RPGs posteriores em que isso foi modificado. Alguns até dizem que isso é um “bug” do primeiro Final Fantasy. Não! Não é um bug, é uma característica. Faz para da mecânica do jogo. Você tem o direito de não gostar, mas ela influencia no desenvolvimento do jogo como um todo. Tanto é que a diferença para o remake do GBA é brutal por causa disso. Só disso. E eu digo que prefiro o original, pois o desafio é maior. Claro que você tem que encara o jogo de forma diferente, pois o primeiro FF é praticamente uma terapia…

    Mas isso é só um exemplo bobo. Os gráficos são uma coisa que realmente salta aos olhos, o que faz a gente inevitavelmente cair na base da comparação de novo. Aí eu concordo contigo. Não é que o Winning Eleven para o PSX envelheceu mal… nós é que envelhecemos mal, aumentando o nosso padrão de exigência. Pois o velho WE3 Final Version continua um baita jogo divertido.

    Isso me faz lembrar de outro jogo de PSX. “The Granstream Saga”, um RPG de ação bem maneiro. Eu já achava o gráfico horrível na época, imagina hoje!? Mas é injusto dizer que envelheceu mal, ele tem os seus méritos e não merece ser deixado de lado só por causa que agora que nós comemos caviar, não queremos mais saber de feijão. Você pode deixar de lado por outros motivos, até porque é um jogo longe de ser perfeito – aliás, acho que só eu joguei essa tralha…

    Tenho certeza que esse é um assunto que vai gerar bastante discussão, mais uma boa postagem do senhor Senil. E tenha certeza! Este tópico não vai envelhecer mal, hehe.

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  • 16/10/2012 em 11:10 pm
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    Bah, D é um puta jogo, boa lembrança.
    Quanto ao tema do post acredito que o fator determinante para se dizer que um game envelheceu bem é a jogabilidade. Claro que os gráficos tem sua importância para alguns, mas não há jeito de se jogar um game bonito que tenha péssimos ou complicados controles.
    Como um exemplo mais recente posso citar o GTA III, adoro os gráficos e toda a climatização do game mas o que me afujenta dele é o combate truncado, câmeras que não respondem bem, etc.. Não fosse isso seria meu GTA predileto.
    Acho que um game não envelhece, ele serve de base para uma evolução, nem sempre boa, mas como um livro deixado para que seja estudado por gerações futuras.
    Um abraço para todos do Gagá Games!

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  • 16/10/2012 em 11:29 pm
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    Daniel Lemes:
    É engraçado isso do “envelhecer bem”. Basicamente pra mim, todo jogo que era bom, continua bom, quer existam PS3, 4, jogos holográficos ou o que vier…

    Eu nem saberia citar um jogo que “envelheceu mal”: os que eram ruins, continuam ruins.

    Concordo 100% com vc Daniel,eu só faria um adendo em relação aos jogos 3D da era PSX.Esses jogos 3D são mais sensíveis ao tempo e as comparações gráficas entre eles com jogos posteriores quase sempre são “ácidas” e às vezes desleais.Mas no geral é isso mesmo que disse:
    Jogo bom é jogo bom sempre.
    🙂

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  • 16/10/2012 em 11:44 pm
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    Ótimo texto Senil!
    Eu me pergunto se a ação do tempo vai promover clássicos e jogos atemporais nesta geração (Wii Ps3 e X360) para um futuro distante,assim como fez em quase todos os consoles anteriores.
    Será que Uncharted e God of War serão venerados daqui 30 anos,assim como Pac Man, River Raid e Streets of Rage são hoje?
    Aliás,daqui 30 anos provavelmente o conceito de console e mídia física morrerão,mas isso é outra estória. 🙂

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  • 17/10/2012 em 12:53 am
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    Sérgio,

    Aí a gente cai na questão da atemporalidade mesmo: não é o gráfico o problema (o que “envelhece”), mas o jogo que fica preso a um período. Não parece ser uma questão de envelhecer bem ou mal (como bem colocaram outras pessoas abaixo), mas uma simples superação do tempo. Um jogo antigo se mostra hoje para nós em nosso presente e é isso que importa.

    Eu mesmo jogo muito River Raid quando posso. Era um dos que mais jogava no Atari 2600 e é um dos que mais jogo até hoje do sistema. Exatamente como suas jogatinas com o Odyssey.

    Um jogo que tinha preocupação com realismo e que ainda acho divertido é o Mortal Kombat. Dá para jogar numa boa os três primeiros hoje em dia.

    leandro(leon belmont)alves,

    Eu até evito ao máximo utilizar o termo “retrogamer” porque ele tem uma proximidade tão grande com a nostalgia que me incomoda… Já falamos disso por aqui em algum momento inclusive.

    Os gráficos das cenas com a Laura em D são estranhos mesmo. Mas eles também eram na época. hehehe Tipo, isso não deve ser critério para definir a qualidade de um jogo. Eu ainda acho D um dos melhores jogos de suspense que já experimentei. Ele mantém o caráter de urgência e a ansiedade o tempo todo até que o jogo termine (bem ou mal para nós hehehe).

    E a respeito da crítica de videogames também já discutimos por aqui… Para mim é preciso jogar o game de fato, entregar-se a ele antes de julgá-lo. Se não conseguimos terminar, ótimo, diga porque não o fez (as razões, o que o incomodou etc.) porque é muito mais honesto e sincero fazer uma descrição assim do que simplesmente dizer que o game “envelheceu mal” seja pelos gráficos ou pela tal da “jogabilidade” que também é um conceito bem complicado de se pensar.

    realista,

    Nem diria só o brasileiro, mas toda a nossa época contemporânea é permeada pela superficialidade. Quanto mais descartável uma coisa, melhor. Afinal, quem quer ficar com um celular mais de um ano? Ou um carro por trinta? Ou uma geladeira para a vida toda? Com um game não podia ser diferente. hehehe A questão é que, como discutimos em outros posts, podemos ser os “heróis” que guardam e protegem a tradição porque é ela que permite que o novo apareça dignamente.

    Roberto,
    huahauhauhauhauha Pois é! Eu geralmente leio postagens de outros blogs quando tenho tempo e lá está ele como um dos comentaristas. hehehe Mas e-mails não responde porque já mandei uns dois para ele e nada de resposta. huahauhauahuha

    E para a Academia Gamer, os comentários dele são sempre enriquecedores e instigantes.

    alucart,

    Mas jogar videogame é uma trabalheira sem tamanho rapaz! huahauhauahuahuahauhauaha Requer estudo também, principalmente RPGs. hehe

    lucas arts,

    Eu diria a mesma coisa que disse mais acima: isso é algo mais global hoje em dia. A gente percebe isso com mais facilidade porque estamos no Brasil, mas no mundo todo é assim. É o que te captura em cinco segundos que conta. É a sedução instantânea de um game e não aquele flerte mais prolongado como costumávamos ter há uns vinte anos atrás.

    Onyas,

    Muito bem colocado Onyas (para variar hehe)!

    Essa questão da comparação é bem complicada e parece ser o cerne dessa discussão toda e do próprio uso da expressão “envelhecer bem” e “envelhecer mal”. Acho que tocou bem mais no ponto principal do que eu pelo post para ser sincero.

    Seu exemplo do Final Fantasy é interessante (e não bobo hehe) porque esse sistema de “atacar o vazio” é o que faz mais sentido. No meio de um combate, dois aliados podem correr para atingir o mesmo cara, mas se um morre pelo primeiro ataque, o segundo fica “na seca”. hehehe Claro que ficou diferente depois, mas é preciso que a crítica perceba que essa é uma característica do game e não um “erro” ou um “bug” como realmente já ouvi falarem. Outra coisa legal é que ter falado isso permite que saiamos da questão do gráfico apenas: não é só isso que “envelhece” para os jogadores atuais. “A mecânica do jogo está ultrapassada” é outra frase que escuto/leio com alguma frequência.

    Eu nem diria que é apenas o padrão de exigência que aumentou, mas o fato de que queremos apenas coisas cada vez mais refinadas e não aproveitamos o antigo. Por exemplo, minha melhor experiência com xadrez até hoje foi jogar contra um senhor de idade com um tabuleiro antigão enorme, com peças de madeira entalhadas manualmente. Perdi miseravelmente, mas não esqueci até hoje. Pessoas de hoje talvez dissessem “ah, madeira é pouco prático! Bonito mesmo é um tabuleiro de acrílico que vi esses dias”. hehehe

    Sobre jogos de futebol, o único que ainda consigo jogar até hoje é o World Wide Soccer ’97 do Saturn. Eu acho os gráficos bacanas até, mas tem gente que critica bastante. O legal é que ele é muito divertido ainda hoje.

    hehehe Eu fico muito contente que a coluna tenha tido tanta receptividade. Tem gente (como você) que comenta desde o começo e isso é muito bom mesmo!

    Oztryker,

    Jogão mesmo né? hehehe

    A questão é quem quando a gente pensa em “evolução” com relação a jogos e à arte, dá a impressão de que o passado é só um degrau em uma escada que não sabemos onde vai chegar. Por exemplo, é como se o blues fosse só uma etapa antes de chegarmos no rock. Mas não é bem assim: o blues é plenamente aproveitável como blues e não apenas como precursor do rock.

    Abração para você também!

    Daniel Lemes,

    “Jogos holográficos” me fez lembrar do Time Traveler. hehehe

    Sobre jogos ruins, creio que são justamente aqueles que não conseguem desenvolver uma atemporalidade. Sejam games que venderam horrores ou que tiveram tiragem limitadíssima. Ou seja, jogos considerados bons ontem podem não ser mais hoje. Só que não é o “envelhecer bem” ou “mal” que define a qualidade de um game com relação a isso.

    O próprio D mesmo que citei: ele é um jogo convincente em sua ambientação, mesmo com gráficos altamente criticados. Mas pouca gente consegue perceber suas qualidades porque já o abordam com esse viés específico.

    Dactar,

    Valeu pelo elogio! Os comentários foram muito bacanas também! Fizeram-me pensar bastante.

    Eu fico pensando nisso às vezes também… Tantos games que causaram frisson no ano passado ninguém mais comenta hoje em dia… Temo até que as pessoas daqui a cem anos não darão a mínima para qualquer coisa do passado. hehehe Tudo será curiosidade história ou estará restrito a museus. É um futuro bem triste eu acho: sem a tradição, como podemos construir o futuro?

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  • 17/10/2012 em 12:57 am
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    Dactar,

    Ah e uma outra coisa que esqueci de comentar.

    A ausência de mídias físicas também é um problema. hehehehe Eles dizem que isso pode durar anos, mas qualquer problema que aconteça, ferrou. hehehe A gente sabe o nome de atletas que ganharam as Olímpiadas antigas, mas se der uma pane bizarra e apagar toda a internet, provavelmente não teremos mais como saber quem ganhou as últimas desse ano. hehehehehe

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  • 17/10/2012 em 2:06 am
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    Sempre que vejo comparações do que envelhece bem e o que envelhece mal, falando de rpg sempre se cita Chrono Trigger e Final Fantasy 7, como o jogo de super nintendo envelheceu bem porém o jogo do play station envelheceu mal. É bem questão de gosto isso daí acho eu, quem gostou e endeusou FF7 na sua época deveria gostar de jogar ele ainda e não dizer que o jogo se tornou impossível de se jogar por conta de seus gráficos. Eu jogarei Chrono sempre que tiver vontade e não tenho bloqueio quanto a isso, será que é porque ele envelheceu bem ou porque na verdade ele é muito mais jogo que FF7?

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  • 17/10/2012 em 2:11 am
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    Juliano,

    hehehe No fundo, no fundo acho que todos nós sabemos a resposta a essa pergunta.

    se um jogo que víamos como bom já não se mostra mais hoje em dia, é de se pensar as razões dessa nossa opinião ter mudado. Será que aopenas refinamos nosso gosto, ou será que o que realmente tinha nos ataído em um game como Final Fantasy VII era apenas algo superficial que certamente será visto diferente com o passar do tempo?

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  • 17/10/2012 em 2:20 am
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    rydia,

    huahuahauhauahha Na verdade não tenho tanto tempo disponível assim. hehehe Mas como tive que estudar algumas coisas que estavam atrasadas, acabei descansando um pouco delas lendo e respondendo os comentários. Gostaria de poder fazer isso toda semana, mas infelizmente não consigo sempre…

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  • 17/10/2012 em 2:32 am
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    Senil,

    Pois é, quanto a isso acho que realmente o que atraiu muitos foi algo que na época podia ser bem novidade. Aos que não jogavam rpg e começavam por ele(FF7) acho que deviam sentir aquela sensação diferente de não estar apenas ‘jogando um jogo por jogar’ como algum de luta onde se tem que vencer o inimigo ou um de futebol onde se procura fazer gols e nada mais, juntando isso a gráficos bonitos de cgs e um gameplay extenso e complexo com história bem desenvolvida, acho que toda essa novidade gerou um boom a favor desse jogo. Só que muitos dos amantes desse jogo agora não aguentam mais jogar ele pois isso já não é mais novidade, gêneros estão bem mistos e se encontra histórias grandes e complexas em jogos de fps por exemplo, tá tudo bem misturado e vejo em quem que diz o jogo ter envelhecido mal, que eles têm uma visão bem superficial sim do que experimentou e agora o ‘barato’ é outro, sem necessidade de voltar atrás e re-experimentar aquele jogo de que gostou tanto.

    P.s.:aproveitando o tempo disponível do mestre Senil, enquanto ele dá sinais de vida, ahahahahaha

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  • 17/10/2012 em 2:39 am
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    Juliano,

    hauhauhauhaha Pois pode aproveitar! hehehe

    Eu acho que é bem por aí. Muita gente começou a jogar RPG pelo Final Fantasy VII (até porque foi o game que realmente fez esse gênero vender bastante no ocidente) e gostou pela novidade e tudo mais. Só que nosso gosto tende a se tornar mais aprimorado com o tempo e vamos deixando essas “portas de entrada” mais de lado.

    Por exemplo, comecei a ler literatura como muita gente: através de obras infanto-juvenis como os da coleção Vagalume. Talvez muitos deles ainda me divirtam hoje, mas começo a criar listas de “livros a ler” de autores mais clássicos, de gêneros que aprecio e por aí vai.

    E se o retorno a um game que antes muito nos satisfez não é mais agradável é de se pensar se ele realmente é um bom game ou não. Final Fantasy VII mesmo eu não sei se jogaria de novo. Lembro que quis terminar depressa (nem peguei a Knights of the Round) porque não aguentava mais. hehehehe

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  • 17/10/2012 em 11:55 am
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    É a primeira vez que eu comento aqui no blog embora já seja frequentador há um certo tempo, mas é que o post me chamou atenção pois é acerca de um tema que tenho discutido várias vezes ultimamente quando sou questionado por gostar de coisas “velhas”.
    Esse conceito de que o novo é bom e o que velho é inútil, ultrapassado, sem atrativo me incomoda.
    Jogos,assim como músicas, filmes, livros, quadrinhos e etc.. não podem ser classificados como velhos ou novos mas sim, se realmente se quiser uma classificação, que seja como bom ou ruim e mesmo assim sujeitos a gosto e interpretação pessoal de quem classifica, pois essas coisas possuem essência!

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  • 17/10/2012 em 12:15 pm
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    lucas arts: vc tem toda razão em uma pesquisa que vi tempos atras mostrou que BRASILEIRO É A RAÇA QUE MAIS TEM PREUCUPAÇÃO COM APARÊNCIA..

    Isso que você está falando é muito importante para desenvolvedores de games MMO, sabia?

    Uma das formas mais eficientes de conseguir vender items em games online é oferecer diferentes roupas e acessórios, com brilho luzes e cores variadas. E geralmente quem mais gasta com isso são jogadores de países onde existe essa ostentação e exibicionismo.

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  • 17/10/2012 em 2:43 pm
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    Alison GabriHELL,

    Que eu saiba não! huahauauhauhauha Por quê? E isso é uma ofensa, ou um elogio? Nem sei quem é esse cara. hehehehe

    Bianchi,

    Bem vindo cara! Bom saber que o post lhe motivou a participar aqui dos nossos encontros semanais mais ativamente!

    E eu concordo com você: pensar o velho como ultrapassado e não considerar o antigo naquilo que ele é de fato. Falta bastante dessa reflexão nos dias de hoje, infelizmente…

    Fernando Lorenzon,

    Pior que é bem assim mesmo… Tem gente que gasta mais comprando as roupas online do que armas e coisas do tipo. hehe E em MMOs que você joga de graça, mas pagas por alguns itens chega a ser curioso até imaginar algo assim… Nesse caso, o foco não está mesmo no jogo, mas em alguma outra coisa superficial.

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  • 17/10/2012 em 5:08 pm
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    O texto (muito interessante, assim como os outros da Academia Gamer)me fez refletir a respeito dos jogos que tenho adquirido ultimamente, que são para PC, mas o minha história com jogos de computador começou em 2007, um bocado recente quando comparada a época de lançamento destes jogos.
    Porque como você e o Onyas disseram que não é pela questão da nostalgia que faz de um jogo um clássico e nem pelo envelhecimento dos gráficos ou da própria jogabilidade comparado aos novos faz que o jogo tenha envelhecido mal.

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  • 17/10/2012 em 6:08 pm
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    Roberto,

    alucart,

    Alucart, eu trabalho de noite cara, tanto que a nesse horario, se postarem algo, nem escrevo. só quando chegar de manhã cedo e depois, o sono dos justos. 🙂 e acho exagero dizer que comento em todos os sites. se bem que de jogo antigo, vejo uns 10 e de jogos modernos(Herege mode on) só uns 2 sites. (Herege mode off)

    e Roberto, eu já até pensei nisso!! 🙂 mas acho que não sou bom em comentar jogos como matéria…prefiro deixar para quem entende do assunto mesmo.

    quem sabe um dia? Hee-Hoo!!

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  • 17/10/2012 em 6:47 pm
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    JJ,

    Valeu pela força!

    Sua história é interessante porque é assim comigo também. Não exatamente com jogos de computador apenas, mas muitos dos games que gosto muito hoje eu não tive o prazer de jogá-los em suas épocas de surgimento. Mas muitos mesmo. hehehe

    Logo, o “novo” para nós pode muito bem ser um game lançado anos atrás, não é verdade?

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  • 17/10/2012 em 9:06 pm
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    Dactar

    : …eu só faria um adendo em relação aos jogos 3D da era PSX. Esses jogos 3D são mais sensíveis ao tempo e as comparações gráficas entre eles com jogos posteriores quase sempre são “ácidas” e às vezes desleais

    Aí é o ponto: a gente continua fazendo comparações pra determinar o que envelheceu bem ou mal. Se um game ou estilo se desenvolve muito (em tudo: gráfico, enredo, etc) nos anos seguintes, a tendência é dizer que o original “envelheceu mal”. Já se não teve sucessores à altura, “envelheceu bem”. Tudo questão de comparação – o que não curto muito; como disse um colega aí em cima, tem que situar o jogo na sua época pra fazer comparação.

    Senil:“Jogos holográficos” me fez lembrar do Time Traveler. hehehe

    Primeira vez que ouvi falar de jogo holográfico foi com o Time Traveler, na Supergame tinha uma matéria. Fiquei babando pra ver se funcionava.

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  • 17/10/2012 em 11:59 pm
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    Exatamente.
    Uma coisa interessante relacionado ao assunto sobre velho e novo é o fato de gostar de Alone in the Dark, que foi por de ver um amigo jogar Resident Evil 4. Depois de pesquisar descobri que AitD foi um dos primeiros do gênero e cresceu meu interesse pelo mesmo.
    Outra questão é que este ano o mesmo aconteceu, mas relacionado à música e justamente pelo Blues, antes não tinha interesse por música e depois de escutar “Layla” e gostar, pesquisei as influências de Clapton e descobri o Blues.

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  • 18/10/2012 em 12:07 am
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    JJ,

    Pois então! Alone in the Dark é muito bom mesmo. E, como você, joguei bem depois do lançamento (embora antes do Resident Evil 4 existir hehe). Quando algo nos interessa, a gente acaba correndo atrás de um aprimoramento no gosto. E isso nos leva sempre por novos caminhos.

    O exemplo da música que você deu é parecido com o meu. Só comecei a apreciar de verdade jazz e blues depois de ouvir alguns discos (como Brink of Time do Yasunori Mitsuda) e assistir séries (como Cowboy Bebop). Não sou profundo conhecedor desses estilos, mas hoje escuto e gosto bem mais do que antes.

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  • 18/10/2012 em 1:23 am
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    Senil,

    Pois então, eu nessa área do jazz entrei por conta de um programinha chamado last.fm. Ele guardando músicas que eu escuto tem uma função bem legal no site, que é estilo uma rede social focada em música. Daí conforme o artista que eu estiver ouvindo, se quiser pesquisar sobre artistas parecidos vou lá e dou uma olhada. Daí estou ouvindo ultimamente um jazz holandês, fui parar aí agora já nem lembro mais, acho que por ouvir Norah Jones acabei achando uma artista holandesa muito boa cantora chamada Caro Emerald e depois dela descobri a Room Eleven, outra banda holandesa e é o que tenho escutado toda essa semana, recomendadíssimo a quem curte um bom jazz. Lembrando que não sou especialista da área. Talvez eu seja um ouvinte underground descobrindo essas coisas de mundos tão distantes, ainda bem que existe a internet pra isso.

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  • 18/10/2012 em 2:08 am
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    Senil,

    Realmente, concordo com isso. Um exemplo é Vanishing Point, que eu adorava em meados de 2000, 2001. Quando resolvi jogar atualmente no Dreamcast, eu achei horrível. Os gráficos são bonitos, principalmente a versão de PS1, mas hoje não consigo jogá-lo, a física é horrorosa e os competidores são muito barbeiros.

    Pra mim, não existe isso de envelhecimento, jogo que é caprichado, é caprichado sempre e acabou. O que acontece é que quando éramos mais novos, tinhamos uma facilidade maior de gostar das coisas, talvez porque hoje nós nos damos conta de defeitos que na época não víamos, ou também por mudarmos o nosso gosto pessoal…

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  • 18/10/2012 em 5:52 pm
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    Bianchi,

    E é bem isso mesmo! hehe

    Juliano,

    Eu lembro que descobri algumas músicas bacanas quando o Pandora não bloqueava IPs do Brasil. Ele faz um esquema parecido: busca músicas semelhantes àquela que você digita no começo, mas não exatamente aquela. O nosso gosto mesmo segue dessa maneira. Se a gente realmente curte música, por exemplo, sempre vamos querer buscar o melhor. Com literatura, games e qualquer outro gosto é a mesma coisa.

    Codemastershock,

    Exato! E nem sei se é apenas por identificarmos defeitos e tal, acho que passamos a perceber que aquele game (ou obra de arte) era apenas “temporária” e não possuía esse caráter de permanência bastante acentuado e essencial a essas coisas que duram.

    JJ,

    huahuahuahauhauha Que bom cara! Vai fundo que com certeza vai encontrar muita coisa bacana nesse meio todo!

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  • 18/10/2012 em 6:22 pm
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    Daniel Lemes,

    Realmente comparar jogos de épocas diferentes pode gerar distorções de análise.Tecnicamente falando os jogos do Nintendo 8Bits,por exemplo,seriam os piores se comparado a todos os consoles que vieram depois dele,mas isso nem sempre é verdade,cada caso é um caso,além disso devemos isolar a variável TEMPO para não fazer comparações inúteis e injustas.Como você disse é tudo questão de comparação.

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  • 18/10/2012 em 6:33 pm
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    Senil,

    Realmente Senil tem muito jogo que era total badalão há 1 ou 2 anos e hoje NADA.Mas essa coisa do digital(transistores) ainda é muito nova não é mesmo?Tudo que entendemos por Internet,Videogame,TV e derivados não têm mais que míseros 50 anos.E isso do ponto de vista histórico não é nada.O futuro é incerto.

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  • 18/10/2012 em 6:47 pm
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    Bianchi:

    Esse conceito de que o novo é bom e o que velho é inútil, ultrapassado, sem atrativo me incomoda.

    Por isso que eu evito datar jogos para tentar classificá-lo.Simplesmente digo
    gostei ou não gostei,he he he.
    Muitas vezes e gente percebe dois tipos de análise:
    1 Tudo que é novo é melhor e o passado não me interessa…///Aversão ao velho///ou…

    2 Antigamente é que era bom…no meu tempo era melhor…///Aversão ao novo///

    O legal é se desprender da sombra do calendário e ver o jogo como ele é sem comparações.

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  • 19/10/2012 em 12:04 am
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    Daniel Lemes,

    Acho que a primeira vez que vi o Time Traveler foi na Supergame também. hehehe Tinha no fliperama que ia em São Paulo, mas nunca joguei… Dizem que é horrível, mas queria ter jogado mesmo assim. hehehehe

    Dactar,

    Pois é… Vai saber se os jogos de videogame vão resistir ao tempo ou não. Sabemos que alguns têm resistido, mas será que algum se tornara o Go ou o Xadrez de mil anos em nosso futuro? Não faço ideia. hehehehe

    E essas duas análises é tudo que evito fazer porque ambas me incomodam também. O que realmente conta em uma resenha é parar e pensar: “o que raios é esse jogo que está aqui diante de mim?”. Só depois que o descrevermos e nos deixarmos levar por ele honestamente que poderemos julgá-lo e, quem sabe, compará-lo com maior justiça sempre com o ibjetivo único de tão somente tornar mais claro seu sentido para nós e para outras pessoas.

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  • 20/10/2012 em 1:31 am
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    Eu cheguei a ver o time traveler, tinha no fliperama em algum shopping aqui de sp, no morumbi acho, era bem muito bem feito e bem impressionante mesmo, e sei não tem muito a ver com o tópico mas eu me lembre da vez que joguei G-loc em uma r-360, isso sim foi inesquecivel!

    Dactar, vc resumiu muito bem minha visão sobre o assunto!

    J,J continue ouvindo blues, SEMPRE!

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  • 20/10/2012 em 2:18 pm
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    Eu realmente temo que os jogos e livros que gosto tanto algum dia sejam esquecidos e nunca mais recuperados, como já dito acima, se tudo for digitalizado oque vai acontecer se algum dia a internet acabar? (esse pensamento me lembrou o filme Livro de Eli e Fallout)

    mas uma vez agradeço por me fazer pensar um pouco e até a próxima Mestre Senil

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  • 20/10/2012 em 11:57 pm
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    O meu conceito de jogo “envelhecer bem” seria mais ou menos como um ser humano que ao envelhecer continua com ar “jovial ,com pensamentos e atitudes progressistas como um jovem.Portanto um jogo que “envelhece bem” é um jogo com características modernas, sem diferir abismalmente dos jogos atuais.Por exemplo: Castlevania- Symphony of the Night é um jogo que envelheceu bem pois existem jogos com características bem parecidas ainda hoje (até porque jogos de plataforma sofreram uma estagnação evolutiva).Já Alone in the Dark (o primeiro) envelheceu muito mal já que é o primórdio dos polígonos e mostra-se “datado”.Quanto ao conceito de clássico ,no meu modo de entender , seria diferente de “envelhecer bem”;seria algo que marcou uma época por ter inovado de alguma forma o que era convencional.Nesse caso Alone in the Dark é tão clássico como Castlevania.O “envelhecer mal” não tira o seu valor como clássico , não o desmerece, mas em contrapartida o jogo que “envelhece bem” além de provavelmente ser um clássico têm também características que o mantêm atual ,seja pelo aspecto “visionário” ,seja pelo fato do seu atributo diferenciado ter ser tornado uma referência para os jogos posteriores.

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  • 22/10/2012 em 12:36 am
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    Não dá para escapar: somos produtos do nosso tempo. E, dentro desse contexto, os jogos que “envelhecem bem” nada mais são do que aqueles que se mantém significativos e acessíveis para o nosso “eu” atual.
    Eles não nos causam estranhamento: utilizam apenas elementos de jogabilidade a que estamos acostumados.
    Por exemplo: em 1985, os pioneiros no gênero de plataforma testaram várias mecânicas de pulo diferentes. Alguns deles tentaram emular a física real, onde você não pode alterar sua trajetória no ar uma vez iniciado o movimento. No entanto, a que ficou foi a de Mario. Como o jogo fez sucesso e foi emulado por vários concorrentes, esses elementos se tornaram “naturais” aos nossos olhos.
    O que aconteceram com os outros jogos? Passaram a “envelhecer mal”. Se, por algum acaso do destino, um jogo com um pulo mais “duro” acionado ao se apertar para cima no controle tivesse se sucedido, acharíamos isso natural e estranharíamos o Mario.
    “Envelhecer bem” nada mais é do que ser pioneiro naquilo que é consagrado HOJE EM DIA. Amanhã, pode não ser mais.
    Quer um exemplo disso? Os RPGs. Na geração atual, os RPGs ocidentais (Skyrim, olho pra você) se tornaram mainstream. Enquanto isso, percebe-se um certo desgaste da imagem dos jRPGs. Ninguém mais se lembra que o lançamento de um Final Fantasy novo era um acontecimento esperado por meses a fio até uns anos atrás.
    Por isso, vemos uma tendência ao resgate de RPGs ocidentais antigos, como Fallout e Baldur’s Gate, e uma reconsideração dos japoneses, outrora considerados clássicos absolutos. As contestações ao status de “eternos” de Final Fantasy VI e Chrono Trigger, por exemplo, tem aumentado bastante em volume.
    O “Jogo X”, lançado há 30 anos atrás, que é desprezado hoje em dia pode vir a ser o grande clássico amanhã. Enquanto isso, o “Jogo Y”, amado por todos, pode não sê-lo daqui a uns anos. Tudo depende de como estará o estado da indústria e das expectativas que nós, jogadores, criamos para determinados jogos.

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  • 22/10/2012 em 9:27 am
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    Pra mim não são os jogos que “envelhecem”, mas as pessoas. O jogo é o mesmo, não muda. O que muda é a pessoa que jogou o jogo no passado, com um estado de espírito e joga novamente com outro estado de espírito.

    As pessoas mudam, seus gostos mudam, mas os jogos permanecem os mesmos. Quando a pessoa fala que o jogo “não envelheceu bem”, ela está querendo objetivar algo subjetivo, que é sua opinião sobre um jogo. Se o cara achava o Final Fantasy VII o melhor jogo do mundo e agora não aguenta mais jogar, enquanto gostava do Final Fantasy VI e continua gostando, não quer dizer que um jogo envelheceu bem e o outro mal, apenas que o gosto dele que mudou com o tempo.

    Tá, mas e quando um monte de gente fala a mesma coisa? Permanece sendo questão de gosto. E gosto tem muito a ver com lugar, tempo, e influência social. Assim como era moda achar FFVII o melhor jogo de todos os tempos, agora é moda achar que ele não era tão bom assim e vai saber o que vai ser moda daqui a 10 anos? Só que o jogo continua e sempre continuará sendo o mesmo, assim como uma peça de Bach, um livro de Shakespeare, etc.

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  • 22/10/2012 em 4:40 pm
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    Sou tão suspeito para falar sobre o envelhecimento dos jogos… Adoro os “pliques e ploques”, a baixa resolução, estouro de cores e tudo mais.

    Acho maravilho aqueles sons das explosões do Seaquest do Atari 2600, as músicas do Contra III do SNES são uma orquestra para meus ouvidos, e os mestres de fase do Super Contra do NES continuam lindos.

    E digo mais, adoro tirar uma partida de Virtua Fighter I (ele mesmo!), originalzinho, sem nenhuma textura.

    Quem envelhece bem ou mal são as pessoas e sua visão crítica da coisa, e neste ponto me considero um felizardo, porque tem muito jogo antigo que não apenas me dá prazer em curtir, bem como me remete a época áurea de minha infância e adolescência, onde minhas preocupações eram mundanas e tudo girava em torno do entretenimento, sem neurose em conquistas, troféus e competições acirradas.

    Para mim muitos jogos se tornaram como alguns tipos de bebida, quando mais velho, melhor.

    E viva o mundo retrô, e viva o saudosismo.

    Abraços a todos.

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  • 24/10/2012 em 8:53 pm
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    Bianchi,

    O R360 é demais mesmo! Sou louco para jogá-lo de novo!

    Carrion,

    Imagine cara! Bom saber que pôde refletir com base no post! A ideia sempre foi exatamente essa mesma!

    Marcos A. S. Almeida,

    Eu equivaleria um pouco suas concepções de “clássico” e de “envelhecer bem”. O clássico nem sempre é algo que marcou sua época e foi reconhecido enquanto tal. Isso nas artes é mais fácil de perceber que nos jogos e games, então vou pensar por aí. Van Gogh, por exemplo, não recebeu nenhum reconhecimento pelas suas telas em vida: foi apenas reconhecido posteriormente, mas hoje suas telas podem ser consideradas “clássicas” porque ainda falam diretamente conosco hoje em dia.

    Ou seja, algo seria um clássico por ter a “pretensão” (nem sempre clara para o artista/designer) de durar para além da época em que surgiu. O Castlevania que citou, por exemplo, pode ser considerado um clássico não por ter sido um sucesso, ou existirem games parecidos com ele hoje em dia, mas porque, apesar disso, ainda é jogado e divertido.

    Rafa Malaman,

    É exatamente isso Rafael. Apenas acrescentaria que mesmo que a moda mude (e faz parte da própria essência da moda essa característica da mudança), aqueles games realmente atemporais (não na mecânica apenas, mas em sua totalidade) durarão da mesma maneira por gerações a fio. Por exemplo, se Chrono Trigger realmente resistir às ações do tempo (piada tosca não intencional hehehe) e durar, continuará divertido e disponível mesmo que RPGs japoneses sequer sejam produzidos.

    E sobre jogos desconhecidos hoje, é verdade que poderão tornar-se clássicos. O sucesso em determinada época não é importante. A distância temporal que temos com a produção de alguma coisa é irrelevante nesse sentido. Mas eles não se consolidarão como clássicos por estarem na moda; se realmente forem clássicos, continuarão sendo vistos assim após sua descoberta (mesmo que ignorados pela maioria das pessoas – como geralmente se faz com os verdadeiros clássicos da literatura).

    Só com o passar de algumas gerações saberemos qual game é realmente clássico. Ainda há pessoas vivas que experimentaram tudo desde os primeiros games, então não dá para afirmarmos nada a respeito disso ainda.

    E comente mais por aqui rapaz! hehehehe

    Paspalhão,

    O gosto é um conceito bastante complicado; principalmente porque ele não é subjetivo como usualmente se pensa. Mas essa relação de gosto com individualidade não aparece no seu comentário e gostei disso! Afinal, ele varia com uma série de questões coletivas e sociais mesmo.

    A opinião sobre um game não deveria ser critério para julgá-lo como bom ou ruim. Por exemplo, eu posso não gostar de certo game clássico, mas ainda assim considerá-lo um excelente jogo justamente por ser clássico e ainda ser capaz de envolver tanta gente.

    A moda muda, mas o que é clássico não. O problema é que muita gente hoje defende a tal ideia do “clássico instantâneo” e isso não existe. Clássico não é sinônimo de velho, mas é apenas com o passar das gerações que podemos compreender algo como sendo clássico ou não. Por exemplo, eu acho que Final Fantasy VII é um game que fez (e ainda faz à sua maneira) estrondoso sucesso, mas duvido muito que dure e se torne realmente um clássico e seja futuramente considerado mais do que mera curiosidade história ou o “marco da entrada definitiva dos RPGs japoneses no ocidente” como usualmente se fala.

    Mauro Xavier,

    Essas coisas todas que falou não deveriam mesmo importar na compreensão e diversão com um game. São apenas elementos de uma totalidade e se ainda fazem pleno sentido, devem ser aproveitados da melhor maneira possível.

    Não diria simplesmente por saudosismo, mas porque, como você mesmo falou, porque ainda tem prazer com eles.

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