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Tanta coisa aconteceu nos idos de minha juventude. Meu filho hoje já é quase um adolescente e, de algum modo, achei que seria importante que também gravasse minhas memórias pessoais. Meu pai, Rhys, fez o mesmo um pouco depois de se casar de acordo com que Mieu me contou.

Bom, talvez fosse importante começar de algum lugar… Não sei muito bem de onde… Talvez da decisão tomada por meu pai que levou à minha própria existência. Uma decisão que nunca imaginei que eu mesmo teria que tomar.

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Insisti muito para que Mieu me contasse as razões de meu pai ter escolhido uma delas e não a outra. Segundo ela, em uma conversa em um dia que todo o castelo festejava alguma coisa em seus jardins, ele estava sentado enquanto minha mãe fazia companhia a outras damas e senhoras do reino. Junto a ele, estavam ela e Wren. Tomado por um sentimento de nostalgia, ele teria suspirado e dito, mais para si mesmo que para outra pessoa: “Ah, aquela decisão não foi fácil, mas olhando para isso, vejo que talvez tenha sido a mais acertada.”.

Wren nada falara, mas Mieu perguntara o quê ele queria dizer com aquilo. E então, ele se virou para ela e disse: “Não foi uma decisão fácil, você sabe… Passei por tanta coisa nesse caminho todo… Estava com raiva dos layanos por terem seqüestrado Maia, conheci pessoas maravilhosas e, entre elas, Lena. Acabei me afeiçoando por ambas e, deve se lembrar, tive que escolher uma delas para ser minha esposa… Apesar de tudo que passei para salvar aquela com quem estava prestes a me casar, sentia alguma coisa com relação a Lena que não sabia como explicar…”.

Daí, meu pai teria voltado os olhos para o chão e após um novo suspiro continuou: “Não era uma questão de somente escolher com quem queria me casar, quem eu amava. Muitas coisas tinham que ser consideradas. Minha família em Landen, meus novos conhecidos em Shusoran e Cille, os reinos e os preconceitos entre orakianos e layanos… Pensei muito em tudo isso e tive que expor minha decisão em um segundo.”. Mieu o interrompeu dizendo: “Naquela conversa a três você quer dizer?”.

“Sim.”, ele confirmou. “Não foi fácil e comecei a dizer a ambas tudo que sentia pelas duas; tudo que passava em minha mente e coração. Cada palavra, cada coisa incapaz de ser verbalizada teve que encontrar um gesto ou uma gagueira que expressasse algo. Não foi fácil e não sei se aquela que não escolhi tem mágoas… Ainda sinto o mesmo por ela…”

Fico imaginando o que ele teria dito a Lena e Maia, minha mãe, naquele dia. Pouco tinha ouvido falar dessa mulher de Satera que combateu junto com meu pai ajudando-o mesmo sabendo que não se casaria com ela. Sempre que Lyle vinha nos visitar falava algumas coisas a respeito dela com muito respeito e consideração; sempre imaginei-a como uma mulher forte e corajosa. De força e coragem diferentes daquelas de minha mãe, mas ainda assim adorável.

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Meu pai abdicou de seu reino em Landen nunca retornando para lá. Minha mãe, por sua vez, entregou-se de corpo e alma àquela que não a negara mesmo sendo uma layana. Um casal notável, eu diria. Sem reino, Maia e seu pai ofereceram-lhe o seu próprio quando estivesse pronto a assumir o trono.

Por enquanto é isso. Espero que consiga descrever tudo que se passou a partir de então… Muita coisa aconteceu, eu garanto.

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A segunda geração (00)
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6 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A segunda geração (00)

  • 15/06/2009 em 9:28 pm
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    AÊ! MAIA NA CABEÇA!

    ** Sem conotações eróticas, é claro **

    Nada contra a Lena, ela é legal, simpática, mas não serve para esposa. Daria no máximo uma boa vizinha. A Maia é zilhões de vezes mais bonita. E tenho que parar por aqui senão apanho da esposa. Mas escolheu bem! 🙂

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  • 15/06/2009 em 10:20 pm
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    @Orakio Rob, “O Gagá”
    Cara, eu pensava bem assim. Mas admito que, jogando dessa vez e redigindo o diário eu realmente fiquei na dúvida porque tentei ver que o Rhys pesava muitas outras coisas… E a escolha é sempre do jogador, como ele enxergou o Rhys durante sua jornada. Por essas e outras que adoro esse jogo. Mas escolhi a Maia, sei lá porque. hehehe Acho que é quem, no final das contas, ele escolheria.

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  • 16/06/2009 em 12:55 am
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    De fato, escolher lena rolaria uma coisa tipo:
    “Ah, eu quase mando o meu pai tomar no cu, fujo da minha cidade, mato zilhões de monstros, quase morro de sede num deserto, detono deus e o mundo que apareceu na minha frente pra salvar essa Maia… E no final vou pegar a guriazinha sem sal que esteve na minha cidade o tempo todo?”

    Mas sinceramente eu gostei mais do personagem filho da Lena.
    Ah… foda-se, eu gostei de todos os personagens, cada um teve seu momento.

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  • 16/06/2009 em 6:26 am
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    @Vittor
    “Ah, eu quase mando o meu pai tomar no cu, fujo da minha cidade, mato zilhões de monstros, quase morro de sede num deserto, detono deus e o mundo que apareceu na minha frente pra salvar essa Maia… E no final vou pegar a guriazinha sem sal que esteve na minha cidade o tempo todo?”

    Ha ha, boa essa, Vittor 🙂

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  • 19/06/2009 em 11:55 pm
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    @Vittor
    hehehe Não é tão simples assim, claro. mas a primeira impressão é mais ou menos essa. Lena era prometida a Rhys e, mesmo sabendo que ele corria atrás de Maia, não se negou a ajudá-lo em um momento sequer (além de ter ido no casamento dele). E eu também gosto de todos os personagens e mas da Lena do que do filho dela. huahauhauhua

    @j4ckt
    A profundidade do PSIII é bem grande mesmo. Ele é mais denso e requer uma imersão um pouco maior no jogo. Não é só assistir os eventos acontecendo, mas ir imaginando como ocorrem e ir escolhendo qual caminho seguir. Ele me chama muito a atenção na série por isso. Pena não terem re-rabalhado isso, ou melhorado.

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