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Partindo de Mystoke, o grupo agora segue para tentar uma coisa antes de seguir o caminho conhecido para Aerone.

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Como acontecia com todas as cavernas que deveriam nos levar a outros mundos, aquela também nos impediu de prosseguir por não possuirmos a chave correta para passar por ali. A escuridão que nos envolveu nos repeliu em seguida ao invés de nos colocar dentro de um caminho perigoso para outro domo. Achei que aquilo já estava bem consolidado para nós, quase senso comum, mas Laya não pareceu frustrada. Não foi difícil presumir que aquilo era somente parte do que ela queria testar. Andamos até o templo próximo, usual ao lado de todas as cavernas do mesmo tipo em todos os domos.

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Uma vez lá dentro, nossa companheira recentemente desperta de um longo sono parecia ainda mais eufórica. Meu pai me dizia que uma estranha voz ressoava pelo lugar dizendo que aquele era um lugar somente para layanos e seu uso. O que seria de nós ali, agora que tínhamos conosco a irmã daquela que nomeava todo um povo? Ela posicionou-se em uma plataforma azulada, muito semelhante àquela que encontramos em seu lugar de descanso e pediu que subíssemos ali com ela com um gesto. Sem opção, fizemos o que ela pediu. Uma vez lá, ela fechou os olhos e apertou firmemente o colar que herdara. Subitamente, ele começou a brilhar e a invocar estranhas sombras negras que começaram a nos envolver. Não sei se paralisados pela surpresa ou pelo lânguido olhar de Laya, continuei ali sem correr. Mieu e Wren fizeram o mesmo que eu, acompanhando-me em silêncio.

Quando as trevas pareceram ter desaparecido e já podia enxergar o templo uma vez mais, senti um estranho calor que me fez querer tirar o pesado casaco que vestia. Sai da plataforma e o lancei para junto de uma das colunas próximas. Os outros vieram logo atrás de mim e Laya, depois de ter tirado sua alvaja e seu arco, despiu-se de seu manto de pele e armou-se novamente, rindo. Quando saímos, não contemplava mais montanhas e planícies geladas. Era um campo aberto e verdejante, com uma brisa agradável que soprava em nossos rostos. De olhos fechados só considerei qual seria aquele lugar quando Mieu alertou-nos: “Precisamos agora encontrar Aerone.”.

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Arriscamos a primeira cidade a vista ao norte e acertamos. Ao entrarmos, uma mulher saudou-nos e, confirmando o nome do lugar, disse que aquela ainda era a morada dos pilotos. Nos informou ainda que, seguindo aquela rua para leste, encontraríamos o caminho que nos levaria ao satélite Dahlia, o mesmo em que Lune teria sido aprisionado séculos atrás. Mesmo ali muitos sabiam da destruição de Azura e consideravam que somente um poder grandioso poderia ter feito tal coisa com minha terra natal. Uma outra pessoa inclusive chegou a afirmar que os raios que nos atingiram vieram de um domo conhecido por ser uma terra estéril de horror. Era um dos domos que ainda não tinha visitado e, cria eu, que não deveria se referir ao domo onde outrora meu pai e minha mãe habitaram.

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Ainda tínhamos acertado com Sari que resolveríamos as questões pendentes com Lune e decidimos ir até Dahlia ver se ele porventura ainda estaria por lá e, se fosse o caso, enfrentá-lo. A minha ida até esse domo que guardaria os segredos daquela força maligna e até mesmo da destruição e morte do lugar que nasci teria que esperar um pouco mais. Conforme nos aproximávamos daquele satélite, quase não consegui conter a emoção. Ainda que cor principal e distante fosse diferente, não tinha como imaginar outro lugar que não a minha própria morada que fora destruída. Somente Wren e Mieu restaram e ainda estavam comigo, tudo mais se fora. Sentia que Lune receberia toda essa ira acumulada, mesmo que não fosse o culpado por isso tudo. Essa emoção se manteve ao colocar os pés naquele solo que também em muito lembrava o do lugar que costumava habitar antes de seu colapso.

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Conforme caminhávamos, os soldados nos alertavam que Lune estava muito deprimido e pensativo, que no subsolo encontraríamos algumas outras partes para Wren que nos permitiriam alcançar a cidade no céu que contemplamos em Frigidia. Lá poderíamos, segundo o guarda, encontrar meios e a força necessária para enfrentar o mal. Quando vimos Lune sentado em um cadeira, de cabeça baixa e a mão junto ao queixo, não foi preciso que Laya, que o havia conhecido mil anos atrás, mo apontasse. Apertei o passo, mas fui detido por uma mulher que, ao contrário do homem a quem me dirigia, viu que nos aproximávamos, deteve-me com a mão e começou a falar: “Sou Alair, irmã de Lune.”. Ela olhou para Laya, ofereceu-lhe um tímido sorriso e prosseguiu olhando para mim: “Eu também estiva congelada em um compartimento criogênico durante mil anos. Logo que acordei, fui raptada por orakianos. Isso enfureceu ainda mais o meu irmão”. Lembro-me de tê-la encarado deselegantemente e creio que minha íris lhe contava e lhe lembrava de Satera destruída. Ela juntou as mãos perto de si mesma deixando-me de me tocar e continuou com a voz baixa: “Sim… Fomos nós que destruímos Satera.”. Mudou o tom e prosseguiu: “Mas não estamos por trás dos ataques recentes dos monstros que têm atingido tanto as terras de Landen como muitas outras.”. Modificando a voz uma última vez, em tom de súplica, ela voltou a me encarar nos olhos e pediu: “Esperamos que vocês possam nos perdoar pelos erros que cometemos no passado.”. E então permitiu que falássemos com seu irmão que, aparentemente, ainda não nos vira ou nos ignorava, absorto em sua tristeza e pensamentos.

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Ao nos aproximarmos dele, ele disse com uma voz pastosa voltando-se para mim após um leve cumprimento de cabeça em direção a Laya: “Sou Lune. Antes eu lutava nos exércitos de Laya como um de seus generais. Orakio me baniu para cá a mais ou menos mil anos atrás. Por séculos, despendi meu tempo em um sono criogênico. recentemente acordei e decidi me vingar.” Ele voltou a fitar o chão, suspirou profundamente e expressou esse gesto com palavras logo depois dizendo: “Agora eu me arrependo de todo o problema que causei…”.

Ao lado dele estava uma mulher vestida de guerreira. Parecia-se muito com Lune no cabelo e nas feições do rosto. Mas sua expressão era de mais combativa que deprimida. Tanto que, ao nos aproximarmos dela para ao menos cumprimentá-la, ela disse quase num sussurro: “Meu pai está muito fraco para lutar. Mas eu devo fazer isso!”. E então gritou-lhe: “Papai, me empreste sua Lâmina”. Pensei que fosse o apelido para uma espada qualquer, mas tratava-se de uma arma que nunca tinha visto antes. Tinha o tamanho de uma espada só que ligeiramente curva. Era possível perceber que não era de um metal comum: tinha uma brilhante cor verde e, por mais mortal que parecesse, Kara o segurava tranqüilamente como se não estivesse com os dedos junto a um fio que, presumia, deveria ser muito bom. Não imaginava como o usaria em combate. Mas o veria logo.

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Sabendo que nossa jornada se dirigia a um combate contra algo que mal podíamos conceber no momento, achamos melhor ir buscar as partes aéreas de Wren e visitar a cidade no céu antes de tudo. E contra os inimigos presentes ali pude ver Kara usando sua arma. Ela o lançava com força e, mantendo-se à distância, atingia vários alvos retornando em segurança para sua mão. Era muito perigoso já que um pequeno deslize poderia custar-lhe a mão ou até a cabeça. Ela parecia muito com a imagem que tinha de Sari de acordo com os relatos de meu pai e minha mãe. Laya mantinha uma postura mais tranqüila usando suas técnicas vez por outra e atirando suas flechas que tinham que ser, após cada combate, retiradas dos corpos dos adversários (ou pêgas no chão caso tenham se provado inúteis contra uma couraça ou armadura mais resistente).

De posse das partes aéreas de Wren, retornamos à Alisa III. Uma vez lá, descansamos um pouco em Aerone e rumamos depressa para Mystoke. Ao sairmos do templo de Laya naquele domo frio, foi a vez de Wren dizer que gostaria de tentar alguma coisa em um uma planície entre as montanhas. Curiosamente, parecia que ele estava empolgado com alguma coisa. Ou será que era eu?

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (06)
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5 ideias sobre “Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (06)

  • 20/11/2009 em 1:12 pm
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    >Como acontecia com todas as cavernas que deveriam nos levar a outros mundos
    R: Pra que tantas cavernas se não se pode entrar nelas?! Me lembro de uma experiência feita na Lista de Algol em que foi tentado forçar a entrada na caverna, como resultado, o personagem já apareceu do no outro Domo-continental sem passar por uma caverna. Eu ao me lembro que fez a experiência.

    >A escuridão que nos envolveu nos repeliu em seguida
    R: Em outras palavras… “Levou um belo pé lá onde o sol não nasce!”
    🙂
    Rapaz! Eu sinto uma raiva disso, ele faz que entra mas depois volta.

    >O que seria de nós ali, agora que tínhamos conosco a irmã daquela que nomeava todo um povo?
    R: Pois é né?! Casa com ela, e quando nascer o filho, dá o nome dele ou dela de Oraya, ou Orakya, ou Orlaya.
    😛

    >Uma vez lá, ela fechou os olhos e apertou firmemente o colar que herdara.
    R: Aí eu gritei. AAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    >senti um estranho calor que me fez querer tirar o pesado casaco que vestia.
    R: Casaco?!
    >despiu-se…
    R: OPAAAAAaaaaaa!
    >de seu manto de pele e armou-se novamente, rindo.
    R: Haaaaaaa!!!!! Qual é?!
    >“Precisamos agora encontrar Aerone.”.
    R: Devia ser vontade de ir no banheiro.
    🙂

    >Uma outra pessoa inclusive chegou a afirmar que os raios que nos atingiram vieram de um domo conhecido por ser uma terra estéril de horror.
    R: Prepara-te cabrom!
    >ver se ele porventura ainda estaria por lá e, se fosse o caso, enfrentá-lo.
    R: Parece até que são amigos…!

    >Somente Wren e Mieu restaram e ainda estavam comigo, tudo mais se fora.
    R: Garantia de uma eternidade esses dois aí.

    >Ela olhou para Laya, ofereceu-lhe um tímido sorriso e prosseguiu olhando para mim:
    R: A patota toda reunida.
    >Logo que acordei, fui raptada por orakianos.
    R: Seus tarados!
    😛

    >recentemente acordei e decidi me vingar.
    R: Ou seja, acordou soltando os cachorros.

    > “Agora eu me arrependo de todo o problema que causei…”.
    R: Safado! Comeu, Bebeu, fez aquela oura coisa e agora pede pinico…?

    >“Meu pai está muito fraco para lutar. Mas eu devo fazer isso!”.
    R: Essa é das minhas.
    >E então gritou-lhe: “Papai, me empreste sua Lâmina”.
    R: Pronto! Fudeu-se! Agora é gritar “Sebo nas canelas!”

    >Pensei que fosse o apelido para uma espada qualquer, mas tratava-se de uma arma que nunca tinha visto antes.
    R: Tú ainda não correu velho?! Te manda daí dessa porra!

    >Tinha o tamanho de uma espada só que ligeiramente curva.
    R: É bumerangue! É bumerangue! Isso voa longe pra caralho cara! Corre daí dessa porra!

    >Era possível perceber que não era de um metal comum:
    R: Ai meu Deus! O velho ainda esta lá ajeitando os óculos pra olhar a navalha voadora! Cara! Esperto é o Cavalo marinho que se fingiu de peixe pra num puxar carroça.

    >jornada se dirigia a um combate contra algo que mal podíamos conceber no momento,
    R: Imagino a mesma sensação sentida por Layae Orakio no passado.

    >Ela o lançava com força e, mantendo-se à distância, atingia vários alvos retornando em segurança para sua mão.
    R: Deve ser bom pra tirar a barba a distância.

    >Era muito perigoso já que um pequeno deslize poderia custar-lhe a mão ou até a cabeça.
    R: Credo! Num fala isso! Num sabe que tem criança lendo isso…?

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  • 20/11/2009 em 2:12 pm
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    @gamer_boy
    Valeu cara! Mas quanto aos quatro finais, ainda estão em aberto. hehe Tinha pensado em fechar com esse formato literário esse final que acabou acontecendo e só contar o que acontece nas outras gerações para dar um panorama amplo dos acontecimentos na Alisa III. Contudo, se tiver tempo (pois é o que me falta e não ânimo ou vontade de escrever), queria fazer de todos; mas vamos ver como a coisa caminha.

    @J.F. Souza
    As cavernas foram lacradas lembra? Acho que no próprio jogo dizem que foi Laya quem bloqueou todas elas (estratégia de guerra ou para tentar amenizar os conflitos? Quem sabe? hehe). O que me leva a uma pergunta interessante: como então alguns orakianos tinham as chaves de algumas?; e outras que não possuem chave alguma (como as duas que levam a Terminus)? Lembro que isso foi algo que ponderei muito quando, anos atrás (na época do velho Fórum de Algol) fazia uma versão romanceada do jogo, começando ao final da Guerra Laya-Orakio.

    Será que o Sean se casaria com Laya? Ou com Kara? Ou melhor, ele se casaria? hehehe

    Quanto ao casaco, lembra-se que quando entraram em Frigidia pela primeira vez, Laya comenta que antes eles deixavam casacos próximos as passagens entre os mundos para não terem que ficar carregando roupas de frio em domos amenos como o de Aerone ou causticantes como Aridia? É essa a idéia.

    huahuahua É verdade! Alair foi seqüestrada e não raptada. hehe Vou consertar isso. Ao menos, ninguém fala nada de estupro contra ela. Vai saber. hehehe

    De fato, Laya e Orakio devem ter sentido, juntos, algo muito semelhante. E isso tudo a despeito da animosidade que sentiam um pelo outro.

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  • 20/11/2009 em 11:29 pm
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    @Sabat
    huahuahuaha Vai com vontade Sabat! Vai jogar tudo na ordem contrária? Primeiro o PSIV, depois o PSIII, depois o PSII e, por fim, o PSI? hehehe

    Uma das coisas mais legais no PSIII é fazer os quatro finais. Por que sempre tem algo em uma geração que explica melhor o que acontece na outra (especialmente nas segundas gerações).

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