Olá amigos leitores do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder trazendo até vocês mais uma edição do Recordar é envelhecer. Hoje vou relembrar um dos primeiros games de ação do Master System que joguei: Shinobi! Tenham todos uma boa leitura e até o próximo Sábado!

Introdução:

Quem viveu os anos 1980 e 1990 como eu, com certeza se lembra da febre que havia na época em relação à filmes com ninjas. Nas brincadeiras entre as crianças, era comum alguém improvisar uma máscara ninja com uma blusa, e usar um pedaço de madeira qualquer para simular uma katana, e pronto, estava ali mais um ninja mirim. Como muitas vezes brincar de ninja com os amigos resultava em hematomas pelo corpo, ou no mínimo alguns dedos da mão “levemente” esfolados, a maneira mais segura de “incorporar” um ninja era nos video games. Durante a geração dos consoles de 8 Bits, os jogadores tinham vários games com esta temática para se divertirem, onde os mais famosos pertenciam a duas franquias “rivais”: a série Ninja Gaiden, da Tecmo, e a franquia Shinobi, da SEGA.

Já falei aqui no Gagá Games de alguns games da franquia da Tecmo como Ninja Gaiden II – The Dark Sword of Chaos e Ninja Gaiden III: The Ancient Ship of Doom. E também de vários games da franquia Shinobi, como The Revenge of ShinobiShinobi III: Return of the Ninja Master; mas até hoje não havia feito um post do primeiro game da série com ninjas da SEGA. Mesmo que a versão original do título tenha sido lançada para os Arcades, decidi fazer o post sobre a versão que eu mais joguei: a clássica conversão para o velho e eterno Master System!

Sobre o game:

A trama da versão do Master System, é um pouco diferente da versão original, colocando o ninja Joe Musashi na missão de resgatar filhos dos maiores líderes do Mundo que foram sequestrados por uma organização terrorista conhecida como “The Ring of Five”. Nas história original Joe também deve resgatar algumas crianças, só que elas são membros do clã Oboro, e o responsável pelo sequestro delas tem um nome que ficaria muito conhecido na série: a organização criminosa “Zeed”. Um detalhe interessante de ser observado, é que enquanto na versão original, o jogador tinha que salvar todas as crianças espalhadas por uma fase, para poder ser capaz de tornar a “saída” da mesma possível; na versão do Master não é preciso fazer isso. Mesmo que ao salvar uma criança, Joe continue ganhando bonificações e poderes, no Master não é preciso salvar todas elas para passar de fase.

Apesar do Shinobi do Master ter grandes similaridades com a versão original na questão do jogo em si, houve também algumas modificações, onde a primeira que deve ter sido observada por aqueles que haviam jogado antes a versão do Arcade, é que no Master Joe possui uma barra de energia. Enquanto no Arcade bastava um golpe certeiro do inimigo para fazer o ninja perder uma vida, em sua versão doméstica o ninja pode “apanhar” um pouco antes de morrer. Este detalhe foi crucial por deixar a versão do Master bem mais fácil do que a versão original. A barra de energia ainda vai aumentando ao salvar certas crianças durante as fases do game, o que ajuda bastante a manter o corajoso ninja de pé.

Outra diferença que a versão do Master de Shinobi possui se comparada com a versão original, é em relação a forma em que é conseguido os poderes ninjutsu: para ter acesso a estas poderosas magias ninja, o jogador deve sair vitorioso das fases bônus que ocorrem entre uma fase e outra (isso quando o jogador salva a criança que dá acesso a este estágio especial durante uma fase). Pode-se “estocar” até cinco magias, e de maneira curiosa, elas não estão acessíveis assim que são obtidas das fases bônus. Antes o jogador deve vencer 10 inimigos dentro de uma mesma fase, para desta forma o ícone que corresponde a magia começar a piscar, indicando que este poder pode então ser usado. Na batalha contra os chefes de fases, contudo, não há como utilizar as magias, mesmo que você tenha um estoque completo delas.

Shinobi é um game dividido entre 5 missões, cada qual dividida entre duas ou até três estágios, fora as derradeiras batalhas contra os chefões. Durante a aventura, o jogador irá visitar estágios bem diversificados, onde cada área irá apresentar uma localidade praticamente nova e original, fazendo com que seja impossível ter a sensação ruim (que muitos jogos similares infelizmente apresentam) de que as fases são iguais ou muito parecidas. Apesar da versão de Shinobi do Master estar longe de apresentar os melhores gráficos em um título do console, é notável a capacidade que os produtores tiveram de adaptar o jogo do Arcade para um console doméstico com um sistema bem mais limitado. Mesmo que os gráficos sejam bem simples, os cenários são bem construídos e estruturados, contando com uma ótima diversidade de detalhes para serem observados, e admirados, pelo jogador.

Quem viveu este game na época de seu lançamento, com certeza adorou toda a concepção gráfica nele contida. Adaptações de games de fliperamas para os consoles não foi algo fácil de se fazer no passado, mesmo que hoje em dia este “problema” praticamente não exista mais. Mas a SEGA sempre conseguiu se sair muito bem no “assunto”, e como ela sempre fez ótimos Arcades, nada mais natural do que transpô-los para seus consoles da melhor maneira possível. E foi isso o que ela fez em relação a Shinobi. O jogo conta com uma animação mediana, mas totalmente dentro do padrão dos games de sua época. O design dos personagens e cenários do título estão bem parecidos com os da versão original, e mesmo com a quantidade de cores limitada do Master System, Shinobi apresenta mesmo assim cenários bem coloridos em sua versão doméstica. Um detalhe curioso está no design do personagem principal: apesar de ser retratado usando uma máscara ninja, tanto na capa quanto na tela título do game, Joe Musashi fica sem ela durante os momentos “in game”. Isto é algo que ocorre tanto na versão do Master, quanto no jogo original lançado para os fliperamas.

A parte sonora do game é boa, tendo em sua trilha sonora várias músicas também presentes na versão original do jogo. Ao contrário do Arcade, onde as músicas ficam com um volume muito baixo, no Master o volume padrão dos temas está na medida certa. As músicas possuem em sua maioria um adequado clima oriental, e variam entre temas leves e agitados. Já os efeitos sonoros do Shinobi do Master não conseguem nem chegar perto da qualidade dos sons do game original, mas mesmo assim não chegam a fazer “tão” feio. No final das contas é apenas um detalhe que não chega a atrapalhar quem está jogando e se divertindo com o game.

A jogabilidade de Shinobi é simples e funcional. A movimentação do personagem é suave pelos cenários do jogo, onde o ninja é bem versátil, podendo se movimentar tanto em pé quanto agachado. Os comandos de ataque e salto podem ainda ser feitos com precisão, o que torna a jogatina muito agradável. Joe começa podendo atirar “shurykens”, mas no decorrer das fases poderá conseguir novas armas (caso salve as crianças que habilitam estes power ups), ainda mais mortíferas, tanto para o ataque a longa distância, quanto para ataques feitos bem próximos dos inimigos. É engraçado notar que Joe pode usar até mesmo uma arma de fogo, que é bastante eficaz na eliminação dos adversários. Engraçado pois mesmo que em tempos modernos, normalmente os ninjas costumam utilizar apenas armas milenares (pelo menos nos filmes/games que eu já vi).

Agora tenho que comentar sobre um detalhe que viria a se tornar uma marca registrada na série: em Shinobi o herói pode alternar entre dois níveis do cenário, superior e inferior, ao utilizar um fenomenal salto ninja. Esta habilidade é necessária para que o jogador seja capaz de salvar todas as crianças que são mantidas reféns nas fases, sendo também obrigatória para passar por certas etapas do jogo. Jogadores que saibam utilizar de maneira “sábia” este movimento, podem ainda usá-lo para se desviar de atacar inimigos com extrema rapidez e estilo.

Mesmo o Shinobi do Master não sendo tão difícil quanto a versão original, por detalhes que já comentei antes, como a existência de uma barra de energia para o herói do game, ele também não chega a ser moleza. O título traz uma boa variedade de inimigos no decorrer de suas fases, fazendo com que o jogador tenha sempre que “se virar” contra novos desafios. Os “malditos” abismos/buracos, tão comuns nos games de plataforma da época, também marcam presença em Shinobi, e se o jogador vacilar quando for passá-los, pode perder uma vida no ato. As batalhas contra os chefes não chegam a ser complicadas, mas desde que o jogador chegue até eles com bons power ups. Caso o jogador venha a perder uma vida durante um combate com um chefão, ele não terá que voltar a jogar a fase toda novamente, como ocorre nos games da série Ninja Gaiden, mas em compensação, estará com suas armas bem fracas, o que vai deixar a batalha mais complicada do que nunca.

Conclusão:

Ainda que a franquia Shinobi fosse realmente brilhar no Mega Drive, o primeiro jogo da série serviu para mostrar todo o potencial das aventuras de Joe Musashi, tanto em sua versão para os fliperamas, quanto em suas versões posteriores, que saíram nos mais variados sistemas. Numa época em que o console de 8 Bits da SEGA dava seus primeiros passos, Shinobi foi uma prova cabal de que o Master poderia ter boas conversões de títulos dos Arcades. Como naquele tempo a Nintendo detinha a exclusividade das maiores produtoras de games, essa foi a saída da SEGA para chamar a atenção para o seu console. E graças a Shinobi, ela conseguiu muitos “súditos” para o seu, hoje, lendário e amado console de 8 Bits.

Recordar é envelhecer: Shinobi (Master System)
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34 ideias sobre “Recordar é envelhecer: Shinobi (Master System)

  • 23/06/2012 em 1:07 am
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    Errata
    André ficou muito doida esta frase,he he he.
    “Nas história original Joe também deve resgatas algumas crianças…”
    Aqui tô na dúvida.
    “A jogabilidade de Shinobi é simples e funcionam.”(funciona?)

    Tudo bem André?Mais um clássico no currículo hein?
    Quando criança e adolescente eu buscava ler jogar,brincar e assistir tudo sobre a mística e técnica dos Ninjas,desde aqueles filmes bem toscos em VHS até as revistas sobre artes marciais e principalmente sobre Ninjas.Foi uma fase bem anos 80 e 90 MESMO!

    Grande Master System,seu famoso “pause” no console e aquele direcional achatado característico,he he he que funcionava muito bem,pelo menos comigo.Sempre joguei Shinobi entre outros jogos do Master na casa de amigos e vizinhos.Tive um NES na época.
    É inegável que Shinobi é um jogo bonito,bem feito e até heróico pela função ingrata de ser conversão do arcade,irmão muito mais poderoso da família SEGA,mesmo assim eu sinto(perceba a subjetividade do verbo,he he he) que poderia ter saído melhor.
    Sem dúvida a dificuldade do Master é menor,até porque o público-alvo é outro,é mais infantil,o Arcade tem(tinha!?) um leque bem mais amplo de jogadores.Mas como você disse no final do texto a versão do Master não chega ser moleza,até pela variedade de inimigos,por exemplo.
    Eu amo as duas franquias de Ninjas,mas como minha infância foi basicamente nos consoles piratas do NES(Phanton System/Turbo Game)he he he,eu tenho mais experiência com Ninja Gaiden.
    “…lendário e amado console de 8 Bits” Adorei!Como súdito deste console eu digo:
    God Save the SMS.He he he.
    God Save the

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  • 23/06/2012 em 8:27 am
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    já tentei jogar esse, mas nunca achava a saída da terceira ou quarta fase. acho que a versão do NES mais fácil se comparada ao do Master, porém eu achei mais detalhada. gosto muito de posts falando de algum game ninja…ou de corrida.

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  • 23/06/2012 em 9:07 am
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    Se você perguntasse a qualquer criança na época, qual jogo de Master lhe vem a mente, a maioria responderia Shinobi com certeza. Este jogo é um clássico do console e mostrava bem o poder do SMS. Porém com muitos aqui, eu não consegui terminá-lo na época. Falow! 🙂

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  • 23/06/2012 em 9:16 am
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    Eu comecei jogando numa casas bahia aos 5 anos e aos 6 ganhei um atari, o Master veio depois e foi um dos primeiros games que conseguie terminei na época e ainda hoje consigo terminar tranquilo.
    Boas lembranças.

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  • 23/06/2012 em 12:26 pm
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    não se fazem mais jogos como antigamente e não se fazem mais filmes de ninjas como antigamente….tava assistindo um filme de ninja na tv,,,até armadura o ninja tinha,,que porra é essa,,,kd os filmes de sho kozugi que passava muito na tv???os filmes de hoje ta uma merd..fala sério!!!bons tempos de american ninja, revenge of ninja e ninja III the domination!!!esse jogo do master system é uma verdadeira ralação, dificil e com gráficos bons para o sistema!!!!é claro que muitas pessoas vão dizer que a versão arcade é melhor,,,mas se analisar um clássico do master temos que respeitar e entender o sistem da sega!!!!joguei muito no buteco do seu zé…e nas locadoras de antigamente,,,nunca tive o cartucho,,,mas joguei muito,,,bons tempos e saudades!!!belo post!!!dukaralho!!!!

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  • 23/06/2012 em 1:12 pm
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    Nos anos 90 ou você era ninja ou karateka. Eu escolhi o karate por influência de Street Fighter (jogo e anime), mas sempre gostei de jogos com ninjas, até mesmo pelo folclore que se atribui a eles. Gosto muito deste Shinobi, mas o meu favorito ainda é Shadow Dancer do Mega Drive. Muito bom o post, mas acho que poderia ter usado menos referência da versão arcade para no futuro criar um post próprio para o arcade. Até mais.

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  • 23/06/2012 em 3:40 pm
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    Essa conversão foi primorosa. Muito superior a Altered Beast, Golden Axe e Alien Syndrome (este último um port vergonhoso, já que o Master podia fazer tranquilamente aquele jogo). E bem mais fácil. Eu que penei pra virar o do arcade (última fase era um inferno) terminei o do Master na boa. E olha que eu jogava na casa de um vizinho, que eu tinha optado por um Phantom System. Nunca joguei a versão NES.

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  • 23/06/2012 em 6:15 pm
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    Hoje eu também acho uma ótima conversão, talvez a melhor dos arcades pro Master (ou seria Outrun?), levando em consideração as possibilidades do Master System. É um jogo que eu cobiço prá minha coleção.

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  • 23/06/2012 em 6:27 pm
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    Muito bom o post, descobri bastane coisa que não sabia com ele, principalmente na história, salvar as crianças lembrou moonwalker…
    A versão sms é difícil e a de arcade joguei só o começo e é bem pior… mas pra mim, no caso do arcade, a dificuldade exagerada é para o jogador perder a ficha de uma vez ahahaha, por isso prefiro muitas versões consoles…

    “Caso o jogador venha a perder uma vida durante um combate com um chefão”
    com certeza esse é o mandara, é muito chato ganhar sem powerups…

    Tem um bueiro quase impossível de ser pulado no fim da fase da quarta foto (acho que é a terceira fase, enfim, é a que tem mais bueiros/buracos).. se não tiver o ninjitsu do “vôo” complica…

    Gosto de praticamente todos games do shinobi…
    os do game gear também são muito divertidos..
    os de mega também (com excessão do shadow dancer que não gosto muito)
    o shinobi legions de saturn é ótimo também e lembra muito o shinobi 3 do mega drive…

    Vou colar algumas coisas que falei num tópico na Lista de Algol:

    o shinobi do master system tem 3 sons perdidos na rom (não tocam no jogo), sendo um deles uma música completa, que existe na versão arcade, então algumas curiosidades musicais:

    -a música do bônus no shinobi do master system é a música da fase 2-2 do arcade
    -a música perdida na rom do master system é a da fase 2-1 do arcade, essa mesma música aparece no alex kidd shinobi world
    -a música que todo em todo jogo do master system é a da fase 1-2 do arcade
    -a música demo Long Distance do revenge of shinobi do mega drive (que acho ótima) aparece inteira e usada numa fase do GG Shinobi, me apavorei quanto ouvi…
    -a música do chefe do shinobi master system é mais rápida e prefiro muito mais ela comparando com a versão arcade, que é lentíssima

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  • 25/06/2012 em 5:22 am
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    Há cara, Shinobi é um dos meus jogos de Master System preferidos! Até hoje jogo ele no emulador e até hoje não consigo terminá-lo, sempre consigo chegar até a fase da floresta sem morrer mas quando chego lá perco uma vida e fico fraco novamente, aí no último desafio perco o restante. ^^

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  • 26/06/2012 em 10:49 am
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    @Dactar

    Valeu mais uma vez pelas correções. Realmente é notável como os games do Master System em sua grande maioria são bem mais fáceis do que os do NES. Tive ambos os consoles, e raramente não conseguia terminar um game no Master, já no NES… contava nos dedos os que conseguia terminar.

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  • 25/04/2020 em 3:07 am
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    Excelente post! Não sei se falaram aí pra cima; mas tem uma característica bem interessante neste port do Master: a sintetização da voz, quando ele usa a magia. Bem legal e viciante jogo!!! Nostalgia pura. Parabéns!

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