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Depois de quase um mês, a Cruzada NES finalmente volta a ser publicada toda segunda-feira… tive que dar um tempo na cruzada para cumprir minha meta de jogar todos os jogos principais da série Sonic antes do lançamento de Sonic 4 (como vocês certamente conferiram no meu Dossiê Sonic), fora um trabalho monstruoso que peguei no início do mês e que vou entregar nesta quarta. Portanto, agora estamos de volta com nossa programação normal, rumo ao objetivo de jogar TODOS os jogos de NES/Famicom/Famicom Disk System, em ordem cronológica! Cáspita!

E nesta semana temos um monte de jogos legais, a maioria lançada apenas no Japão, ou seja: nunca saberemos a trama deles. A esta altura, já no terceiro trimestre de 1987, o Famicom amadurecia e começava a trazer jogos com gráficos bem mais bacanas do que se via até então. Vamos ver o que temos para a edição de hoje…

Para começar, o clássico Daimashikyou Galious — vulgo Knightmare 2, vulgo Maze of Galious, vulgo joguinho viciante com mapa enorme e muita coisa para ser explorada. Você controla dois heróis, Poplon e Aphrodyte, cada um com pequenas diferenças em suas habilidades. Ao contrário do Knightmare original, a ação é lateral e você pode andar (quase) livremente pelo labirinto, no melhor estilo Metroid. Claro, isso torna as coisas mais difíceis, porque você precisa aprender o caminho a seguir em cada momento. É porreta o jogo, e quem estiver interessado ainda pode conferir este remake bacanérrimo.

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À esqueda, o ótimo Maze of Galious. À direita, Yuko sendo atacada por… camundongos brancos vindos do inferno? Alguém tem um palpite melhor?

Uau, Mugen Senshi Valis de Famicom! Eu não sei explicar o meu amor pela série Valis, desde que joguei Valis III no Mega Drive fiquei doido pela série. O jogo nem é lá essa maravilha toda, mas eu curto pra caramba. Claro, vai ser difícil entender essa paixão se você pegar esta versão aqui, que é um horror. É tudo muito ruim, e só estou mencionando aqui porque… sei lá, agora já foi. Se quiser conhecer a série, corra para as versões de PC Engine — as de Mega Drive também são ótimas, mas só nas de PC Engine você pode ver a Yuko semi-nua. :p UPDATE: o infalível e taradão de plantão Dr. Venom me corrigiu: a Yuko aparece ainda mais nua na versão de MSX.

E Castlevania II, hein? Esse é polêmico pra diabo. É um Castlevania com toques de RPG, você tem que comprar e encontrar itens específicos. O jogo também não é linear, e logo de cara você já pode rumar por dois caminhos diferentes, dependendo do lado pelo qual você sai da cidade. O jogo é malhado impiedosamente por nove entre dez fãs da série, e dá para notar o motivo: num Castlevania a gente quer logo descer o chicote nos inimigos, e não ficar pensando para onde seguir. Para piorar, o texto em inglês é um desastre… ainda assim é interessante e os gráficos são bons. De certa forma, a ideia por trás de Castlevania II não está muito distante do que veríamos anos depois em Castlevania Symphony of the Night (PSX), o que mostra que talvez o jogo não seja tão ruim quanto se pinta. Qualquer dia eu pego para jogar com mais calma.

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Os gráficos do Castlevania II são legais, mas o jogo é polêmico. E vem cá… um cassino persa? De onde o Magic of Sherazade tirou essa?

Outro que promete: Magic of Sherazade. Eu sei, parece nome de jogo de menina, mas não é não. Naqueles tempos, action RPG em console era Zelda, e Sherazade é tipo um Zelda com bonecos grandes e mais animados. A ambientação é meio persa, como o título sugere, e há uma trama muito louca de viagem no tempo. Você entra em cidades, conversa com as pessoas para coletar pistas, compra itens, usa magias… o combate às vezes é “no ato”, pura ação, e às vezes é via menu. Hoje pode parecer um pouco sem sal, mas na época ia bem além do que Zelda oferecia (embora não seja necessariamente melhor). Os fãs de RPG deveriam dar uma espiada.

Zoids parece um jogo bacana também, e pelo jeito segue o estilo do já mencionado Maze of Galious, mas tá todo em japonês então não posso dizer muita coisa. Se você sabe japonês, confira. Se não sabe, curta o dinossauro cibernético de óculos da abertura.

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Tá, eu sei que é estranho controlar um dinossauro, mas o jogo até parece bom. Pena que está em japonês.

Aliás, se você sabe japonês, espero que um cofre não caia na sua cabeça hoje graças ao poder da minha inveja, porque um excelente RPG chegava para o Famicom em setembro: Digital Devil Monogatari: Megami Tensei. Eu fiquei fã da série desde que fiz o diário de Shin Megami Tensei, e é uma pena que esta pérola do Famicom não tenha nem ao menos recebido uma tradução feita por fãs. Aposto que é um estouro de jogo. Os labirintos são 3D (com uma movimentação horrível, obviamente), os monstros são muito loucos e o clima é sinistríssimo, como de costume na série.

Spelunker II, esse é piradaço big-time. Tirando o fato de que você continua explorando cavernas, o jogo é radicalmente diferente do primeiro, lembrando mais Goonies de MSX. Você coleta itens, mata cobrinhas, pula sobre javalis… o bizarro é que se você cair em um buraco, vai direto para o colo do capeta — e eu não estou brincando.

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Megami Tensei (à esquerda) é um joguinho do capeta, mas por incrível que pareça a imagem da direita é de Spelunker II

Outra bizarrice, um jogo de sumô! E o mais bizarro, é bom! Em Tsuppari Oozumou você controla um gordão bom de briga, e embora eu não entenda nada de sumô e não pese nem sessenta quilos, consegui me safar bem. Os dois gordinhos ficam trocando tapas e agarrões, mas não é um jogo chato e cerebral não: o pau come no maior pique, e quando você lança o adversário ele sai girando, e seu lutador faz uma cara impagável! Entre as lutas, comentaristas “falam” frases esquisitas em inglês (o jogo é todo em japonês, e vocês sabem como é japonês escrevendo em inglês, né?). Confesso que gostei.

Aposto que você nunca ouviu falar em Bio Senshi Dan: Increaser Tono Tatakai. Não vou dizer que é um ótimo jogo, mas é no mínimo interessante: bons gráficos, um herói que atravessa fases não muito lineares em busca de itens que conferem a ele novas habilidades… há gente dando dicas em salas especiais, dá para comprar itens… até lembra um pouco o primeiro Zillion de Master System, mas com gráficos mais coloridos. Pode ser que você curta, eu recomendo uma espiadinha — o jogo só saiu no Japão, mas foi traduzido por fãs.

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Como eu não vou gostar de um jogo de sumô com personagens tão engraçados? À direita, outra foto de Spelunker II. Eu ia fazer uma piadinha com Resident Evil porque o cara está atirando em um zumbi, mas vocês não vão querer ouvir porque a piada é muito ruim.

Para fechar o mês de setembro de 1987, Life Force, vulgo Salamander, vulgo shooter maldito e apelão. E sabem como é, né, isso é fórmula para deixar a gente apaixonado por um shooter. Além de gráficos bacaninhas, este título de navinha da Konami ainda alterna fases com ação lateral e vertical, no melhor estilo Axelay (shoot ‘em up maravilhoso que a empresa lançou para o SNES, lembram?). É difícil pra diabo, mas é essencial para quem é fã do gênero.

No mais, sopa de pardais. Segunda que vem voltamos com mais Cruzada NES!

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Ahá, assustei vocês com essa foto do Bio Senshi Dan no fim do post, hein? :p

Cruzada NES: eu preciso de um dicionário!
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