douglas_smithNo fim de semana, a Tozai Games divulgou uma nota de falecimento de Douglas E. Smith, criador do clássico Lode Runner. Douglas tinha 51 anos.

Eu adoraria fazer uma megapesquisa e soltar um post exaustivo com todo tipo de informação histórica sobre o jogo. Porém, o tempo é curto, e honestamente, vocês podem ler todos os fatos mais relevantes na página de Lode Runner na Wikipedia. Em vez de repetir o conhecimento de lá que nem papagaio, eu vou contar para vocês algo que só eu mesmo posso contar: a minha experiência com Lode Runner… altamente banguela, focada em um único jogo (a franquia é imensa), totalmente desinformada, mas é a minha história.

O primeiro e único Lode Runner que eu joguei foi o de MSX. Um amigo do meu prédio, o bom e velho Raphael Joseph, arranjou o jogo. Naqueles tempos pré-internet, eu não sei como o Joseph conseguia arrumar tanta coisa para a gente jogar. O fato é que não faltava jogo no MSX, então para a gente se dedicar a um título por mais de duas horas o negócio tinha que nos conquistar mesmo.

Lode Runner conquistou no ato. Não sei qual é a trama oficial, mas no mundo encantado do Gagá, o carinha tinha que pegar os “ourinhos” no labirinto enquanto uns brutamontes vermelhos corriam atrás dele para pegá-lo. Nosso herói não atirava, mas contava com o estranho poder de abrir buracos no chão – o que, pensando bem agora, fazia dele uma espécie de X-Men ^_^

Se você abrisse um buraco numa plataforma mais alta, podia descer por ele e escapar de todos à sua volta. Só que quando o inimigo caía num buraco seu, ele ficava preso por alguns instantes, e você podia passar correndo por cima da cabeça dele. Vocês vão entender melhor vendo:

Esse vídeo ilustra muito bem como o jogo funciona

Com isso, Lode Runner era basicamente um título de ação, só que com uma mecânica viciante digna dos melhores puzzles. E cada elemento usado para construir as fases expandia ainda mais a engenhosidade da coisa toda: as escadas, dispostas das maneiras mais loucas, chegavam a formar “teias” em estágios avançados, permitindo que a ação se expandisse em todas as direções; já as cordas suspensas ofereciam uma rota alternativa para você cruzar o cenário e despistar os inimigos, além de proporcionar fugas espetaculares: muitas vezes, ao ver-se pendurado com inimigos vindo por ambos os lados, você se atirava lá do alto e rezava para 1) pousar num lugar seguro e 2) conseguir fugir ao pousar antes que seus inimigos se jogassem atrás de você também. Coisa de louco, era como fugir desesperadamente de um grande linchamento! 🙂

Ah, claro, tinha o editor de fases. Velho, esse treco era divertido demais de usar! Criar fases era um processo super trivial, o editor era molezinha! Todas as minhas tentativas de criar fases no editor de Doom 2 fracassaram miseravelmente, mas no Lode Runner eu criava fases com uma mão nas costas (e sem mouse!). Pena que a gente não tinha internet para subir essas doideiras.

loderunner_msx

O icônico estágio inicial de Lode Runner no MSX

Acho que minha última partida de Lode Runner já tem uns 20 anos. Não joguei novamente para fazer este post, não tive tempo, então perdoem qualquer imprecisão no meu texto. A minha ideia era fazer um post bem menor do que este este, só noticiando a morte e escrevendo uns dois parágrafos, mas agora que estou aqui no final do texto… caramba, estou genuinamente surpreso por ainda lembrar de tanta coisa da experiência. Isso diz muito sobre a qualidade do jogo.

Enfim, esta é minha maneira de agradecer ao excelentíssimo sr. Douglas E. Smith pelas inúmeras horas de diversão que ele me proporcionou quando eu era moleque, e pelas ótimas lembranças que ele ajudou a criar. O Gagá Games deseja muita força à família neste momento tão difícil.

Nota de falecimento: Douglas E. Smith, criador de Lode Runner
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